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caderno da região hidrográfica atlântico nordeste oriental

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Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental76intensiva dos açudes de médio porte para irrigação,estes chegavam a níveis bastante baixos com risco deper<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s culturas irriga<strong>da</strong>s. Assim, configura-se oconflito: continuar a irrigação para beneficiar a produçãoagrícola correndo o risco de esvaziar totalmenteo açude ou suspender a irrigação mantendo umareserva estratégica para consumo humano.2. Geração de Energia versus Irrigação: Durante a elaboraçãodo Plano Zero foi detectado que os açudesdo Estado do Ceará são pouco utilizados parageração de energia elétrica, mas existia, de parte<strong>da</strong> opinião pública, uma solicitação de geração deenergia como subproduto <strong>da</strong>s águas libera<strong>da</strong>s parairrigação. Dois aspectos caracterizavam o conflito.O primeiro, a operação para geração de energia elétricasupõe ser o açude operado em cotas eleva<strong>da</strong>s omaior tempo possível, enquanto a irrigação requera operação em máxima descarga (maximização <strong>da</strong>área irrigável) o que resulta em cotas mais baixas. Osegundo, são os distintos horários de liberação <strong>da</strong>svazões para as duas ativi<strong>da</strong>des. O aproveitamento<strong>da</strong>s águas de irrigação como fonte geradora de energiaelétrica só seria possível por meio <strong>da</strong> construçãode barragens de compensação (usinas reversíveis)localiza<strong>da</strong>s a jusante <strong>da</strong> usina geradora, a fim de queas concessionárias de energia adquirissem energianos horários de pico apenas.3. Projeção contra as Cheias versus Irrigação: A proteçãocontra as cheias exige que ao início <strong>da</strong> estaçãochuvosa a barragem esteja com o nível mais baixopossível para absorver prováveis cheias que venhama ocorrer. A irrigação e outros consumos atuam emsentido contrário.4. Indústria versus Consumo Humano: A colocação deefluentes poluidores em cursos d’água perenizadospor açudes, normalmente com pouca vazão e baixopoder de autodepuração, pode tornar imprestáveispara consumo humano e animal as águas pereniza<strong>da</strong>s.Este tipo de conflito somente será solucionadocom base em legislação eficiente.AlagoasDa parcela do Estado de Alagoas dentro <strong>da</strong> Região HidrográficaAtlântico Nordeste Oriental (Sub-bacia Mun<strong>da</strong>ú, queé dividi<strong>da</strong> com Pernambuco), a zona do denominado ComplexoEstuarino-Lagunar Mun<strong>da</strong>ú-Manguaba (CELMM) é ofoco de conflito pelo uso <strong>da</strong> água devido aos impactos <strong>da</strong>poluição e degra<strong>da</strong>ção ambiental que ocorrem na área. Estaparte do Atlântico Oriental que cabe ao Estado de Alagoas,está conti<strong>da</strong> basicamente na Zona <strong>da</strong> Mata Atlântica, cujapluviosi<strong>da</strong>de é satisfatória ensejando maiores conflitos porimpacto do uso.As lagoas Mun<strong>da</strong>ú e Manguaba estão localiza<strong>da</strong>s no litoralmédio do Estado de Alagoas, formando um sistemaestuarino. Essas lagoas foram constituí<strong>da</strong>s pela obstruçãonatural <strong>da</strong> foz dos rios Mun<strong>da</strong>ú e Paraíba, por deposiçãodos sedimentos marinhos e o conseqüente afogamento deseus leitos.A lagoa Mun<strong>da</strong>ú tem cerca de 27 km 2 e constitui o baixocurso <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica do Rio Mun<strong>da</strong>ú que drena umaárea de 4.126 km 2 e percorre 30 Municípios, tendo oito sedesMunicipais ribeirinhas. A lagoa Manguaba, por sua vez,tem aproxima<strong>da</strong>mente 42 km 2 e constitui a <strong>região</strong> estuarinados rios Paraíba do Meio e Sumaúma.As águas destas lagoas encontram-se numa zona de canaiscom 12 km 2 , perfazendo um total de 81 km 2 . As Baciasdos Rios Mun<strong>da</strong>ú e Paraíba tem seu alto curso na <strong>região</strong> doagreste do Estado de Pernambuco.A <strong>região</strong> <strong>da</strong>s lagoas Mun<strong>da</strong>ú e Manguaba em Alagoas vemsofrendo um processo acelerado de degra<strong>da</strong>ção ambiental,afetando, direta e indiretamente, os cerca de 260 mil habitantesque vivem no seu entorno, dos quais, cinco mil sãopescadores. O crescimento desordenado <strong>da</strong> área urbana deMaceió, a presença de um pólo cloroquímico e a intensa ativi<strong>da</strong>desucro-alcooleira ao longo de suas Bacias Hidrográficassão fatores que resultam numa situação crítica, quandocolocados frente à vulnerabili<strong>da</strong>de ambiental e a importânciasocioeconômico-cultural <strong>da</strong> <strong>região</strong>.A partir <strong>da</strong> compreensão do processo de apropriação dosrecursos ambientais que ocorre na área do CELMM e em suas

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