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RoMA coNtRA-AtAcA - CNM/CUT

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sem congestionamentoAruana pedala 30 km por diapara não usar o carro nemo transporte público, queconsidera demoradopaulo pepetexto violentamente adverso. “Acho quehá um movimento acontecendo. Aparececada vez mais gente andando de bicicletaem grupo. De carro, não se fala comninguém no trânsito. Converso com os ciclistase percebo que são gente como eu,que usa a bicicleta porque é boa opção detransporte. De bicicleta a locomoção émais saudável, agradável, mais rápida.”Segundo a Companhia de Engenhariade Tráfego de São Paulo, o congestionamentoregular da cidade implica deslocamentosà média de 20 quilômetros porhora. A velocidade média da bicicleta emterreno plano é de 25 quilômetros porhora. A frota de 5,6 milhões de automóveisna capital paulista – a maioria ocupadapor uma só pessoa (média de 1,5 pessoapor veículo) – é responsável por 70% dapoluição atmosférica. A população perdequatro dias por ano parada no trânsito.Para Danielle, pior é a falta de estrutura.E a convivência no trânsito não é pacífica.“As pessoas não conhecem o Código deTrânsito, que protege o ciclista, por isso háuma grande necessidade de implementarciclovias. Faltam também estacionamentosapropriados.” Pesquisas confirmamque os principais obstáculos ao uso da bicicletacomo meio de transporte são medode atropelamento, de assalto, falta de estacionamentose falta de ciclovias. Segundoa ANTP: o Brasil inteiro tem 600 quilômetrosde ciclovias em uso. A Holanda, com16 milhões de habitantes, tem 15 mil quilômetrosde faixas para bicicletas.Já o município de São Paulo, com 10,5milhões de habitantes, tem menos de 30quilômetros de ciclovias – 20 deles dentrode parques. Mais de 15.600 quilômetrosde ruas e avenidas. Cerca de 50 ciclistasmorrem por ano. Segundo dados divulgadospela Unesco, 95% dos acidentescom ciclistas acontecem nos cruzamentos– e uma ciclovia teria evitado todasessas mortes. Os que são atropelados (colisãopor trás) por carros e motos não chegama 0,1% do total de acidentados.Apesar do risco, paradoxalmente, aviolência e a saturação do trânsito parecemestimular a busca dos usuários de bicicletaspor mais espaço. Várias cidadesbrasileiras ganharam a Bicicletada, versãonacional do movimento conhecidomundialmente como Massa Crítica, quenasceu em 1992 na cidade norte-americanade São Francisco e hoje está presenteem mais de 300 cidades do mundo. Importadopara São Paulo há pouco maisde quatro anos, o movimento já ocorretambém em Porto Alegre, Florianópolis,Brasília, Curitiba e Mossoró.‘Nem suamos mais’“Dificilmente chegaremos à ‘massacrítica’, com centenas de ciclistas, mas éfundamental que a Bicicletada exista. Elaleva o recado a um número significativode motoristas”, diz o estudante de CiênciasPolíticas Júlio Casarin, que participavade uma das edições da Bicicletada emSão Paulo, em janeiro deste ano.Diante da quantidade assustadora deautomóveis nas grandes cidades, os ciclistasurbanos ainda parecem raros, isolados,perigosamente solitários. Mas jásão uma multidão considerável, criandouma demanda por melhoramentos viáriosque já começa a repercutir em setoresdo poder público. Paulo de Tarso é presidenteda Sampa Bikers, espécie de clubeque estimula o uso de bicicletas para váriosfins, e não está sozinho em seu apelopor espaço. É ciclista militante, mas seconsidera pessimista em relação ao atendimentode suas necessidades: “Acho quea bicicleta nunca vai ganhar espaço na cidade.O poder público só pensa em darmais acesso aos carros”.A designer Danielle Noronha é ativistaem defesa da bicicleta, mesmo num con-Solitários Bicicletada: abrindo espaço entre os 5,6 milhões de carros de São PauloThiago Benacchio/divulgação2007 ) abril ) Revista do Brasil ( 43

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