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Encontros e desencontros entre Cristóvão Colombo e D ... - Academia

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<strong>Encontros</strong> e <strong>desencontros</strong> <strong>entre</strong> Cristóvão <strong>Colombo</strong> e D. João II:assinatura do tratado de Tordesilhas a 7 de Junho de 1494 Portugal ficouafastado da exploração das terras ocidentais recém descobertas.Em 1494, Münzer saiu de Nuremberga e veio a Portugal, onde a 16de Novembro se encontrou em Évora com D. João II, que o recebeu muitobem, tendo falado com ele longamente sobre vários assuntos relacionadoscom os Descobrimentos, pelos quais o alemão tinha particular interesse 12 .No decorrer de tais conversações as canas mencionadas na sua carta de1493 terão sido evocadas e seria na sequência da curiosidade então reveladapor esses materiais que o alemão foi autorizado a vê-las quando se deslocoua Lisboa, tendo-se deslocado a 30 de Novembro de 1494 à igreja de NossaSenhora da Luz para ver <strong>entre</strong> os objectos exóticos que aí se guardavam asfamosas canas que tanto o interessavam desde que no ano anteriorescrevera a carta a D. João II.O registo deste episódio encontra-se no seu Itinerário com adescrição da viagem a Espanha e Portugal 13 .Neste texto é de realçar a referências às “canas das que astempestades do mar lançam do Oriente para as ilhas da Madeira e doFaial”, de que Münzer viu duas, uma das quais tinha cerca de 3,5 metros,tendo <strong>entre</strong> os nós cerca de 1,76 metros, com a grossura de um pulso,descrição mais completa do que a de <strong>Colombo</strong>, pois na versão transmitidapelo seu filho Fernando <strong>Colombo</strong> limita-se a dizer serem as canas muitogrossas, calculando que <strong>entre</strong> um nó e outro caberiam nove garrafas devinho. Estas canas foram consideradas pelos portugueses como objectosdignos de admiração por isso as guardaram na igreja de Nossa Senhora daLuz, onde <strong>entre</strong> cerca de 1483 e 1494 despertaram a atenção de pessoasinteressadas por assuntos de geografia, com destaque para os defensores datese da existência de terras orientais a que se poderia chegar navegandorumo a ocidente.Foi nesta igreja de Nossa Senhora da Luz que D. João II mandoumostrar a <strong>Colombo</strong> as canas que tanto o entusiasmavam, pois alguém asmandara ali guardar ao lado de outros objectos estranhos como eramaqueles que chamaram a atenção de Münzer. As canas vistas por <strong>Colombo</strong>em 1483 foram as mesmas que Münzer viu em 1494, pois se elasestivessem noutro lugar de Lisboa este último tê-lo-ia mencionado e não seteria deslocado expressamente a Carnide para as ver, não sendo provávelque numa década tivessem mudado de sítio.12 Sobre Jerónimo Münzer cf. Basílio de Vasconcelos, «Itinerário» do Dr. Jerónimo Münzer(excertos), Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932. Cf. ainda a tradução castelhana deJerónimo Münzer, Viage por España y Portugal (1494-1495), Madrid, Ediciones Polifeneo,1991, p. 175 para a parte que aqui nos interessa.13 O texto latino está publicado por Basílio de Vasconcelos em «Itinerário» do Dr. JerónimoMünzer (excertos), Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932, p. 20-22.XXII-11

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