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Encontros e desencontros entre Cristóvão Colombo e D ... - Academia

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<strong>Encontros</strong> e <strong>desencontros</strong> <strong>entre</strong> Cristóvão <strong>Colombo</strong> e D. João II:havida, pois de acordo com Fernando <strong>Colombo</strong>: “Il che dice che affermavaeziandio lo stesso re di Portogallo, ragionando con lui di queste cose; eche gli furono mostrate”, sendo seguido por Las Casas: “Y esto mismo diceCristóbal Colón que oyó afirmar al rey de Portogal, hablando con él enestas materias y quel rey se los mandó mostrar”. Estas expressõesconstituem declarações peremptórias sobre o teor dos contactosestabelecidos <strong>entre</strong> o genovês e o rei português que estivera “falando comele sobre estas coisas” relacionadas com a via ocidental de chegar às Índias.Elas surgem no contexto em que se equacionou a importância dos indíciosreunidos sobre terras orientais que se situavam a ocidente das ilhasatlânticas portuguesas, <strong>entre</strong> os quais se destacavam a descoberta de “canasgrossas em que de um nó a outro cabiam nove garrafas de vinho” quevinham do ocidente e foram detectadas pelos portugueses.A consistência das informações obtidas por <strong>Colombo</strong> dos indíciosde terras situadas a ocidente das ilhas portuguesas do Atlântico no sentidode levar avante a teoria de Toscanelli são completadas por indicações deoutros autores que seguiam também as ideias do sábio florentino.O encontro de grandes bambus vindos do ocidente constituiu umdos indícios mais consistentes <strong>entre</strong> os que foram recolhidos por <strong>Colombo</strong>com vista a fundamentar a pertinência da tese de Toscanelli sobre aacessibilidade a terras asiáticas por uma via ocidental. Por tal motivo essasplantas foram alvo da atenção não apenas do famoso genovês mas tambémde outros contemporâneos que como ele partilharam da mesma convicçãode que essa perspectiva era preferível à seguida por D. João II. Estarealidade vem não apenas corroborar mas também reforçar a credibilidadedo conteúdo das fontes colombinas, estando atestada por Martin Behaim eJerónimo Münzer, dois dos homens desse tempo que revelaram grandeinteresse por estas matérias.Martin Behaim interessou-se pelos Descobrimentos portugueses eviu as mesmas canas que tanto interessaram <strong>Colombo</strong> pois sobre elas falouna Alemanha, para onde foi na Primavera de 1490 tratar de assuntosfamiliares e onde ficou até pouco depois de 14 de Julho de 1493, data dacarta de Jerónimo Münzer que trouxe consigo para D. João II, na qualcontava com o apoio do imperador Maximiliano para a realização do seuprojecto de ir ao Catai pelo ocidente.Enquanto permaneceu em Nuremberga Behaim dirigiu em 1492 aconstrução de um famoso globo (Erdapfel) montado por RuprechtKolberger, para o qual forneceu informações e um mapa mundo destinado amelhor visualizar a forma da Terra de acordo com a teoria de Toscanelli.Para fazer o seu globo Behaim recorreu a várias fontes, de <strong>entre</strong> asquais a principal foi por certo uma cópia do mapa de Toscanelli, pois asXXII-9

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