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analise dinâmica de um chiller de absorção de brometo de lítio ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIAMECÂNICAFelipe Costa MagazoniANALISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE ABSORÇÃO DEBROMETO DE LÍTIO-ÁGUA EM PROCESSO DE RESFRIAMENTODE DORNA DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICAFlorianópolis2011


Felipe Costa MagazoniANALISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE ABSORÇÃO DEBROMETO DE LÍTIO-ÁGUA EM PROCESSO DE RESFRIAMENTODE DORNA DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICADissertação submetida ao Programa <strong>de</strong>Pós-Graduação em Engenharia Mecânicada Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarinapara a obtenção do Grau <strong>de</strong> Mestre emEngenharia Mecânica.Orientador: Prof. D. Sc. Sergio ColleCo-orientadora: Dra. Julieta MonteiroFlorianópolis2011


Catalogação na fonte pela Biblioteca UniversitáriadaUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa CatarinaM189a Magazoni, Felipe CostaAnálise <strong>dinâmica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>chiller</strong> <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong><strong>lítio</strong>-água em processo <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> dorna <strong>de</strong> fermentaçãoalcoólica [dissertação] / Felipe Costa Magazoni ; orientador,Sérgio Colle. - Florianópolis, SC, 2011.130 p.: il., grafs., tabs.Dissertação (mestrado) - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> SantaCatarina, Centro Tecnológico. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação emEngenharia Mecânica.Inclui referências1. Engenharia . mecânica. 2. Refrigeração. 3. Absorção.4. Álcool. 5. Fermentação. I. Colle, Sergio. II. Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação emEngenharia Mecânica. III. Título.CDU 621


Felipe Costa MagazoniANALISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE ABSORÇÃO DEBROMETO DE LÍTIO-ÁGUA EM PROCESSO DE RESFRIAMENTODE DORNA DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICAEsta Dissertação foi julgada a<strong>de</strong>quada para obtenção do Título <strong>de</strong>Mestre em Engenharia Mecânica, e aprovada em sua forma final pelo Programa<strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia Mecânica.Florianópolis, 22 <strong>de</strong> agosto 2011Prof. Dr. Júlio César PassosCoor<strong>de</strong>nador do CursoDra. Julieta Barbosa MonteiroCo-orientadoraBanca Examinadora:Prof. D. Sc. Sergio ColleOrientadorProf. Dr. Eng. Edson BazzoUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa CatarinaProf. Dr. Rogério Gomes <strong>de</strong> OliveiraUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina - AraranguáProf. Dr. Joaquim Manoel GonçalvesInstituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação, Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Santa Catarina


A toda minha família e amigos. . .


AGRADECIMENTOSAos Professores Sergio Colle e Julieta Barbosa Monteiro pelo apoio,oportunida<strong>de</strong> e efetiva orientação.Aos professores da banca examinadora pelas sugestões, críticas e contribuiçãofinal que <strong>de</strong>ram ao trabalho.À Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, aos profissionais e colaboradorespelo convívio e oportunida<strong>de</strong>s oferecidas, em especial ao Departamento<strong>de</strong> Engenharia Mecânica e ao Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em EngenhariaMecânica.À CAPES pelo apoio financeiro e incentivo à pesquisa.À Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A pelo incentivo e apoio técnico.Aos colegas do LEPTEN pelo prazer da convivência e por todo o auxílioe incentivo.À toda minha família pelo incentivo e apoio aos meus estudos.


Quem, <strong>de</strong> três milênios,Não é capaz <strong>de</strong> se dar contaVive na ignorância, na sombra,À mercê dos dias, do tempo.Johann Wolfgang von Goethe


RESUMOA fermentação alcoólica é <strong>um</strong> processo exotérmico e o <strong>de</strong>sempenho da levedura<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da temperatura, assim <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> resfriamento capaz <strong>de</strong>remover o calor liberado durante o processo torna-se necessário. Atualmente,torres <strong>de</strong> resfriamento são utilizadas no resfriamento das dornas <strong>de</strong> fermentação.Este sistema tem <strong>de</strong>monstrado não ser suficiente para manter a temperaturada fermentação em <strong>um</strong>a faixa i<strong>de</strong>al, em torno <strong>de</strong> 32 ◦ C. O presentetrabalho propõe <strong>um</strong>a alternativa <strong>de</strong> resfriamento do processo fermentativo utilizando<strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e águacomo fluido <strong>de</strong> trabalho, movido por <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> energia residual dos processosda indústria sucroenergética. Consi<strong>de</strong>rando que existe <strong>um</strong>a integraçãoenergética entre os processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> açúcar, etanol e energia, <strong>um</strong> sistema<strong>de</strong> resfriamento capaz <strong>de</strong> manter a temperatura próxima do i<strong>de</strong>al po<strong>de</strong>contribuir para a<strong>um</strong>entar a eficiência energética. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho émo<strong>de</strong>lar, simular e analisar o comportamento dinâmico do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>e da fermentação alcoólica. Os mo<strong>de</strong>los do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> eda fermentação alcoólica em regime transiente foram <strong>de</strong>senvolvidos e simuladosutilizando o programa MATLAB R R2008a. Os resultados <strong>de</strong>monstramo gran<strong>de</strong> potencial da utilização do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no resfriamentoda fermentação alcoólica. A introdução <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> permitiu<strong>um</strong>a redução da temperatura média da fermentação <strong>de</strong> 2,4 ◦ C, conferindoassim <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da produtivida<strong>de</strong> em etanol <strong>de</strong> 0,3 kg m −3 h −1 e <strong>um</strong> a<strong>um</strong>entoda eficiência da fermentação <strong>de</strong> 2,8 %. A concentração <strong>de</strong> etanol teve<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 2,6 kg m −3 , ou seja, a produção <strong>de</strong> etanol a<strong>um</strong>entou cerca <strong>de</strong>2,3 m 3 a cada processo fermentativo com a utilização do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.Com <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> resfriamento mais eficiente, a fermentação po<strong>de</strong> serotimizada através do a<strong>um</strong>ento da concentração <strong>de</strong> substrato na alimentação dofermentador. Por conseguinte, a relação entre a energia renovável produzidano setor sucroenergético e a energia fóssil utilizada durante o processo <strong>de</strong>vea<strong>um</strong>entar, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento e o crescimento do país.Palavras-chave: refrigeração por <strong>absorção</strong>, fermentação alcoólica


ABSTRACTEthanol fermentation is an exothermic process and the yeast kinetics is <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntson temperature. The fermentation process thus requires a refrigerationsystem to remove the heat released. Currently, cooling towers are used torefrigerate the ethanol fermentation, however this system is not sufficient tomaintain the i<strong>de</strong>al temperature, around 32 ◦ C. This study proposes an alternativecooling system for use in ethanol fermentation employing a single-effectwater/lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> absorption <strong>chiller</strong> as the working fluid, powered bywaste heat from sugar and ethanol production processes. Consi<strong>de</strong>ring thatthere is energy integration between the production processes, a refrigerationsystem is nee<strong>de</strong>d to keep the fermentation temperature close to the i<strong>de</strong>al valueand increase the energy efficiency. The aim of this study was to mo<strong>de</strong>l,simulate and analyze the dynamic behavior of an absorption refrigeration systemand fermentation process. The dynamic mo<strong>de</strong>ls of the absorption <strong>chiller</strong>and the fermentation process were applied using the software MATLAB RR2008a. The results of this study <strong>de</strong>monstrate the potential application ofthe absorption <strong>chiller</strong> to refrigerate the fermentation process. The introductionof an absorption <strong>chiller</strong> allowed a reduction in the average temperatureof around 2.4 ◦ C, an increase of around 0.3 kg m −3 h −1 in the fermentationproductivity and an increase of around 2.8 % in the fermentation efficiency.The final ethanol concentration increased by around 2.6 kg m −3 , that is, theethanol production increased by 2.3 m 3 for each fermentation process usingthe absorption <strong>chiller</strong>. The fermentation process can be optimized by increasingthe inlet substrate concentration. This may promote an increase in theenergy balance of the ethanol production process by improving the relationbetween the renewable energy produced in the sugar and ethanol sector andthe fossil energy used during the process. All of these advantages contributeto the <strong>de</strong>velopment and growth of Brazil.Keywords: absorption refrigeration, ethanol fermentation


LISTA DE FIGURASFigura 1 Evolução da moagem brasileira <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar. Fonte: Elaboraçãoprópria baseada em dados do Brasil (2009a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1Figura 2 Evolução da produção brasileira <strong>de</strong> etanol e açúcar. Fonte:Elaboração própria baseada em dados <strong>de</strong> Brasil (2009a) . . . . . . . . . . . . . . . 3Figura 3 Fluxograma do processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol, açúcar e energiaelétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Figura 4 Módulo fermentativo da produção <strong>de</strong> etanol . . . . . . . . . . . . . . . . 7Figura 5 Influência da temperatura T na velocida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> crescimentoµ m (SÁNCHEZ et al., 2004). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Figura 6 Dados meteorológicos da região <strong>de</strong> Ribeirão Preto, SP, no mês<strong>de</strong> novembro/2010. Fonte: Elaboração própria baseada em dados <strong>de</strong> Brasil(2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Figura 7 Fluxograma <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> vapores <strong>de</strong> processo da indústriasucroenergética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Figura 8 Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por compressão mecânica e ciclo <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Figura 9 Máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> em ciclo intermitente . 15Figura 10 Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito. . . . . . . . . 16Figura 11 Fluxos <strong>de</strong> calor e trabalho do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . 19Figura 12 Combinação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina térmica <strong>de</strong> Carnot e <strong>um</strong> refrigerador<strong>de</strong> Carnot. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Figura 13 Temperatura <strong>de</strong> saturação para a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (ξ = 55%) e da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Figura 14 Diagrama <strong>de</strong> Dühring do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong>simples efeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22Figura 15 Diagrama <strong>de</strong> fase para a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> . . 22Figura 16 Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito tipo Twin Dr<strong>um</strong> . . . . 25Figura 17 Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito tipo Single Dr<strong>um</strong> . . . 26Figura 18 Máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong>senvolvida por FerdinandCarré . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30Figura 19 Esquema do sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a dorna <strong>de</strong> fermentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35


Figura 20 Sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> dornas <strong>de</strong> fermentação utilizandotorre <strong>de</strong> resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Figura 21 Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito. . . . . . . . . 42Figura 22 Esquema do gerador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> . . . 43Figura 23 Esquema do con<strong>de</strong>nsador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> 45Figura 24 Esquema do evaporador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> 46Figura 25 Esquema do absorvedor do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> 47Figura 26 Esquema do trocador <strong>de</strong> calor intermediário do ciclo <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Figura 27 Fluxograma <strong>de</strong> solução do sistema <strong>de</strong> fermentação alcoólicacom a torre <strong>de</strong> resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54Figura 28 Fluxograma <strong>de</strong> solução do sistema <strong>de</strong> fermentação alcoólicacom o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55Figura 29 Sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> e torre <strong>de</strong> resfriamento . 56Figura 30 Efeito da variação da temperatura da fonte quente T 11 e dafonte fria T 17 no coeficiente <strong>de</strong> performance do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>(T 15 = 31 ◦ C) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57Figura 31 Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong>a queda abrupta <strong>de</strong> 10 ◦ C da temperatura da fontequente T 11 nas taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . 58Figura 32 Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong>a queda abrupta <strong>de</strong> 10 ◦ C da temperatura da fontequente T 11 nas temperaturas do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . 58Figura 33 Diagrama <strong>de</strong> Dühring ilustrando os efeitos da queda abruptada temperatura da fonte quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Figura 34 Efeito da variação <strong>de</strong> 20 kg −1 s da vazão mássica da fontequente ṁ 11 no resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Figura 35 Efeito da variação <strong>de</strong> 5 ◦ C da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco T 7tno resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Figura 36 Diagrama <strong>de</strong> Dühring do a<strong>um</strong>ento repentino da temperatura <strong>de</strong>bulbo seco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Figura 37 Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 5 ◦ C na temperatura da água fria T 17 62Figura 38 Diagrama <strong>de</strong> Dühring do a<strong>um</strong>ento repentino da temperatura daágua fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62Figura 39 Sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> dornas <strong>de</strong> fermentação utilizandotorre <strong>de</strong> resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Figura 40 Influência da temperatura na eficiência da fermentação e naprodutivida<strong>de</strong> em etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64Figura 41 Superfície <strong>de</strong> resposta da produtivida<strong>de</strong> em etanol da fermen-


tação alcoólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65Figura 42 Superfície <strong>de</strong> resposta da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor médialiberada durante a fermentação alcoólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65Figura 43 Produtivida<strong>de</strong> em etanol e taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberadaem função da vazão <strong>de</strong> alimentação do mosto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66Figura 44 Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura (X), substrato (S), etanol(E) e temperatura do meio fermentativo (T 1 ) durante a fermentação alcoólicautilizando apenas a torre <strong>de</strong> resfriamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Figura 45 Taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante o processofermentativo e retirada pela torre <strong>de</strong> resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68Figura 46 Sistema <strong>de</strong> resfriamento do processo fermentativo com resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69Figura 47 Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura, substrato, etanol e temperaturado meio fermentativo durante a fermentação alcoólica utilizando oresfriador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Figura 48 Taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante o processo fermentativoe calor retirado pelo resfriador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Figura 49 Taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do resfriador. . . . . . . . . . . . . . . . 71Figura 50 Concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> da solução fraca e da soluçãoforte ao longo do processo fermentativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Figura 51 Diagrama <strong>de</strong> Dühring do resfriador no início e no final do processofermentativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73Figura 52 Temperatura dos componentes internos do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>- gerador, con<strong>de</strong>nsador, evaporador e absorvedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73Figura 53 Produtivida<strong>de</strong> em etanol e temperatura do meio fermentativocom a torre <strong>de</strong> resfriamento e com o resfriador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75Figura 54 Eficiência da fermentação e concentração <strong>de</strong> etanol com a torre<strong>de</strong> resfriamento e com o resfriador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Figura 55 Comportamento da concentração <strong>de</strong> substrato da fermentaçãocom a torre <strong>de</strong> resfriamento e com o resfriador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Figura 56 Variação da concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato durante afermentação alcoólica com o resfriador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77Figura 57 Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura, substrato, etanol e temperaturado meio fermentativo durante a fermentação alcoólica com oresfriador e para concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg −3 m . . 78Figura 58 Taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor durante a fermentação alcoólicacom o resfriador e para concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong>250 kg −3 m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78


Figura 59 Diagrama <strong>de</strong> Dühring do resfriador no estado inicial e final doprocesso fermentativo para <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong>250 kg −3 m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79Figura 60 Entalpia da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> . . . . . . . . . . . . . 92Figura 61 Temperatura da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>. . . . . . . . . . 93Figura 62 Massa específica da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> . . . . . . 95Figura 63 Calor específico da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> . . . . . . 96


LISTA DE TABELASTabela 1 Vol<strong>um</strong>e específico dos fluidos antes e <strong>de</strong>pois do processo <strong>de</strong><strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Tabela 2 Coeficientes <strong>de</strong> performance médios para diferentes sistemas<strong>de</strong> refrigeração (HEROLD; RADERMACHER; KLEIN, 1996; ASHRAE, 2001;RADERMACHER, 2008). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Tabela 3 Coeficientes da Equação 2.6 para o cálculo da curva <strong>de</strong> cristalizaçãopara diferentes intervalos <strong>de</strong> temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23Tabela 4 Fabricantes e fornecedores <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32Tabela 5 Dados fermentativos coletados na Usina Cerradinho Açúcar eÁlcool S/A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Tabela 6 Parâmetros cinéticos da Saccharomyces cerevisiae em funçãoda temperatura (ATALA et al., 2001). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Tabela 7 Dados <strong>de</strong> entrada da simulação da torre <strong>de</strong> resfriamento . . . . . 40Tabela 8 Dados <strong>de</strong> entrada da simulação do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> (equipamentoda Thermax, mo<strong>de</strong>lo HL 80A TH) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Tabela 9 Temperaturas e <strong>um</strong>ida<strong>de</strong> relativa iniciais do sistema <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56Tabela 10 Resultados das fermentações para diferentes condições . . . . . . 68Tabela 11 Resultados do processo fermentativo utilizando a torre <strong>de</strong> resfriamentoe o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74Tabela 12 Resultados do processo fermentativo com o resfriador para<strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 200 e 250 kg −3 m . . . . . . . . 80Tabela 13 Parâmetros da Equação A.1 para o cálculo da entalpia . . . . . . . 91Tabela 14 Parâmetros da Equação A.2 para o cálculo da entalpia . . . . . . . 93Tabela 15 Coeficientes das Equações A.3 e A.4 para o cálculo da temperatura.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Tabela 16 Parâmetros da Equação A.6 para o cálculo do calor específico 96


LISTA DE SÍMBOLOSSímbolos GeraisA Área [ m 2 ]COP Coeficiente <strong>de</strong> performance [ – ]Cp Calor específico [ kJ kg −1 K −1 ]E Concentração <strong>de</strong> etanol [ kg m −3 ]F˙Vazão <strong>de</strong> alimentação do mosto na dorna [ m 3 h −1 ]g Aceleração da gravida<strong>de</strong> [ m s −2 ]h Entalpia específica [ kJ kg −1 ]H Entalpia [ kJ ]K i Constante <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong> substrato [ m 3 kg −1 ]K S Constante <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> substrato [ kg m −3 ]ṁ Vazão mássica [ kg s −1 ]M Massa [ kg ]m E Coeficiente <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol [ kg kg −1 h −1 ]m X Coeficiente <strong>de</strong> manutenção [ kg kg −1 h −1 ]Mw Massa molecular [ kg kmol −1 ]n Coeficiente <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong> etanol [ – ]NT U Número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transferência [ – ]P Pressão [ kPa ]pr Produtivida<strong>de</strong> [ kg m −3 h −1 ]Q Calor [ kJ ]˙Q Taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [ kW ]s Entropia [ kJ kg −1 K −1 ]S Concentração <strong>de</strong> substrato [ kg m −3 ]t Tempo [ h ]T Temperatura [ ◦ C ]U Coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [ kW m −2 K −1 ]v Vol<strong>um</strong>e específico [ m 3 kg −1 ]V Velocida<strong>de</strong> [ m s −1 ]˙V Vazão vol<strong>um</strong>étrica [ m 3 s −1 ]x Fração molar <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> [ – ]X Concentração <strong>de</strong> levedura [ kg m −3 ]W Trabalho [ kJ ]


Ẇ Potência [ kW ]y Altura [ m ]Y Fator <strong>de</strong> conversão [ kg kg −1 ]Símbolos Gregos∆ Variação [ – ]η Eficiência [ % ]ε Efetivida<strong>de</strong> [ – ]µ Velocida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> crescimento celular [ h −1 ]ω Relação <strong>de</strong> calor específico [ – ]φ Umida<strong>de</strong> relativa [ % ]ρ Massa específica [ kg m −3 ]ξ Concentração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> [ % ]Subscritosa Absorvedorabs Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>ar Arc Con<strong>de</strong>nsadorca Carnotcr Cristalizaçãocrit Críticod Mortee EvaporadorE Etanolf Fermentaçãofhx Trocador <strong>de</strong> calor da fermentaçãog GeradorH 2 O Águahigh Altahx Trocador <strong>de</strong> calorinl Entradal LíquidoLiBr Brometo <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>lm Logarítmicolow Baixamax Máximoo Externoout Saídar Refrigeranterej Rejeitado


SsttrvXwwbwkSubstratoForteTorre <strong>de</strong> resfriamentoVaporCélulaÁguaBulbo úmidoFraca


SUMÁRIO1 Introdução 12 Descrição do Processo 52.1 Indústria Sucroenergética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52.1.1 Geração e Distribuição <strong>de</strong> Vapor . . . . . . . . . . . 92.1.2 Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fontes Quentes <strong>de</strong> Energia . . . 122.1.2.1 Água Con<strong>de</strong>nsada Contaminada . . . . . . 122.1.2.2 Vinhaça . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.1.2.3 Vapor <strong>de</strong> flash . . . . . . . . . . . . . . . 132.2 Refrigeração por Absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142.2.1 Princípio Físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142.2.2 Descrição do Ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162.2.3 Análise do Ciclo <strong>de</strong> Absorção . . . . . . . . . . . . 182.2.3.1 Coeficiente <strong>de</strong> Performance . . . . . . . . 182.2.3.2 Cristalização . . . . . . . . . . . . . . . . 202.2.4 Resfriadores <strong>de</strong> Absorção Comerciais . . . . . . . . 242.2.4.1 Twin Dr<strong>um</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . 242.2.4.2 Single Dr<strong>um</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . 253 Revisão Bibliográfica 273.1 Fermentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273.2 Sistemas <strong>de</strong> Resfriamento do Processo Fermentativo . . . . 283.3 Torre <strong>de</strong> Resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293.4 Resfriador <strong>de</strong> Absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304 Mo<strong>de</strong>lagem Matemática 354.1 Fermentação Alcoólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354.2 Torre <strong>de</strong> Resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394.3 Ciclo <strong>de</strong> Absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 414.3.1 Hipóteses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 414.3.2 Gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424.3.3 Con<strong>de</strong>nsador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454.3.4 Evaporador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 464.3.5 Absorvedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 474.3.6 Trocador <strong>de</strong> Calor Intermediário . . . . . . . . . . . 49


4.3.7 Bomba <strong>de</strong> Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . 504.3.8 Válvulas <strong>de</strong> Expansão . . . . . . . . . . . . . . . . 505 Resultados 535.1 Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 535.2 Fermentação alcoólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 635.3 Fermentação alcoólica utilizando resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> nosistema <strong>de</strong> resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 696 Conclusões e Sugestões 81Referências Bibliográficas 85Apêndice A Proprieda<strong>de</strong>s da Solução Aquosa <strong>de</strong> Brometo <strong>de</strong> Lítio 91A.1 Entalpia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91A.2 Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92A.3 Massa Específica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94A.4 Calor Específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94


11 INTRODUÇÃOO interesse mundial em diminuir a <strong>de</strong>pendência dos combustíveis fósseise diversificar a matriz energética para diminuir o aquecimento global, tem<strong>de</strong>spertado o interesse pelos biocombustíveis, em especial o etanol brasileiroproduzido a partir da cana <strong>de</strong> açúcar.A indústria sucroenergética tem se constituído como <strong>um</strong> dos principaissetores produtivos nacionais. A produção brasileira <strong>de</strong> etanol, açúcar eenergia elétrica a partir da cana <strong>de</strong> açúcar se consolida mundialmente <strong>de</strong>vidoa sua alta competivida<strong>de</strong> e eficiência industrial. Atualmente existem 434 usinasem operação no Brasil, contribuindo para <strong>um</strong>a moagem <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar<strong>de</strong> aproximadamente 622,6 milhões <strong>de</strong> toneladas na safra <strong>de</strong> 2009/2010, <strong>um</strong>a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 12,6 % em relação à safra anterior (BRASIL, 2009a), como mostraa Figura 1.Figura 1 – Evolução da moagem brasileira <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar. Fonte: Elaboraçãoprópria baseada em dados do Brasil (2009a)


2A relação entre a energia renovável produzida no setor sucroenergéticobrasileiro e a energia fóssil utilizada durante o processo é <strong>de</strong> 8,9 para o etanol<strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar. O etanol <strong>de</strong> milho produzido em terras norte americanasresulta em <strong>um</strong>a relação na faixa <strong>de</strong> 1,5. O etanol <strong>de</strong> beterraba branca ou trigoproduzido na Alemanha e em alguns países europeus resulta em <strong>um</strong>a relação<strong>de</strong> 2,0. Já o etanol <strong>de</strong> sorgo produzido na África apresenta <strong>um</strong>a relação <strong>de</strong> 4,0.O gran<strong>de</strong> motivo para esta diferença na relação <strong>de</strong> energia é que a indústriasucroenergética brasileira utiliza o bagaço <strong>de</strong> cana para a produção da energianecessária para o ciclo térmico e para a produção <strong>de</strong> etanol, açúcar e energiaelétrica (UNICA, 2007).A indústria sucroenergética nacional apresenta <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong>no seu mix <strong>de</strong> produção, po<strong>de</strong>ndo produzir mais etanol ou mais açúcar<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>manda. Na safra <strong>de</strong> 2008/2009, 61 % da cana <strong>de</strong> açúcarfoi <strong>de</strong>stinada para a produção <strong>de</strong> etanol, enquanto o restante foi utilizado paraa produção <strong>de</strong> açúcar (BRASIL, 2009a).O setor sucroenergético é auto-suficiente em energia elétrica gerada apartir da queima do bagaço e da palha <strong>de</strong> cana. Aproximadamente <strong>um</strong> terçoda energia elétrica gerada é cons<strong>um</strong>ida nos processos industriais e o exce<strong>de</strong>nteé comercializado e distribuído às concessionárias <strong>de</strong> serviços elétricos.Em 2009, a oferta interna <strong>de</strong> energia elétrica proveniente da biomassa (bagaço<strong>de</strong> cana, lenha e outras recuperações) foi <strong>de</strong> 5,4 %, apresentando <strong>um</strong>a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 4,1 TWh em relação à 2008 (EPE, 2010). Segundo as estimativas<strong>de</strong> Brasil (2007), o setor sucroenergético brasileiro po<strong>de</strong>rá produzir cerca<strong>de</strong> 33,5 TWh <strong>de</strong> energia elétrica em 2030, representando 2,9 % da matrizenergética nacional.A evolução da produção brasileira <strong>de</strong> etanol e açúcar é apresentada naFigura 2, mostrando na safra 2009/2010 <strong>um</strong>a produção <strong>de</strong> 26 bilhões <strong>de</strong> litros<strong>de</strong> etanol e 33 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> açúcar (BRASIL, 2009a). Em 2003,com o início da produção e comercialização dos automóveis bicombustíveisno mercado brasileiro, chamados <strong>de</strong> flex-fuel, e <strong>de</strong>vido a boa aceitação peloscons<strong>um</strong>idores, a participação nas vendas <strong>de</strong> automóveis e comerciais levesflex-fuel chegou a 84,0 % em 2009 (ANFAVEA, 2010), gerando então <strong>um</strong>aexpansão na indústria sucroenergética brasileira, consolidando-a economicamentee alcançando indicadores positivos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ambiental. Oetanol passou à condição <strong>de</strong> commodity energética a partir <strong>de</strong> 2004.Com isto, o setor sucroenergético se consolida como <strong>um</strong> dos principaissetores nacionais, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento e o crescimento dopaís.Investimentos em soluções mais mo<strong>de</strong>rnas e tecnológicas propiciamao setor sucroenergético <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento do aproveitamento energético, ocasionando<strong>um</strong>a maior produção industrial e <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da eficiência global do


3Figura 2 – Evolução da produção brasileira <strong>de</strong> etanol e açúcar. Fonte: Elaboraçãoprópria baseada em dados <strong>de</strong> Brasil (2009a)processo. Diversos estudos tecnológicos estão sendo realizados, contribuindoassim para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> setor sucroenergético.No presente trabalho é apresentada <strong>um</strong>a análise do processo <strong>de</strong> resfriamentodas dornas <strong>de</strong> fermentação nas usinas produtoras <strong>de</strong> etanol com <strong>um</strong>anova alternativa <strong>de</strong> resfriamento, baseado em sistemas <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>. Sistemas <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> utilizam <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> energia quente paraproduzir <strong>um</strong>a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração. Po<strong>de</strong>-se obter esta fonte quenteatravés <strong>de</strong> diferentes processos: energia solar, gás (GN ou GLP), energia geotérmicaou calores residuais industriais. O principal e mais importante nicho<strong>de</strong> mercado para estes sistemas é o reaproveitamento <strong>de</strong> calores residuais naindústria.O Algoritmo <strong>de</strong> simulação foi <strong>de</strong>senvolvido utilizando as rotinas dosoftware MATLAB R R2008a, com <strong>um</strong>a subrotina <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> equaçõesnão lineares utilizando o método <strong>de</strong> Levenberg-Marquardt e outra subrotinapara a solução <strong>de</strong> equações diferenciais utilizando o método <strong>de</strong> Dormand-Prince e Runge-Kutta.O presente trabalho é estruturado como segue.No Capítulo 2 são apresentados os conceitos fundamentais do processofermentativo e do sistema <strong>de</strong> refrigeração. São <strong>de</strong>scritos os conceitosbásicos da fermentação alcoólica e do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>,bem como os fundamentos <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> resfriamento. As fontes quentes <strong>de</strong>


4energia disponíveis no setor sucroenergético são analisadas neste capítulo.Uma revisão bibliográfica do processo <strong>de</strong> fermentação alcoólica e dociclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> é apresentada no Capítulo 3. Além disso,no capítulo é apresentada <strong>um</strong>a revisão <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> resfriamento do processofermentativo.No Capítulo 4 é apresentada a mo<strong>de</strong>lagem matemática utilizada nasimulação <strong>de</strong> resfriamento do processo fermentativo. Os mo<strong>de</strong>los termodinâmicose cinéticos da refrigeração por <strong>absorção</strong> e da fermentação alcoólica são<strong>de</strong>talhados.Os resultados das simulações da refrigeração do processo fermentativosão apresentados no Capítulo 5. A análise e os resultados da simulação dafermentação alcoólica e da refrigeração por <strong>absorção</strong> são apresentados nocapítulo.Finalmente, no Capítulo 6 são apresentadas as conclusões do trabalho.As proprieda<strong>de</strong>s termo<strong>dinâmica</strong>s da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>são apresentadas no Apêndice A.


52 DESCRIÇÃO DO PROCESSO2.1 INDÚSTRIA SUCROENERGÉTICAO fluxograma <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol, açúcar e energia elétrica é apresentadona Figura 3. O processo industrial se inicia com a recepção da cana<strong>de</strong> açúcar, on<strong>de</strong> os processos <strong>de</strong> lavagem e preparo da cana <strong>de</strong> açucar são efetuados.Em seguida, o caldo é extraído através da moagem da cana <strong>de</strong> açúcar,tendo o bagaço <strong>de</strong> cana como subproduto. O bagaço <strong>de</strong> cana segue para acal<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> alta pressão é gerado e é utilizado para a geração <strong>de</strong>energia elétrica em turbinas a vapor e geradores.O caldo é tratado através <strong>de</strong> diversos processos visando a eliminação<strong>de</strong> impurezas. Parte do caldo segue para a produção <strong>de</strong> açúcar e o restantepara a produção <strong>de</strong> etanol. Para o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> açúcar, o caldotratado é previamente concentrado pelo processo <strong>de</strong> evaporação, utilizandoevaporadores <strong>de</strong> múltiplos efeitos, obtendo-se então os vapores vegetais e<strong>um</strong>a solução <strong>de</strong>nominada xarope.O xarope segue para o processo <strong>de</strong> cozimento obtendo <strong>um</strong>a soluçãosupersaturada, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> massa cozida, na qual a sacarose começa acristalizar. Nos cristalizadores, a cristalização da sacarose é finalizada através<strong>de</strong> seu resfriamento e agitação. Após o processo <strong>de</strong> secagem, o açúcarobtido é então envasado e comercializado. O melaço obtido como subprodutodo processo <strong>de</strong> cristalização é também utilizado como matéria primapara o processo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> etanol.Para a produção <strong>de</strong> etanol, o caldo segue para o preparo do mosto,on<strong>de</strong> a concentração <strong>de</strong> açúcar i<strong>de</strong>al para o processo fermentativo é atingida.O mosto é enviado à fermentação, que é <strong>um</strong> processo bioquímico exotérmico,on<strong>de</strong> ocorre a produção <strong>de</strong> etanol a partir da sacarose contida no caldo ou melaço,através <strong>de</strong> <strong>um</strong>a sequência <strong>de</strong> reações catalizadas por enzimas produzidaspelas leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae. O caldo fermentado obtidoao final da fermentação é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> vinho.O modo <strong>de</strong> operação do processo fermentativo mais utilizado nas indústriassucroenergéticas brasileiras é o sistema <strong>de</strong> batelada alimentada Melle-


6Cana <strong>de</strong> AçúcarRecepçãoCana <strong>de</strong> AçúcarTratamentodo CaldoCaldoMoagemBagaçoCal<strong>de</strong>iraCaldo TratadoVapor <strong>de</strong> ÁguaPreparodo MostoEvaporaçãoTurbogeradorMostoXaropeSistema <strong>de</strong>ResfriamentoFermentaçãoCozimentoEnergia ElétricaLeveduraVinhoMelaçoMassa CozidaTratamentoQuímicoCentrifugaçãoCristalizaçãoVinho DeleveduradoVinhaçaDestilaçãoSecagemÁlcool Hidratado e AnidroAçúcarFigura 3 – Fluxograma do processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol, açúcar e energia elétrica


7Boinot, caracterizado pela contínua alimentação <strong>de</strong> mosto até o completo enchimentoda dorna e pela recuperação da levedura através da centrifugaçãodo vinho. A dorna <strong>de</strong> fermentação é alimentada com mosto por <strong>um</strong> período<strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z horas e o calor liberado durante o processo é removido através<strong>de</strong> <strong>um</strong> trocador <strong>de</strong> calor tipo placas, que é resfriado através <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong>refrigeração, conforme apresentado na Figura 4.Figura 4 – Módulo fermentativo da produção <strong>de</strong> etanolO vinho obtido ao final da fermentação é então centrifugado e a leveduraé recuperada, tratada através <strong>de</strong> <strong>um</strong> tratamento ácido e reutilizada em<strong>um</strong>a nova batelada alimentada. O vinho <strong>de</strong>levedurado segue para o processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação para a recuperação do etanol, tendo a vinhaça como resíduo queé utilizado na fertirrigação da lavoura <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar.Embora o processo fermentativo seja complexo, a reação da fermentaçãoem condições anaeróbicas po<strong>de</strong> ser representada pela Equação 2.1,cuja estequiometria mostra que a partir <strong>de</strong> 1 kg <strong>de</strong> glicose são produzidos0,5114 kg <strong>de</strong> etanol. Cerca <strong>de</strong> 49 % em massa <strong>de</strong> glicose é convertida em dióxido<strong>de</strong> carbono. Portanto, o fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> açúcar em etanol baseadona reação teórica é <strong>de</strong> 51,14 %. Calor é liberado na proporção <strong>de</strong> 697,7 kJpor quilograma <strong>de</strong> glicose cons<strong>um</strong>ida (ALBERS et al., 2002), conforme a reaçãoa seguir.C 6 H 12 O 6 → 2 C 2 H 5 OH + 2 CO 2 + calor1 kg 0,5114 kg 0,4886 kg 697,7 kJ(2.1)


8A levedura é <strong>um</strong> microorganismo termolábel e seu <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>da temperatura. Estudos <strong>de</strong>monstram que a temperatura i<strong>de</strong>al da fermentaçãopara <strong>um</strong>a alta produtivida<strong>de</strong> e viabilida<strong>de</strong> celular se encontra nafaixa <strong>de</strong> 30 a 33 ◦ C (PHISALAPHONG; SRIRATTANA; TANTHAPANICHAKOON,2006). Na Figura 5, é apresentado o perfil da velocida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> crescimentocelular em relação à temperatura. Um pequeno <strong>de</strong>svio na temperaturaafeta o <strong>de</strong>sempenho da levedura e o comportamento cinético da fermentação,ocasionando mudanças na produtivida<strong>de</strong> e no rendimento em etanol. Sánchezet al. (2004) encontraram <strong>um</strong>a temperatura i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> aproximadamente32,5 ◦ C para a produção <strong>de</strong> etanol utilizando a levedura do gênero Pachysolentannophilus. O risco da contaminação bacteriana e da interrupção doprocesso fermentativo é muito elevado para temperaturas acima da faixa <strong>de</strong>33 − 35 ◦ C, <strong>um</strong>a vez que as membranas celulares das leveduras tornam-semenos seletivas, liberando substratos mais a<strong>de</strong>quados às bactérias.Figura 5 – Influência da temperatura T na velocida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> crescimento µm(SÁNCHEZ et al., 2004)As indústrias sucroenergéticas brasileiras têm tradicionalmente utilizadotorres <strong>de</strong> resfriamento para resfriar o meio fermentativo. A temperaturaem <strong>um</strong>a dorna <strong>de</strong> fermentação típica para a produção <strong>de</strong> etanol varia <strong>de</strong> 33,5a 35 ◦ C, <strong>de</strong>vido às flutuações na temperatura <strong>de</strong>corrente da torre <strong>de</strong> resfriamento,cujo funcionamento está sujeito às condições climáticas (RIVERA et al.,2006; MAGAZONI et al., 2010). Na maioria das indústrias que apresentam <strong>um</strong>sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong>ficiente, a temperatura da fermentação po<strong>de</strong> che-


9gar a 40 ◦ C. Em muitos casos, estas torres formam <strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> central<strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> fluidos provenientes <strong>de</strong> diversos equipamentos. No setorsucroenergético, as torres <strong>de</strong> resfriamento são usualmente utilizadas para resfriaro processo fermentativo e as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia(turbina, redutor e gerador).Torres <strong>de</strong> resfriamento são equipamentos utilizados para remoção <strong>de</strong>calor <strong>de</strong> <strong>um</strong> processo industrial, rejeitando calor para o ambiente pelo contatodireto do ar com a água, on<strong>de</strong> ocorre <strong>um</strong> processo combinado <strong>de</strong> troca <strong>de</strong>calor e massa (STOECKER; JONES, 1985). O processo <strong>de</strong> resfriamento acontece<strong>de</strong>vido à transferência <strong>de</strong> calor latente da vaporização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pequena parte<strong>de</strong> água e da transferência <strong>de</strong> calor sensível <strong>de</strong>vido à diferença <strong>de</strong> temperaturaentre a água e o ar (a<strong>um</strong>ento da temperatura do ar).A Figura 6 apresenta a variação diária e mensal da temperatura <strong>de</strong>bulbo seco para a região <strong>de</strong> Ribeirão Preto, São Paulo. Observa-se a gran<strong>de</strong>variação da temperatura atmosférica, o que ocasiona mudanças no valor datemperatura da água.A fim <strong>de</strong> minimizar os efeitos <strong>de</strong> oscilações da temperatura da águada torre <strong>de</strong> resfriamento e garantir <strong>um</strong>a menor temperatura no processo fermentativo,<strong>um</strong>a nova alternativa <strong>de</strong> resfriamento é proposta. Sistemas <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> utilizam fontes quentes para gerar <strong>um</strong>a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> refrigeração suficiente para diminuir a temperatura do meio fermentativoe consequentemente a<strong>um</strong>entar a eficiência do processo industrial.A geração e distribuição <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> <strong>um</strong>a usina sucroenergética padrãoé apresentada na Subseção 2.1.1. Os calores residuais disponíveis na indústriasucroenergética são discutidos na Subseção 2.1.2. Eles po<strong>de</strong>m ser utilizadoscomo fonte quente nos resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>. Na Seção 2.2 é apresentadaa teoria básica <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito.2.1.1 GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE VAPORO fluxograma <strong>de</strong> geração e distribuição <strong>de</strong> vapores <strong>de</strong> processo em<strong>um</strong>a indústria sucroenergética padrão é apresentado na Figura 7. O bagaço <strong>de</strong>cana, subproduto da moagem da cana <strong>de</strong> açúcar, segue para a cal<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong>vapor <strong>de</strong> alta pressão é gerado e utilizado para a geração <strong>de</strong> energia elétricaem turbinas a vapor e geradores e para o acionamento mecânico em turbinasa vapor <strong>de</strong> moendas, bombas <strong>de</strong> água, exaustores e outros. O vapor <strong>de</strong> escapedas turbinas a vapor é utilizado como fonte básica <strong>de</strong> energia ao longo doprocesso <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> açúcar e etanol, como a <strong>de</strong>stilação, <strong>de</strong>saeração eevaporação.O caldo proveniente do processo <strong>de</strong> tratamento é previamente concentradopelo processo <strong>de</strong> evaporação, utilizando evaporadores <strong>de</strong> múltiplos


10(a) Variação diária da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco(b) Variação típica mensal da temperatura <strong>de</strong> bulbo secoFigura 6 – Dados meteorológicos da região <strong>de</strong> Ribeirão Preto, SP, no mês <strong>de</strong> novembro/2010.Fonte: Elaboração própria baseada em dados <strong>de</strong> Brasil (2010)


11Cal<strong>de</strong>iraVapor <strong>de</strong>Alta PressãoTurbina a VaporVapor <strong>de</strong> EscapeDesaeradorPré-evaporador1 ◦ EfeitoDestilariaVapor VegetalV1Refinaria<strong>de</strong> AçúcarDestilariaPré-evaporador2 ◦ EfeitoAquecimento<strong>de</strong> CaldoVapor VegetalV2Aquecimentodo CaldoPré-evaporador3 ◦ EfeitoFábrica <strong>de</strong>Açúcar Massa AVapor VegetalV3Aquecimentodo CaldoPré-evaporador4 ◦ EfeitoFábrica <strong>de</strong>Açúcar Massa BVapor VegetalV4Pré-evaporador5 ◦ EfeitoVapor VegetalV5Figura 7 – Fluxograma <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> vapores <strong>de</strong> processo da indústria sucroenergética


12efeitos, obtendo-se então os vapores vegetais e <strong>um</strong>a solução chamada <strong>de</strong> xarope.O vapor vegetal V1, proveniente do pré-evaporador <strong>de</strong> primeiro efeito,é utilizado no pré-evaporador <strong>de</strong> segundo efeito, no aquecimento <strong>de</strong> caldo, narefinaria <strong>de</strong> açúcar e na coluna <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação para a obtenção <strong>de</strong> etanol. Nopré-evaporador <strong>de</strong> segundo efeito há novamente evaporação <strong>de</strong> água e o seuvapor é utilizado nos processos subsequentes <strong>de</strong> concentração do caldo. Osvapores vegetais são utilizados em diversos processos da produção <strong>de</strong> açúcare etanol como aquecimento do caldo, <strong>de</strong>stilação, <strong>de</strong>saeração e outros.2.1.2 DISPONIBILIDADE DE FONTES QUENTES DE ENERGIAAs fontes quentes <strong>de</strong> energia residuais do setor sucroenergético, taiscomo a água con<strong>de</strong>nsada contaminada, a vinhaça e o vapor <strong>de</strong> flash, são originárias<strong>de</strong> diversos processos industriais. Estas fontes <strong>de</strong> energia são discutidasnas subseções a seguir.2.1.2.1 ÁGUA CONDENSADA CONTAMINADADurante o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> açúcar e etanol, o caldo tratado épreviamente concentrado pelo processo <strong>de</strong> evaporação utilizando evaporadores<strong>de</strong> múltiplos efeitos. O vapor <strong>de</strong> escape das turbinas a vapor utilizado paraconcentrar o caldo é con<strong>de</strong>nsado durante o processo <strong>de</strong> evaporação, sendoposteriormente chamado <strong>de</strong> água con<strong>de</strong>nsada contaminada.Atualmente, a água con<strong>de</strong>nsada contaminada é utilizada em diversosprocessos industriais: alimentação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras após <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> tratamento,embebição do bagaço no processo <strong>de</strong> moagem, lavagem da torta dofiltro, lavagem das centrífugas, diluição <strong>de</strong> compostos da fábrica <strong>de</strong> açúcar eoutros. A temperatura típica <strong>de</strong>sta água é <strong>de</strong> 96 ◦ C e a vazão mássica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>das condições operacionais da usina <strong>de</strong> açúcar e álcool.Portanto, apesar <strong>de</strong> a água con<strong>de</strong>nsada contaminada ser utilizada emoutros processos industriais, ela po<strong>de</strong> ser reaproveitada como fonte quentenos resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.2.1.2.2 VINHAÇAOutra fonte quente disponível na indústria sucroenergética é a vinhaça,subproduto do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação. A temperatura usual da vinhaça é <strong>de</strong>80 ◦ C e sua vazão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> etanol que a indústria sucroenergéticaproduz e o teor alcoólico do vinho. Segundo Camargo et al. (1990),a produção específica <strong>de</strong> vinhaça está na faixa <strong>de</strong> 12 a 14 m 3 <strong>de</strong> vinhaça paracada metro cúbico <strong>de</strong> etanol produzido.


13Atualmente, a vinhaça é utilizada na fertirrigação da lavoura <strong>de</strong> cana<strong>de</strong> açúcar. Fertirrigação é <strong>um</strong> processo conjunto <strong>de</strong> irrigação e adubação,utilizando a própria água <strong>de</strong> irrigação para conduzir e distribuir o adubo nalavoura.Processos mais mo<strong>de</strong>rnos como a concentração <strong>de</strong> vinhaça através <strong>de</strong>evaporadores <strong>de</strong> múltiplo efeito tipo falling film estão sendo utilizados pelosetor sucroenergético. Os concentradores utilizam vapor do processo <strong>de</strong> evaporaçãopara concentrar e diminuir o vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> vinhaça, sendo em seguidaenviada para as lavouras <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar. A concentração da vinhaça visaessencialmente viabilizar a fertirrigação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> cana mais afastadasda usina, evitando <strong>um</strong> gasto maior com o transporte da vinhaça.A vinhaça também po<strong>de</strong> ser utilizada no processo <strong>de</strong> biodigestão anaeróbica.Este processo propicia <strong>um</strong>a diminuição da carga <strong>de</strong> matéria orgânicada vinhaça com a utilização <strong>de</strong> reatores anaeróbicos, gerando biogás e vinhaçabiodigerida com reduzida carga orgânica. Mais que <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong>tratamento da vinhaça, a biodigestão anaeróbica é <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> obtenção<strong>de</strong> energia com a utilização do biogás, que é rico em metano (BRASIL, 2009b).A produtivida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> biodigestão é profundamente afetadapela temperatura do sistema, sendo que temperaturas elevadas aceleram asreações microbiológicas e diminuem o tempo <strong>de</strong> retenção hidráulica da vinhaça(CORTEZ; FREIRE; ROSILLO-CALLE, 1996; GRANATO, 2003). Assim, atemperatura da vinhaça no início do processo <strong>de</strong> biodigestão precisa ser alta.Portanto, a vinhaça está sendo utilizada em outros processos industriais,o que inviabiliza o reaproveitamento <strong>de</strong> sua energia residual.2.1.2.3 VAPOR DE FLASHO vapor <strong>de</strong> flash é outra fonte quente disponível na indústria sucroenergética.Este vapor é gerado no balão <strong>de</strong> flash durante o tratamento docaldo proveniente do processo <strong>de</strong> moagem, on<strong>de</strong> há a remoção <strong>de</strong> gases nãocon<strong>de</strong>nsáveis que prejudicam o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação.A vazão <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> flash po<strong>de</strong> ser calculada utilizando as equações<strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa e energia e sua temperatura típica no setor sucroenergéticoé <strong>de</strong> 100 ◦ C. Consi<strong>de</strong>rando que o caldo tenha <strong>um</strong>a temperatura <strong>de</strong>105 ◦ C, a porcentagem <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> flash evaporado é <strong>de</strong> 0,94 %.O vapor <strong>de</strong> flash é saturado e qualquer perda <strong>de</strong> calor po<strong>de</strong> ocasionara sua con<strong>de</strong>nsação. Portanto, o reaproveitamento <strong>de</strong> sua energia residual<strong>de</strong>ve ser realizada em trocadores <strong>de</strong> calor localizados próximos ao balão <strong>de</strong>flash. Apesar da vazão ser muito pequena, o vapor <strong>de</strong> flash po<strong>de</strong> ser utilizadocomo fonte <strong>de</strong> calor complementar no sistema <strong>de</strong> resfriamento do processofermentativo com a utilização <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.


142.2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃOO ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> se assemelha ao ciclo <strong>de</strong> refrigeraçãopor compressão mecânica. Ao invés da utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong> compressormecânico, os sistemas <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> utilizam <strong>um</strong> compressor termoquímico,formado por dois gran<strong>de</strong>s componentes (gerador e absorvedor). Na Figura 8,estão ilustrados os dois ciclos <strong>de</strong> refrigeração. Enquanto que o sistema <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> utiliza <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> calor para o seu funcionamento,o sistema tradicional <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong> vapor necessita <strong>de</strong> energia elétrica.Figura 8 – Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por compressão mecânica e ciclo <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>2.2.1 PRINCÍPIO FÍSICOBasicamente, o princípio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>com ciclo intermitente está baseado na diferença das condições <strong>de</strong> equilíbrioentre a fase líquida da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e a fase gasosada substância refrigerante (água). A substância absorvente precisa ser menosvolátil que o refrigerante para que <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>possa operar.Na Figura 9, é ilustrada <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>em ciclo intermitente. O recipiente 1 contém <strong>um</strong>a solução <strong>de</strong> refrigerante(R) e absorvente (A) e o recipiente 2 está cheio com refrigerante puro. Umahipótese adotada é consi<strong>de</strong>rar que a concentração <strong>de</strong> absorvente no recipiente1 é quase constante (por exemplo 50 % <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>). Quando a válvulaentre os recipientes é fechada, eles estão na mesma temperatura ambiente(30 ◦ C) e a pressão no recipiente 2 (4,25 kPa) é maior do que no recipiente


151 (1,18 kPa), ou seja, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> refrigerante do recipiente 2 émaior do que no recipiente 1.Figura 9 – Máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> em ciclo intermitenteQuando a válvula é aberta, o vapor <strong>de</strong> refrigerante vai do recipiente 2para o 1, <strong>de</strong>vido à diferença <strong>de</strong> pressão (3,07 kPa). O vapor é absorvido norecipiente 1 pela solução <strong>de</strong> refrigerante e absorvente. Devido ao calor liberadodurante o processo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>, a temperatura do recipiente 1 a<strong>um</strong>enta.O processo inverso acontece no recipiente 2, cuja temperatura diminui, <strong>de</strong>vidoao calor <strong>de</strong> evaporação. Finalmente, a pressão <strong>de</strong> vapor se iguala nosdois recipientes. Este processo é chamado <strong>de</strong> refrigeração.Para continuar o processo é necessário levar o sistema à condição inicial.A válvula é novamente fechada e os fluidos dos recipientes 1 e 2 retornamà temperatura ambiente (30 ◦ C). Abrindo a válvula e introduzindo calorno recipiente 1, <strong>um</strong>a nova pressão <strong>de</strong> equilíbrio irá ser alcançada. A pressão<strong>de</strong> vapor no recipiente 1 exce<strong>de</strong>rá a pressão <strong>de</strong> equilíbrio no recipiente 2 e<strong>um</strong> fluxo <strong>de</strong> água acontecerá do recipiente 1 para o 2. Se a temperatura dorecipiente 1 permanecer constante, o vapor <strong>de</strong> água proveniente do recipiente2 con<strong>de</strong>nsará e calor será liberado durante o processo (exotérmico). Logo,é necessário retirar o calor <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação do recipiente 1. Este processo échamado <strong>de</strong> regeneração.O ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> intermitente, explicado anteriormente,po<strong>de</strong> ser utilizado em sistemas <strong>de</strong> energia solar, nos quais dois reservatóriosestão conectados como na Figura 9. Durante o dia, calor é fornecido aosistema, quando acontece o processo <strong>de</strong> regeneração. Enquanto que durantea noite, o processo <strong>de</strong> refrigeração predomina no sistema.Para Herold, Ra<strong>de</strong>rmacher e Klein (1996) o ciclo <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong> intermitente po<strong>de</strong> ser utilizado para a armazenagem <strong>de</strong> energia atravésda diferença <strong>de</strong> potencial químico entre as soluções dos dois recipientes.Este é o princípio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina com ciclo <strong>de</strong> refrigeração por ab-


16sorção intermitente, on<strong>de</strong> existem dois processos distintos: refrigeração e regeneração.O ciclo discutido acima é <strong>de</strong> construção simples e barata, porémnão é aplicado em situações que requerem refrigeração contínua.2.2.2 DESCRIÇÃO DO CICLOO ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> estudado neste trabalho é representadona Figura 10. O equipamento é <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simplesefeito tendo como fluido <strong>de</strong> trabalho <strong>um</strong>a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.Ele é composto por cinco trocadores <strong>de</strong> calor: gerador, absorvedor, evaporador,con<strong>de</strong>nsador e trocador <strong>de</strong> calor intermediário, além <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bomba <strong>de</strong>solução e <strong>de</strong> duas válvulas <strong>de</strong> expansão.Figura 10 – Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeitoO resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> proposto opera em dois níveis <strong>de</strong> pressão.O con<strong>de</strong>nsador e o gerador operam em alta pressão, que é <strong>de</strong>terminada pelatemperatura <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação, enquanto que o evaporador e o absorvedor operamem baixa pressão, que é <strong>de</strong>terminada pela temperatura <strong>de</strong> evaporação.Consi<strong>de</strong>rando que existe somente água no con<strong>de</strong>nsador e no evaporador, atemperatura <strong>de</strong> operação <strong>de</strong>stes componentes <strong>de</strong>finem as pressões, por conseguinteas pressões típicas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong><strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> são menores do que a pressão atmosférica (vácuo).No gerador, a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> diluída (ponto 3) éconcentrada através do uso <strong>de</strong> <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> calor. Quando a solução entrano gerador (ponto 3), ela é chamada <strong>de</strong> solução fraca <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.


Com a introdução <strong>de</strong> calor no gerador (ponto 11), parte do refrigerante, água,evapora, tornando a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> mais concentrada.Esta solução é chamada <strong>de</strong> solução forte <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (ponto 4).No con<strong>de</strong>nsador, o vapor <strong>de</strong> refrigerante proveniente do gerador (ponto7) con<strong>de</strong>nsa e rejeita calor para a água proveniente <strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento(ponto 15). Depois do con<strong>de</strong>nsador, o líquido con<strong>de</strong>nsado (ponto 8) éexpandido na válvula <strong>de</strong> expansão e a sua temperatura diminui. Após a válvula<strong>de</strong> expansão, o fluido evapora no evaporador, on<strong>de</strong> calor é retirado dofluido a ser resfriado pela máquina, gerando o fluido frio <strong>de</strong> interesse no sistema<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>. As máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>reais <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água não utilizam válvulas <strong>de</strong> expansão. A própriaperda <strong>de</strong> carga da tubulação já gera a queda <strong>de</strong> pressão suficiente para que ociclo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> opere.Após a evaporação do refrigerante, o vapor <strong>de</strong>ixa o evaporador (ponto10) e é absorvida no absorvedor pela solução forte <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água,sendo que esta solução tem a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver vapor <strong>de</strong> água a <strong>um</strong>a baixatemperatura e alta concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>lítio</strong>, ponto 13 (a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>refrigerante que po<strong>de</strong> ser absorvida pela solução é inversamente proporcionalà temperatura da água). A fenômeno <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> água pela solução aquosa<strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é <strong>um</strong> processo exotérmico e requer <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> água fria(usualmente água proveniente <strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento) para manter atemperatura do absorvedor a mais baixa possível.Uma bomba é utilizada para elevar a pressão da solução fraca (ponto1), retornando-a através <strong>de</strong> <strong>um</strong> trocador <strong>de</strong> calor intermediário (ponto 3) parao gerador. O trocador <strong>de</strong> calor intermediário é <strong>um</strong> trocador contracorrente,cujo principal objetivo é a<strong>um</strong>entar o <strong>de</strong>sempenho do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>. Ressalta-se que a bomba <strong>de</strong> solução utilizada nos resfriadores <strong>de</strong><strong>absorção</strong> utiliza menos energia elétrica que os compressores dos sistemas <strong>de</strong>refrigeração mecânica.O processo <strong>de</strong> compressão dos sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>ocorre quando a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> absorve vapor <strong>de</strong> águaproveniente do evaporador, tornando-se <strong>um</strong>a solução líquida e reduzindo assimo vol<strong>um</strong>e específico. Essa característica é observada na Tabela 1, na qualo vol<strong>um</strong>e específico da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (pontos 1 e 6) émenor em comparação ao vol<strong>um</strong>e específico do vapor <strong>de</strong> água (ponto 10).A temperatura da torre <strong>de</strong> resfriamento (pontos 13 e 15 da Figura 10)é susceptível às variações sazonais, principalmente no período <strong>de</strong> baixa <strong>um</strong>ida<strong>de</strong>relativa do ar, on<strong>de</strong> a temperatura <strong>de</strong> bulbo seco é muito maior que a <strong>de</strong>bulbo úmido. Nessa situação a temperatura <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação sofre alteraçõesao trocar calor com a água proveniente das torres <strong>de</strong> resfriamento, afetando o<strong>de</strong>sempenho do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.17


18Tabela 1 – Vol<strong>um</strong>e específico dos fluidos antes e <strong>de</strong>pois do processo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>PontoFluidoT P ξ v◦ C kPa % LiBr m 3 kg −11 LiBr/Água 33,47 0,685 55,58 6,16 · 10 −46 LiBr/Água 44,47 0,685 59,88 5,88 · 10 −410 Água 1,58 0,685 0 1852.2.3 ANÁLISE DO CICLO DE ABSORÇÃO2.2.3.1 COEFICIENTE DE PERFORMANCEO coeficiente <strong>de</strong> performance (COP) <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das proprieda<strong>de</strong>s químicas e termo<strong>dinâmica</strong>s dofluido <strong>de</strong> trabalho.O COP das máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> é menor que o COP<strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> refrigeração por compressão mecânica (Tabela 2). No entantoo baixo valor do COP do sistema <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> em relação ao do refrigeraçãopor compressão mecânica não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>um</strong> fator negativo,pois os coeficientes <strong>de</strong> performance são <strong>de</strong>finidos diferentemente. O COPdo ciclo <strong>de</strong> compressão mecânica é a relação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeraçãopelo trabalho do compressor utilizado para operar o ciclo. Como a energia naforma <strong>de</strong> trabalho é mais eficientemente convertida do que a energia na forma<strong>de</strong> calor, o COP do ciclo <strong>de</strong> compressão é normalmente superior.Tabela 2 – Coeficientes <strong>de</strong> performance médios para diferentes sistemas <strong>de</strong> refrigeração(HEROLD; RADERMACHER; KLEIN, 1996; ASHRAE, 2001; RADERMACHER, 2008)Refrigeração Fluido COPAbsorção <strong>de</strong> simples efeito LiBr/Água 0,7Absorção <strong>de</strong> simples efeito Amônia/Água 0,6Absorção <strong>de</strong> duplo efeito LiBr/Água 1,2Absorção <strong>de</strong> duplo efeito Amônia/Água 0,8Compressão mecânica R134a 3,8Compressão mecânica R410A 5,3No cálculo <strong>de</strong> <strong>um</strong> COP realístico <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> compressão mecânica,o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> energia primária <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado. Como esta energiaé geralmente oriunda <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a central térmica, cuja eficiência é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>40%, o COP global dos resfriadores <strong>de</strong> compressão mecânica po<strong>de</strong> se equivalerao COP dos sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>. A viabilida<strong>de</strong> técnica eeconômica <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> está intimamente ligada


19à fonte quente <strong>de</strong> calor que alimenta o gerador da máquina. Sistemas queaproveitam fontes quentes residuais em processos industriais são mais economicamenteviáveis e sustentáveis que os sistemas que utilizam fontes quentesoriundas da queima <strong>de</strong> alg<strong>um</strong> combustível.Durante o estudo <strong>de</strong> máquinas térmicas <strong>de</strong> refrigeração é importanteanalisá-las sob a ótica do ciclo <strong>de</strong> Carnot <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bomba <strong>de</strong> calor para se<strong>de</strong>terminar o maior COP do ciclo operando entre diferentes temperaturas.Na Figura 11, são mostrados os fluxos <strong>de</strong> calor e trabalho do sistema<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>. No sistema foram consi<strong>de</strong>rados três temperaturas,a saber: temperatura da água fria a ser resfriada pelo resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> (T e ) - fonte fria, temperatura da fonte quente (T g ) e temperatura datorre <strong>de</strong> resfriamento (T ac ). Calores, como o calor da fonte quente (Q g ) eo calor <strong>de</strong> evaporação (Q e ), são introduzidos no sistema, juntamente com aenergia mecânica da bomba (W ). O calor da torre <strong>de</strong> resfriamento (Q ac ) éutilizado para retirar calor do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.Figura 11 – Fluxos <strong>de</strong> calor e trabalho do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>A Primeira e a Segunda Lei da Termo<strong>dinâmica</strong>, expressas pelas Equações2.2 e 2.3 respectivamente, são utilizadas para <strong>de</strong>terminar a expressão docoeficiente <strong>de</strong> performance para o ciclo <strong>de</strong> Carnot, on<strong>de</strong> as temperaturas sãoexpressas em kelvin. Não se consi<strong>de</strong>ra o trabalho da bomba <strong>de</strong> solução Ẇpelo fato <strong>de</strong> o mesmo ser relativamente pequeno.˙Q e + ˙Q g − ˙Q ac = 0 (2.2)∆s total = − ˙Q eT e− ˙Q gT g+ ˙Q acT ac= 0 (2.3)Para <strong>um</strong> ciclo do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>, utilizam-se asEquações 2.2 e 2.3 para obter o coeficiente <strong>de</strong> performance <strong>de</strong> Carnot, como


20segue,COP ca =COP =˙Q e˙Q g(2.4)( ) ( )Te Tg − T ac= COP ca;m η ca;mT ac − T e T g(2.5)Um ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> po<strong>de</strong> ser tratado com <strong>um</strong>a combinação<strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina térmica <strong>de</strong> Carnot (η ca;m ) e <strong>um</strong> refrigerador <strong>de</strong> Carnot(COP ca;m ). A Figura 12 mostra que o trabalho W gerado na máquinatérmica <strong>de</strong> Carnot (Mt) é utilizado para mover o refrigerador <strong>de</strong> Carnot (R).Figura 12 – Combinação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina térmica <strong>de</strong> Carnot e <strong>um</strong> refrigerador <strong>de</strong>CarnotPara a<strong>um</strong>entar o COP <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>,<strong>de</strong>ve-se a<strong>um</strong>entar a temperatura do evaporador ou a temperatura do gerador,ou em outro sentido, reduzir a temperatura do absorvedor e con<strong>de</strong>nsador.2.2.3.2 CRISTALIZAÇÃOUm dos gran<strong>de</strong>s problemas operacionais das máquinas <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> que utilizam a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> como fluido<strong>de</strong> trabalho é a cristalização, que causa a redução do COP do sistema. Cristalizaçãoé <strong>um</strong> fenômeno que ocorre quando a fração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong><strong>lítio</strong> exce<strong>de</strong> a solubilida<strong>de</strong> limite da solução.No ciclo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito é mais usual ocorrer cristalizaçãoapós a válvula <strong>de</strong> expansão da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (ponto6 da Figura 10), <strong>de</strong>vido a alta concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e a baixa temperatura.O ponto 6 é <strong>um</strong>a mistura <strong>de</strong> solução líquida <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> eágua com vapor <strong>de</strong> água. Sabe-se que a temperatura <strong>de</strong> saturação da água émenor que a temperatura <strong>de</strong> saturação da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.


21Por conseguinte, somente água evapora na válvula <strong>de</strong> expansão, resultandoem <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento adicional da concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> no ponto 6.A Figura 13 ilustra as curvas da temperatura <strong>de</strong> saturação da soluçãoaquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e da água. Nota-se que para qualquer pressão<strong>de</strong> operação do ciclo <strong>de</strong> refrigeração, a temperatura <strong>de</strong> saturação da água ésempre menor que a temperatura <strong>de</strong> saturação da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.Figura 13 – Temperatura <strong>de</strong> saturação para a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (ξ =55%) e da águaNa Figura 14, são apresentados os pontos do ciclo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no Diagrama<strong>de</strong> Dühring e a proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes pontos da curva <strong>de</strong> cristalização.O Diagrama <strong>de</strong> Dühring mostra a relação entre a pressão da solução aquosa<strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> com a temperatura e a concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.Os pontos <strong>de</strong> estado saturado são plotados com a pressão e a temperatura, eos pontos <strong>de</strong> estado subresfriado são plotados com a temperatura e a concentraçãomássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.A cristalização <strong>de</strong>ve ser evitada, porque ela po<strong>de</strong> bloquear o fluxo<strong>de</strong> líquido nos tubos e interromper o funcionamento do equipamento. Seisto ocorrer, a temperatura da solução estará abaixo <strong>de</strong> sua temperatura noponto <strong>de</strong> saturação, precipitando os cristais <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e interrompendoo funcionamento da máquina. A Figura 15 apresenta o diagrama <strong>de</strong>fase pressão-temperatura da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>. Nos pontosabaixo da curva ocorre o fenômeno da cristalização.


22Figura 14 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simplesefeitoFigura 15 – Diagrama <strong>de</strong> fase para a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>


23As Equações 2.6 e 2.7, <strong>de</strong>senvolvidas por Pátek e Klomfar (2006),<strong>de</strong>screvem a curva <strong>de</strong> cristalização. Na Tabela 3, estão apresentados os coeficientes<strong>de</strong>stas equações.( ) T − TLx = x L + (x R − x L )T R − T L( ) ( )T − TL TR − T+b 1T t T t( ) 3 ( )T − TL TR − T+b 2 (2.6)T t T t[]x Mw LiBrξ = 100(2.7)(1 − x) Mw H2O + x Mw LiBron<strong>de</strong> Mw LiBr é a massa molecular do <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> (86,8450 kg kmol −1 ),Mw H2O é a massa molecular da água (18,0157 kg kmol −1 ) e a temperaturaT é expressa em kelvin.Tabela 3 – Coeficientes da Equação 2.6 para o cálculo da curva <strong>de</strong> cristalização paradiferentes intervalos <strong>de</strong> temperaturaCoeficientesIntervalos <strong>de</strong> Temperatura ( ◦ C )-50,75 a 3,95 3,95 a 49,05 49,05 a 156,00T L ( K ) 222,4 277,1 322,2T R ( K ) 277,1 322,2 429,15x L ( – ) 0,1604 0,2213 0,2869x R ( – ) 0,2213 0,2869 0,4613b 1 ( – ) -0,717618 -1,06305 -0,925082b 2 ( – ) -10,2551 -19,0921 -7,22341T t ( K ) 273,16 273,16 273,16Para evitar a cristalização, alguns procedimentos <strong>de</strong>vem ser adotadosna operação <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>, a saber:1. A pressão <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsador <strong>de</strong>ve ser mantida em <strong>um</strong> <strong>de</strong>terminado valor.Isto po<strong>de</strong> ser conseguido, regulando-se a vazão mássica da água datorre <strong>de</strong> resfriamento que passa no con<strong>de</strong>nsador através <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema<strong>de</strong> by-pass;2. Monitoração da concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> na solução forte;3. Utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a válvula <strong>de</strong> duas vias conectando a solução forte coma linha <strong>de</strong> refrigerante do evaporador.


242.2.4 RESFRIADORES DE ABSORÇÃO COMERCIAISOs ciclos <strong>de</strong> resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> comerciais diferem dos ciclosteóricos, como já foi mencionado anteriormente. As principais diferenças dasmáquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>e água se baseiam nos seguintes aspectos:− Não possuem válvulas <strong>de</strong> expansão. A própria tubulação gera <strong>um</strong>aperda <strong>de</strong> carga suficiente para diminuir a pressão entre os componentesdo ciclo;− As tubulações foram praticamente suprimidas das máquinas comerciais<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>, como será visto nas subseções 2.2.4.1 e2.2.4.2;− São utilizadas <strong>um</strong>a bomba <strong>de</strong> refrigerante e <strong>um</strong>a bomba <strong>de</strong> absorvente,localizadas no evaporador e no absorvedor, respectivamente;− Para elevar a performance da <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> água no absorvedor é adicionadooctanol na solução (HEROLD; RADERMACHER; KLEIN, 1996);− Sistema <strong>de</strong> purga, composto <strong>de</strong> <strong>um</strong> tanque e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bomba, é utilizadopara retirar os gases não con<strong>de</strong>nsáveis infiltrados na máquina;− Uma bomba <strong>de</strong> vácuo é utilizada para dar a pressão i<strong>de</strong>al para o processo<strong>de</strong> resfriamento;− Uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é arrastada junto com ovapor <strong>de</strong> água no gerador <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> reais,resultando em <strong>um</strong>a redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração. Para reduzireste efeito, <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Blow Down faz a limpezae a purificação do refrigerante para que não haja perigo <strong>de</strong> cristalizaçãoe redução brusca da temperatura <strong>de</strong> evaporação. O refrigerante contaminadocoletado é transferido para o absorvedor ou retornado para ogerador.2.2.4.1 TWIN DRUMOs resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> do tipo Twin Dr<strong>um</strong> possuem como característicaprincipal ter o evaporador e o absorvedor localizados no mesmorecipiente e o con<strong>de</strong>nsador e o gerador em outro recipiente, como mostradona Figura 16. Isto é possível porque a pressão é a mesma no evaporador e noabsorvedor (baixa pressão). Similarmente, o con<strong>de</strong>nsador e o gerador operamna mesma pressão (alta pressão).


25Figura 16 – Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito tipo Twin Dr<strong>um</strong>A perda <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>vido ao atrito entre o evaporador e o absorvedore entre o con<strong>de</strong>nsador e gerador são reduzidas, por causa da eliminação <strong>de</strong>tubulações <strong>de</strong> vapor. A entrada <strong>de</strong> ar externo nestas máquinas é dificultada,<strong>de</strong>vido à diminuição <strong>de</strong> conexões e flanges nas tubulações.2.2.4.2 SINGLE DRUMOs resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> do tipo Single Dr<strong>um</strong> possuem os quatroscomponentes (gerador, con<strong>de</strong>nsador, evaporador e absorvedor) localizados nomesmo recipiente, como observado na Figura 17.O recipiente é dividido no lado <strong>de</strong> alta pressão e no lado <strong>de</strong> baixa pressãocom a utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong> diafragma. Além <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bomba <strong>de</strong> solução, aindasão utilizadas duas outras bombas (bomba <strong>de</strong> refrigerante e bomba <strong>de</strong> absorvente)para melhorar a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> massa e calor no evaporadore no absorvedor.


26Figura 17 – Resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito tipo Single Dr<strong>um</strong>


273 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA3.1 FERMENTAÇÃOA fermentação é a etapa mais importante do processo <strong>de</strong> produção<strong>de</strong> etanol. A produtivida<strong>de</strong> e o rendimento em etanol <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> diversosfatores como qualida<strong>de</strong> da matéria-prima, processo <strong>de</strong> preparação do mosto,quantida<strong>de</strong> e viabilida<strong>de</strong> da levedura, controle microbiológico, temperatura epH do processo <strong>de</strong> fermentação, concentração <strong>de</strong> açúcar no mosto, vazão <strong>de</strong>alimentação do fermentador, entre outros.Um mo<strong>de</strong>lo cinético da fermentação alcoólica, consi<strong>de</strong>rando o efeitoda temperatura e utilizando a levedura do gênero Saccharomyces cerevisiae,foi <strong>de</strong>senvolvido e validado por Atala et al. (2001). Os experimentos foramconduzidos em <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> fermentação contínua com recuperação da levedurana faixa <strong>de</strong> temperatura entre 28 e 40 ◦ C, consi<strong>de</strong>rando os efeitos <strong>de</strong>inibição pelo substrato, pelo produto e pela biomassa. Os parâmetros cinéticosdo processo fermentativo foram <strong>de</strong>scritos em função da temperatura. Amaior produtivida<strong>de</strong> em etanol é atingida a 31 ◦ C.Torija et al. (2003) estudaram a influência da temperatura em levedurasSaccharomyces cerevisiae, para <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> temperatura entre 15 e35 ◦ C. Os resultados <strong>de</strong>monstram que a concentração final <strong>de</strong> etanol diminuicom o a<strong>um</strong>ento da temperatura, ocasionando <strong>um</strong>a redução no cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong>substrato. A concentração final <strong>de</strong> produtos secundários, tais como glicerol eácido acético, a<strong>um</strong>entam com o a<strong>um</strong>ento da temperatura. Temperaturas elevadasconduzem a <strong>um</strong>a fermentação incompleta e consequentemente a <strong>um</strong>abaixa concentração final <strong>de</strong> etanol (LARUE; LAFON-LAFOURCADE; RIBEREAU-GAYON, 1980).O efeito sinérgico entre a concentração <strong>de</strong> etanol e a temperatura nocomportamento cinético <strong>de</strong> leveduras Saccharomyces cerevisiae para a produção<strong>de</strong> etanol foi estudado por Aldiguier et al. (2004), utilizando <strong>um</strong> processo<strong>de</strong> fermentação por batelada alimentada para <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> temperatura entre27 e 39 ◦ C. Os parâmetros cinéticos foram <strong>de</strong>terminados para diferentes temperaturas.Os maiores valores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> etanol e da produtivida<strong>de</strong>


28em etanol foram encontrados para as temperaturas entre 30 e 33 ◦ C.Sánchez et al. (2004) estudaram a influência da temperatura na fermentaçãoutilizando a levedura do gênero Pachysolen tannophilus para a produção<strong>de</strong> etanol. A temperatura do meio fermentativo i<strong>de</strong>al encontrada duranteos experimentos foi <strong>de</strong> aproximadamente 32,5 ◦ C e a velocida<strong>de</strong> específica<strong>de</strong> crescimento em função da temperatura está apresentada na Figura5.Phisalaphong, Srirattana e Tanthapanichakoon (2006) <strong>de</strong>senvolveram<strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo matemático para <strong>de</strong>screver o efeito da temperatura nos parâmetroscinéticos da fermentação alcoólica em batelada utilizando a levedura dogênero Saccharomyces cerevisiae. A concentração final <strong>de</strong> etanol foi maiorpara <strong>um</strong>a temperatura <strong>de</strong> aproximadamente 32 ◦ C.Os parâmetros cinéticos do processo <strong>de</strong> fermentação alcoólica em bateladausando as leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae foram estimadospor Rivera et al. (2006) para <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> temperatura entre 28 e40 ◦ C. Baseado nos dados experimentais <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo diferencial foi propostopara o cálculo do crescimento celular, cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> substrato e formação <strong>de</strong>produto.A temperatura do meio fermentativo é <strong>um</strong> dos principais parâmetrosdo processo que influencia o metabolismo da levedura para produção <strong>de</strong> etanol.O controle da temperatura da fermentação é essencial para manter <strong>um</strong>aalta viabilida<strong>de</strong> celular e produtivida<strong>de</strong> em etanol.3.2 SISTEMAS DE RESFRIAMENTO DO PROCESSO FERMENTATIVOUma análise econômica do resfriamento do processo fermentativo utilizando<strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito, tendocomo fonte quente a vinhaça, foi proposta por Andra<strong>de</strong> (1999). A análiseeconômica mostrou que <strong>um</strong> resfriador com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong>3359 kW é economicamente vantajoso apenas quando a produção adicional<strong>de</strong> etanol é superior a 0,62 %.Dias, Filho e Rossell (2007) propuseram <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> resfriamentopara diminuir a temperatura da fermentação. O processo utiliza água fria proveniente<strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento durante as horas mais frias do dia eágua gelada oriunda <strong>de</strong> <strong>um</strong> equipamento secundário durante as horas maisquentes. Os equipamentos consi<strong>de</strong>rados na análise foram <strong>um</strong> termoac<strong>um</strong>ulador<strong>de</strong> água, <strong>um</strong> ejetor <strong>de</strong> vapor e <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>. Uma análiseeconômica para <strong>de</strong>terminar o equipamento com melhor custo-benefício é realizadaem <strong>um</strong>a segunda parte do trabalho.Chongvatana (2008) realizou <strong>um</strong> estudo teórico do sistema <strong>de</strong> refrigeraçãodo processo fermentativo em indústrias <strong>de</strong> etanol da Ásia. A escolha do


29sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da indústria e o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> é <strong>um</strong>aexcelente alternativa <strong>de</strong> recuperar energia do sistema e a<strong>um</strong>entar a eficiênciaindustrial e da fermentação.Uma simulação <strong>de</strong> sistemas térmicos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a indústria sucroenergéticafoi <strong>de</strong>senvolvida por Car<strong>de</strong>mil (2009) com o objetivo <strong>de</strong> analisar economicamentediferentes alternativas <strong>de</strong> refrigeração do processo fermentativo.Foram analisados três sistemas <strong>de</strong> refrigeração: refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong>simples efeito, refrigeração por compressão mecânica <strong>de</strong> vapor e <strong>um</strong> sistemahíbrido composto pelas duas alternativas anteriores. A avaliação econômica<strong>de</strong>monstrou que as três alternativas são economicamente viáveis para <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> 0,66 % no rendimento em etanol.Magazoni et al. (2010) estudaram e simularam <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> resfriamentoalternativo, composto por <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento e <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito, capaz <strong>de</strong> diminuir a temperatura do meio fermentativoem 1 ◦ C e a<strong>um</strong>entar o rendimento em etanol em 0,8 %. O sistema foiutilizado para refrigerar duas dornas <strong>de</strong> fermentação industriais, com vol<strong>um</strong>eunitário <strong>de</strong> 800 m 3 , utilizando <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>refrigeração <strong>de</strong> 3000 kW na Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A. Entretanto,a temperatura do meio fermentativo ainda permaneceu alta durante oprocesso, resultando em <strong>um</strong> baixo rendimento em etanol.3.3 TORRE DE RESFRIAMENTOAs primeiras investigações do funcionamento <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> resfriamentoforam realizadas por Merkel (apud BRAUN; KLEIN; MITCHELL, 1990). O mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> Merkel da torre <strong>de</strong> resfriamento não consi<strong>de</strong>ra a água perdida por evaporaçãono balanço <strong>de</strong> energia e o número <strong>de</strong> Lewis, relacionado à transferência<strong>de</strong> calor e massa, é consi<strong>de</strong>rado igual a <strong>um</strong>. Esse mo<strong>de</strong>lo não representao processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor e massa real da torre <strong>de</strong> resfriamento.É impossível calcular o verda<strong>de</strong>iro estado termodinâmico do ar que <strong>de</strong>ixa atorre <strong>de</strong> resfriamento, pois o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Merkel pressupõe que o ar <strong>de</strong> saída ésaturado.Outro método utilizado para simular torres <strong>de</strong> resfriamento é o métododa efetivida<strong>de</strong>, que é baseado nas mesmas hipóteses do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Merkel.Braun, Klein e Mitchell (1990) apresentam <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento<strong>de</strong> contrafluxo utilizando o método da efetivida<strong>de</strong>. É obtida <strong>um</strong>acorrelação para o cálculo da perda <strong>de</strong> água por evaporação e os resultados<strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo são comparados com os resultados da análise <strong>de</strong> Merkel e <strong>de</strong>soluções n<strong>um</strong>éricas, obtendo-se bons resultados.


303.4 RESFRIADOR DE ABSORÇÃOSistemas <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> são capazes <strong>de</strong> gerar refrigeração utilizando apenas<strong>um</strong>a fonte quente. Esta importante característica faz com que o resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> se <strong>de</strong>staque e tenha <strong>um</strong>a viabilida<strong>de</strong> econômica.Os fundamentos científicos da refrigeração por <strong>absorção</strong> foram propostospor Faraday em 1823. Porém foi Edmond Carré que <strong>de</strong>senvolveu aprimeira máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> em 1850, utilizando comofluidos <strong>de</strong> trabalho a água e o ácido sulfúrico. Entretanto, o ciclo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong><strong>de</strong>sta máquina era intermitente. Seu irmão, Ferdinand Carré, trocou o ácidosulfúrico por amônia, criando a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> comamônia e água em 1859 chamada <strong>de</strong> Crosley Icyball - Figura 18 com fontes<strong>de</strong> Thévenot (1979) e do Museu Nacional da História Americana do InstitutoSmithsonian <strong>de</strong> Washington DC. Em 1860 Ferdinand recebeu a primeira patentenorte-americana para unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> comercial (THÉVENOT, 1979).De acordo com Stoecker e Jones (1985), o invento foi utilizado pelosEstados confe<strong>de</strong>rados durante a Guerra Civil norte-americana para suprimento<strong>de</strong> gelo. Alguns anos <strong>de</strong>pois, em 1862, a primeira máquina <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> com ciclo contínuo foi construída por Mignon e Rouard.(a) Crosley Icyball comercial(b) Crosley Icyball experimentalFigura 18 – Máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong>senvolvida por Ferdinand CarréEm 1880, conforme Georg e Briley (2004) o sistema <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> com amônia <strong>de</strong> Carré foi utilizado para produzir aproximadamente455 kg <strong>de</strong> gelo por dia no estado do Texas, Estados Unidos, on<strong>de</strong> ocombustível utilizado era a ma<strong>de</strong>ira.Foi somente em 1913 que o alemão Edmund Altenkirch começou ainvestigar os sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>, gerando então as pro-


prieda<strong>de</strong>s termo<strong>dinâmica</strong>s dos fluidos <strong>de</strong> trabalho. A partir <strong>de</strong>ste momentoiniciou-se o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> ecom diferentes fluidos <strong>de</strong> trabalho. Trabalhos realizados pelo italiano GuidoMaiuri também foram importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia <strong>de</strong>refrigeração por <strong>absorção</strong> (DUMINIL, 2001).A empresa norte-americana Servel foi fundada em 1902 com o nome<strong>de</strong> Hercules Buggy Works e tornou-se produtora <strong>de</strong> refrigeradores elétricos.Em 1925, a Servel comprou os direitos norte-americanos do novo refrigerador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> AB Electrolux, chamado <strong>de</strong> gela<strong>de</strong>ira D, inventado pelosestudantes <strong>de</strong> engenharia do Instituto Real <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Estocolmo(Suécia), Carl G. Munters e Baltzar von Platen. O refrigerador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>Electrolux-Servel entrou no mercado dos Estados Unidos em 1926 e segundoFoley, DeVault e Sweetser (2000), colocou quatro milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>refrigeradores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no mercado norte-americano.O sistema clássico <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> com amônia como refrigerantefoi aperfeiçoado entre os anos <strong>de</strong> 1930 e 1940 e a maioria <strong>de</strong>stesnovos sistemas foram instalados em indústrias petroquímicas. Atualmente,os sistemas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> com amônia e água são ainda estudados.Depois da Segunda Guerra Mundial, com a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong>, iniciou-se a época dourada dos equipamentos <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong>. Foram introduzidas no mercado máquinas <strong>de</strong>stinadas tanto paraaplicações domésticas quanto para aplicações industriais. A empresa Carrierven<strong>de</strong>u a primeira máquina <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> 535 kWem 1945 e a empresa Trane <strong>de</strong>senvolveu o primeiro equipamento herméticoem 1959. Ainda que o coeficiente <strong>de</strong> performance <strong>de</strong>stes ciclos eram relativamentebaixos (aproximadamente 0,65), os equipamentos <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> tinham<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> aceitação <strong>de</strong>vida principalmente ao baixo preço do gás natural eà falta <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> no funcionamento <strong>de</strong> energia elétrica (AYMAMÍ, 2001).Cem por cento das máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simplesefeito com <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água eram produzidas por companhias norteamericanasna década <strong>de</strong> 1960. Em 1970, a empresa Trane introduziu asprimeiras máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> duplo efeito com <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água.Na década <strong>de</strong> 1970 e 1980, <strong>de</strong>vido ao embargo <strong>de</strong> petróleo dos paísesmembros da Organização dos Países Exportadores <strong>de</strong> Petróleo (OPEP)e Golfo Pérsico na distribuição <strong>de</strong> petróleo para os Estados Unidos e paísesda Europa (crise do petróleo <strong>de</strong> 1970), o preço do combustível utilizado nasmáquinas <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> (GLP) a<strong>um</strong>entou sensivelmente, reduzindo a venda <strong>de</strong>máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.A venda <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> cresceu exponencialmente em paí-31


32ses como Japão, China e Coréia durante a meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1970 e adécada <strong>de</strong> 1980. Este crescimento foi impulsionado pela <strong>de</strong>manda domésticae pelos investimentos em pesquisas e inovações tecnológicas.Atualmente, existe <strong>um</strong> novo interesse no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> máquinas<strong>de</strong> <strong>absorção</strong>, <strong>de</strong>vido ao a<strong>um</strong>ento das tarifas elétricas e da política <strong>de</strong> diminuiçãoda <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> energias não-renováveis, tais como os <strong>de</strong>rivados<strong>de</strong> petróleo, na ireção <strong>de</strong> reduzir as emissões <strong>de</strong> CO 2 na atmosfera. Quandoa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> começou a crescer nadécada <strong>de</strong> 1990, os norte-americanos tiveram que adquirir licenças das novastecnologias dos fabricantes japoneses, como observado na Tabela 4 extraída<strong>de</strong> Aymamí (2001). Atualmente a indústria norte-americana <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong>refrigeração por <strong>absorção</strong> produz máquinas baseadas na tecnologia japonesa.Tabela 4 – Fabricantes e fornecedores <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>FabricantesCarrierTraneMcQuayYorkD<strong>um</strong>ham BushFornecedores daTecnologia - PaísEbara - JapãoKawasaki - JapãoSanyo - JapãoHitachi - JapãoThermax - ÍndiaHerold, Ra<strong>de</strong>rmacher e Klein (1996) realizaram <strong>um</strong> estudo com diversosmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> em regime permanente. As máquinas<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples e <strong>de</strong> duplo efeito, que utilizam a soluçãoaquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e a solução aquosa <strong>de</strong> amônia como fluidos<strong>de</strong> trabalho, foram estudadas focalizando a análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> dos parâmetros<strong>de</strong> entrada do resfriador. Os principais aspectos <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua construção até a simulação da máquina foram <strong>de</strong>scritos.O comportamento dinâmico <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong><strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração<strong>de</strong> 141 kW foi investigado n<strong>um</strong>ericamente por Jeong et al. (1994).Foi <strong>de</strong>monstrado que <strong>um</strong>a mudança brusca da temperatura <strong>de</strong> entrada da águaquente ocasiona <strong>um</strong>a rápida mudança nos parâmetros internos da máquina eo regime estacionário é alcançado após alguns minutos. O coeficiente <strong>de</strong> performanceé fortemente influenciado pela variação da temperatura <strong>de</strong> entradada água quente. Os efeitos <strong>de</strong> variação das temperaturas <strong>de</strong> entrada da água datorre <strong>de</strong> resfriamento e da água fria do evaporador também foram analisadas.Dence, Nowak e Perez-Blanco (1996) propuseram <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo transiente<strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito utilizando, como fluido


<strong>de</strong> trabalho, a solução aquosa <strong>de</strong> amônia. O mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> ser utilizado parasimular e predizer o comportamento do sistema <strong>de</strong> resfriamento em diversosmodos <strong>de</strong> operação e com variações das condições iniciais e do ambiente. Amáquina entra em estado estacionário quarenta minutos após a sua partida.Bian (2005) e Bian, Ra<strong>de</strong>rmacher e Moran (2005) <strong>de</strong>senvolveram evalidaram <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> regime transiente <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito em <strong>um</strong>a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CHP (Cooling, Heating andPower), composta basicamente <strong>de</strong> <strong>um</strong>a microturbina, <strong>um</strong> secador e <strong>um</strong> resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> com a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>. O mo<strong>de</strong>lo foi utilizadopara simular o start-up <strong>de</strong> <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong><strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água, cuja capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeraçãoé <strong>de</strong> 75 kW. O mo<strong>de</strong>lo foi validado experimentalmente.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo dinâmico para resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong><strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água foi realizado por Kohlenbach (2006), Kohlenbache Ziegler (2008a) e Kohlenbach e Ziegler (2008b). A resposta <strong>dinâmica</strong>do equipamento utilizado é mais lenta que a resposta <strong>de</strong> <strong>um</strong> equipamento<strong>de</strong> compressão mecânico <strong>de</strong> vapor. O tempo total para o resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> alcançar o regime permanente após mudanças nas condições iniciaisé <strong>de</strong> aproximadamente quinze minutos. Os resultados da simulação foramcomparados com dados experimentais, apresentando ótimos resultados.Bittanti et al. (2010) estudaram o comportamento dinâmico <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> utilizando a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong><strong>lítio</strong> como fluido <strong>de</strong> trabalho. O sistema foi utilizado em centrais <strong>de</strong> ar condicionado<strong>de</strong> edifícios. O <strong>de</strong>sempenho da máquina <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>foi testada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a condição <strong>de</strong> equilíbrio (25 ◦ C), apresentando então excelentesresultados.33


354 MODELAGEM MATEMÁTICA4.1 FERMENTAÇÃO ALCOÓLICAAs reações com microorganismos envolvem <strong>um</strong>a sequência <strong>de</strong> reaçõesenzimáticas, tornando o estudo mais complexo. Os mo<strong>de</strong>los cinéticosda fermentação alcoólica são <strong>de</strong>finidos em relação à velocida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong>crescimento celular.O mo<strong>de</strong>lo matemático da fermentação alcoólica conduzida em modobatelada alimentada é baseado na cinética <strong>de</strong> crescimento celular e nos balanços<strong>de</strong> biomassa, substrato e etanol, assim como no balanço <strong>de</strong> energia. Nestemo<strong>de</strong>lo, supõe-se que não há presença <strong>de</strong> célula na alimentação da dorna <strong>de</strong>fermentação (Figura 19).Figura 19 – Esquema do sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a dorna <strong>de</strong> fermentaçãoO balanço <strong>de</strong> massa global é governado pela equação,dVdt = ˙ F (4.1)on<strong>de</strong> ˙ F é a vazão <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> substrato e dV/dt é a variação do vol<strong>um</strong>edurante o processo fermentativo.


36A taxa <strong>de</strong> crescimento celular é expressa pela equação,dXdt = µ X − F ˙ XV(4.2)on<strong>de</strong> µ é taxa específica <strong>de</strong> crescimento e o fator ˙ F /V representa a taxa <strong>de</strong>diluição <strong>de</strong> mosto à medida que o substrato é adicionado durante a fermentação.O cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> substrato é mo<strong>de</strong>lado segundo a seguinte equação,dSdt = − µ XF− m X X + ˙Y X/S V (S in − S) (4.3)on<strong>de</strong> Y X/S é o fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> biomassa baseado no cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> substratoe m X é o coeficiente <strong>de</strong> manutenção celular.A produção <strong>de</strong> etanol é expressa como,dEdt = Y E/S µ XY X/S+ m E X − ˙ F EV(4.4)on<strong>de</strong> Y E/S representa o fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> etanol baseado no cons<strong>um</strong>o<strong>de</strong> substrato e m E é o coeficiente <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol associado ao crescimentocelular.A variação da temperatura do meio fermentativo T 1 durante o processoé expressa pela equação que segue e é <strong>de</strong>terminada através da Primeira Lei daTermo<strong>dinâmica</strong>.dT 1dtF= ˙V (T in − T 1 ) − ˙V 1V (T 1 − T 2 )( ) ( )∆HS µ X++ m X Xρ in Cp in Y X/S(4.5)on<strong>de</strong> ∆H S é o calor liberado durante o processo fermentativo e é igual a697,7 kJ por quilograma <strong>de</strong> substrato cons<strong>um</strong>ido (ALBERS et al., 2002), T in éa temperatura <strong>de</strong> entrada e ˙V 1 é a vazão conforme a Tabela 5.No mo<strong>de</strong>lo apresentado, a taxa específica <strong>de</strong> crescimento µ é expressaem função do limite <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> substrato S (equação <strong>de</strong> Monod) eem função dos efeitos <strong>de</strong> inibição pela concentração <strong>de</strong> substrato e <strong>de</strong> etanol(GHOSE; TYAGI, 1979), conforme a equação que segue,( )(Sµ = µ max exp (−K i S) 1 − E ) n(4.6)K S + SE max


37Tabela 5 – Dados fermentativos coletados na Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/AParâmetro Valor Unida<strong>de</strong>F˙85 m 3 h −1S in 200 kg m −3E 0 35 kg m −3X 0 75 kg m −3T 0 28 ◦ CT in 32 ◦ CV 0 210 m 3˙V 1 700 m 3 h −1on<strong>de</strong> µ max é taxa específica <strong>de</strong> crescimento máxima, K S é a constante <strong>de</strong>saturação <strong>de</strong> substrato, K i é o coeficiente <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong> substrato, E maxé a concentração máxima <strong>de</strong> etanol para a qual o crescimento <strong>de</strong> leveduraé completamente inibido e n é a constante exponencial <strong>de</strong> produto. A inibiçãopela concentração celular e a morte celular não foram consi<strong>de</strong>radas,<strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong> diluição do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fermentação em batelada alimentadae ao curto tempo da fermentação do processo <strong>de</strong> batelada alimentada.A inibição ocorre em altas concentrações celulares com reciclagem <strong>de</strong> células(JARZEBSKI; MALINOWSKI, 1989; LEE; POLLARD; COULMAN, 1983). Alevedura utilizada no processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol é adaptada às severascondições industriais e ao estresse fermentativo. Além disso, as levedurasrecebem nutrientes e é realizado <strong>um</strong> tratamento ácido por duas a três horas acada processo fermentativo.Os parâmetros cinéticos utilizados no mo<strong>de</strong>lo fermentativo foram obtidos<strong>de</strong> Atala et al. (2001) e são apresentados na Tabela 6. Estas expressõesem função da temperatura foram <strong>de</strong>terminadas para <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> temperatura<strong>de</strong> 28 a 40 ◦ C, utilizando leveduras industriais Saccharomyces cerevisiae ecaldo <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar como substrato.O fluxo <strong>de</strong> calor durante o processo fermentativo ˙Q f é calculado <strong>de</strong>acordo com a equação,˙Q f = ∆H S[Vt−∆t (S t−∆t − S in ) − V (S − S in )∆t](4.7)on<strong>de</strong> ∆t é o intervalo <strong>de</strong> tempo; S t−∆t e V t−∆t representam respectivamentea concentração <strong>de</strong> substrato e o vol<strong>um</strong>e da dorna <strong>de</strong> fermentação no tempot − ∆t, e S e V representam respectivamente a concentração <strong>de</strong> substrato e ovol<strong>um</strong>e fermentativo no tempo t.O trocador <strong>de</strong> calor no fermentador é mo<strong>de</strong>lado utilizando o método


38Tabela 6 – Parâmetros cinéticos da Saccharomyces cerevisiae em função da temperatura(ATALA et al., 2001))Parâmetro( )Expressão(µ max 1,57 exp − 41,47 − 1,29 10 4 exp − 431,40T 1 T 1E max −0,44 T1 2 + 26,41 T 1 − 279,75Y X/S 2,7040 exp (−0,1225 T 1 )Y E/S 0,6911 exp (−0,0139 T 1 )K i 1,3930 10 −4 exp (0,1004 T 1 )K S 4,1m E 0,1m X 0,2n 1,5das diferenças logarítmicas e o balanço <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>scritos em Bejan e Kraus(2003). As taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor ˙Q fhxin e ˙Q fhxout são expressascomo segue,˙Q fhxin = UA fhx ∆T lmfhx (4.8)T 2 − T 1∆T lmfhx = ( ) (4.9)Tfhx −Tln1T fhx −T 2˙Q fhxin = ṁ 1 Cp 1 (T 1 − T 2 ) (4.10)(T 4 = T 3 + (T fhx − T 3 ) exp − UA )fhx(4.11)ṁ 3 Cp 3˙Q fhxout = ṁ 3 (h 4 − h 3 ) (4.12)on<strong>de</strong> UA fhx é o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do trocador <strong>de</strong>calor, ∆T lmfhx é a diferença <strong>de</strong> temperatura logarítmica e T fhx representa atemperatura do trocador <strong>de</strong> calor.A eficiência da fermentação é calculada como,{}E V − E 0 V 0η f = 100(4.13)0,511 [V (S in − S) − V 0 (S in − S 0 )]on<strong>de</strong> 0,511 é o fator <strong>de</strong> conversão máximo teórico <strong>de</strong> substrato em etanol.A produtivida<strong>de</strong> em etanol é calculada <strong>de</strong> acordo com a seguinte equação,pr E = E V − E 0 V 0V t(4.14)


39on<strong>de</strong> t é o tempo final do processo fermentativo.O vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> etanol é calculado conforme a equação a seguir,on<strong>de</strong> ρ E é a massa específica <strong>de</strong> etanol.V E = E ρ E V (4.15)4.2 TORRE DE RESFRIAMENTOO mo<strong>de</strong>lo da torre <strong>de</strong> resfriamento adotado no presente trabalho é omo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contrafluxo, no qual o ar escoa para cima e o água a ser resfriadaescoa para baixo, conforme po<strong>de</strong> ser visto na Figura 20. O método utilizadopara a simulação da torre <strong>de</strong> resfriamento é o método da efetivida<strong>de</strong>. NaTabela 7, estão apresentados os dados <strong>de</strong> entrada utilizados na simulação datorre <strong>de</strong> resfriamento. Consi<strong>de</strong>ra-se <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento i<strong>de</strong>al, ou seja,o ar sai da torre com a máxima quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, significando que ele estásaturado.Figura 20 – Sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> dornas <strong>de</strong> fermentação utilizando torre <strong>de</strong>resfriamentoO método da efetivida<strong>de</strong> é baseado nas mesmas hipóteses do método<strong>de</strong> Merkel (1925). O calor total trocado entre o ar e a água na torre <strong>de</strong> resfriamentoé expresso pela equação,d ˙Q rej = U dACp ar(h 8a − h 7a ) = U Cp ar;eCp ardA (T w − T wb ) (4.16)on<strong>de</strong> h representa a entalpia, U é o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>calor, Cp ar é o calor específico do ar, Cp ar;e é o calor específico equivalente


40Tabela 7 – Dados <strong>de</strong> entrada da simulação da torre <strong>de</strong> resfriamentoParâmetro Valor Unida<strong>de</strong>T 5 30 ◦ CT 7a;wb * ◦ Cφ 7a * %φ 8a 100 %M tr 5000 kgṁ 7a 80 kg s −1UA tr 2000 kW K −1* Dados meteorológicos da região <strong>de</strong> Ribeirão Preto <strong>de</strong> acordo com a Figura 6.do ar.O ar úmido po<strong>de</strong> ser mo<strong>de</strong>lado como sendo <strong>um</strong> gás i<strong>de</strong>al caracterizadopela seguinte equação para cálculo do calor específico médio,Cp ar;e =h 8a − h 7aT 8a;wb − T 7a;wb(4.17)Através do balanço <strong>de</strong> energia da água e do ar, chega-se a equação,d ˙Q rej = ṁ w Cp w dT w = ṁ a Cp ar;e dT wb (4.18)on<strong>de</strong> ṁ w é a vazão <strong>de</strong> água, ṁ a é a vazão <strong>de</strong> ar, Cp w é o calor específico daágua.A efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento é <strong>de</strong>finida como sendoigual a <strong>de</strong> <strong>um</strong> trocador <strong>de</strong> calor simples. A efetivida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>finida como arazão entre a taxa real <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor no trocador <strong>de</strong> calor e a taxamáxima possível <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor. A efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve estar na faixa<strong>de</strong> 0 ≤ ε ≤ 1.˙Qε = = Ċ4 (T 4 − T 3 )(4.19)˙Q max Ċ min (T 4 − T 7a )on<strong>de</strong>,Ċ min = min (Cp 4 ṁ 4 , Cp ar;e ṁ 7a ) (4.20)Ċ max = max (Cp 4 ṁ 4 , Cp ar;e ṁ 7a ) (4.21)Integrando as Equações 4.16 e 4.18, e combinando essas equaçõescom a Equação 4.19, obtém-se a equação,ε =1 − exp [−NT U (1 − ω)]1 − ω exp [−NT U (1 − ω)](4.22)


41on<strong>de</strong> a relação ω é expressa por,ω =ĊminĊ max(4.23)E o número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transferência NUT é <strong>de</strong>finido pela equação,NUT = UA trĊ min(4.24)O calor rejeitado pela torre <strong>de</strong> resfriamento é expresso pela seguinteequação,˙Q rej = ε Ċmin (T 4 − T 7a;wb ) (4.25)O balanço <strong>de</strong> energia no reservatório da torre <strong>de</strong> resfriamento é expressopela seguinte equação,dT trdt= (ṁ 6 h 6 + ṁ 5 h 5 − ṁ 3 h 3 )M tr Cp 3(4.26)on<strong>de</strong> M tr é a massa <strong>de</strong> água do reservatório da torre <strong>de</strong> resfriamento.4.3 CICLO DE ABSORÇÃONesta seção será apresentada a mo<strong>de</strong>lação do equipamento <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e água em regimetransiente (Figura 21).Na Tabela 8, estão apresentados os dados <strong>de</strong> entrada utilizados na simulaçãodo sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>. Estes dados são constantesao longo da simulação e foram estimados baseados em <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong> da Thermax, mo<strong>de</strong>lo HL 80A TH, instalado na Usina CerradinhoAçúcar e Álcool S/A.4.3.1 HIPÓTESESAs hipóteses adotadas no <strong>de</strong>senvolvimento e na simulação do sistema<strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> são:1. A solução saindo do absorvedor é saturada (ponto 1);2. A água após o con<strong>de</strong>nsador é saturada (ponto 8);3. O vapor após o evaporador é saturado (ponto 10);


42Figura 21 – Ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito4. Não existe superaquecimento no evaporador e nem subresfriamento nocon<strong>de</strong>nsador;5. As expansões são isentálpicas;6. A solução forte entrando no absorvedor é saturada;7. A bomba alcança rapidamente <strong>um</strong> estado permanente e mantém <strong>um</strong>avazão mássica constante;8. Não há vazão do con<strong>de</strong>nsador para o gerador nem do gerador para oevaporador.4.3.2 GERADORO gerador utiliza <strong>um</strong>a fonte quente <strong>de</strong> calor proveniente <strong>de</strong> <strong>um</strong> processoindustrial para gerar vapor <strong>de</strong> água, a<strong>um</strong>entando assim a concentração<strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> na solução que segue para o absorvedor (ponto 4). Osfluxos <strong>de</strong> entrada e saída são representados na Figura 22.O balanço <strong>de</strong> massa no gerador é governado pela equação que segue,dM gdt= ∑ iṁ i = ṁ 3 − ṁ 4 − ṁ 7 (4.27)


43Tabela 8 – Dados <strong>de</strong> entrada da simulação do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> (equipamento daThermax, mo<strong>de</strong>lo HL 80A TH)Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong>M c 2000 kgM e 2000 kgM a 2000 kgM g 2000 kgM hx 250 kgṁ 1 15 kg s −1ṁ 11 150 kg s −1ṁ 13 300 kg s −1ṁ 15 300 kg s −1ṁ 17 300 kg s −1UA c 600 kW K −1UA e 1125 kW K −1UA a 900 kW K −1UA g 500 kW K −1UA hx 250 kW K −1Figura 22 – Esquema do gerador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>on<strong>de</strong> M g é a massa da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> no reservatório dogerador, ṁ é a vazão mássica e t é o tempo.O balanço <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é governado pela equação que segue,dξ 4M gdt + ξ dM g4dt= ∑ iṁ i ξ i = ṁ 3 ξ 3 − ṁ 4 ξ 4 (4.28)on<strong>de</strong> ξ é a concentração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.O balanço <strong>de</strong> energia para <strong>um</strong> sistema aberto é governado pela Pri-


44meira Lei da Termo<strong>dinâmica</strong>, como segue,dUdt = ∑ i˙Q i + ∑ jẆ j + ∑ kĖ k (4.29)on<strong>de</strong> U é a energia interna, ˙Q é a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, Ẇ é o trabalhoe Ė representa a energia ocasionada pela vazão (entalpia).Segundo a Primeira Lei da Termo<strong>dinâmica</strong>, o primeiro termo do ladodireito da Equação 4.29 representa o calor que atravessa as fronteiras do vol<strong>um</strong>e<strong>de</strong> controle. O segundo termo representa o trabalho realizado ou recebidopelo sistema. O terceiro termo da expressão representa a energia líquidatransportada para o interior do vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> controle.A trabalho do sistema Ẇj é igual a,∑jẆ j = −P dVdton<strong>de</strong> P é a pressão e V representa o vol<strong>um</strong>e do sistema.A energia interna po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita como,(4.30)dU = dH − d(P v) = dH − v dP − P dv (4.31)on<strong>de</strong> H representa a entalpia e v é o vol<strong>um</strong>e específico.Substituindo as Equações 4.31 e 4.30 na Equação 4.29, tem-se:dHdt − v dPdt = ∑ i˙Q i + ∑ kṁ k h k (4.32)Derivando a equação diferencial anterior, a Equação 4.32 é expressacomo,[ ( )]∂hdT gM + Cp g M c∂Tξdt − v dP ( ) ∂hdt + M dξ∂ξTdt+h dM dt= ∑ iṁ k h k (4.33)˙Q i + ∑ kAdmite-se que as <strong>de</strong>rivadas parciais da entalpia em função da temperatura∂h/∂T e da concentração mássica ∂h/∂ξ po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas.O calor <strong>de</strong> condução ˙Q i é igual a zero. A Equação 4.33 po<strong>de</strong> ser simplificada


45como segue,Cp g M gdT gdt= ∑ i(ṁ i h i ) out− ∑ j(ṁ j h j ) in= ˙Q gout − ˙Q gin (4.34)on<strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor ˙Q gin e ˙Q gout são expressas comosegue,˙Q gin = UA g ∆T lmg (4.35)∆T lmg = T 4 − T( 3) (4.36)Tg−Tln3T g−T 4˙Q gin = ṁ 4 h 4 + ṁ 7 h 7 − ṁ 3 h 3 (4.37)on<strong>de</strong> UA g é o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do gerador, ∆T lmgé a diferença <strong>de</strong> temperatura logarítmica e T g representa a temperatura dogerador.A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor externa do gerador é expressa como,(T 12 = T 11 + (T g − T 11 ) exp −UA )g(4.38)ṁ 11 Cp 11˙Q gout = ṁ 11 (h 11 − h 12 ) (4.39)4.3.3 CONDENSADORNo con<strong>de</strong>nsador o vapor <strong>de</strong> água superaquecido, vindo do gerador(ponto 7) é con<strong>de</strong>nsado, on<strong>de</strong> o fluido <strong>de</strong> resfriamento é a água proveniente<strong>de</strong> <strong>um</strong>a torre <strong>de</strong> resfriamento. Os fluxos <strong>de</strong> entrada e saída do con<strong>de</strong>nsadorestão apresentados na Figura 23.Figura 23 – Esquema do con<strong>de</strong>nsador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>


46O balanço <strong>de</strong> massa do con<strong>de</strong>nsador é representado pela expressão,dM cdt= ∑ iṁ i = ṁ 7 − ṁ 8 = 0 (4.40)on<strong>de</strong> o termo <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> massa dM c /dt é nulo.Simplifica-se a equação <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> energia para,Cp c M cdT cdt = ∑ i(ṁ i h i ) in− ∑ j(ṁ j h j ) out= ˙Q cin − ˙Q cout (4.41)on<strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong> transferências <strong>de</strong> calor interna e externa ˙Q cin e ˙Q cout sãoexpressas como segue,˙Q cin = ṁ 7 (h 7 − h 8 ) (4.42)˙Q cin = UA c (T 8 − T c ) (4.43)(T 16 = T 15 + (T c − T 15 ) exp −UA )c(4.44)ṁ 15 Cp 15˙Q cout = ṁ 15 (h 16 − h 15 ) (4.45)on<strong>de</strong> UA c é o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do con<strong>de</strong>nsador eT c é a temperatura do con<strong>de</strong>nsador.4.3.4 EVAPORADORO evaporador é o componente do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no qual ovapor <strong>de</strong> água proveniente do con<strong>de</strong>nsador é evaporado. A Figura 24 mostraos fluxos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> entrada e saída do evaporador.Figura 24 – Esquema do evaporador do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>


47O balanço <strong>de</strong> massa é expresso pela seguinte equação,dM edt= ∑ iṁ i = ṁ 9 − ṁ 10 = 0 (4.46)on<strong>de</strong> dM e /dt é igual a zero.O balanço <strong>de</strong> energia po<strong>de</strong> ser simplificado para a seguinte equação,Cp e M edT edt= ∑ i(ṁ i h i ) out− ∑ j(ṁ j h j ) in= ˙Q eout − ˙Q ein (4.47)A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor interna ˙Q ein é expressa pelas equações,˙Q ein = ṁ 7 (h 10 − h 9 ) (4.48)˙Q ein = UA e (T e − T 9 ) (4.49)on<strong>de</strong> UA e representa o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do evaporador.A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor externa ˙Q eout é expressa pela equaçãoque segue,(T 18 = T 17 + (T e − T 17 ) exp −UA )e(4.50)ṁ 17 Cp 17˙Q eout = ṁ 17 (h 17 − h 18 ) (4.51)4.3.5 ABSORVEDORO processo <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água pela solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é exotérmico, refrigerado pela água <strong>de</strong> <strong>um</strong>a fonte fria (torre <strong>de</strong>resfriamento - pontos 13 e 14). A Figura 25 ilustra os fluxos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>entrada e saída do absorvedor.Figura 25 – Esquema do absorvedor do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>A vazão mássica da solução que sai do absorvedor ṁ 1 é consi<strong>de</strong>rada


48constante. O balanço <strong>de</strong> massa no absorvedor é governado pela equação quesegue,dM a= ∑ ṁ i = ṁ 6 − ṁ 1 (4.52)dtion<strong>de</strong> M a é a massa da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> no reservatório docomponente, ṁ é a vazão mássica e t é o tempo.O balanço <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>lítio</strong> é governado pela equação,dξ 1M adt + ξ dM a1 = ∑ dtiṁ i ξ i = ṁ 6 ξ 6 − ṁ 1 ξ 1 (4.53)on<strong>de</strong> ξ é a concentração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>.O balanço <strong>de</strong> energia simplificado é governado pela equação comosegue,[ ( )]∂hdTM + Cp a M a∂Tξdt − V dP ( ) ∂hdt + M dξ∂ξTdt+h dM dt= ∑ i˙Q i + ∑ kṁ k h k (4.54)Simplificando essa equação chega-se na expressão,Cp a M adT adt= ∑ i (ṁ i h i ) in− ∑ j (ṁ j h j ) out= ˙Q ain − ˙Q aout (4.55)on<strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor ˙Q ain e ˙Q aout são calculadas conformeas equações que seguem,˙Q ain = UA a ∆T lma (4.56)∆T lma = T 6 − T( 1)Tln 6−T aT 1−T a(4.57)˙Q ain = ṁ 10 h 10 + ṁ 6 h 6 − ṁ 1 h 1 (4.58)on<strong>de</strong> UA a representa o coeficiente global <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor e ∆T lmaé a diferença <strong>de</strong> temperatura logarítmica.A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor externa ˙Q aout é governada pela equa-


49ção,(T 14 = T 13 + (T a − T 13 ) exp −UA )aṁ 13 Cp 13(4.59)˙Q aout = ṁ 13 (h 14 − h 13 ) (4.60)4.3.6 TROCADOR DE CALOR INTERMEDIÁRIOO trocador <strong>de</strong> calor intermediário é <strong>um</strong> componente do sistema utilizadopara a<strong>um</strong>entar a performance do sistema. O esquema do trocador <strong>de</strong>calor intermediário é mostrado na Figura 26.Figura 26 – Esquema do trocador <strong>de</strong> calor intermediário do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>Os balanços <strong>de</strong> energia do trocador <strong>de</strong> calor intermediário são governadospelas equações que segue,⎡⎤˙Q hxwk = UA hx⎣ T 2 − T( 3) ⎦ (4.61)lnThx −T 3T hx −T 2˙Q hxst⎡⎤= UA hx⎣ T 5 − T( 4) ⎦ (4.62)ln T5−T hxT 4−T hx˙Q hxwk = ṁ 3 (h 3 − h 2 ) (4.63)˙Q hxst = ṁ 4 (h 4 − h 5 ) (4.64)on<strong>de</strong> T hx é a temperatura do trocador, UA hx é o coeficiente global <strong>de</strong> transferência<strong>de</strong> calor e ˙Q hxst e ˙Q hxwk representam a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>calor.A variação da temperatura do trocador <strong>de</strong> calor é expressa pela equaçãoque segue,Cp hx M hxdT hxdt= ˙Q hxst − ˙Q hxwk (4.65)


50on<strong>de</strong> M hx é massa do trocador <strong>de</strong> calor.4.3.7 BOMBA DE SOLUÇÃOA bomba <strong>de</strong> solução é utilizada para a<strong>um</strong>entar a pressão do fluido etransportar a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> fraca do absorvedor para ogerador.Consi<strong>de</strong>ra-se que a bomba <strong>de</strong> solução atinge <strong>um</strong> estado permanenterapidamente e mantém <strong>um</strong>a vazão mássica constante, o balanço <strong>de</strong> energiada bomba <strong>de</strong> solução do ciclo <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> é governado pelaequação <strong>de</strong> regime estacionário que segue,Ẇ = ṁ 1 (h 2 − h 1 ) (4.66)Utilizando a equação <strong>de</strong> Bernoulli, Equação 4.67, foi possível encontrara Equação 4.68, consi<strong>de</strong>rando <strong>um</strong> processo adiabático e sem variação dasenergias potencial e cinética durante o processo <strong>de</strong> bombeamento.Ẇ−˙Q (P2= + V 2 ) (2ṁ 1 ṁ 1 ρ 2 2 + g y P12 − + V 2 )1ρ 1 2 + g y 1(4.67)Ẇ = ṁ1 (P 2 − P 1 )ρ 1(4.68)on<strong>de</strong> P é a pressão, ρ é a massa específica, g é a aceleração <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> e yé a altura. Consi<strong>de</strong>ra-se que a massa específica da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é constante ao longo do processo.4.3.8 VÁLVULAS DE EXPANSÃOAs válvulas <strong>de</strong> expansão são consi<strong>de</strong>radas isoentálpicas.A queda <strong>de</strong> temperatura na válvula <strong>de</strong> expansão ocorre por causa damaior energia interna do vapor em relação ao líquido. Assim, <strong>um</strong>a certa quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> energia precisa ser extraída do líquido para que haja mudança <strong>de</strong>fase, sendo que o processo se estabiliza em <strong>um</strong>a temperatura abaixo da temperaturaanterior à válvula <strong>de</strong> expansão. A magnitu<strong>de</strong> da queda <strong>de</strong> temperatura<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor existente após a válvula <strong>de</strong> expansão.Na válvula <strong>de</strong> expansão entre os pontos 5 e 6, a solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> tem sua pressão reduzida para a pressão <strong>de</strong> evaporação (Equação4.69). No ponto 6 ocorre <strong>um</strong>a mistura da solução líquida <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> eágua e <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água. A água é a substância que evapora, pois esta possui<strong>um</strong>a menor temperatura <strong>de</strong> saturação quando comparado à solução aquosa <strong>de</strong><strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>. A concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> no ponto 6 a<strong>um</strong>enta e


51po<strong>de</strong> ocorrer o fenômeno da cristalização.h 5 = h 6 (4.69)Na válvula <strong>de</strong> expansão do refrigerante, a água saturada tem sua pressãoreduzida para a pressão <strong>de</strong> evaporação do ciclo <strong>de</strong> refrigeração (Equação4.70). No ponto 9 ocorre <strong>um</strong>a mistura <strong>de</strong> líquido e vapor, que segue diretamentepara o evaporador.h 8 = h 9 (4.70)


535 RESULTADOSO programa MATLAB R R2008a foi utilizado para a simulação doresfriamento do processo fermentativo. O método <strong>de</strong> Levenberg-Marquardtfoi utilizado para solução <strong>de</strong> equações não lineares e os métodos <strong>de</strong> Dormand-Prince e <strong>de</strong> Runge-Kutta <strong>de</strong> quarta e quinta or<strong>de</strong>m para a solução <strong>de</strong> equaçõesdiferenciais.O método <strong>de</strong> Levenberg-Marquardt é usado para encontrar <strong>um</strong> pontomínimo para <strong>um</strong>a função dada pela soma dos quadrados <strong>de</strong> funções não lineares.É <strong>um</strong> método iterativo, no qual é dado <strong>um</strong> ponto inicial x 0 e o métodoproduz <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> vetores x 1 , x 2 , . . ., que espera-se que vá convergir parax ∗ , <strong>um</strong> mínimo local para a função <strong>de</strong> entrada a ser ajustada.Os métodos <strong>de</strong> Dormand-Prince e <strong>de</strong> Runge-Kutta <strong>de</strong> quarta e quintaor<strong>de</strong>m se caracterizam pela resolução n<strong>um</strong>érica <strong>de</strong> equações diferenciais ordináriasatravés <strong>de</strong> métodos iterativos implícitos e explícitos. O método avaliadiversas vezes a função para então calcular a solução das equações diferenciais.O fluxograma para a solução das equações do sistema <strong>de</strong> resfriamento<strong>de</strong> fermentação com a torre <strong>de</strong> resfriamento é apresentado na Figura 27.O fluxograma para a solução das equações do sistema <strong>de</strong> resfriamento<strong>de</strong> fermentação com o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> é apresentado na Figura 28.5.1 RESFRIADOR DE ABSORÇÃOA Figura 29 ilustra o esquema do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.O <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> é fortemente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da vazão e das proprieda<strong>de</strong>s termo<strong>dinâmica</strong>s da água dafonte quente, da torre <strong>de</strong> resfriamento e da fonte fria (pontos 11, 13, 15 e 17da Figura 29, respectivamente).Na Figura 30, é apresentada a curva do coeficiente <strong>de</strong> performance emfunção da temperatura da fonte quente T 11 e da fonte fria T 17 do resfriador <strong>de</strong><strong>absorção</strong>, consi<strong>de</strong>rando <strong>um</strong>a temperatura constante da torre <strong>de</strong> resfriamentoT 13 <strong>de</strong> 31 ◦ C. Observa-se a diminuição do coeficiente <strong>de</strong> performance com o


54Definição dos parâmetros<strong>de</strong> entradaDefinição <strong>de</strong> <strong>um</strong>tempo t = t + ∆tEstimativa <strong>de</strong> S,X, V , T 1, T tr, EsimnãoCálculo dos parâmetroscinéticosda fermentaçãoTempo ≤ 7 horassimErro ≤ 10 −6Dormand-PrinceRunge-KuttaCálculo <strong>de</strong> S, X, V ,T 1, T tr, E com asequações diferenciaisnãoObtenção da matrizsolução do problemaFIMFigura 27 – Fluxograma <strong>de</strong> solução do sistema <strong>de</strong> fermentação alcoólica com a torre<strong>de</strong> resfriamento


55Definição dos parâmetros<strong>de</strong> entradaDefinição <strong>de</strong> <strong>um</strong>tempo t = t + ∆tEstimativa <strong>de</strong> S,X, V , T 1f , T tr,E, T g, T e, T c,T a, T hx , M g, M aEstimativa <strong>de</strong> T ,P , ṁ, ξ do resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong>nãoLevenberg-MarquardtCálculo <strong>de</strong> T , P ,ṁ, ξ do resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> atravésda solução <strong>de</strong>equações não linearessimnãoErro ≤ 10 −6Cálculo dos proprieda<strong>de</strong>stermo<strong>dinâmica</strong>sda solução aquosa<strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>simCálculo dos parâmetroscinéticosda fermentaçãoTempo ≤ 7 horasnãosimErro ≤ 10 −6Dormand-PrinceRunge-KuttaCálculo <strong>de</strong> S, X, V ,T 1f , T tr, E, T g,T e, T c, T a, T hx ,M g, M a com asequações diferenciaisObtenção da matrizsolução do problemaFIMFigura 28 – Fluxograma <strong>de</strong> solução do sistema <strong>de</strong> fermentação alcoólica com o resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong>


56Figura 29 – Sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> e torre <strong>de</strong> resfriamentoa<strong>um</strong>ento da temperatura da fonte quente. O efeito contrário acontece com oa<strong>um</strong>ento da temperatura da fonte fria, o coeficiente <strong>de</strong> performance a<strong>um</strong>enta.Isto acontece porque o coeficiente <strong>de</strong> performance é intimamente ligado àdiferença <strong>de</strong> temperatura entre as fontes do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>. Quantomenor esta diferença, menor a irreversibilida<strong>de</strong> e maior o <strong>de</strong>sempenho damáquina.As simulações a seguir são realizadas com os parâmetros <strong>de</strong> entradadas Tabelas 8 e 9. Os valores médios da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco são coletadosna cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto, São Paulo em novembro <strong>de</strong> 2010 (BRASIL,2010).Tabela 9 – Temperaturas e <strong>um</strong>ida<strong>de</strong> relativa iniciais do sistema <strong>de</strong> refrigeração por<strong>absorção</strong>Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong>T 11 96,0 ◦ CT 7t 21,3 ◦ Cφ 7t 57,0 %T 17 27,0 ◦ C


57Figura 30 – Efeito da variação da temperatura da fonte quente T 11 e da fonte fria T 17no coeficiente <strong>de</strong> performance do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> (T 15 = 31 ◦ C)O efeito da temperatura da água quente T 11 no comportamento dinâmicodo resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> é <strong>um</strong> dos mais interessantes efeitos a ser analisado,<strong>um</strong>a vez que a temperatura da fonte quente usualmente varia na prática.Uma queda abrupta <strong>de</strong> 10 ◦ C na temperatura da fonte quente ocasiona mudançasseveras no <strong>de</strong>sempenho do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>. Na Figura 31, sãoapresentadas as curvas das taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do sistema <strong>de</strong> refrigeraçãopor <strong>absorção</strong> em função da temperatura da fonte quente. Observa-seque o gerador é afetado diretamente <strong>de</strong>vido à queda da temperatura da fontequente.A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do gerador cai repentinamente, ocasionando<strong>um</strong>a menor geração <strong>de</strong> vapor superaquecido ṁ 7 que vai para o con<strong>de</strong>nsador.Consequentemente, as taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do con<strong>de</strong>nsadore do evaporador diminuem. A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do evaporador˙Q e diminui aproximadamente 10 % e a temperatura do evaporador T e a<strong>um</strong>enta0,5 ◦ C, conforme mostra a Figura 32. As temperaturas do evaporador,do con<strong>de</strong>nsador e do absorvedor variam muito pouco com a queda da temperaturada fonte quente e o resfriador entra em regime permanente após cerca<strong>de</strong> sete minutos.O processo <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> temperatura é ilustrado no Diagrama <strong>de</strong> Dühringe mostrado na Figura 33. Observa-se a queda da temperatura do vaporsuperaquecido (ponto 7) e das concentrações forte ξ 4 e fraca ξ 1 . Quanto me-


58Figura 31 – Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong>a queda abrupta <strong>de</strong> 10 ◦ C da temperatura da fonte quenteT 11 nas taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>Figura 32 – Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong>a queda abrupta <strong>de</strong> 10 ◦ C da temperatura da fonte quenteT 11 nas temperaturas do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>


59nor a temperatura da fonte quente, mais distante está a operação da curva <strong>de</strong>cristalização.Figura 33 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring ilustrando os efeitos da queda abrupta da temperaturada fonte quenteNa Figura 34, são mostradas as curvas das taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>calor do equipamento sujeito a <strong>um</strong>a queda da vazão mássica da fonte quente<strong>de</strong> 20 kg s −1 . O efeito da queda da vazão mássica da fonte quente é similarao efeito <strong>de</strong> queda abrupta da temperatura da fonte quente, como visto anteriormente.A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do gerador cai repentinamente,ocasionando <strong>um</strong>a queda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> aproximadamente11 % após cerca <strong>de</strong> sete minutos.O efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 5 ◦ C na temperatura <strong>de</strong> bulbo seco T 7t émostrado na Figura 35. O a<strong>um</strong>ento da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco ocasiona<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento das temperaturas da torre <strong>de</strong> resfriamento T 13 e T 15 . O a<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> 5 ◦ C na temperatura diminui a eficiência da solução em absorver vaporsaturado (ponto 10), resultando em <strong>um</strong>a queda da evaporação <strong>de</strong> vapor superaquecidoṁ 7 e <strong>um</strong>a diminuição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração ˙Q e . A capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> refrigeração diminui aproximadamente 5 % e após seis minutos amáquina entra em regime permanente.Na Figura 36, é mostrado o que ocorre no momento anterior e posteriorao a<strong>um</strong>ento repentino da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco. O Diagrama <strong>de</strong> Dühringnão apresenta mudanças significativas, ou seja, a temperatura <strong>de</strong> bulbo secoinfluencia muito pouco as temperaturas internas do equipamento.


60Figura 34 – Efeito da variação <strong>de</strong> 20 kg s −1 da vazão mássica da fonte quente ṁ 11no resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>Figura 35 – Efeito da variação <strong>de</strong> 5 ◦ C da temperatura <strong>de</strong> bulbo seco T 7t no resfriador<strong>de</strong> <strong>absorção</strong>


61Figura 36 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring do a<strong>um</strong>ento repentino da temperatura <strong>de</strong> bulbo secoO efeito do a<strong>um</strong>ento abrupto <strong>de</strong> 5 ◦ C da temperatura <strong>de</strong> água fria T 17foi analisado e é mostrado na Figura 37. Em <strong>um</strong> primeiro momento, essavariação resulta em <strong>um</strong>a diminuição da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do absorvedor,<strong>de</strong>vido à baixa capacida<strong>de</strong> da solução em absorver vapor saturadocom <strong>um</strong>a temperatura mais elevada. Porém, o a<strong>um</strong>ento da temperatura T 17ocasiona <strong>um</strong>a maior evaporação <strong>de</strong> água no gerador ṁ 7 , fazendo com queas taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do resfriador a<strong>um</strong>entem. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>refrigeração a<strong>um</strong>enta aproximadamente 9 % e a máquina entra em regimepermanente após poucos minutos.Na Figura 38, é ilustrado o efeito do a<strong>um</strong>ento rápido da temperaturada água fria. Observa-se <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> a<strong>um</strong>ento da pressão <strong>de</strong> evaporação P low ,ocasionado pelo a<strong>um</strong>ento da temperatura da água fria e da temperatura doevaporador.Os efeitos <strong>de</strong> variação das temperaturas <strong>de</strong> fonte quente T 11 , <strong>de</strong> bulboseco T 7t e da água fria T 17 foram analisados e é observado que o resfriadorse adapta rapidamente às novas condições <strong>de</strong> operação. O coeficiente <strong>de</strong> performancedo resfriador não foi significativamente afetado pela variação dastemperaturas do sistema. O fenômeno <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> épouco provável, <strong>um</strong>a vez que as temperaturas da água fria e da água provenienteda torre <strong>de</strong> resfriamento são altas e a temperatura da fonte quente ébaixa.


62Figura 37 – Efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 5 ◦ C na temperatura da água fria T 17Figura 38 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring do a<strong>um</strong>ento repentino da temperatura da água fria


635.2 FERMENTAÇÃO ALCOÓLICANa Figura 39, é apresentado o esquema do sistema <strong>de</strong> resfriamento<strong>de</strong> dornas <strong>de</strong> fermentação utilizando apenas a torre <strong>de</strong> resfriamento. A fermentaçãoalcoólica é intensamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura do meio fermentativoT 1 e da concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato S in , pois atualmentea torre <strong>de</strong> resfriamento é o único sistema utilizado para resfriar o meio fermentativo.As simulações a seguir foram realizadas utilizando os parâmetrosfermentativos apresentados nas Tabelas 5 e 6.Figura 39 – Sistema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> dornas <strong>de</strong> fermentação utilizando torre <strong>de</strong>resfriamentoNa Figura 40, são apresentadas as curvas da eficiência da fermentaçãoη f e da produtivida<strong>de</strong> em etanol pr E para <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> substrato inicial<strong>de</strong> 200 kg m −3 . Observa-se que quanto menor é a temperatura, maior é aeficiência da fermentação, porém a produtivida<strong>de</strong> em etanol não se comportada mesma maneira. A temperatura do meio fermentativo <strong>de</strong> 30 ◦ C correspon<strong>de</strong>ao maior valor da produtivida<strong>de</strong> em etanol. Na prática, trabalha-se a32 ◦ C, pois para manter a temperatura a 30 ◦ C seria necessário <strong>um</strong> equipamentocom capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração maior.A temperatura do meio fermentativo é <strong>um</strong> dos parâmetros do processoque mais influencia o metabolismo da levedura na produção <strong>de</strong> etanol. Umatemperatura menor durante o processo fermentativo apresenta alguns fatorespositivos, tais como a diminuição da contaminação bacteriana, o menorestresse celular osmótico e a maior viabilida<strong>de</strong> celular, consequentemente oa<strong>um</strong>ento da produtivida<strong>de</strong> em etanol.A superfície <strong>de</strong> resposta da produtivida<strong>de</strong> em etanol da fermentaçãoalcoólica em função da concentração <strong>de</strong> substrato na entrada da dorna e da


64Figura 40 – Influência da temperatura na eficiência da fermentação e na produtivida<strong>de</strong>em etanoltemperatura do meio fermentativo é mostrada na Figura 41. Para concentrações<strong>de</strong> substrato na alimentação S in elevadas, a faixa <strong>de</strong> temperatura do meioT 1 para manter a produtivida<strong>de</strong> em etanol é menor. O efeito sinérgico entreS in e T 1 é mais acentuado nesta condição. Uma estratégia <strong>de</strong> alimentação<strong>de</strong>ve ser adotada a fim <strong>de</strong> controlar o calor liberado durante a fermentação.Na indústria, as variáveis manipuladas são a vazão <strong>de</strong> alimentação da dornae a temperatura do meio fermentativo, cujo controle é feito através da vazão<strong>de</strong> água fria da corrente do trocador <strong>de</strong> calor do sistema <strong>de</strong> resfriamento dafermentação. Variando a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato e a temperaturado meio fermentativo, observa-se que a região i<strong>de</strong>al para a produção <strong>de</strong>etanol situa-se entre 220 e 290 kg m −3 e a temperatura entre 30 e 35 ◦ C.À medida que a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato a<strong>um</strong>enta, a taxa<strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor média liberada durante o processo também a<strong>um</strong>enta(Figura 42), necessitando por conseguinte <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> resfriamento comcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração maior. Para <strong>um</strong>a <strong>de</strong>terminada condição operacionalda fermentação alcoólica, <strong>de</strong>termina-se facilmente o calor liberado duranteo processo e po<strong>de</strong>-se dimensionar o sistema <strong>de</strong> refrigeração. Por exemplo,consi<strong>de</strong>rando <strong>um</strong>a temperatura do meio fermentativo constante <strong>de</strong> 32 ◦ Ce <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 200 kg m −3 , o valor médio dataxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante a fermentação alcoólica é <strong>de</strong>3165 kW.


65Figura 41 – Superfície <strong>de</strong> resposta da produtivida<strong>de</strong> em etanol da fermentação alcoólicaFigura 42 – Superfície <strong>de</strong> resposta da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor média liberadadurante a fermentação alcoólica


66Na Figura 43, é apresentada a curva da produtivida<strong>de</strong> em etanol e dataxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante a fermentação em função davazão <strong>de</strong> alimentação do mosto F ˙ , consi<strong>de</strong>rando a temperatura do meio fermentativoconstante igual a 32 ◦ C e a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substratoigual a 200 kg m −3 . A vazão <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> mosto é <strong>um</strong> parâmetro singularpara cada indústria sucroenergética e está relacionada à moagem <strong>de</strong> cana<strong>de</strong> açúcar.Observa-se que com o a<strong>um</strong>ento da vazão <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> mosto,tanto a produtivida<strong>de</strong> em etanol quanto a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberadaa<strong>um</strong>entam. Com o a<strong>um</strong>ento da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberadadurante o processo fermentativo <strong>um</strong>a maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração seránecessária.Figura 43 – Produtivida<strong>de</strong> em etanol e taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada emfunção da vazão <strong>de</strong> alimentação do mostoOs perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura X, substrato S e etanol E ea temperatura T 1 são ilustrados na Figura 44 para <strong>um</strong>a fermentação utilizandosomente a torre <strong>de</strong> resfriamento,. A concentração final <strong>de</strong> etanol atinge73,0 kg m −3 e <strong>um</strong>a eficiência da fermentação <strong>de</strong> 87,4 %. Após o términoda alimentação, seis horas, a concentração <strong>de</strong> etanol permanece constante.A produtivida<strong>de</strong> em etanol utilizando somente a torre <strong>de</strong> resfriamento é <strong>de</strong>10,5 kg m −3 h −1 .Como mostrado na Figura 44, a temperatura do meio fermentativoatinge <strong>um</strong> valor máximo <strong>de</strong> 34,6 ◦ C. Durante a fermentação alcoólica, há


67<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> variação da temperatura do processo (∆T = 6,6 ◦ C). Esta variaçãopo<strong>de</strong> causar <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> estresse celular, comprometendo a viabilida<strong>de</strong>celular e consequentemente a eficiência da fermentação. O i<strong>de</strong>al seria que oprocesso fosse isotérmico, ou seja, que a temperatura permanecesse constantedurante o processo fermentativo.Figura 44 – Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura (X), substrato (S), etanol (E) e temperaturado meio fermentativo (T 1 ) durante a fermentação alcoólica utilizando apenasa torre <strong>de</strong> resfriamentoObserva-se pela Figura 45 que a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberadadurante o processo fermentativo ˙Q f está relacionada com o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> substrato e <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> etanol. O valor médio dataxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante a fermentação alcoólica é <strong>de</strong>3250 kW. Entretanto, a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor retirada pela torre <strong>de</strong>resfriamento permanece baixa durante o início do processo, fazendo com quea temperatura do meio fermentativo a<strong>um</strong>ente rapidamente.Na Tabela 10, estão apresentados os resultado das simulações do processoem diferentes situações. Como discutido anteriormente, à medida quea temperatura da fermentação a<strong>um</strong>enta, a eficiência e a produtivida<strong>de</strong> em etanoldiminuem. Observa-se que os resultados obtidos para a condição real (E)e para os processos fermentativos em condição isotérmica (A, B, C e D) sãodiferentes. A diferença entre a concentração <strong>de</strong> etanol do processo B (temperaturaconstante <strong>de</strong> 32 ◦ C) e do E é <strong>de</strong> 1,2 kg m −3 , ou seja, <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento daprodução <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong> 1 m 3 por batelada alimentada.


68Figura 45 – Taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante o processo fermentativoe retirada pela torre <strong>de</strong> resfriamentoObserva-se que à medida que a temperatura do meio fermentativo diminui,a concentração final <strong>de</strong> biomassa a<strong>um</strong>enta em <strong>de</strong>corrência do a<strong>um</strong>entoda taxa específica <strong>de</strong> crescimento celular µ.Tabela 10 – Resultados das fermentações para diferentes condiçõesParâmetro Unida<strong>de</strong> A B C D ET 1 ◦ C 28 32 36 40 *X t=7h kg m −3 31,8 28,4 26,2 24,5 27,4S t=7h kg m −3 0 0 0 0 0E t=7h kg m −3 77,1 74,2 71,4 70,2 73,0pr E kg m −3 h −1 10,6 10,6 10,2 5,0 10,5η f % 93,1 89,0 85,2 83,4 87,4* Variação da temperatura do meio fermentativo com a torre <strong>de</strong> resfriamentoapresentado na Figura 44.Po<strong>de</strong>-se observar portanto que somente a torre <strong>de</strong> resfriamento é insuficientepara remover o calor liberado durante a fermentação. A temperaturado meio fermentativo ultrapassa o valor i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> 32 ◦ C. Estes resultados mostramque é necessário a<strong>um</strong>entar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resfriamento do sistema. Nopresente trabalho foi analisado a inclusão <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.


695.3 FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA UTILIZANDO RESFRIADOR DEABSORÇÃO NO SISTEMA DE RESFRIAMENTONa Figura 46, é apresentado o esquema <strong>de</strong> resfriamento <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistemafermentativo conjugado a <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>. O resfriador utiliza <strong>um</strong>afonte quente disponível do processo industrial, a água con<strong>de</strong>nsada contaminadaproveniente do processo <strong>de</strong> evaporação.Figura 46 – Sistema <strong>de</strong> resfriamento do processo fermentativo com resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>Os perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura X, substrato S e etanol E ea temperatura do meio fermentativo T 1f durante a fermentação utilizandoo resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> para refrigerar a dorna <strong>de</strong> fermentação são ilustradosna Figura 47. A concentração final <strong>de</strong> etanol atinge 75,6 kg m −3 para<strong>um</strong>a eficiência da fermentação <strong>de</strong> 90,2 %. A produtivida<strong>de</strong> em etanol é <strong>de</strong>10,8 kg m −3 h −1 .A taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor média liberada durante o processofermentativo é <strong>de</strong> 3250 kW, conforme mostrado na Figura 48. A taxa <strong>de</strong>transferência <strong>de</strong> calor do evaporador do resfriador ˙Q e situa-se ligeiramenteabaixo do valor do calor liberado durante a fermentação, fazendo com que atemperatura do meio fermentativo a<strong>um</strong>ente progressivamente. A temperaturado meio fermentativo atinge <strong>um</strong> valor máximo <strong>de</strong> 31,0 ◦ C.A água con<strong>de</strong>nsada contaminada, utilizada como fonte quente do resfriador,é <strong>um</strong>a boa fonte <strong>de</strong> energia disponível nas indústrias sucroenergéticas.Como mostrado na Tabela 8, a vazão mássica da fonte quente ṁ 11 é <strong>de</strong>


70Figura 47 – Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura, substrato, etanol e temperatura domeio fermentativo durante a fermentação alcoólica utilizando o resfriadorFigura 48 – Taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante o processo fermentativo ecalor retirado pelo resfriador


71150 kg s −1 para <strong>um</strong>a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração média <strong>de</strong> 3189 kW.Os perfis das taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor dos trocadores <strong>de</strong> calor doresfriador são apresentados na Figura 49. Observa-se que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração˙Q e a<strong>um</strong>enta em torno <strong>de</strong> 8 % durante o processo, contribuindo paraa diminuição da temperatura da fermentação e a<strong>um</strong>entando assim, a eficiênciada fermentação. Existem alg<strong>um</strong>as alternativas disponíveis para a<strong>um</strong>entara capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração do resfriador, tais como a<strong>um</strong>entar a temperaturada água da fonte quente T 11 ou diminuir a temperatura proveniente datorre <strong>de</strong> resfriamento T 3t que é utilizada no absorvedor T 13 e no con<strong>de</strong>sadorT 15 . O coeficiente <strong>de</strong> performance é levemente afetado durante o processofermentativo e seu valor médio é <strong>de</strong> 0,83.Figura 49 – Taxas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do resfriadorAs curvas <strong>de</strong> concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> da solução fraca e dasolução forte são apresentadas na Figura 50. A figura mostra que as concentraçõesda solução <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> diminuem ao longo da fermentaçãoalcoólica, a<strong>um</strong>entando apenas após o final da alimentação do mosto. A diferençaentre as concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> das soluções forte e fraca ∆ξa<strong>um</strong>enta durante o processo fermentativo, fazendo com que a vazão mássica<strong>de</strong> vapor superaquecido (ponto 7) a<strong>um</strong>ente e consequentemente a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> refrigeração ˙Q e do resfriador (Figura 49). A linha <strong>de</strong> cristalização ξ cristmostrada na Figura 50 indica o valor da fração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>no ponto 6, no qual o processo <strong>de</strong> cristalização é mais propenso <strong>de</strong> ocorrer.A diferença entre a fração mássica <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> da solução forte e a


72do ponto <strong>de</strong> cristalização ξ crist situa-se ao redor <strong>de</strong> 10 %, mostrando que ascondições operacionais do resfriador estão longe das condições <strong>de</strong> risco <strong>de</strong>cristalização.Figura 50 – Concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> da solução fraca e da solução forte aolongo do processo fermentativoA Figura 51 mostra o Diagrama <strong>de</strong> Dühring, ilustrando o estado iniciale o estado correspon<strong>de</strong>nte a seis horas a partir do início do processo fermentativo.Observa-se aqui também a redução das concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong><strong>lítio</strong> das soluções forte e fraca. As pressões <strong>de</strong> alta e baixa a<strong>um</strong>entam ligeiramentedurante o processo fermentativo, ocasionando assim o a<strong>um</strong>ento dastemperaturas do con<strong>de</strong>nsador T c e do evaporador T e (Figura 52).Durante a fermentação alcoólica, a água <strong>de</strong> saída do evaporador T 18a<strong>um</strong>enta aproximadamente 2 ◦ C, por causa da variação das condições operacionaisdo resfriador. A água <strong>de</strong> saída do gerador T 12 é <strong>de</strong> 89 ◦ C. Essa águapo<strong>de</strong> ainda ser utilizada em outros processos industriais, visando a<strong>um</strong>entar aeficiência energética da planta, tais como no processo <strong>de</strong> secagem <strong>de</strong> açúcar,<strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> etanol durante o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação ou no resfriamentodo mosto e do vinho.O processo fermentativo utilizando o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> difere significativamenteda fermentação com a torre <strong>de</strong> resfriamento, como foi constatadonas simulações anteriores. Na Tabela 11, é apresentado <strong>um</strong> res<strong>um</strong>o dassimulações do processo fermentativo utilizando a torre <strong>de</strong> resfriamento (A) eo resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> (B).


73Figura 51 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring do resfriador no início e no final do processo fermentativoFigura 52 – Temperatura dos componentes internos do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> - gerador,con<strong>de</strong>nsador, evaporador e absorvedor


74A diferença entre a temperatura média da fermentação utilizando atorre <strong>de</strong> resfriamento T 1;tr e o resfriador T 1;abs é <strong>de</strong> 2,4 ◦ C, resultando em<strong>um</strong> acréscimo <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em etanol <strong>de</strong> 0,3 kg m −3 h −1 e <strong>um</strong> a<strong>um</strong>entoda eficiência da fermentação <strong>de</strong> 2,8 %. Isto é evi<strong>de</strong>nciado através da análiseda diferença entre a concentração <strong>de</strong> etanol E t=7h do processo fermentativocom o resfriador e com a torre <strong>de</strong> resfriamento, que é igual a 2,6 kg m −3 ,ou seja, há <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da produção <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong> 2,3 m 3 a cada processofermentativo com a utilização do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.Com o resfriador, a variação da temperatura ∆T durante o processofermentativo diminui em comparação à fermentação com a torre <strong>de</strong> resfriamento.Esta menor variação <strong>de</strong> temperatura resulta em <strong>um</strong> menor estressecelular, conferindo <strong>um</strong>a maior produtivida<strong>de</strong> em etanol e eficiência da fermentação.Tabela 11 – Resultados do processo fermentativo utilizando a torre <strong>de</strong> resfriamento eo resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>Parâmetro Unida<strong>de</strong> A* B** DiferençaT 1 ◦ C 32,4 30,0 2,4T 1;max ◦ C 34,6 31,0 3,6∆T ◦ C 6,6 3,0 3,6X t=7h kg m −3 27,4 29,9 -2,5S t=7h kg m −3 0 0 0E t=7h kg m −3 73,0 75,6 -2,6pr E kg m −3 h −1 10,5 10,8 -0,3η f % 87,4 90,2 -2,8* Resultados do processo <strong>de</strong> fermentação alcoólica com a torre <strong>de</strong> resfriamento.** Resultados do processo <strong>de</strong> fermentação alcoólica com o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.Na Figura 53, são apresentadas as curvas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em etanole da temperatura do meio fermentativo utilizando a torre <strong>de</strong> resfriamento eo resfriador ao longo da fermentação. Observa-se que a produtivida<strong>de</strong> emetanol atinge seu valor máximo no início da fermentação em função <strong>de</strong> <strong>um</strong>amaior produção <strong>de</strong> etanol. O valor da produtivida<strong>de</strong> em etanol da fermentaçãocom o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> é sempre maior que o da fermentação somentecom a torre <strong>de</strong> resfriamento.A eficiência da fermentação e a concentração <strong>de</strong> etanol ao longo doprocesso fermentativo são mostradas na Figura 54. Essa figura mostra que no<strong>de</strong>correr do processo fermentativo, os valores da produtivida<strong>de</strong> em etanol eda eficiência da fermentação diminuem e a concentração <strong>de</strong> etanol a<strong>um</strong>enta.No início do processo, a eficiência da fermentação é maior <strong>de</strong>vido à temperaturado meio fermentativo mais baixa, resultando em <strong>um</strong>a maior produção <strong>de</strong>


75etanol.Figura 53 – Produtivida<strong>de</strong> em etanol e temperatura do meio fermentativo com a torre<strong>de</strong> resfriamento e com o resfriadorNa Figura 55, são mostradas as curvas da concentração <strong>de</strong> substrato dafermentação com a torre <strong>de</strong> resfriamento S tr e com o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>S abs . Verifica-se que a concentração <strong>de</strong> substrato é maior para o processofermentativo com o resfriador. Para ambos os casos, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substratoadicionada durante toda a fermentação é a mesma e igual a aproximadamente105 t. Isto <strong>de</strong>ixa claro que o processo com o resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> consomeo substrato <strong>de</strong> maneira mais eficaz no início da fermentação, resultando em<strong>um</strong> calor liberado menor durante a fermentação.A concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato S in é <strong>um</strong> importante parâmetroa consi<strong>de</strong>rar na fermentação alcoólica. O efeito da variação da concentração<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato é analisado e os resultados são apresentados naFigura 56. Observa-se nessa figura que à medida que a concentração <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong> substrato a<strong>um</strong>enta, a eficiência da fermentação diminui, resultandoem <strong>um</strong>a maior produtivida<strong>de</strong> em etanol, no caso obtido com <strong>um</strong>a concentração<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3 .Os efeitos sobre o processo fermentativo, consi<strong>de</strong>rando-se a concentração<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3 em termos dos perfis <strong>de</strong> concentração<strong>de</strong> levedura X, substrato S e etanol E e a temperatura do meiofermentativo T 1f são ilustrados na Figura 57. A concentração final <strong>de</strong> etanolé <strong>de</strong> 89,0 kg m −3 , <strong>de</strong>monstrando <strong>um</strong>a eficiência da fermentação <strong>de</strong> 87,8 %


76Figura 54 – Eficiência da fermentação e concentração <strong>de</strong> etanol com a torre <strong>de</strong> resfriamentoe com o resfriadorFigura 55 – Comportamento da concentração <strong>de</strong> substrato da fermentação com a torre<strong>de</strong> resfriamento e com o resfriador


77Figura 56 – Variação da concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato durante a fermentaçãoalcoólica com o resfriadore <strong>um</strong>a produtivida<strong>de</strong> em etanol <strong>de</strong> 12,1 kg m −3 h −1 . A temperatura máximadurante a fermentação alcoólica é <strong>de</strong> 34,4 ◦ C, o que difere levemente da temperaturado meio fermentativo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> 32 ◦ C. A temperatura do meio fermentativoa<strong>um</strong>enta <strong>de</strong> forma significativa no início do processo, porém ela seestabiliza em 34,4 ◦ C no <strong>de</strong>correr da fermentação.A concentração <strong>de</strong> substrato a<strong>um</strong>enta progressivamente durante a fermentaçãoalcoólica. O processo fermentativo com <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong> substrato igual a 250 kg m −3 não consegue cons<strong>um</strong>ir esta quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> substrato que entra na dorna <strong>de</strong> fermentação. Açúcar é ac<strong>um</strong>ulado ao longodo processo fermentativo e a concentração <strong>de</strong> substrato diminui somente notérmino da alimentação <strong>de</strong> substrato (no intervalo <strong>de</strong> 5,8 h). Após o términoda alimentação <strong>de</strong> substrato, existe ainda <strong>um</strong>a produção adicional <strong>de</strong> etanol,que acarreta o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> etanol em cerca <strong>de</strong> 5,0 kg m −3 eda produção em 4,5 m 3 .Na Figura 58, são apresentadas as curvas <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeraçãodo resfriador e da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante afermentação alcoólica. Observa-se que o calor liberado durante o processofermentativo é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 12,3 % maior em relação ao processo real com oresfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>.O Diagrama <strong>de</strong> Dühring no estado inicial e final do processo fermentativopara <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3 é ilustrado


78Figura 57 – Perfis <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> levedura, substrato, etanol e temperatura domeio fermentativo durante a fermentação alcoólica com o resfriador e para concentração<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3Figura 58 – Taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor durante a fermentação alcoólica com oresfriador e para concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3


79na Figura 59. Devido ao a<strong>um</strong>ento da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberadadurante o processo fermentativo, a temperatura e a pressão do evaporador doresfriador a<strong>um</strong>entam expressivamente. Nota-se que as concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> da solução fraca e da solução forte diminuem no início e notérmino da fermentação alcoólica. A pressão <strong>de</strong> alta do gerador do sistema <strong>de</strong>refrigeração por <strong>absorção</strong> não muda significativamente, pois a temperatura <strong>de</strong>entrada da fonte quente T 11 permanece igual a 96 ◦ C.Figura 59 – Diagrama <strong>de</strong> Dühring do resfriador no estado inicial e final do processofermentativo para <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3Na Tabela 12, são ilustrados os resultados da simulação do resfriamentodo processo fermentativo com o resfriador para <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong>entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 200 e 250 kg m −3 , processos A e B, respectivamente.Nota-se que a diferença entre a concentração <strong>de</strong> etanol dos processos Ae B é <strong>de</strong> 13,4 kg m −3 , o que representa <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong>aproximadamente 12,0 m 3 para cada processo fermentativo. A produtivida<strong>de</strong>em etanol a<strong>um</strong>enta <strong>de</strong> 1,3 kg m −3 h −1 e a eficiência da fermentação diminui2,4 %.A variação <strong>de</strong> temperatura ∆T , que representa a diferença entre a temperaturamínima e máxima durante o processo fermentativo, é <strong>de</strong> 6,5 ◦ C. Estasignificativa variação <strong>de</strong> temperatura resulta em <strong>um</strong> maior estresse celular eem <strong>um</strong>a menor produtivida<strong>de</strong> em etanol. O i<strong>de</strong>al é que o temperatura permaneçaconstante no <strong>de</strong>correr do processo fermentativo.Os resultados <strong>de</strong>monstram as vantagens <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador


80Tabela 12 – Resultados do processo fermentativo com o resfriador para <strong>um</strong>a concentração<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 200 e 250 kg m −3Parâmetro Unida<strong>de</strong> * ** DiferençaT 1 ◦ C 30,0 33,2 -3,2T 1;max ◦ C 31,0 34,4 -3,4∆T ◦ C 3,0 6,5 -3,5X t=7h kg m −3 29,9 29,3 0,6S t=7h kg m −3 0 0 0E t=7h kg m −3 75,6 89,0 -13,4pr E kg m −3 h −1 10,8 12,1 -1,3η f % 90,2 87,8 2,4* Resultados da fermentação alcoólica com o resfriador e S in = 200 kg m −3 .** Resultados da fermentação alcoólica com o resfriador e S in = 250 kg m −3 .<strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito no processo <strong>de</strong> resfriamento da fermentação alcoólica.A utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no processo fermentativoresulta em menor temperatura do meio e consequentemente maior produtivida<strong>de</strong>e produção <strong>de</strong> etanol. A utilização do resfriador faz com que a relaçãoentre a energia renovável produzida e a energia fóssil utilizada durante o processodo setor sucroenergético a<strong>um</strong>ente para valores maiores que 8,9.


816 CONCLUSÕES E SUGESTÕESNo presente trabalho foram apresentados o mo<strong>de</strong>lo, a simulação e aanálise do processo <strong>de</strong> resfriamento das dornas <strong>de</strong> fermentação das usinas <strong>de</strong>açúcar e álcool, utilizando <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.A indústria sucroenergética possui diversas fontes <strong>de</strong> energia disponíveispara utilização nos resfriadores <strong>de</strong> <strong>absorção</strong>, como a água con<strong>de</strong>nsadacontaminada do processo <strong>de</strong> evaporação, a vinhaça do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilaçãoe o vapor <strong>de</strong> flash do tratamento do caldo. No presente trabalho, a águacon<strong>de</strong>nsada contaminada foi utilizada como fonte quente e é <strong>um</strong>a excelenteopção <strong>de</strong> reaproveitamento energético no setor sucroenergético.Os mo<strong>de</strong>los do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong><strong>lítio</strong> e água e da fermentação alcoólica em regime transiente foram utilizadose simulados através do software MATLAB R R2008a.Os dados do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> foram estimados baseados em <strong>um</strong>resfriador da Thermax, mo<strong>de</strong>lo HL 80A TH, instalado na Usina CerradinhoAçúcar e Álcool S/A.O resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> <strong>de</strong> simples efeito é extremamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteda vazão e da temperatura da água da fonte quente, da fonte fria e das condiçõesambientais. Verificou-se que <strong>um</strong>a oscilação nas condições operacionaisdo resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> faz com que o sistema <strong>de</strong> refrigeração se adaptasserapidamente, entrando em regime permanente em poucos minutos.A temperatura do meio fermentativo é <strong>um</strong> dos principais parâmetrosdo processo que influencia o metabolismo da levedura para produção <strong>de</strong> etanol.A temperatura da fermentação alcoólica <strong>de</strong> 32 ◦ C resultou no a<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em etanol. Uma superfície <strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>em etanol foi apresentada e mostra <strong>um</strong>a região correspon<strong>de</strong>nte a <strong>um</strong>a maiorprodução <strong>de</strong> etanol limitada pela concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato entre220 e 290 kg m −3 e temperatura do meio fermentativo entre 30 e 35 ◦ C. Entretantopara essa região, o calor liberado durante o processo fermentativo émaior, <strong>de</strong>mandando por conseguinte sistemas <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> maior porte.Os resultados <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong>monstram a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização<strong>de</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no processo <strong>de</strong> resfriamento fermentativo, resul-


82tando em <strong>um</strong>a redução <strong>de</strong> temperatura do meio fermentativo em 2,4 ◦ C, <strong>um</strong>a<strong>um</strong>ento da produtivida<strong>de</strong> em etanol <strong>de</strong> 0,3 kg m −3 h −1 e <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento daeficiência da fermentação <strong>de</strong> 2,8 %. A concentração <strong>de</strong> etanol a<strong>um</strong>entou2,6 kg m −3 , representando <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da produção <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong> 2,3 m 3a cada processo fermentativo.A otimização dos parâmetros fermentativos foi realizada e verificouseque o a<strong>um</strong>ento da concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato é <strong>um</strong>a importantefonte para o a<strong>um</strong>ento da produtivida<strong>de</strong> em etanol. Para concentração <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong> substrato <strong>de</strong> 250 kg m −3 obteve-se <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento na produtivida<strong>de</strong>em etanol <strong>de</strong> 1,3 kg m −3 h −1 , o que representa <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 12,0 m 3 naprodução <strong>de</strong> etanol a cada processo fermentativo. Deve-se analisar que <strong>um</strong>amaior concentração <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> substrato requer <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> preparo <strong>de</strong>mosto mais eficaz e <strong>um</strong>a maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> moagem <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar.É necessário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> condições para operar a fermentaçãocom <strong>um</strong> maior teor alcoólico, utilizando cepas <strong>de</strong> leveduras mais adaptadas,que permitem a obtenção <strong>de</strong> <strong>um</strong> teor maior <strong>de</strong> etanol em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><strong>um</strong>a maior controle <strong>de</strong> temperatura nas dornas <strong>de</strong> fermentação. Nessa condição,reduzem-se a produção <strong>de</strong> vinhaça e o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> vapor durante oprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação.A utilização do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> torna a relação entre a energiarenovável produzida e a energia fóssil utilizada no setor sucroenergéticomaior, contribuindo para a competivida<strong>de</strong> e a sustentabilida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong>açúcar e etanol.Investimentos em soluções mais mo<strong>de</strong>rnas e tecnológicas propiciamao setor sucroenergético <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento do aproveitamento energético, ocasionando<strong>um</strong>a maior produção industrial e <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da eficiência globaldo processo. Diversos estudos tecnológicos estão sendo realizados no setor,a<strong>um</strong>entando o <strong>de</strong>senvolvimento nacional.Alg<strong>um</strong>as propostas para trabalhos futuros são recomendadas para <strong>um</strong>acontinuida<strong>de</strong> do estudo realizado nesta dissertação, tais como:1. Análise do controle do processo <strong>de</strong> resfriamento da fermentação alcoólica.2. Análise econômica da introdução do resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> no resfriamentoda fermentação.3. Análise <strong>de</strong> <strong>um</strong>a planta piloto para teste e averiguação dos resultados daintrodução <strong>de</strong> <strong>um</strong> resfriador <strong>de</strong> <strong>absorção</strong> em <strong>um</strong>a indústria sucroenergética.4. Desenvolvimento <strong>de</strong> novas cepas <strong>de</strong> leveduras capazes <strong>de</strong> realizar a


fermentação alcoólica com <strong>um</strong>a maior concentração <strong>de</strong> substrato, garantindoassim <strong>um</strong>a maior produtivida<strong>de</strong> em etanol.83


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91APÊNDICE APROPRIEDADES DA SOLUÇÃO AQUOSA DE BROMETO DELÍTIOAs proprieda<strong>de</strong>s da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> são utilizadasno cálculo das variáveis da simulação do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong>.Nas próximas seções são apresentadas as formulações usadas para calcularalg<strong>um</strong>as proprieda<strong>de</strong>s da solução.A.1 ENTALPIAA entalpia em função da temperatura e da concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> para concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> entre 0 e 40 % é <strong>de</strong>fina pelaequação (MCNEELY, 1979),3∑ (h = Ai ξ i−1) + Ti=13∑ (Bi ξ i−1) (A.1)i=1on<strong>de</strong> a unida<strong>de</strong> da temperatura T é Farhneit e a unida<strong>de</strong> da entalpia h éBTU/lb. Os parâmetros da equação anterior são mostrados na Tabela 13.Tabela 13 – Parâmetros da Equação A.1 para o cálculo da entalpiai A B1 -33,1054264 1,00907342 0,13000636 -0,013775073 0,00097096 8,5131 10 −5Para concentrações <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> entre 40 e 70 %, a entalpia écalculada segundo a Equação A.2 e está apresentada na Figura 60 (ASHRAE,


922001). Os parâmetros da Equação A.2 estão mostrados na Tabela 14.h =5∑ (Ai ξ i−1) 5∑ (+ T Bi ξ i−1)i=1i=15∑+T 2 (Ci ξ i−1) (A.2)i=1Figura 60 – Entalpia da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>Os intervalos <strong>de</strong> utilização da Equação A.2 são:−Concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>: (40 ≤ ξ ≤ 70) % LiBr−Temperatura: (15 ≤ T ≤ 165) ◦ CA.2 TEMPERATURAA correlação da temperatura da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> éapresentada em função da pressão e da concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> efoi apresentada por ASHRAE (2001). A função matemática é mostrada nasEquações A.3 e A.4 (Figura 61) e seus parâmetros estão mostrados na Tabela


93Tabela 14 – Parâmetros da Equação A.2 para o cálculo da entalpiai A B C1 -2024,33 18,2829 -3,7008214 10 −22 163,309 -1,1691757 2,8877666 10 −33 -4,88161 3,248041 10 −2 -8,1313015 10 −54 6,302948 10 −2 -4,034184 10 −4 9,9116628 10 −75 -2,913705 10 −4 1,8520569 10 −6 -4,4441207 10 −915. A temperatura do refrigerante T r é dada em graus Celsius.T r =−2 C 3C 2 + √ C 2 2 − 4 C 3 (C 1 − log P ) − 273,15(A.3)4∑ (T = Bi ξ i−1) 4∑ (+ T r Ai ξ i−1) (A.4)i=1i=1Figura 61 – Temperatura da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>Os intervalos <strong>de</strong> utilização das Equações A.3 e A.4 são:−Concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>: (45 ≤ ξ ≤ 70) % LiBr−Temperatura: (5 ≤ T ≤ 175) ◦ C


94−Temperatura do refrigerante: (−15 ≤ T r ≤ 110) ◦ CTabela 15 – Coeficientes das Equações A.3 e A.4 para o cálculo da temperaturai A B C1 -2,00755 124,937 7,052 0,16976 -7,71649 -1596,493 -3,133362 10 −3 0,152286 -104095,54 1,97668 10 −5 -7,95090 10 −4 –A.3 MASSA ESPECÍFICAA massa específica da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> é calculadautilizando a correlação proposta por Patterson e Perez-Blanco (1988) e mostradana Equação A.5 e Figura 62. Os intervalos para utilização da equaçãosão:−Temperatura: (0 ≤ T ≤ 200) ◦ C−Concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>: (0 ≤ ξ ≤ 70) % LiBr5∑ρ = ξ k−1 [G 1k + T (G 2k + T G 3k )]k=1Os coeficientes da Equação A.5 são mostrados a seguir,⎛⎞9,991 10 −2 -2,39865 10 −2 -3,90453 10 −37,74931 -1,28346 10 −2 -5,55855 10 −5G ij =⎜ 5,36509 10 −3 2,07232 10 −4 1,09879 10 −5⎟⎝ 1,34988 10 −3 -9,08213 10 −6 -2,39843 10 −7 ⎠-3,08671 10 −6 9,94788 10 −8 1,53514 10 −9(A.5)A.4 CALOR ESPECÍFICOYuan e Herold (2005) mediram o calor específico da solução aquosa<strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong> em função da temperatura, da concentração <strong>de</strong> <strong>brometo</strong><strong>de</strong> <strong>lítio</strong> e da pressão. O valor do calor específico varia muito pouco com apressão <strong>de</strong> operação do sistema <strong>de</strong> refrigeração por <strong>absorção</strong> e o parâmetromais influenciável é a temperatura.


95Figura 62 – Massa específica da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>A função do calor específico está apresentada na Equação A.6 e naFigura 63 e os parâmetros <strong>de</strong>sta equação estão mostrados na Tabela 16, on<strong>de</strong>a temperatura T é dada em Kelvin e o coeficiente T 0 é igual a 220 K.Cp = −2 T[ 3∑i=0−6 T 2 [ 2∑i=0(Ci ξ i) + C 4 ξ 1,1 ](Di ξ i) + D 4 ξ 1,1 ]−12 T 3−2 P T1∑ (Ei ξ i) − 2 T ∑ 1(i=0 Fi ξ i)(T − T 0 ) 3∑ 1∑ ( 3(Vi ξ i) i=0 Li ξ i) + L 4 ξ 1,1+i=0i=0[ 3∑](− Mi ξ i) + M 4 ξ 1,1i=0T(A.6)


96Figura 63 – Calor específico da solução aquosa <strong>de</strong> <strong>brometo</strong> <strong>de</strong> <strong>lítio</strong>Tabela 16 – Parâmetros da Equação A.6 para o cálculo do calor específicoi C D L0 2,648364472 10 −2 -8,526516950 10 −6 -2,183429482 10 31 -2,311041091 10 −3 1,320154794 10 −6 -126,69850942 7,559736620 10 −6 2,791995438 10 −11 -2,3645513723 -3,763934193 10 −8 – 1,389414858 10 −24 1,176240649 10 −3 -8,511514931 10 −7 158,3405426i E F M0 -3,840447174 10 −11 -51,59906276 -22,670958471 2,625469387 10 −11 1,114573398 2,983764494 10 −12 – – -1,259393234 10 −23 – – 6,849632068 10 −54 – – 2,767986853 10 −1iV0 3,057997846 10 −91 -5,129589007 10 −11


97Int. J. of ThermodynamicsISSN 1301-9724Vol. 13 (No. 3), pp. 111-118, 2010www.icatweb.org/ijotCooling of Ethanol Fermentation Process Using Absorption Chillers ∗Felipe Costa Magazoni, Julieta Barbosa Monteiro ∗∗ ,José Miguel Car<strong>de</strong>mil, Sergio ColleLaboratory of Energy Conversion Engineering and Energy Technology - LEPTENDepartment of Mechanical Engineering, Fe<strong>de</strong>ral University of Santa Catarina, 88040-900, Florianópolis, BrazilE-mail: felipe@lepten.ufsc.br, julieta@lepten.ufsc.br, jose.car<strong>de</strong>mil@lepten.ufsc.br, colle@emc.ufsc.brAbstractEthanol fermentation is an exothermic process, where the kinetics <strong>de</strong>pends on temperature. This studyproposes an alternative cooling system for use in ethanol fermentation using a single-effect water/lithi<strong>um</strong>bromi<strong>de</strong> absorption <strong>chiller</strong>, powered by waste heat from sugar and ethanol production processes, with atemperature range of 80 to 100 ◦ C. The aim of this study is to mo<strong>de</strong>l, simulate and analyze the behavior ofan absorption refrigeration machine, according to the required cooling capacity of the fermentation system.A comparative analysis with and without the <strong>chiller</strong> is performed. The introduction of a <strong>chiller</strong> alloweda reduction in the temperature of the medi<strong>um</strong> of around 1 ◦ C andanincreaseofaround0.8% in thefermentation efficiency. Un<strong>de</strong>r these conditions less cellular stress occurs and cellular viability is kept athigher levels. The results show that this reduction in temperature can increase the ethanol content of thewine. In the recovery of ethanol, a lower thermal load will be nee<strong>de</strong>d at the distillation, with a smalleramount of vinasse produced and consequently the energy efficiency of the plant will increase.Keywords:Absorption <strong>chiller</strong>, lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong>, cooling, fermentation, ethanol, simulation.1 IntroductionIn industrial ethanol fermentation the yeast cells aresubmitted to stresses, such as ethanol and sugar concentrationsand those originating from environmental factors,operating conditions and physico-chemical factorssuch as temperature, pH and salts concentration. Ofthese factors, temperature has the greatest effect on thefermentation kinetics of the process and cell viability(Phisalaphong et al. 2006). Temperature and ethanolcan have synergistic effects on the dynamic behavior ofthe fermentation process. Another consi<strong>de</strong>ration withregard to thermal stress is the formation of by-products,such as glycerol and organic acids, mainly succinic andacetic. Studies have shown that the i<strong>de</strong>al fermentationtemperature for increased productivity and maintenanceof cell viability is around 32 ◦ C (Aldiguier et al. 2004;Phisalaphong et al. 2006).Currently, the Brazilian ethanol and sugar plants usecooling towers to chill the fermentation process, butthese fail to reduce and maintain the temperature ofthe fermentation medi<strong>um</strong>, since they are <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt onthe climate of the region, and this is <strong>de</strong>trimental tothe good performance of the equipment. A small <strong>de</strong>viationin temperature can affect the kinetic behaviorof the fermentation as well as the <strong>de</strong>gree of contaminationby bacteria and the <strong>de</strong>velopment of new Saccharomycescerevisiae strains, as well as wild yeast, andnon-Saccharomyces species (Torija et al. 2003). There isalso a correlation between the ethanol tolerance of yeastcells and fermentation temperature (Aldiguier et al.2004). The temperature also affects the osmotoleranceof yeast cells. This factor should be consi<strong>de</strong>red especiallywhen cane molasses is used as the substrate. Thus, acooling system capable of removing the heat released inor<strong>de</strong>r to reduce and keep the fermentation temperatureat i<strong>de</strong>al values is required.An absorption <strong>chiller</strong> is thermally driven coolingequipment, which requires small external work. Thesemachines become economically attractive when thereis a residual thermal energy source available, such asgeothermal energy, solar energy and waste heat fromthermal processes (hot exhaust gas discharges, hot waterdischarges and waste low pressure steam). Single-effectabsorption technology provi<strong>de</strong>s a peak coefficient of performanceapproximately 0.8 , and it operates with heatinput temperatures in the range of 75 to 100 ◦ C (Herol<strong>de</strong>t al. 1996). This study proposes an alternative coolingsystem for use in ethanol fermentation using a singleeffectwater/lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> absorption <strong>chiller</strong>, poweredby waste heat from sugar and alcohol production,for example, the contaminated con<strong>de</strong>nsate (96 ◦ C)fromthe sugarcane juice evaporation process, vinasse (80 ◦ C)from distillation and flash saturated steam (100 ◦ C).The aim of this study is to investigate the behaviorof the fermentation process with the introduction of anabsorption <strong>chiller</strong> in the cooling system of the fermentationvats, in an industrial ethanol fermentation process(Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A).2 Materials and Methods2.1 System DescriptionA schematic diagram of the cooling system for ethanolfermentation is shown in Figure 1. This figure representsthe fermentation module of the ethanol industrial processand it consists of the following components: singleeffectabsorption <strong>chiller</strong> and fermentation system.The components of the single-effect water/lithi<strong>um</strong>bromi<strong>de</strong> absorption <strong>chiller</strong>, shown in region slowroman-∗ This paper is an updated version of a paper published in the ECOS’09 proceedings. It is printed here with permission of the authors andorganizers∗∗ Corresponding Author Vol. 13 (No. 3) / 111


98Figure 1. Schematic diagram of the cooling system forethanol fermentation using a single-effect absorption <strong>chiller</strong>.capi@ of Figure 1, are: generator, absorber, con<strong>de</strong>nser,evaporator, solution heat exchanger, solution p<strong>um</strong>p, expansionvalve and throttling valve. Firstly, the weak solutionof lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> is p<strong>um</strong>ped from the low pressureregion in the absorber to the high pressure region inthe generator where heat is supplied by the waste heatsource (point 11) and the refrigerant water is separatedfrom aqueous lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> solution by evaporation.The superheated steam (point 7) goes through the con<strong>de</strong>nserwhere it is con<strong>de</strong>nsed on the surface of a coolingcoil. The saturated water, that leaves the con<strong>de</strong>nser, isthrottled through the expansion valve to the lower pressurein the evaporator, where it evaporates by absorbingheat and provi<strong>de</strong>s cooling capacity (point 18). The saturatedsteam from the evaporator (point 10) flows tothe absorber where it is absorbed by the strong solutionoriginating from the generator. The mixing processintheabsorberisexothermicandneedstorejectheattransferring it to the water from the con<strong>de</strong>nser. Theweak solution, which leaves the absorber, is p<strong>um</strong>ped tothe generator and goes through the solution heat exchangerwhere it is heated, and the refrigeration processbegins again.One constraint of the single-effect water/lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong>absorption <strong>chiller</strong> is the crystallization of the absorbent(lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong>) and the point of the cyclemost vulnerable in this regard is the stream entering theabsorber (point 6), because of its highly concentratedsolution and low temperature.The absorption <strong>chiller</strong> has a nominal cooling capacityof 3000 kW and it chills two fermentation vats. Thecooling capacity of the absorption <strong>chiller</strong> was selectedconsi<strong>de</strong>ring the availability of waste heat at the plant.This study only shows the refrigeration of one fermentationvat, thus the mass flow rate of the chilled waterfrom the evaporator is divi<strong>de</strong>d into two streams. Thevol<strong>um</strong>e flow rate and the temperature of some streamsin the absorption <strong>chiller</strong> are shown in Table 1. The configurationof the water loop inlet in the absorption <strong>chiller</strong>is: con<strong>de</strong>nser (point 15) and evaporator (point 17) usethe water from the cooling tower, the absorber uses thewater that leaves the con<strong>de</strong>nser (point 16) to reject heat.Usually commercial absorption <strong>chiller</strong>s use inverse configuration(from absorber to con<strong>de</strong>nser) in or<strong>de</strong>r to avoidcrystallization. As the operation temperature rangedoes not present risk of crystallization, it is reliable tooperate un<strong>de</strong>r the configuration <strong>de</strong>scribed above, allowinghigher COP (Herold et al. 1996). The generator isheated by the contaminated con<strong>de</strong>nsate from the juiceevaporation process during sugar production (point 11).The water used to cool the fermentation vat is a mixtureos chilled water (point 18) and water from coolingtower (point 23). The simulation of the cooling tower isbeyond the scope of this analysis.Table 1. Vol<strong>um</strong>e Flow Rate and Temperature of SomeStreams in the Absorption Chiller.Point ˙V T( m 3 h −1 ) ( ◦ C)1 26 –11 350 9613 800 T 1615 800 T 2317 450 T 23The ethanol fermentation (region slowromancapii@ inFigure 1) is a biochemical process where the sugars aretransformed into alcohol by the industrial yeast Saccharomycescerevisiae. The carbon source used is canemolasses. The fermentation time ranges from 4 to 6hplus the wait time (1 to 3h) and there are two fermentationprocesses per day for each vat. At the end of thefermentation, all sugars have been cons<strong>um</strong>ed and thefinal fermentation product, called wine, has an ethanolconcentration of 60 to 90 kg m −3 .The heat released during the ethanol fermentation isremoved by means of a plate heat exchanger, where thecold stream (point 19) is provi<strong>de</strong>d by both streams, waterfrom the cooling tower (point 23) and from the evaporatorof the absorption <strong>chiller</strong> (point 18). The mustfrom the fermentation vat (point 21) flows to the fermentationheat exchanger with a constant vol<strong>um</strong>e flowrate and the flow rate of the cold stream (point 19) isused as a manipulated variable to control the fermentationtemperature.The heat exchangers of the process are in a counterflow arrangement. Plate heat exchangers are used at thesolution heat exchanger of the absorption <strong>chiller</strong> and fermentationheat exchanger, while those of the absorption<strong>chiller</strong> are shell and tube heat exchangers. The absorption<strong>chiller</strong> heat exchangers are ma<strong>de</strong> of copper while the112 / Vol. 13 (No. 3) Int. Centre for Applied Thermodynamics (ICAT)


99fermentation heat exchanger is ma<strong>de</strong> of stainless steelAISI 304. The overall thermal conductances UA of heatexchangers are shown in Table 2.Table 2. Overall Heat Transfer Coefficients of Heat Exchangers.ComponentUA( kW K −1 )Generator 165.0Absorber 297.0Con<strong>de</strong>nser 198.0Evaporator 371.3Solution heat exchanger 31.6Fermentation heat exchanger 966.42.2 Mathematical Mo<strong>de</strong>ling2.2.1 Absorption Chiller The mo<strong>de</strong>ling of the absorption<strong>chiller</strong> is performed based on energy, massand species balances, consi<strong>de</strong>ring a quasi-steady stateregime (the system moves quickly through a sequence ofsteady states, even while subjected to varying conditionsover time), according to the theoretical fundamentals ofHerold et al. (1996).Themassflowratebalanceofthegeneratoriscalculatedusing the expressionṁ 3 = ṁ 4 + ṁ 7 (1)Consi<strong>de</strong>ring that there is no lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> in thesuperheated steam (point 7), the lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> balancein the generator is given byṁ 3 ·ξ 3 = ṁ 4 ·ξ 4 (2)where ξ 3 is the lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fraction of theweak solution and ξ 4 is the lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fractionof the strong solution.The solution p<strong>um</strong>p reaches the steady state flow ratequickly and maintains a constant rate. The expressionfor the work input of the solution p<strong>um</strong>p is obtained as][ṁ1 · (PẆ p = 100· 2 − P 1)(3)η p ·ρ 1where η p is the solution p<strong>um</strong>p efficiency and its valueis 72 % and ρ 1 is the <strong>de</strong>nsity of the aqueous lithi<strong>um</strong>bromi<strong>de</strong> solution at point 1 in Figure 1.The mo<strong>de</strong>ling of the heat exchanger-cycle cooling systemof the absorption <strong>chiller</strong> is carried out using the energybalance and the Logarithmic Mean TemperatureDifference (LMTD).The coefficient of performance (COP) oftherefrigerationmachine is <strong>de</strong>fined as follows˙Q eCOP =(4)˙Q g +Ẇ pwhere ˙Q e is the cooling capacity, ˙Q g is the heat flowinput in the generator and Ẇ p is the work input of thesolution p<strong>um</strong>p.2.2.2 Fermentation The mathematical mo<strong>de</strong>l forthe ethanol fermentation is an unstructured mo<strong>de</strong>l andthe mo<strong>de</strong>ling is performed based on kinetic rate mo<strong>de</strong>lscoupled with mass balance equations for the cell, substrateand ethanol and the energy balance, for an industrialfed-batch fermentation process. It is ass<strong>um</strong>ed thatthe feed is sterile (X in =0).The global mass balance is <strong>de</strong>scribed asdV= Ḟ (5)dtwhere Ḟ is the substrate feed vol<strong>um</strong>e flow rate and dV/dtrepresents the variation in the vol<strong>um</strong>e during the fermentationprocess.Therateofcellgrowthis<strong>de</strong>finedasfollowsdX= μ ·X − Ḟ ·X(6)dtVwhere μ is the specific growth rate and the factor Ḟ/Vis the dilution rate as the feed is ad<strong>de</strong>d during the fermentationprocess.The substrate cons<strong>um</strong>ption is mo<strong>de</strong>led by the equationdSdt = − μ ·X − m X ·X + Ḟ · (Sin − S) (7)Y X/S Vwhere Y X/S is the yield factor of the cell based on thesubstrate cons<strong>um</strong>ption and m X is the maintenance coefficient.The ethanol formation is written asdE= Y E/S · μ ·X+ m E ·X − Ḟ ·Edt Y X/S V(8)where Y E/S represents the yield factor of ethanol basedon substrate cons<strong>um</strong>ption and m E is the ethanol productionassociatedwithgrowth.The variation in fermentation temperature T 21 duringthe process is <strong>de</strong>scribed by Eqn (9) and it is <strong>de</strong>terminedthrough the energy balance of the fermentation system.dT 21= Ḟdt V · (Tin − T21) − ˙V 21 · (T21 − T22)V( ) ()ΔHS μ ·X+· + m X ·Xρ in ·Cp in Y X/S(9)where ΔH S is the heat released during the fermentationprocess and its value is 697.7kJper kilogram of substratecons<strong>um</strong>ed (Albers et al. 2002), the inlet temperature T inand the vol<strong>um</strong>e flow rate ˙V 21 areshowninTable4.In the mo<strong>de</strong>l shown, the specific growth rate is expressedas a function of limiting substrate concentrationS (Monod equation) and of the inhibitory effects ofsubstrate and ethanol concentration (Ghose and Tyagi1979), as represented by the following equation( )(Sμ = μ max · · exp(−K i ·S)· 1 − E ) n(10)K S + SE maxwhere μ max is the maxim<strong>um</strong> specific growth rate, K Sis the substrate saturation constant, K i is the substrateInt. J. of Thermodynamics (IJoT) Vol. 13 (No. 3) / 113


100inhibition coefficient, E max is the maxim<strong>um</strong> ethanol concentrationat which yeast cell growth is completely inhibitedand n is the product inhibition power. Cell inhibitionand <strong>de</strong>ath are not taken into account in the mo<strong>de</strong>ldue to the dilution effect in the fed-batch mo<strong>de</strong> andthe short resi<strong>de</strong>nce time. This inhibition occurs at highyeast cell concentration, with cell recycling (Jarzebskiand Malinowski 1989; Lee et al. 1983). Un<strong>de</strong>r industrialconditions, the microorganism is a yeast isolatedfrom the industrial environment and therefore adaptedto fermentation stress. In addition, in each fermentationcycle the yeast receives an acid treatment for 2 to 3h,when nutrients are also supplied.The parameters used in the mo<strong>de</strong>l shown above weretaken from the literature Atala et al. (2001) and are presentedin Table 3. These expressions were <strong>de</strong>terminedfor the temperature range of 28 to 40 ◦ C, using an industrialyeast Saccharomyces cerevisiae (Pedra-2) andcane molasses as the substrate.Table 3. Kinetic Parameters as a Function of Temperature.Par.Expression or Value(μ max 1.6· exp − 41.5)(− 1.3·10 4 · exp − 431.4)T 21 T 21E max −0.4421·T21 2 + 26.41·T21 − 279.75Y X/S 2.704· exp(−0.1225·T 21)Y E/S 0.6911· exp(−0.0139·T 21)K i 1.393·10 −4 · exp(0.1004·T 21)K S 4.1m E 0.1m X 0.2n 1.5The heat flow rate released during the fermentationprocess ˙Q f is calculated as follows[ ]Vt−Δt · (S˙Q f = ΔH S ·t−Δt + S in) −V ·S(11)3600·Δtwhere S t−Δt and V t−Δt represent the substrate concentrationand the working vol<strong>um</strong>e of the fermentation vatat time t − Δt, S and V being the substrate concentrationand the working vol<strong>um</strong>e at the present time and Δtrepresenting the time difference.The fermentation heat exchanger is mo<strong>de</strong>led usingthe Logarithm Mean Temperature Difference (LMTD)method and the energy balance as <strong>de</strong>scribed in Bejanand Kraus (2003).The fermentation efficiency may be written as{}E ·V − Eη = 100·0 ·V 0(12)0.511· [V · (S in − S) −V 0 · (S in − S 0)]where 0.511 is the sugar to ethanol conversion factorbased on the theoretical maxim<strong>um</strong> yield.The ethanol productivity is calculated by the followingexpressionE ·V − E0 ·V0φ E = (13)V ·t2.3 SimulationThe data collected in a sugar and ethanol productionplant (Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A) areshown in Table 4 and they are used as the initial conditionsfor the simulation of the industrial fermentationprocess. For the fermentation, the feed flow rate of themust Ḟ and the inlet must temperature T in change accordingto the expressions given in the table. The valuesfor the feed substrate concentration S in, initialcellX 0 and ethanol E 0 concentrations, initial temperature T 0and initial vol<strong>um</strong>e V 0 are shown. The initial time of therefrigeration process is 0.45 h. The water temperatureof the cooling tower T 23 and vol<strong>um</strong>e flow rate ˙V 19 weretaken during the fermentation process un<strong>de</strong>r industrialconditions at the above-mentioned plant and the temperaturesvary according to the expression shown.Table 4. Fermentation Data Collected at Usina CerradinhoAçúcar e Álcool S/A.ParameterExpression or ValueḞ 8.73·t + 76.29S in 200E 0 34.56X 0 71.6T 0 28.37T in 0.15·t + 31.43T 23 −0.05·t 2 + 0.78·t + 26.03V 0 210˙V 19 −60.0·t + 1030.1˙V 21 1000The simulations were performed using the softwareEngineering Equation Solver (EES R , Klein and Alvarado(2008)). The properties of the water are wereevaluated with the correlations given by IAPWS (1995).The specific enthalpy of the aqueous lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong>solution is was calculated in terms of the solution temperatureand lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fraction using thecorrelation given by ASHRAE (2001). The <strong>de</strong>nsity andthe heat capacity of the aqueous lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> solutionare given by the equations of Patterson and Perez-Blanco (1988)andYuan and Herold (2005), respectively.The correlations of the heat capacity and <strong>de</strong>nsity of thesugarcane juice used in this work are were calculated byRao et al. (2009).3 Results and DiscussionFigure 2 shows the behavior of the fermentation processusing only water from cooling tower to chill thevat, where cell X, substrateS and ethanol E concentrationprofiles are <strong>de</strong>tailed. The fermentation temperatureprofile (T 21) is also presented. The final concentrationof ethanol in the simulated fermentation reaches114 / Vol. 13 (No. 3) Int. Centre for Applied Thermodynamics (ICAT)


10173.60 kg m −3 against a value of 73.41 kg m −3 obtainedin the industrial fermentation un<strong>de</strong>r analysis, representinga difference of 0.3%, and an ethanol fermentationefficiency of 88.4%.Consi<strong>de</strong>ring8hof process (fermentationtime plus wait time), the ethanol productivity is7.9kgm −3 h −1 . As seen from the figure, the fermentationtemperature reaches a maxim<strong>um</strong> of around 36 ◦ C.Thus, the use of water from the cooling tower as theonly cooling source is insufficient to keep the fermentationtemperature at the i<strong>de</strong>al value (32 ◦ C), which leadsto a lower efficiency.Figure 2. Ethanol E, substrate S and cell X concentrationprofiles for a fed-batch ethanol fermentation process usingonly the cooling tower to chill the vat.For the absorption <strong>chiller</strong> and cooling tower configuration,the mass flow rate of the absorption <strong>chiller</strong> (point18) is used to chill two fermentation vats and only halfof the mass flow rate from the cooling tower is used,because some of this stream is used in the absorption<strong>chiller</strong>. As seen from Figure 3, the fermentation temperature<strong>de</strong>creases by around 1 ◦ C with the absorption<strong>chiller</strong>/cooling tower and the final ethanol concentrationis 74.17 kg m −3 , increasing the ethanol concentration byaround 0.57 kg m −3 , which represents an annual ethanolincrease of approx. 240 m 3 per fermentation vat. Thefermentation efficiency of process is 89.2%and ethanolproductivity is 8.0kgm −3 h −1 ,consi<strong>de</strong>ring8hof fermentation.Figure 3. Fermentation temperature profiles T 21 using thecooling tower and the absorption <strong>chiller</strong>/cooling tower.With the cooling system shown in Figure 1, the coolingcapacity of the absorption <strong>chiller</strong> is not sufficientto remove all the heat released during the fermentation.The fermentation temperature T 21 continues tovary and differs greatly from the i<strong>de</strong>al temperature(32 ◦ C). A simulation with the fermentation temperaturekept constant at 32 ◦ C during the whole process wasperformed, and the final ethanol concentration reached75.37 kg m −3 , representing an annual ethanol increase ofaround 770 m 3 per fermentation vat. In this case, thefermentation efficiency and the ethanol productivity are90.9% and 8.1kgm −3 h −1 , respectively. The fermentationefficiency increased 2.5% in comparison with thatof the refrigeration system with only the cooling tower.Thus, keeping the temperature at the i<strong>de</strong>al value canreadily give several improvements in the process in termsof fermentation efficiency, productivity and cell viability.At high temperatures, the specific growth rate of contaminantmicroorganisms is increased, thus increasingthe <strong>de</strong>gree of contamination in the process. This contaminationcauses flocculation of the yeast cells, leadingto problems in the centrifugation and incurring highcosts for antibiotics. The high ethanol concentrationcombined with the high temperatures submits the cellsto stress conditions. Un<strong>de</strong>r these conditions the yeasthas a higher ten<strong>de</strong>ncy to produce glycerol, which is themain by-product of ethanol fermentation. Thus, lowertemperatures reduce the glycerol production, increasingthe process efficiency.Working with a lower fermentation temperature, theinlet substrate concentration S in of the vat can be increasedwithout adversely affect the fermentation process.Thus, on increasing the inlet substrate concentration,the production of ethanol in the fermentation vatincreases and a wine with a higher ethanol concentrationis passed to the distillery, producing a smaller amountof vinasse and requiring a lower thermal load (Camargoet al. 1990). The optimization of the fermentation processto increase the ethanol productivity, maintain cellviability and <strong>de</strong>crease the fermentation time, is nee<strong>de</strong>dwhen a higher inlet substrate concentration is used.The heat flow released during the fermentation ˙Q fand the heat flow of the fermentation heat exchanger˙Q fhx with the absorption <strong>chiller</strong>/cooling tower are shownin Figure 4. As seen from the figure, the heat flow offermentation is greater than the heat flow of the heatexchanger, thus the fermentation temperature increasesduring the process. The i<strong>de</strong>al process would be whenthe heat flow released and the heat flow of the heat exchangerare the same. This can be achieved by controllingthe fermentation temperature using the chilledwater flow valve as the manipulated variable or usingcold water with a high mass flow rate to maintain thei<strong>de</strong>al temperature.Pressures profile of the absorption <strong>chiller</strong> internalflows is presented in Figure 5. High and low pressuresincrease slightly because of the temperature variation ofcooling tower outlet, thereby internal temperatures arealso affected, as shown in Figure 6. Chiller’s COP variationsduring the fermentation process are negligible,holding close to 0.81.The lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> concentrations of the weak solutionξ 3 and the strong solution ξ 4 are shown in Figure7. The concentrations and the concentration differ-Int. J. of Thermodynamics (IJoT) Vol. 13 (No. 3) / 115


102of the crystallization phenomenon.Figure 4. Heat flow rate released during ethanol fermentation˙Q f , heat flow rate of the fermentation heat exchanger˙Q fhx and fermentation temperature T 21.Figure 7. Variation of the lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fractionduring the fermentation process.Figure 5.flows.Pressure profile of absorption <strong>chiller</strong> internalHeat flows variation during the fermentation pro-Figure 8.cess.Similarly, the profile of the heat flow input in the absorption<strong>chiller</strong> was obtained during the fermentationprocess and is shown in Figure 8. The cooling capacity˙Q e <strong>de</strong>creases by around 4% during the process. Thus,itcanaffectthefermentationtemperatureandreducethe fermentation efficiency. There are some alternativesavailable to increase the cooling capacity of the machinewhich inclu<strong>de</strong>: increasing the water loop inlet temperaturegenerator T 11 or <strong>de</strong>creasing the temperature of thewater from the cooling tower T 23 that enters in the con<strong>de</strong>nserT 15 and evaporator T 17.During the fermentation, the water loop outlet evaporatorFigure 6. Temperature profile of absorption <strong>chiller</strong> internaltemperature T 18 increases by around 3 ◦ C,becauseflows.of the temperature variation of the water from the coolingtower. The water loop outlet generator temperatureence Δξ between the strong and the weak solution <strong>de</strong>creaseduring the ethanol fermentation. Thus the massflow rate of the superheated steam (point 7) <strong>de</strong>creases,and the cooling capacity ˙Q e of the absorption <strong>chiller</strong>also <strong>de</strong>creases, as seen in Figure 8. The crystallizationline ξ cryst presented in Figure 7 shows the value of thelithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fraction at point 6 from which thecrystallization process occurs. The difference betweenthe lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fraction of the strong solutionξ 4 and the mass fraction of the crystallization point ξ crystis around 10 %, showing that the operational conditionsof the absorption <strong>chiller</strong> differ consi<strong>de</strong>rably from thoseT 12 is around 88 ◦ C. This stream can still be used inanother process to improve the energy efficiency of theplant, either in a cooling capacity or to improve otherprocesses such as air conditioning systems, sugar dryers,recovery of alcoholic gas in the distillery and cooling ofmust or wine.The temperature of the water from the cooling towerT 23 is an important parameter as it affects the performanceand the cooling capacity of the absorption <strong>chiller</strong>.As seen in Figure 9, on increasing the water temperature,the heat flow input in the absorption <strong>chiller</strong> <strong>de</strong>creases.The cooling capacity ˙Q e is affected by the cool-116 / Vol. 13 (No. 3) Int. Centre for Applied Thermodynamics (ICAT)


103ing tower and it is essential to keep the water temperatureas low as possible. For each 1 ◦ C increase in thetemperature of the water from the cooling tower, thecooling capacity of the absorption <strong>chiller</strong> <strong>de</strong>creases byaround 35 kW, which is the cause of the reduction inthe cooling capacity shown in Figure 8.Figure 9. Heat flow input to the absorption <strong>chiller</strong> with thevariation in the temperature of the water from the coolingtower.process4 ConclusionsThe introduction of an absorption <strong>chiller</strong> in theethanol fermentation cooling system has been investigatedin this paper. A dynamic mo<strong>de</strong>l for the fed-batchfermentation process coupled with a quasi-steady statemo<strong>de</strong>l for the absorption system was <strong>de</strong>veloped un<strong>de</strong>rindustrial conditions.The simulation with the new configuration of the refrigerationsystem (absorption <strong>chiller</strong> and cooling tower)showed that it is possible to reduce the fermentationtemperature by around 1 ◦ C and increase the fermentationefficiency by around 0.8%, representing an annualethanol increase of around 240 m 3 per fermentation vat.These results can be improved by <strong>de</strong>creasing the temperatureto an i<strong>de</strong>al value in terms of both fermentationkinetics and cell viability. To improve these results,a refrigeration machine with a higher cooling capacityshould be used, un<strong>de</strong>r controlled operating conditions.An increase in the ethanol concentration of the winecan reduce significantly the energy cons<strong>um</strong>ption in thedownstream processes, such as distillation and vinasseconcentration. The industrial losses, especially those relatedto contamination of the fermentation medi<strong>um</strong>, canbe minimized through a temperature control.The results of this study <strong>de</strong>monstrate the potentialapplication of the absorption <strong>chiller</strong> in the fermentationprocess. An absorption <strong>chiller</strong> powered by industrialwaste heat is an excellent energy saving option in a cogenerationsystem in a sugar and ethanol plant. Thismay also promote an increase in the energy balance ofthe ethanol production process, the value for which iscurrently around 8.5. All of these advantages contributealso to the competitiveness and sustainability of ethanolindustry.AcknowledgementsThe authors would like to acknowledge Usina CerradinhoAçúcar e Álcool S/A for making available thedata and the FINEP for the financial support ofthis study.NomenclatureCOP coefficient of performanceCp specific heat capacity, kJ kg −1 K −1E ethanol concentration, kg m −3h enthalpy, kJ kg −1K i substrate inhibition coefficient, m 3 kg −1K S substrate saturation constant, kg m −3M molecular mass, kg kmol −1ṁ mass flow rate, kg h −1m E ethanol production associated with growth,kg kg −1 h −1m X maintenance coefficient, kg kg −1 h −1n product inhibition powerP pressure, kPa˙Q heat flow, kWS substrate concentration, kg m −3t time, hT temperature, ◦ CUA overall thermal conductance, kW K −1V working vol<strong>um</strong>e, m 3˙V vol<strong>um</strong>e flow rate, m 3 h −1X cell concentration, kg m −3y mole fractionY yield factor, kg kg −1Ẇ power, kWGreek symbolsΔH S fermentation heat released, kJ kg −1Δt time difference, hη efficiency, %μ specific growth rate, h −1φ productivity, kg m −3 h −1ρ <strong>de</strong>nsity, kg m −3ξ lithi<strong>um</strong> bromi<strong>de</strong> mass fraction, %References:Albers, E., Larsson, C., Lidén, G., Niklasson, C., andGustafsson, L. (2002). Continuous estimation of productconcentration with calorimetry and gas analysisduring anaerobic fermentations of Saccharomyces cerevisiae.Thermochimica acta, 394:185–190.Aldiguier, A. S., Alfenore, S., Cameleyre, X., Goma, G.,Uribelarrea, J. L., Guillouet, S. E., and Molina-Jouve,C. (2004). Synergistic temperature and ethanol effect onSaccharomyces cerevisiae dynamic behaviour in ethanolbio-fuel production. Bioprocess and Biosytems Engineering,26(4):217–222.ASHRAE (2001). HVAC Fundamentals Handbook.American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers.Atala, D. I. P., Costa, A. C., Maciel, R., and Maugeri,F. (2001). Kinetics of ethanol fermentation with highbiomass concentration consi<strong>de</strong>ring the effect of temperature.Applied Biochemistry and Biotechnology, 91-93(1-9):353–365.Bejan, A. and Kraus, A. D. (2003). Heat Transfer Handbook.John Wiley and Sons, Inc.Int. J. of Thermodynamics (IJoT) Vol. 13 (No. 3) / 117


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