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revista tempo de agir ed4.pdf - Sebrae

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Criada em 1991, em Sant’Ana do Livramento,município distante 497 km <strong>de</strong> Porto Alegre,a Univaz produz uniformes industriais e comerciaisque continuam como carro-chefe da empresa. A industrialização<strong>de</strong> bombachas surgiu para suprir lacunas<strong>de</strong> produção. De acordo com o empresário, “o uniformepossui uma curva <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, ou seja, é ummercado <strong>de</strong> altos e baixos. Eu precisava <strong>de</strong> um produtoque suprisse esses períodos”. Foi então que, aovisitar um cliente da cida<strong>de</strong>, Paulo teve a i<strong>de</strong>ia. “Eleme perguntou se eu produzia bombachas. Depois <strong>de</strong>pensar naquilo peguei um mol<strong>de</strong>, levei para casa e fiz amo<strong>de</strong>lagem. Não foi difícil produzir, porque o tipo <strong>de</strong>maquinário utilizado é o mesmo que uso nos uniformes”,explica Paulo.Antes <strong>de</strong> criar a Univaz, ele foi subgerente em umaagência bancária, ramo em que trabalhou durantedoze anos. Com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, i<strong>de</strong>ntificouna confecção uma boa oportunida<strong>de</strong> e partiu em busca<strong>de</strong> informações para executar a i<strong>de</strong>ia em parceriacom um colega <strong>de</strong> trabalho. Foi através do <strong>Sebrae</strong>/RSque iniciou o <strong>de</strong>senvolvimento da gestão da empresa.“Vimos que o mercado <strong>de</strong> consumo para uniformesera crescente, pois não havia muitas empresas bem-estruturadaspara aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda”, conta Paulo, quejá participou <strong>de</strong> oficinas, <strong>de</strong> palestras e do Empretec,ativida<strong>de</strong>s que a instituição oferece.Em 2005, a bombacha passou a fazer parte do catálogoda empresa. O tradicional item da vestimenta gaúchafoi além, ganhando marca própria. “A bombacha Tauraé um produto hoje comercializado em todo o territóriobrasileiro. Ven<strong>de</strong>mos basicamente por atacado,enviando mostruário, visitando clientes”, conta o empreen<strong>de</strong>dor.Mas foi através da internet que o negóciose popularizou. “Além <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r em uma loja virtual,temos site próprio que também comercializa peçaspara homens, mulheres e crianças. Os compradoressão gaúchos que participam do movimento nativistafora do Estado e turistas que querem uma lembrançado Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Tenho um cliente <strong>de</strong> MinasGerais que conheceu a bombacha quando estava <strong>de</strong>passagem pela Argentina e entrou em contato conoscopara adquirir como lembrança”, conta. Além <strong>de</strong> MinasGerais, Paulo já ven<strong>de</strong>u para São Paulo, Paraná, SantaCatarina, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Brasília.Foto: DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoA peça que i<strong>de</strong>ntifica o gaúcho amplia seumercado fora do Estado e está chegando à AlemanhaPaulo Vaz | EmpresárioAlém <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r em uma loja virtual, temos sitepróprio que também comercializa peças parahomens, mulheres e crianças. Os compradoressão gaúchos que participam do movimentonativista fora do Estado e turistas que queremuma lembrança do Rio Gran<strong>de</strong> do SulNavegando por ondas digitaisPaulo Vaz está sempre em busca <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong>divulgar seus produtos. “Utilizo até on<strong>de</strong> posso as ferramentasda internet, para contato com clientes e fornecedores,busca <strong>de</strong> informações, divulgação e venda.Até mesmo contato por voz eu faço pelo computador.É um meio abrangente e barato, que po<strong>de</strong> dar umgran<strong>de</strong> retorno”, afirma o empresário, que <strong>de</strong>staca ofato <strong>de</strong> o site ser acessado em países como Itália, Hungriae Alemanha. E foi <strong>de</strong>sse último país que surgiuuma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação. “Um grupo <strong>de</strong>brasileiros quer abrir uma churrascaria por lá e está interessadona marca Taura. Estamos negociando”.Além do meio digital, outra iniciativa, efetivada recentemente,vai promover as bombachas Taura. “Fechamosparceria com um grupo <strong>de</strong> música nativista e vamosdoar as bombachas para que seus integrantes asusem no palco. Em contrapartida, nossa marca serádivulgada em diversas plataformas, criando nas pessoaso <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ter o produto”, explica.O gestor do <strong>Sebrae</strong>/RS no escritório da Campanha eFronteira Oeste, Edson Linhares, acompanhou Paulodurante muitos anos em diversas capacitações promovidaspela entida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>screve o perfil do empresário.“Ele é bastante empreen<strong>de</strong>dor e ousado; i<strong>de</strong>ntificouque era preciso trabalhar-se primeiro e <strong>de</strong>pois a empresa.O mais interessante, no caso das bombachas,é saber que alguém apostou em um produto típico danossa terra para inová-lo e na busca <strong>de</strong> novas formas<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r, que ultrapassam fronteiras”, disse.Para continuar aperfeiçoando o trabalho, Paulo acreditaque um empresário <strong>de</strong>ve estar em constante aprendizado.“Voltei a estudar, cursando Administração <strong>de</strong>Empresas, e, embora tenha aprendido tudo o que seino dia-a-dia, a teoria está me ajudando muito”.A história da indumentáriaCom origem em meio a um contexto <strong>de</strong> guerras,a história da bombacha se confun<strong>de</strong> como sentimento <strong>de</strong> orgulho do povo gaúcho. Asbatalhas dos revolucionários ou <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>suas terras contribuíram para criar essa imagem<strong>de</strong> força, cuja vestimenta é uma herança da mesmaépoca.A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre osanos <strong>de</strong> 1864 e 1870, funcionou como um divisor<strong>de</strong> culturas, implantando novos elementose costumes. Um exemplo é a gaita, que, aospoucos, substituiu a viola durante os bailes. Outroé a própria bombacha, <strong>de</strong> origem turca. Elachegava ao porto <strong>de</strong> Montevidéu através <strong>de</strong> comerciantesingleses, como sobra das batalhas <strong>de</strong>exércitos colonialistas e imperialistas.Na época <strong>de</strong>ssa mistura <strong>de</strong> culturas, o gaúchocostumava cantar: “A gaita matou a viola / ofósfre, matou o isqueiro / A bombacha, o chiripá/ e a moda, o uso campeiro”. Consi<strong>de</strong>radavestimenta sem valor, utilizá-la em bailes nãoera permitido, mas no início do século XX, porvolta <strong>de</strong> 1905, seu uso já tinha virado um hábitoque inclui os enfeites laterais chamados favos<strong>de</strong> mel.A pilcha - conjunto <strong>de</strong> peças obrigatórias quecompõem a indumentária do gaúcho - foi transformadaem traje oficial a partir da lei estadual<strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1989. De acordo com a lei,será consi<strong>de</strong>rada pilcha a vestimenta que reproduzircom elegância a sobrieda<strong>de</strong> da indumentáriahistórica, conforme os ditames e as diretrizestraçadas pelo Movimento TradicionalistaGaúcho (MTG).22Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 23

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