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Acesse aqui o texto completo dos Artigos referentes às ... - Fiocruz

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72Neurociênciasrespostas auto-imunes (auto-imunidade),inclusive as geradas por exposição a Agexternos microbianos, só se acompanhararamente de patologia (doença auto--imune).Se a diversidade do repertório de Agcomuns entre microorganismos e seushospedeiros for realmente grande, asprobabilidades de encontro de Ag externospareci<strong>dos</strong> com os nossos própriosAg (leia-se dota<strong>dos</strong> de propriedades dereação cruzada com auto-Ag) serão bastantealtas.Mas qual o tamanho da ameaçapotencial? Quantos Ag em média compartilhamoscom um microrganismo? Podemoster uma idéia realista da resposta àessa pergunta comparando proteomas.Como vimos, menos de 1% <strong>dos</strong> nossosgenes são exclusivos da nossa espécie,isso quando consideramos to<strong>dos</strong> osgenes de todas as espécies conhecidasaté hoje [3]. Um trabalho interessantedividiu o proteoma humano em pequenosoligopeptídeos de cinco aminoáci<strong>dos</strong> decomprimento (pentapeptídeos ou 5-mers)de um modo a que to<strong>dos</strong> os peptídeospossíveis que pudessem ser feitos comesse tamanho a partir do nosso proteomafossem representa<strong>dos</strong>. Os autoresadotaram, em seguida, o mesmo procedimentocom proteomas de alguns víruspatogênicos e determinaram a quantidadede peptídeos idênticos entre os doisproteomas. Observou-se que entre 89,3%e 93,5% <strong>dos</strong> peptídeos deriva<strong>dos</strong> <strong>dos</strong>proteomas virais tinham um homólogoperfeito no proteoma humano [67]. Umoutro trabalho do mesmo grupo utilizouessa metodologia para analisar quarentabactérias diferentes (20 patogênicas e 20e malária cerebral), não há evidências concretasde que alguns deles, como os Ac anti-DNA, sejampatogênicos [66].não patogênicas) e o proteoma humano eencontrou números semelhantes (89,8%a 93,3%) quando pentapeptídeos foramconsidera<strong>dos</strong>. A percentagem de homologiadiminuiu para 28,8%-37,5% quandohexapeptídeos foram considera<strong>dos</strong>, para3%-4,9% no caso de heptapeptídeos epara 0,4%-0,7% no caso de octapeptídeos[41]. Se considerarmos que o comprimentoótimo de um epítopo proteico linearde célula B é de cinco aminoáci<strong>dos</strong> [68](embora epítopos de até 16 aminoáci<strong>dos</strong>de comprimento tenham sido relata<strong>dos</strong>[69,70]) e que o número de pentapeptídeospossíveis de serem construí<strong>dos</strong>utilizando-se os 20 aminoáci<strong>dos</strong> queocorrem naturalmente no nosso mundoé de 3.200.000 (esse número sobepara 6,55 x 10 14 quando consideramos16 aminoáci<strong>dos</strong> de extensão) somosinduzi<strong>dos</strong> à conclusão de que as altaspercentagens de homologia encontradasnão são devidas ao acaso. Na realidade,o fato de um vírus ou uma bactériapossuir em torno de 90% de estruturassemelhantes às nossas nos mostra quenosso sistema imune é bombardeadorotineiramente por um número enorme deAg homólogos aos nossos apresenta<strong>dos</strong>numa roupagem parasitária. Logicamenteesse tipo de abordagem não consideraepitopos conformacionais ou os gera<strong>dos</strong>por modificações pós-transcricionais enem indica um valor médio de homologiaentre os dois organismos levando em contato<strong>dos</strong> os possíveis epitopos (de cincoaté 16 aminoáci<strong>dos</strong> de comprimento).Na Tabela I, tentamos quantificara percentagem média de homologia doproteoma de alguns organismos eucariotaspatogênicos (com genoma completamentesequenciado) com o humano,utilizando o Procom e uma abordagemum pouco diferente. Calculamos a per-

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