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uma empresa, várias gerações - Gazeta Das Caldas

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e bebé celebra o 40º aniversário“Nos anos setenta <strong>Caldas</strong> tinha <strong>uma</strong> grandecapacidade de atracção que hoje não tem”“Naquela época as <strong>Caldas</strong>da Rainha tinha <strong>uma</strong> capaci-dade de atracção comercialmuito maior, não tem compa-ração com o que há hoje”, disseramAlexandre Tomás, de 38anos e Dulce Tomás, de 37, recordandoque então não existia autoestrada,internet, jornais nem revistasda sociedade que ajudam apromover a estimular o consumo.Este era incentivado pela formacomo os produtos eram apresentadospelas lojas e consoante anotoriedade dos estabelecimentose da cidade.“Há algo que ninguém nostira - estamos cá há 40 anos”,dizem os responsáveis, que continuamo negócio com mesmo empenhodos seus pais.“Logo nos anos 70 acreditá-mos que o caminho para osucesso era a especializaçãodentro da nossa área”, contam,explicando que a determinada alturafoi necessário especializarmais e criar novos espaços comerciais.Na família, a <strong>empresa</strong> Túnica“sempre foi a quinta pessoana mesa ao jantar”, contam osirmãos, referindo que nem semprefoi fácil, quando eram crianças,tirar apenas mini-férias de doisa três dias, ou ficar a ajudar amarcar babygrows enquanto osamigos brincavam.“Hoje o comércio está comoos casamentos: hoje casa-see “descasa-se” enquanto quenos anos 70 era para toda avida”, disseram, fazendo um paralelismocom o comércio actualem que se abrem e fecham lojasque duram apenas meses.Em 1992, a loja da Rua das Montrascomeçou a tornar-se pequenae por ideia de Alexandre Tomása família decide a aberturado segundo estabelecimento noBarro Azul, dedicado à puericultura,mobiliário e brinquedos.Hoje aquele espaço tem 700metros quadrados de exposiçãodistribuídos por dois pisos. “Nas<strong>Caldas</strong> não existia este concei-to, aplicámos um modelo quehavia noutros países, que é oda especialização das grandecadeias”, contaram.Esta loja acabou por ter o mesmoimpacto que o estabelecimentoda Rua das Montras quando seespecializou em produtos de bebé,em 1972. O problema é que 20 anosdepois a realidade comercial eradiferente. Havia agora <strong>uma</strong> novaforma de concorrência da grandedistribuição: abriam os hipermercados.“Convém lembrar quehavia excursões para ir aosprimeiros hipermercados àAmadora e mais tarde a Leiria”,disseram, recordando que esta formade comercialização acabou porcontribuir para a que apanhou ocomércio tradicional desprevenidoe foram muitas as lojas em diversaslocalidades que tiveram queencerrar. Hoje, para combater asgrandes superfícies, “temos queaplicar fórmulas e adoptar es-tratégias de competitividadeaguerridas que mantemos atéhoje”.Quando abriram a Super Túnica,já existia no Bairro Azul o CentroComercial Barão, o que ajudou adinamizar aquela zona.“Aqui não há a menina doshopping”Já em 1996 decidem abrir a terceiraloja, esta na antiga Rua doJardim, para o segmento de roupados oito aos 16 anos.Logo após a abertura da loja noBairro Azul, o pai Carlos Tomás, aos54 anos, foi vítima de um AVC, “oque me obrigou a assumir maisresponsabilidades e a crescerrapidamente naqueles meses”,conta Alexandre Tomás que, na altura,tinha 24 anos. O pai recuperariadeste susto, mas em 2001 viria asofrer um segundo ataque que oA velha caixa registadora já passou dos escudos paraos euros e mantém-se operacionalO estabelecimento na Rua do Jardim é a terceira loja dafamília Tomásdeixou incapacitado. Falecia quatroanos depois.Nesses anos dramáticos para afamília, Fernanda passa a dedicarsemais ao marido, remetendo onegócio da família para os filhos.Alexandre tinha frequentado o cursode Direito e Dulce terminara já<strong>uma</strong> licenciatura em Economia e trabalhavanum banco.Estes herdaram os valores dospais e é com orgulho que dizem que“nunca incumprimos <strong>uma</strong> fac-tura”. Se o negócio tem um segredo,dizem, este será “a integrida-de, o ser sério e não enganar”.A <strong>empresa</strong> labora com cincoempregadas, além dos responsáveis,desde há muitos anos, nãosendo politica da casa a rotatividadedo pessoal. “Aqui não há amenina do shopping”, contamAlexandre e Dulce Tomás explicandoque valorizam a experiência.“Contamos com profissionaiscompetentes e empenhadasque vestem a camisola”, disseram,acrescentando que afinal “to-dos dependemos do sucessodas lojas e todos sentem a Tú-nica como delas”.Na Túnica já se vendeu um carrinhode bebé que seguiu para Timore um par de sapatos que seguiupara o Japão. Mais usual são osenvios de produtos para clientes noBrasil e em Angola, cada vez maishabituais.“Temos <strong>uma</strong> cliente em Fran-ça que compra tudo por telefoneà Elizabete”, contam os responsáveis,que apostam forte no serviçopós-venda, outros das linhas de trabalhoque mantém desde o início.Também enviaram carrinhos debebé para a Suíça e vendiam muitaroupa para os emigrantes. Se houvessealgum problema com os tamanhos,deixavam que as pessoastrocassem as peças quando regressavamnas férias, “sem nuncavoltar com a palavra atrás, talcomo ainda hoje fazemos”.Alexandre Tomás recorda tambémcom foi estranho para os clientesquando surgiram os “ovos”de transporte, com os pais a dizerque nunca iriam transportar os filhos“n<strong>uma</strong> coisa torta”. Hoje todaa gente possui aquele suporte, adaptávelaté ao automóvel, provando“que tudo muda em tão poucotempo”, remataram.<strong>Caldas</strong> deveria ter um planocomercial como tem <strong>uma</strong> loja“A cidade das <strong>Caldas</strong> deviater um planeamento estratégicoe <strong>uma</strong> perspectiva comerci-al como tem <strong>uma</strong> loja”. É o quedefende Alexandre Tomás, sugerindoeventos programados com ummês de antecedência e “saber queprodutos vender, como se de-senvolve a sua imagem, comque preço e para que target sedirigem”.Alexandre Tomás está preocupadocom o futuro da sua cidade edo seu centro, que “está abando-nado e é crescente a falta degente a passear nas principi-ais artérias”.Preocupa-se com as áreas doBairro Azul e da Rua do Jardim, ondetem as duas lojas “pois são som-bras daquilo que já foram”. Dizque a principal cruzeta - formadapela Rua Heróis da Grande Guerra,Rua das Montras e Miguel Bombarda- ainda consegue algum dinamismo,mas a preocupação desteempresário é grande. E isto porquevê o sucesso comercial como algocolectivo e não gosta que abramlojas para encerrar passadas alg<strong>uma</strong>ssemanas.“Há Há <strong>uma</strong> década as <strong>Caldas</strong>estava comercialmente a parcom Leiria”, disse o empresário,que considera que actualmente“está muito próxima de TorresVedras e de Alcobaça, quandoantes era muito superior. Esta-mos a perder terreno a olhosvistos”, rematou.Natacha Narcisonnarciso@gazetacaldas.com“A nossa Natáliatem <strong>uma</strong>s mãos deouro”“Trabalho nesta casa há 37 anos. Entrei para aqui era<strong>uma</strong> rapariga de 16 anos e hoje já sou avó”. Palavras deMaria Natália Jesus, que entrou no início da <strong>empresa</strong> e contacomo, em conjunto com Carlos e Fernanda Tomás, concretizarammuitas peças para bebé que então era muito difíceis deencontrar. “Fizemos muitas forras para colchões, saias,vestidos e até cobertas para vender, além das forras paraos cestos de verga para colocar a cosmética dos bebés”,lembrou a funcionária.Os clientes da Túnica continuam a vir de Peniche, Nazaré,Torres Vedras, Alcobaça, ou Rio Maior. “Temos mantido amesma clientela, mesmo que agora não tenha a mesmadisponibilidade financeira”.Conta também que as senhoras que vinham à Túnica comprarpara os seus filhos vêm agora buscar roupa para os netos.“A nossa Natália tem <strong>uma</strong>s mãos de ouro”, disse FernandaTomás, recordando como compravam esp<strong>uma</strong> própriapara fazer os colchões de bebé, forrados à mão. Também porcausa do jeito para a costura, ajudou Alexandre Tomás a concretizar<strong>uma</strong> ideia original de decoração para a terceira loja dacadeia. Compraram vários tecidos e esferovite e forraram todoo tecto da loja da Rua do Jardim de forma original.Maria Natália Jesus passou da loja da Rua das Montras paraa da Rua do Jardim e conta que alguns dos seus clientes, comidades entre os oito e os 15 anos, já vêm sozinhos escolher aspeças e depois regressam com pais ou avós para adquirir o quemais gostam.Quando veio para a loja, Dulce teria seis ou sete meses eAlexandre mais um ano. “Eles são os meus patrões, mas naverdade é como se fossem da família pois andei com elesao colo”, rematou a empregada.CRONOLOGIAN.N.Maria Natália Jesus trabalha na Túnica há 37 anos1970 – Abre a Túnica na Rua das Montras para têxtil-lar1972 – Passa a dedicar-se em exclusivo a produtos para bebé1992 – Abre a segunda loja no Bairro Azul dedicada à puericultura,mobiliário e brinquedos1996 – Abertura da terceira loja na Rua do Jardim dedicada àconfecção para crianças dos oito aos 16 anos1998 – Alargamento da segunda loja para o dobro da área2004 –Abertura do primeiro andar com showroom na loja doBairro Azul2005 – Morte do fundador, Carlos Tomás2008 - Parque de estacionamento para clientes na loja doBairro Azul

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