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23.saúde bucal na atenção básica protocolo de - CCS ...

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0UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIAYURI WANDERLEY CAVALCANTISAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA: PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIAINTEGRAL ODONTOLÓGICAJOÃO PESSOA2011


2YURI WANDERLEY CAVALCANTISAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA: PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIAINTEGRAL ODONTOLÓGICATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong>Curso apresentado ao Curso<strong>de</strong> Graduação em Odontologia,da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral daParaíba em cumprimento àsexigências para conclusão.Orientador: Wilton Wilney Nascimento Padillha. Doutor em Odontologia (ClínicaIntegrada) pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo(FOUSP).João Pessoa2011


3C376sCavalcanti, Yuri Wan<strong>de</strong>rley.Saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> atenção básica: <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong> assistência integralodontológica/ Yuri Wan<strong>de</strong>rley Cavalcanti- - João Pessoa: [s.n.], 2011.85 f.: il. -Orientador: Wilton Wilney Nascimento Padillha.Monografia (Graduação) – UFPB/<strong>CCS</strong>.1. Saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. 2. Atenção primária à saú<strong>de</strong>. 3. Assistência odontológicaintegral.BS/<strong>CCS</strong>/UFPB CDU: 616.31-089(043.2)


4YURI WANDERLEY CAVALCANTISAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA: PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIAINTEGRAL ODONTOLÓGICATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong>Curso apresentado ao Curso<strong>de</strong> Graduação em Odontologia,da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral daParaíba em cumprimento àsexigências para conclusão.Monografia aprovada em ___/___/______________________________________Wilton Wilney Nascimento Padilha – Professor DoutorOrientador – UFPB_________________________________Carlos Menezes Aguiar – Professor DoutorExami<strong>na</strong>dor – UFPE_________________________________Bianca Marques Santiago – Professora MestreExami<strong>na</strong>dor - UFPB_________________________________Rodrigo Othávio <strong>de</strong> Assunção e Souza – Professor DoutorExami<strong>na</strong>dor Suplente - UFPB


5DEDICATÓRIAÀ DeusPai protetor que ilumi<strong>na</strong> meu caminho e me acompanha nos meusanseios, <strong>de</strong>sejos e realizações. Agra<strong>de</strong>ço mais uma vitória!À Sandra e YvesMeus amados pais que me guiaram no caminho da educação,do compromisso social e da compreensão do mundo.Este trabalho é fruto do crescimento pessoal e profissio<strong>na</strong>lproporcio<strong>na</strong>do por vocês.Muito obrigado!À Wilton PadilhaMeu amigo, orientador e gran<strong>de</strong> incentivador do meu crescimento acadêmico.Obrigado pela oportunida<strong>de</strong>, disponibilida<strong>de</strong> e confiança.À Leopoldi<strong>na</strong>Minha <strong>na</strong>morada e companheira, a qual sempre se fez presentenos bons e maus momentos. Meu muito obrigado!


9ABSTRACTThe objective was to evaluate the implantation of a Comprehensive Dental CareProtocol (CDCP) at a health unit from Primary Care of João Pessoa-PB. It wasconducted an uncontrolled clinical trial with before and after. The sample consisted of32 users, who ma<strong>de</strong> six phases: diagnosis of <strong>de</strong>ntal needs, emergency solving,performance of restorative interventions, application of promotio<strong>na</strong>l measures,assessing the level of health achieved, and periodic controls. The Simplified OralHygiene In<strong>de</strong>x (OHI-S), the Gingival Bleeding In<strong>de</strong>x (GBI) and the Decayed, Missingand Filled Teeth (DMFT) were applied before and after implantation of CDCP. Theimpact on the oral health, oral hygiene, access and resolution of the service wascollected before and after the <strong>de</strong>ployment of CDCP. Statistical a<strong>na</strong>lysis was given bythe Wilcoxon test with a confi<strong>de</strong>nce level of 95% (α=0.05). The patient’s perceptio<strong>na</strong>bout the implantation of CDCP, was also collected and data was a<strong>na</strong>lyzed by ContentA<strong>na</strong>lysis technique. Between September of 2010 and February of 2011 wereperformed 97 <strong>de</strong>ntal visits, in 120 hours of work. All study participants which receivedbasic discharge (n=20) reported that CDCP contributed to improving the status andoral health knowledge. After implantation of CDCP, the in<strong>de</strong>xes OHI-S and GBIreduced significantly (p0.05), while the Decayed and Filled components showedstatistically significant difference (p


10LISTA DE FIGURASFigura 1 – Fluxograma a<strong>na</strong>lisador do processo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvidoa partir da implantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica(PAIO) <strong>na</strong> USF Timbó I. (João Pessoa – PB, 2010).39Figura 2 – Esquema <strong>de</strong>monstrativo da quantificação <strong>de</strong> placa bacteria<strong>na</strong>evi<strong>de</strong>nciada, segundo os critérios <strong>de</strong> classificação por escores do índiceIHOS.41Figura 3 – Fluxograma das etapas realizadas para análise qualitativasegundo a Técnica <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Conteúdo (BARDIN, 1979; OLIVEIRA,2008; CRUZ, 2010)46


11LISTA DE QUADROSQuadro 1 - Proposta <strong>de</strong> Clínica Odontológica Integral <strong>de</strong>senvolvida porBordoni (1993).30Quadro 2 – Protocolo <strong>de</strong> Assistência Odontológica <strong>de</strong>scrito no Manualda Clínica Integrada da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba (PADILHA,2003), adaptado <strong>de</strong> Bordoni (1993).32Quadro 3 - Códigos e critérios para Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificadosegundo Greene e Vermillion (1964).41Quadro 4 - Critérios e Registro do Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengivalsegundo Ai<strong>na</strong>mo e Bay (1975).42Quadro 5 - Resumo dos códigos e critérios para CPO-D – coroa <strong>de</strong>ntária(BRASIL, 2009).42Quadro 6 - Códigos e critérios para necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento(BRASIL, 2009).43Quadro 7 – Distribuição das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Registro (UR), Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Significado (US) e I<strong>de</strong>ias Centrais (IC) da percepção qualitativa dosparticipantes do estudo sobre a implantação do PAIO <strong>na</strong> USF Timbó I.54


12LISTA DE TABELASTabela 1 – Encaminhamentos para o setor odontológico especializadodo SUS realizados durante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação do PAIO(João Pessoa, 2010).47Tabela 2 – Procedimentos Odontológicos Básicos preventivos epromocio<strong>na</strong>is realizados durante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação doPAIO (João Pessoa, 2010).48Tabela 3 – Procedimentos Odontológicos Básicos curativos erestauradores realizados durante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação doPAIO (João Pessoa, 2010).48Tabela 4 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidaspara os índices IHO-S, ISG e CPO-D aferidos <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>l doPAIO (João Pessoa, 2010).49Tabela 5 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidaspara os componentes Cariados (C), Perdidos (P) e Obturados (O) doíndice CPO-D, aferidos <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO (João Pessoa,2010).51Tabela 6 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidaspara a avaliação dos usuários sobre a Higiene em Saú<strong>de</strong> Bucal (SB); aCondição SB; o Acesso ao serviço odontológico e a Resolutivida<strong>de</strong> daatenção prestada <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO (João Pessoa, 2010).53


13SUMÁRIO1. Introdução 152. Revisão <strong>de</strong> Literatura 192.1. O Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> AtençãoBásica2.2. Formação <strong>de</strong> Recursos Humanos em Odontologia enovas práticas <strong>de</strong> cuidado em Saú<strong>de</strong> Bucal2.3. Como promover Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica doSUS?2025293. Proposição 344. Materiais e Métodos 364.1. Delineamento Geral do Estudo 374.2. Aspectos Éticos 374.3. Local <strong>de</strong> realização do estudo e período <strong>de</strong> avaliação 374.4. Universo e Amostra 384.5. Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica 384.6. Coleta <strong>de</strong> Dados 404.6.1. Avaliação Clínica e Epi<strong>de</strong>miológica 404.6.2. Avaliação do Impacto da Implantação do PAIO 434.7. Análise dos Dados 445. Resultados 466. Discussão 557. Conclusão 64Referências 66Apêndices 73Anexos 81


Introdução14


151. IntroduçãoA Atenção Básica é o nível primário <strong>de</strong> atenção do Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> (SUS), responsável por oferecer ações e serviços que valorizem aprevenção, a promoção, o tratamento e a recuperação da saú<strong>de</strong> da população.O Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) da Atenção Básica do SUS consi<strong>de</strong>raa família como núcleo social primário, valorizando o acesso universal, ahumanização do atendimento, o trabalho em equipe, o vínculo entreprofissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e comunida<strong>de</strong>, a integralida<strong>de</strong>, e a ampliação daresolutivida<strong>de</strong> (BRASIL, 2004). Dessa forma, o SUS busca <strong>de</strong>senvolveratenção integral, resolutiva e participativa, capaz <strong>de</strong> gerar impacto e resolver osprincipais (e emergenciais) problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população.A incorporação da Odontologia <strong>na</strong> estratégia do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>da Família (PSF) se <strong>de</strong>u em <strong>de</strong>zembro do ano 2000, através da Portaria 1.444<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000 (BRASIL, 2000). Por meio <strong>de</strong>sta, o Ministério daSaú<strong>de</strong> <strong>de</strong>finiu a composição das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) e instituiu oincentivo fi<strong>na</strong>nceiro para a reorganização da atenção odontológica no SUS.Essa medida contribuiu para a ampliação do acesso ao tratamentoodontológico e para introdução <strong>de</strong> ações preventivas <strong>de</strong> caráter individual ecoletivo, além <strong>de</strong> favorecer a multidiscipli<strong>na</strong>rida<strong>de</strong> da atenção básica (FARIAS;MOURA, 2003).Assim, a implantação da Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (ESF)contribuiu para a reor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do mo<strong>de</strong>lo assistencial, priorizando aintegralida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> prevenção junto à comunida<strong>de</strong>, ea construção <strong>de</strong> relações permanentes entre os profissio<strong>na</strong>is da saú<strong>de</strong> e apopulação assistida. No âmbito da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, o Programa Brasil Sorri<strong>de</strong>nte(implantado no ano <strong>de</strong> 2004) tem favorecido a qualificação da Odontologia <strong>na</strong>Atenção Básica por meio do fi<strong>na</strong>nciamento, ampliação dos serviços eincorporação dos princípios e diretrizes que norteiam o SUS. No entanto,segundo Baldani et al. (2005), a proposição <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> intervençãoa<strong>de</strong>quados ao contexto das comunida<strong>de</strong>s às quais se <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>m compõe umobstáculo a ser superado pela saú<strong>de</strong> pública.Com a implantação da estratégia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família verificou-se aqualificação dos serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a incorporação <strong>de</strong> novas práticas


16profissio<strong>na</strong>is, a constituição do vínculo equipe-comunida<strong>de</strong>, e a ampliação doacesso. Entretanto, Escorel et al. (2007) <strong>de</strong>stacaram que aspectos estruturais,recursos humanos i<strong>na</strong><strong>de</strong>quados, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciamento e atransformação <strong>de</strong> práticas tradicio<strong>na</strong>is representam obstáculos para aintegralida<strong>de</strong> e a resolutivida<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Ao consi<strong>de</strong>rar o papel do cirurgião-<strong>de</strong>ntista da Atenção Básica,<strong>de</strong>staca-se que o profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> planejar,executar e avaliar as ações dirigidas para a realida<strong>de</strong> socioeconômica eepi<strong>de</strong>miológica da população (BRASIL, 2004; JUNQUEIRA et al. 2008). Dianteda necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção do perfil profissio<strong>na</strong>l apto ao trabalho no SUS,os cursos <strong>de</strong> graduação em Odontologia <strong>de</strong>senvolveram mudanças em seuscurrículos, <strong>de</strong> modo a valorizar igualmente o saber científico e a visãohumanística. Dessa forma, buscou-se formar profissio<strong>na</strong>is cientes da realida<strong>de</strong>enfrentada pela população e pela saú<strong>de</strong> pública no Brasil (BRASIL, 2002).Segundo Brustolin et al. (2006), a formação <strong>de</strong> recursos humanosa<strong>de</strong>quados à realida<strong>de</strong> sócio-epi<strong>de</strong>miológica do Brasil é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio paraa consolidação do SUS. Segundo observado por Cavalcanti, Cartaxo e Padilha(2010), <strong>na</strong> medida em que as instituições <strong>de</strong> ensino odontológico valorizam aformação generalista, multidiscipli<strong>na</strong>r, socialmente consciente, focada <strong>na</strong>promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> e <strong>na</strong> integralida<strong>de</strong>, verifica-se a qualificação daatenção prestada aos pacientes. Assim, verifica-se que as novas práticas <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> recursos humanos, proporcio<strong>na</strong>ram aos estudantes <strong>de</strong>Odontologia uma visão coerente com o perfil profissio<strong>na</strong>l esperado para aOdontologia no SUS.A literatura <strong>de</strong>screveu várias medidas para alcançar a qualificaçãodos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e da atenção ofertada à população, a exemplo:avaliação da oferta <strong>de</strong> serviços especializados, a incorporação <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>finição das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento e amanutenção odontológica preventiva, bem como o controle periódico <strong>na</strong> clínicaodontológica (BEIRNE et al., 2007; GAIÃO et al., 2005; FIGUEIREDO; GOES,2009; ALMOMANI et al., 2009; GOMES; SILVA, 2010; METTES et al., 2010;NORREMOSE et al., 2010).O levantamento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> dapopulação brasileira, realizado no ano <strong>de</strong> 2003 (SB Brasil 2003), <strong>de</strong>monstrou


17que a cárie <strong>de</strong>ntária é uma doença <strong>de</strong> alta prevalência, resultado daprecarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações preventivas e acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (BRASIL,2003). A Pesquisa Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (SB Brasil 2010) <strong>de</strong>monstrou quea implantação da Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (Brasil Sorri<strong>de</strong>nte)favoreceu a qualificação da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> da população brasileira. A prevalência<strong>de</strong> cárie entre a população <strong>de</strong> 12 anos reduziu <strong>de</strong> 69% para 56%, sendo onúmero médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes afetados pela cárie igual a 2,1, equivalente à redução<strong>de</strong> 25% em relação a 2003 (BRASIL, 2010). Durante o mesmo período, anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> próteses <strong>de</strong>ntárias, entre os adolescentes e adultos, reduziu52% e 70%, respectivamente (BRASIL, 2010).Ao realizar o levantamento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>de</strong> umprograma <strong>de</strong> assistência odontológica <strong>na</strong> atenção básica <strong>de</strong> Araraquara-SP,Pinelli et al. (2007) <strong>de</strong>monstraram que a população assistida apresentou altaprevalência <strong>de</strong> doenças bucais, sendo necessário estratégias <strong>de</strong> tratamento epromoção da saú<strong>de</strong> para melhoria dos padrões epi<strong>de</strong>miológicos. Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>João Pessoa, o levantamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> realizado em 2008 i<strong>de</strong>ntificouque, <strong>na</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 anos, o percentual <strong>de</strong> crianças livres <strong>de</strong> cárie e a média <strong>de</strong><strong>de</strong>ntes afetados pela doença e estava acima da média <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, sendoindicada a ampliação das ações educativas e preventivas (JOÃO PESSOA,2008). Dessa forma, a construção <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> cuidado que atenda as<strong>de</strong>mandas do serviço público odontológico <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a i<strong>de</strong>ntificação eresolução das necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, o atendimentohumanizado, o <strong>de</strong>vido encaminhamento para o setor especializado, aincorporação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> autocuidado pelos pacientes, a realização <strong>de</strong>controles periódicos regulares, a produção da alta clínica e a promoção dasaú<strong>de</strong>.Verifica-se, portanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver umaproposta <strong>de</strong> assistência odontológica capaz <strong>de</strong> promover saú<strong>de</strong> e produzir altaodontológica aos usuários do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>na</strong> Atenção Básica.Assim, o <strong>de</strong>senvolvimento da proposta <strong>de</strong> qualificação do setor <strong>de</strong>ve seracompanhado <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> avaliação a<strong>de</strong>quado, justificando-se arealização <strong>de</strong>ste estudo.


18Revisão <strong>de</strong>Literatura


192. Revisão <strong>de</strong> Literatura2.1. O Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção BásicaAnteriormente à instituição do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), oserviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro era exclu<strong>de</strong>nte e centrado em práticascurativas, contribuindo pouco para melhorar os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,sobretudo em relação à saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> (COSTA; CHAGAS; SILVESTRE, 2006).De acordo com o relatório fi<strong>na</strong>l da segunda Conferência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Bucal, realizada em 1993, os altos índices <strong>de</strong> mutilações e doenças bucaiscolocaram o Brasil entre os países <strong>de</strong> piores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> domundo, mostrando a falência do mo<strong>de</strong>lo vigente, consi<strong>de</strong>rado elitista, difuso,individualista, mutilador, iatrogênico, <strong>de</strong> alto custo e <strong>de</strong> baixo impacto social(BRASIL, 1993).A oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> no sistema público brasileiroesteve ligada, até a década <strong>de</strong> 50, à assistência aos escolares e ao higienismo<strong>de</strong>rivado do mo<strong>de</strong>lo europeu <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>. O mo<strong>de</strong>lo assistencialodontológico hegemônico que prevaleceu até a Constituição <strong>de</strong> 1988 e àcriação do SUS foi baseado <strong>na</strong> prática privada, assistência a escolares eatendimento aos trabalhadores vinculados à previdência social. Porém, essemo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção foi consi<strong>de</strong>rado individualista, iatrogênico, tecnicista,curativista e <strong>de</strong> baixo impacto social (COSTA; CHAGAS; SILVESTRE, 2006).Com o objetivo <strong>de</strong> transformar o mo<strong>de</strong>lo em vigor e qualificar ocuidado oferecido pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a Reforma Sanitária brasileirabuscou a mudança das práticas <strong>de</strong> atenção no Brasil. Assim, valorizou-se aintegralida<strong>de</strong>, a humanização do atendimento e a ampliação do acesso.Segundo Paim (1997), as bases conceituais da Reforma Sanitáriacontemplaram a integralida<strong>de</strong> em quatro perspectivas: 1) integração <strong>de</strong> ações<strong>de</strong> promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saú<strong>de</strong>; 2) cuidadoprofissio<strong>na</strong>l ampliado, o qual abrange as dimensões biológicas, psicológicas esociais; 3) garantia <strong>de</strong> atenção nos diferentes níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> dosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; 4) intersetorialida<strong>de</strong> das ações, alcançadas a partir <strong>de</strong>


20políticas públicas que atuem sobre as condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dapopulação.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção vigente levou àproposição <strong>de</strong> um sistema público <strong>de</strong> amplo acesso e impacto social, queconsi<strong>de</strong>rasse as principais necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população e oferecesseum serviço humanizado e integral. A lei 8.080, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990,instituiu o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) como meio provedor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para apopulação e estabeleceu os Princípios Doutrinários e Organizativos do SUS:Universalida<strong>de</strong>, Equida<strong>de</strong>, Integralida<strong>de</strong>, Hierarquização, Descentralização,Participação Comunitária e Regio<strong>na</strong>lização (BRASIL, 1990). Estes princípiosbuscaram estabelecer atendimento igualitário e mais humanizado para apopulação, em contraste com o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vigente no país até então. Aproposta do SUS é <strong>de</strong> levar saú<strong>de</strong> a todo cidadão brasileiro, promovendoações assistenciais e preventivas, que se <strong>de</strong>stinem a garantir às pessoas, e àcoletivida<strong>de</strong>, condições <strong>de</strong> bem-estar físico, mental e social (BRASIL, 1990).A Atenção Básica é o nível primário <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> do SUS,responsável por oferecer ações e serviços que valorizem a prevenção, apromoção da saú<strong>de</strong>, o tratamento e a recuperação da saú<strong>de</strong> da populaçãoadstrita. Consi<strong>de</strong>ra-se também o acesso universal, a humanização doatendimento, o trabalho em equipe, o vínculo equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-comunida<strong>de</strong>, aintegralida<strong>de</strong>, e a ampliação da resolutivida<strong>de</strong> (PAIM, 1997; BRASIL, 2004).A criação do Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PACS)e do Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), no ano <strong>de</strong> 1994, re<strong>de</strong>finiu o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>atenção à saú<strong>de</strong> no Brasil: anteriormente direcio<strong>na</strong>do a práticas hospitalares,curativistas, intervencionistas e tecnicistas. As mudanças ocorridas a partir dacriação do SUS e do nível primário <strong>de</strong> atenção levaram a alterações <strong>na</strong> política<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento, <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, da organização dos serviços e daformação <strong>de</strong> recursos humanos (VIANA; DAL POZ, 1998).A saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> só foi implantada <strong>na</strong> estratégia do Programa Saú<strong>de</strong>da Família (PSF) após seis anos da institucio<strong>na</strong>lização da Atenção Básicabrasileira, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000, através da Portaria 1.444 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2000, pela qual o incentivo fi<strong>na</strong>nceiro para a reorganização da atenção àsaú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> foi garantido, e as Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) foram <strong>de</strong>finidas.Dessa forma, as políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal foram transformadas, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> se


21<strong>de</strong>dicar ape<strong>na</strong>s à assistência odontológica <strong>de</strong> escolares e ao atendimento emsituações <strong>de</strong> urgências (BRASIL, 2000).“A inserção da Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> estratégia Saú<strong>de</strong> da Famíliarepresentou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um espaço <strong>de</strong> práticas e relaçõesa serem construídas para a reorientação do processo <strong>de</strong> trabalho epara a própria atuação da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> no âmbito dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. Dessa forma, o cuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> passa a exigir aconformação <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> trabalho que se relacione comusuários e que participe da gestão dos serviços para dar resposta às<strong>de</strong>mandas da população e ampliar o acesso às ações e serviços <strong>de</strong>promoção, prevenção e recuperação da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, por meio <strong>de</strong>medidas <strong>de</strong> caráter coletivo e mediante o estabelecimento <strong>de</strong> vínculoterritorial” (BRASIL, 2006).Para Souza e Roncalli (2007), a construção da Atenção Básica noSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> tem contado com a participação da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, umavez que a inclusão das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) ao Programa Saú<strong>de</strong> daFamília (PSF) aponta-se com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superação dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>atenção baseados no mecanicismo e biologicismo. O PSF organiza-se nosentido do cuidado integral incorporando a vigilância à saú<strong>de</strong> e a atenção àfamília, entendida como núcleo social primário.Dessa forma, a reorientação do processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> após propõe novos espaços <strong>de</strong> práticas e relações nos âmbitos doserviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (BRASIL, 2006). Assim, o profissio<strong>na</strong>l passa a produzir umcuidado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que está mais próximo dos usuários e mais implicado <strong>na</strong>gestão dos serviços, dando respostas às <strong>de</strong>mandas populacio<strong>na</strong>is, ampliandoo acesso e produzindo medidas <strong>de</strong> caráter coletivo.A criação das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e sua incorporação àEstratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família foi salutar à população brasileira, visto quefavoreceu a ampliação dos serviços e do acesso da população. A situaçãoanterior foi superada através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> prevenção,conjuntamente a ações curativas seguidas <strong>de</strong> orientação ao paciente e maiorpopularização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> (FARIAS; MOURA, 2003).O PSF traz benefícios significativos à saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> da população <strong>na</strong>medida em que a inserção do cirurgião-<strong>de</strong>ntista <strong>na</strong> equipe doPrograma proporcio<strong>na</strong> maior abrangência das ações voltadas para apromoção e prevenção, priorizando as ativida<strong>de</strong>s coletivas e oatendimento aos grupos específicos, com enfoque <strong>de</strong> risco (FARIAS;MOURA, 2003).


22Des<strong>de</strong> a implantação da Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal(Programa Brasil Sorri<strong>de</strong>nte), no ano 2004, o processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong>, no âmbito do SUS, tem sofrido modificações. Destaca-se que essa foi aprimeira política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> em âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que buscou introduzirações <strong>de</strong> prevenção e recuperação, com impacto sobre a saú<strong>de</strong> da população.Tais mudanças reorientaram as práticas <strong>de</strong> atenção e as políticas públicas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, <strong>de</strong> modo a direcio<strong>na</strong>r o trabalho para práticas resolutivas,integrais, que buscam garantir o acesso do usuário. Dessa forma, aresponsabilização profissio<strong>na</strong>l; o acesso; a integralida<strong>de</strong>; e o incentivo apráticas preventivas e <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> tor<strong>na</strong>ram-se priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>abrangência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (BRASIL, 2004).Com relação ao incentivo à prevenção e à promoção da saú<strong>de</strong>, oBrasil Sorri<strong>de</strong>nte preconizou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> promoção eproteção à saú<strong>de</strong>; a fluoretação <strong>de</strong> águas; a educação em saú<strong>de</strong>; a higiene<strong>bucal</strong> supervisio<strong>na</strong>da; a aplicação tópica <strong>de</strong> flúor; e as ações <strong>de</strong> recuperação ereabilitação. Todos esses aspectos tratam da aplicação <strong>de</strong> dispositivos quesejam capazes <strong>de</strong> produzir promoção da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, seja pela modificaçãodos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção, pela apropriação <strong>de</strong> conhecimentos, pela utilização<strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> higienização <strong>bucal</strong>, ou pela aplicação <strong>de</strong> medidas restauradoras(BRASIL, 2004). Assim, é importante <strong>de</strong>stacar a responsabilização do Estadodiante do cuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>.Tomando uma abrangência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, quanto ao aspecto do acessoaos serviços odontológicos, os resultados do Projeto SB Brasil 2003 apontaramque 13,43% dos adolescentes (15 a 19 anos) nunca foram ao <strong>de</strong>ntista. Acomparação entre as macrorregiões <strong>de</strong>monstrou diferenças no perfil do acessoda população brasileira, <strong>de</strong> forma que <strong>na</strong> Região Sul a inexistência <strong>de</strong> acessoatingiu 6% e <strong>na</strong> Região Nor<strong>de</strong>ste ultrapassou 20% (BRASIL, 2003). Estacondição evi<strong>de</strong>ncia as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s do acesso e do perfil <strong>de</strong> utilização dosserviços odontológicos no Brasil.De acordo com o Levantamento das Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal daPopulação da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa – PB, 94,1% das crianças <strong>na</strong> faixa etária<strong>de</strong> 12 anos já visitaram o <strong>de</strong>ntista e obtiveram atendimento no setor público(67,8%). Entre os adolescentes, 5,5% nunca foram ao <strong>de</strong>ntista e 63% foramatendidos pelo serviço público. Para as faixas etárias <strong>de</strong> 12 e <strong>de</strong> 15 a 19 anos,


23a situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> foi consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> boa a ótima (JOÃO PESSOA,2008). Tais dados são indicadores <strong>de</strong> que o serviço odontológico oferecido pelosetor público <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa tem atingido resolutivida<strong>de</strong> e garantidoacesso.Em um estudo sobre a prevalência <strong>de</strong> cárie em escolares <strong>de</strong> 12anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong> Gran<strong>de</strong> – PB, Moura, Cavalcanti eBezerra (2008) observaram que 73,4% dos indivíduos haviam procuradoassistência odontológica ao menos uma vez, enquanto 26,6% nunca obtiveramacesso em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. Em relação à prática da escovação supervisio<strong>na</strong>da,verificou-se que 81,9% a realizavam, entretanto ao se a<strong>na</strong>lisar a ocasião daescovação, constatou-se que 13,9% dos escolares afirmaram proce<strong>de</strong>r com aativida<strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s uma vez ao dia, antes do café da manhã. Diante doobservado, os autores relatam a existência <strong>de</strong> falhas no processo <strong>de</strong> educaçãoe prevenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>.Cavalcanti et al. (2010) a<strong>na</strong>lisaram, a partir <strong>de</strong> dados secundários, aassociação estatística entre indicadores <strong>de</strong> produção odontológica e acondição sócio-sanitária <strong>na</strong> Atenção Básica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa-PB. Osautores não observaram diferença estatisticamente significante entre acondição sócio-sanitária (tratamento e abastecimento <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>stino do lixo,esgoto, tipo <strong>de</strong> casa e alfabetização aos 15 anos) e a oferta <strong>de</strong> serviçosodontológicos <strong>na</strong> atenção básica do SUS (Primeira Consulta OdontológicaProgramática; Ação Coletiva Escovação Dental Supervisio<strong>na</strong>da; ProcedimentosOdontológicos Básicos Individuais; e razão do número <strong>de</strong> Exodontias sobretotal <strong>de</strong> procedimentos).Assim, verificou-se que o perfil da oferta <strong>de</strong> procedimentos emsaú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> não foi influenciado pelas condições sócio-sanitárias, <strong>de</strong> modo queo mesmo perfil <strong>de</strong> atenção foi ofertado para diferentes contextossocioambientais, o que afeta o princípio da equida<strong>de</strong>. Dessa forma, po<strong>de</strong>mexistir outros fatores explicativos para o perfil da atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> nomunicípio <strong>de</strong> João Pessoa (CAVALCANTI et al., 2010). Segundo Moreira, Nicoe Tomita (2007), para a oferta dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a organização <strong>de</strong> cadaespaço apresenta singularida<strong>de</strong>s que permeiam a estrutura sócio-ambiental eos recursos humanos que trabalham <strong>na</strong>quele local.


24Dessa forma, verifica-se que a Saú<strong>de</strong> Bucal oferecida no SUS,especialmente no município <strong>de</strong> João Pessoa, tem avançado e está buscando aqualificação do setor. No entanto, ainda existem obstáculos para o acesso,promoção da saú<strong>de</strong>, integralida<strong>de</strong>, resolutivida<strong>de</strong> e para a organização doserviço. Verifica-se a necessida<strong>de</strong> da qualificação dos recursos humanos aptosao trabalho no SUS, bem como a proposição <strong>de</strong> políticas, programas ouestratégias que consi<strong>de</strong>rem, efetivamente, as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dapopulação, o impacto social e os princípios do SUS.


252.2. Formação <strong>de</strong> Recursos Humanos em Odontologia e novaspráticas <strong>de</strong> cuidado em Saú<strong>de</strong> BucalSegundo Brustolin et al. (2006), a formação <strong>de</strong> recursos humanosa<strong>de</strong>quados à realida<strong>de</strong> sócio-epi<strong>de</strong>miológica do Brasil é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio paraa consolidação do SUS. Conforme <strong>de</strong>scrito por Moimaz et al. (2006), aspráticas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> recursos humanos em Odontologia tem valorizado oensino técnico e o mo<strong>de</strong>lo cirúrgico-restaurador, sem consi<strong>de</strong>rar as reaisnecessida<strong>de</strong>s dos pacientes.O Relatório Fi<strong>na</strong>l da III Conferência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal criticouo mo<strong>de</strong>lo formador no país ao afirmar a falta <strong>de</strong> comprometimento com asnecessida<strong>de</strong>s da população (BRASIL, 2005):“A formação dos trabalhadores da Saú<strong>de</strong> Bucal não se orienta pelacompreensão crítica das necessida<strong>de</strong>s sociais em Saú<strong>de</strong> Bucal. [...]Ainda que se observem alguns esforços pontuais para mudar essequadro, o sistema <strong>de</strong> ensino superior está, <strong>de</strong> maneira geral, quaseque totalmente alie<strong>na</strong>do da realida<strong>de</strong> sócio-epi<strong>de</strong>miológica dapopulação brasileira inclusive com a conivência dos dirigentes edocentes da área” (BRASIL, 2005).Novas Diretrizes Curriculares Nacio<strong>na</strong>is (DCN’s) para a Odontologiaforam instituídas no ano <strong>de</strong> 2002. As DCN’s tiveram o objetivo <strong>de</strong> orientar aformação do cirurgião-<strong>de</strong>ntista cujo perfil acadêmico e profissio<strong>na</strong>l apresentehabilida<strong>de</strong>s relacio<strong>na</strong>das à atuação qualificada e resolutiva no SUS. As novasDiretrizes Curriculares para a Odontologia objetivaram, em um contextoampliado, direcio<strong>na</strong>r a formação do cirurgião-<strong>de</strong>ntista para atuar no SUS(MORITA; KRIGUER, 2004).Conforme Morita e Kriguer (2004), a qualida<strong>de</strong> do atendimentoprofissio<strong>na</strong>l no SUS está relacio<strong>na</strong>da ao perfil do profissio<strong>na</strong>l generalista, <strong>de</strong>sensibilida<strong>de</strong> social e competência técnica. As DCN’s, <strong>de</strong>sse modo, valorizam aformação <strong>de</strong> egressos capazes <strong>de</strong> prestar atenção integral mais humanizada,aptos ao trabalho em equipe e à melhor compreensão da realida<strong>de</strong> em quevive a população.Dessa forma, as faculda<strong>de</strong>s vêm <strong>de</strong>senvolvendo mudanças em seuscurrículos, valorizando igualmente o saber científico e a visão humanística. Osfrutos <strong>de</strong>ssa formação seriam profissio<strong>na</strong>is cientes da realida<strong>de</strong> enfrentadapela população e pela saú<strong>de</strong> pública no Brasil (BRASIL, 2002).


26Uma parcela significativa <strong>de</strong> instituições públicas e privadas <strong>de</strong>ensino odontológico, mesmo conhecendo a realida<strong>de</strong> precária da saú<strong>de</strong>coletiva, mantiveram seu currículo pautado no mo<strong>de</strong>lo flexneriano,caracterizado pelo mecanicismo, individualismo, especialização, tecnicismo doato operatório e ênfase <strong>na</strong> Odontologia curativa. Isso gerou uma prática <strong>de</strong> altocusto, baixa cobertura, com pouco impacto epi<strong>de</strong>miológico e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s noacesso (MOYSÉS, 2004).O curso <strong>de</strong> graduação em Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral daParaíba (UFPB) a<strong>de</strong>quou seu currículo às DCN’s para Odontologia no ano <strong>de</strong>2002, com um novo Projeto Político Pedagógico. O estudo <strong>de</strong> Cavalcanti,Cartaxo e Padilha (2010) avaliou o perfil do estudante <strong>de</strong> graduação emOdontologia da UFPB, <strong>de</strong> acordo com os interesses profissio<strong>na</strong>is e a atuaçãono SUS. Os resultados <strong>de</strong>ssa investigação apontaram que a formaçãoodontológica foi a<strong>de</strong>quada às práticas do SUS, <strong>de</strong>stacando-se a ênfase <strong>na</strong>formação humanista e <strong>na</strong> vivência no sistema. O mesmo estudo tambémi<strong>de</strong>ntificou <strong>de</strong>ficiência <strong>na</strong> formação para as especialida<strong>de</strong>s clínicas, a qual foiconsi<strong>de</strong>rada insuficiente.De acordo com os resultados apresentados por Cavalcanti, Cartaxoe Padilha (2010), <strong>na</strong> medida em que o aluno aproxima-se do término dagraduação, constata que as ativida<strong>de</strong>s práticas não são suficientes para oexercício profissio<strong>na</strong>l e que a formação em Odontologia <strong>na</strong> UFPB é direcio<strong>na</strong>daao SUS. Consi<strong>de</strong>ra-se que o <strong>de</strong>senvolvimento da Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Bucal, das Diretrizes Curriculares Nacio<strong>na</strong>is e do Projeto Político Pedagógicoda UFPB contribuiu para a formação profissio<strong>na</strong>l a<strong>de</strong>quada às práticas do SUS.No entanto as <strong>de</strong>ficiências no ensino <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s clínicas e <strong>na</strong> execução<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s práticas durante a graduação sugerem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>qualificação técnica.Para Moimaz et al. (2006), os alunos encaram o atendimento clínicocomo mecanismo <strong>de</strong> aplicação prática dos conteúdos, <strong>de</strong>svalorizando-se aresolução das necessida<strong>de</strong>s da população. Porém, a valorização dos estágiossupervisio<strong>na</strong>dos como possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s práticasextrapola o campo da aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> técnicas clínicas, po<strong>de</strong>ndo referir-se apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação com o SUS. Assim, ao refletir uma mudança <strong>de</strong>


27compreensão sobre a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção, os estágios no serviço público seconfiguram como uma ativida<strong>de</strong> relevante <strong>na</strong> graduação.Segundo Cavalcanti, Cartaxo e Padilha (2010), a humanização e aexperiência do trabalho <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços do SUS têm contribuído para amudança do perfil profissio<strong>na</strong>l do cirurgião-<strong>de</strong>ntista. Os estágios curricularessão valorizados como oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação das práticas <strong>de</strong> formação e,<strong>de</strong>ssa forma, <strong>de</strong>vem colaborar para a modificação do perfil do egresso segundoas necessida<strong>de</strong>s do SUS.Além dos estágios <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços do SUS, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>integração clínica e <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvidas durante a formaçãodo cirurgião-<strong>de</strong>ntista, também são importantes para proporcio<strong>na</strong>r formaçãotécnica e introduzir práticas a<strong>de</strong>quadas à realida<strong>de</strong> do SUS. Entre oscomponentes curriculares que representam esta condição, <strong>de</strong>staca-se a CínicaIntegrada.A Clínica Integrada é uma discipli<strong>na</strong> que faz parte do currículobásico <strong>de</strong> Odontologia no Brasil e geralmente é cursada no último ano <strong>de</strong>graduação. Sua função é contribuir para formação <strong>de</strong> um cirurgião-<strong>de</strong>ntistacapaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma resolutiva e integral, <strong>de</strong> modo a atuar sobre todasas especialida<strong>de</strong>s da Odontologia com foco <strong>na</strong>s necessida<strong>de</strong>s do paciente(PADILHA, 2002). Poi et al. (2003) realizaram um estudo sobre a opinião dosCirurgiões-Dentistas a respeito do ensino da Clínica Integrada no Brasil. Osautores i<strong>de</strong>ntificaram que, segundo a percepção dos entrevistados, acontribuição das ativida<strong>de</strong>s da Clínica Integrada foi significativa à formação doCirurgião-Dentista, permitindo a adaptação do profissio<strong>na</strong>l ao mercado <strong>de</strong>trabalho e à roti<strong>na</strong> da prática clínica.De acordo o referencial teórico apresentado por Paim (1997), aintegralida<strong>de</strong> da Clínica Integrada encontra-se <strong>na</strong>s perspectivas do cuidadoampliado em saú<strong>de</strong>, da garantia <strong>de</strong> atenção em diferentes níveis <strong>de</strong>complexida<strong>de</strong> e <strong>na</strong> associação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> promoção, prevenção,recuperação e reabilitação da saú<strong>de</strong>.A efetivida<strong>de</strong>, o ensino e o funcio<strong>na</strong>mento da Discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> ClínicaIntegrada do Curso <strong>de</strong> Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba foramestudados por Almeida e Padilha (2001), Almeida, Gaião e Padilha (2001) eWan<strong>de</strong>rley et al. (2002). Assim, foram i<strong>de</strong>ntificadas fragilida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong>


28<strong>de</strong>ssa clínica <strong>de</strong> ensino em promover atenção integral e impacto sobre a saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> da população. Também foi i<strong>de</strong>ntificado o <strong>de</strong>sequilíbrio entre a atençãocurativa e a preventiva, ofertada pelos estudantes <strong>na</strong> clínica <strong>de</strong> ensino(WANDERLEY et al, 2002). Segundo Cavalcanti, Cartaxo e Padilha (2010), osestudantes <strong>de</strong> Odontologia da UFPB, em sua maioria, <strong>de</strong>sacreditam <strong>na</strong> eficáciado SUS em aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s dos usuários e consi<strong>de</strong>ram a experiênciaclínica curricular insuficiente para o exercício profissio<strong>na</strong>l. Assim, verifica-seque as práticas <strong>de</strong> formação refletem sobre a perspectiva <strong>de</strong> atuaçãoprofissio<strong>na</strong>l.Em um estudo sobre a participação da comunida<strong>de</strong> em Clínicas <strong>de</strong>Instituições <strong>de</strong> Ensino Odontológico, Tavares et al. (2005) concluíram que apopulação participa <strong>de</strong> maneira superficial, por a<strong>de</strong>são às ativida<strong>de</strong>s propostas,o que dificulta a a<strong>de</strong>quação do serviço oferecido às necessida<strong>de</strong>s dos usuários.Os mesmos autores i<strong>de</strong>ntificaram que as Instituições <strong>de</strong> Ensino Odontológicovalorizam o ensino clínico, sem produzir uma avaliação sistemática do impactosobre a saú<strong>de</strong> dos pacientes, configurando uma prática que se reproduz nossetores <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> do SUS.Segundo o estudo <strong>de</strong> Gaião et al. (2005), após modificações domo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção prestado pela Clínica Integrada <strong>de</strong> ensino odontológico daUFPB, verificou-se que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sempenhadas pelos alunos <strong>de</strong>graduação foram capazes <strong>de</strong> produzir a promoção da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> e o impactosobre a condição oral dos pacientes. Dessa forma, a modificação das práticas<strong>de</strong> formação odontológica contribui para mudança do perfil profissio<strong>na</strong>l e docuidado em saú<strong>de</strong>, especialmente <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s que envolvem a integraçãoclínica e a atuação profissio<strong>na</strong>l socialmente consciente.Na medida em que os recursos humanos do SUS, e do setorprivado, são formados em instituições <strong>de</strong> ensino odontológico com <strong>de</strong>ficiências<strong>na</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer que os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas estãopouco preparados para oferecer uma atenção integral em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>condizente com as práticas <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>.De modo a contribuir para a modificação <strong>de</strong>sse perfil profissio<strong>na</strong>l, aEducação Permanente em Saú<strong>de</strong>, reconhecida como política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>s<strong>de</strong> oano 2009, configura-se como estratégia relevante <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> recursoshumanos direcio<strong>na</strong>dos aos princípios <strong>de</strong> diretrizes do SUS. No âmbito do


29sistema público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro, a análise do processo <strong>de</strong> trabalho<strong>de</strong>senvolvido por estudantes e profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, durante suaspráticas <strong>de</strong> formação e atenção, consiste em uma importante ferramenta paraqualificação da assistência prestada e do aprendizado no trabalho(CAVALCANTI; WANZELER, 2009; SANTIAGO; BARBOSA; RABELLO, 2010).Assim, <strong>de</strong>staca-se que a transformação das práticas no cuidado emsaú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> ultrapassa as mudanças do mo<strong>de</strong>lo tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> formar recursoshumanos. Ou seja, o profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> direcio<strong>na</strong>r o trabalho parapráticas integrais, resolutivas, que atendam as necessida<strong>de</strong>s da população,incorpora a análise crítica do cenário <strong>de</strong> atuação e orienta as mudanças docuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>.


302.3. Como promover Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica do SUS?A saú<strong>de</strong> é produto <strong>de</strong> um amplo espectro <strong>de</strong> fatores relacio<strong>na</strong>doscom a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das coletivida<strong>de</strong>s, o que inclui padrões a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>habitação, nutrição, saneamento, apoio social, cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e boascondições <strong>de</strong> trabalho e educação. Dessa forma, a promoção da saú<strong>de</strong>, e asmedidas necessárias para atingi-la, <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar os diferentes aspectosda vida das populações (BUSS, 2000).Sob essa perspectiva, que traduz a saú<strong>de</strong> como um estado dinâmicoe socialmente produzido, enten<strong>de</strong>-se que, para promovê-la, é preciso efetivarpolíticas públicas que atuem sobre os <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes do processo saú<strong>de</strong>doença(BUSS, 2000). Para tanto, é necessário realizar o planejamento, aimplantação e a avaliação <strong>de</strong> programas que busquem a promoção da saú<strong>de</strong>,consi<strong>de</strong>rando a relevância social e as necessida<strong>de</strong>s da população.Tradicio<strong>na</strong>lmente, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção odontológica prepon<strong>de</strong>ranteno setor público brasileiro caracterizou-se pela falta <strong>de</strong> programação das açõese reduzido impacto social. O individualismo da prática odontológica vigente foiverificado pela assistência curativo-restauradora, oferecida por um únicoprofissio<strong>na</strong>l, e direcio<strong>na</strong>da para indivíduos doentes (NARVAI, 1994). O mo<strong>de</strong>lotradicio<strong>na</strong>l também incorporou outras características, como o reduzido acesso,a falta <strong>de</strong> humanização, a ausência <strong>de</strong> integralida<strong>de</strong> e o tecnicismo das ações.Assim, a organização do serviço não se faz <strong>na</strong> lógica do usuário, mas sim <strong>na</strong>perspectiva do mercado, mediante transposição <strong>de</strong>sta prática para a re<strong>de</strong> dosserviços públicos (ZANETTI et al., 1996). Caracteriza-se, portanto, como umaconcepção <strong>de</strong> exercício profissio<strong>na</strong>l orientada pelo mercado e para o mercado,e não pelas reais necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população.Viacava et al. (2004), propuseram que a avaliação do sistema <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> brasileiro seja focada no <strong>de</strong>sempenho dos serviços e nos <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntesdas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Assim, as necessida<strong>de</strong>s da população <strong>de</strong>vem orientaro fi<strong>na</strong>nciamento e os recursos humanos e materiais necessários, <strong>de</strong> modo aproporcio<strong>na</strong>r a<strong>de</strong>quado funcio<strong>na</strong>mento do sistema e melhoria das condições <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> dos usuários.A necessida<strong>de</strong> da proposição <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> intervençãoa<strong>de</strong>quados do ponto <strong>de</strong> vista cultural e também ao contexto das comunida<strong>de</strong>s


31às quais se <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>m compõe um <strong>de</strong>safio a ser superado pela saú<strong>de</strong> pública(BALDANI et al., 2005). No âmbito da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, o Programa BrasilSorri<strong>de</strong>nte tem favorecido a qualificação da Atenção em Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong>Atenção Básica, por meio do fi<strong>na</strong>nciamento, ampliação dos serviços eincorporação dos princípios e diretrizes que norteiam o SUS. Dessa forma, oEstratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (ESF) é uma importante alter<strong>na</strong>tiva parareor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do mo<strong>de</strong>lo assistencial, priorizando ações <strong>de</strong> prevenção junto àcomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma integral, estabelecendo uma relação permanente entreos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a população assistida.Porém, anteriormente ao <strong>de</strong>senvolvimento da Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>da Família, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma integral járepresentava um dos princípios estabelecidos pelo SUS e Organização Mundial<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Nesse sentido, Bordoni (1993) elaborou uma proposta <strong>de</strong> ClínicaOdontológica Integral, com o objetivo <strong>de</strong> produzir atenção aos pacientes e,assim, alcançar a alta básica por meio do controle da dor e da infecção, bemcomo pelo reforço do hospe<strong>de</strong>iro e controle e monitoramento do meio <strong>bucal</strong>(Quadro 1).Quadro 1 - Proposta <strong>de</strong> Clínica Odontológica Integral <strong>de</strong>senvolvida por Bordoni (1993)ObjetivoEstratégia Aprendizagem em Higiene Bucal e orientação dietética; Exodontia indicada <strong>de</strong> elementos com restauraçãoControlar a Dor e aInfecçãoReforçar ohospe<strong>de</strong>iroestruturalmente emorfologicamenteControlar eMonitorar o meio<strong>bucal</strong>impossibilitada; Tratamento <strong>de</strong> urgências e emergências alvéolo-<strong>de</strong>ntais; I<strong>na</strong>tivação <strong>de</strong> cáries e selamento <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s; Terapia básica periodontal; Controle <strong>de</strong> restaurações <strong>de</strong>feituosas. Aplicação trimestral <strong>de</strong> fluoretos <strong>de</strong> alta concentração; Orientação da aplicação diária <strong>de</strong> fluoretos <strong>de</strong> baixaconcentração; Aplicação adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> fluoretos por tempo limitado; Aplicação <strong>de</strong> selantes <strong>de</strong> fóssulas e fissuras. Orientação da higiene <strong>bucal</strong> e da alimentação; Reavaliação das condições bucais; Alta básica <strong>de</strong> controle periódico.


32De acordo com os objetivos da proposta <strong>de</strong>senvolvida por Bordoni(1993), observa-se que a Clínica Odontológica Integral po<strong>de</strong> contribuir para aqualificação da atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> no SUS, pautada <strong>na</strong> integralida<strong>de</strong> eresolutivida<strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> oferecer alta básica aos usuários. A altabásica, por sua vez, ultrapassa a concepção do tratamento concluído econsi<strong>de</strong>ra a capacida<strong>de</strong> do usuário <strong>de</strong> conduzir o cuidado e a manutenção dasaú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. As diferenças entre o tratamento concluído e a alta básica seencontram <strong>na</strong> superação das necessida<strong>de</strong>s clínicas básicas associadas aosa<strong>de</strong>quados cuidados <strong>de</strong> higiene e hábitos bucais, bem como à capacida<strong>de</strong> dousuário manter esta condição (BORDONI et al., 2003; GAIÃO et al., 2005).O estudo <strong>de</strong> Bordoni (1993), juntamente com os resultadosproporcio<strong>na</strong>dos por Almeida e Padilha (2001); Almeida, Gaião e Padilha (2001)e Wan<strong>de</strong>rley et al. (2002) influenciaram a construção do Manual da ClínicaIntegrada da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba – UFPB (Padilha, 2003). Essemanual baseou-se <strong>na</strong> proposta <strong>de</strong> Bordoni (1993) e influenciou a construção daProposta <strong>de</strong> Assistência Odontológica Integral adotada por este estudo.Por se tratar <strong>de</strong> um manual <strong>de</strong>senvolvido para uma clínica <strong>de</strong> ensino(com nível <strong>de</strong> atenção primária) acredita-se que este po<strong>de</strong> contribuir paraorientação da conduta clínica adotada em uma unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, comvistas à produção <strong>de</strong> alta básica odontológica.As etapas <strong>de</strong>scritas pelo Manual da Clínica Integrada da UFPB(Quadro 2) consi<strong>de</strong>ram a realização <strong>de</strong> intervenções clínicas em nível básico<strong>de</strong> atenção, representadas por: resolução <strong>de</strong> urgências, elimi<strong>na</strong>ção da dor einfecção, tratamento restaurador, reforço do hospe<strong>de</strong>iro e avaliação periódica.Posteriormente, os tratamentos especializados (nível secundário) seriamrealizados para <strong>de</strong>belar a infecção residual, restaurar e reabilitar o hospe<strong>de</strong>iro.A capacida<strong>de</strong> resolutiva sugerida por este <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong> tratamento foi a AltaBásica seguida pela Alta Integral (PADILHA, 2003).Porém, o <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong>scrito por Padilha (2003) consi<strong>de</strong>ra ahierarquização das etapas do plano <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong> modo que a reabilitaçãooral com próteses, por exemplo, só po<strong>de</strong>rá ser atingida após alta básica.Assim, segundo o mesmo <strong>protocolo</strong>, os usuários do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seguemum tratamento hierarquizado, em fases consecutivas, sem referir apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção integral durante o tratamento.


33Quadro 2 – Protocolo <strong>de</strong> Assistência Odontológica <strong>de</strong>scrito no Manual da Clínica Integrada daUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba (PADILHA, 2003), adaptado <strong>de</strong> Bordoni (1993)Nível <strong>de</strong>ObjetivosObjetivos GeraisAtivida<strong>de</strong>s a RealizarAtençãoEspecíficosNível 1(Básico)Nível 2(Especializado)Nível 1(Básico)1 – ResolverUrgências2 – Levar o grau <strong>de</strong>infecção e seuscondicio<strong>na</strong>ntes aníveis baixos(aceitáveis)3 – Reforçar ohospe<strong>de</strong>iro4 – Verificar o nível<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> obtidoaté o momento5 – Elimi<strong>na</strong>rinfecçãoremanescente6 – Reabilitar oHospe<strong>de</strong>iro(unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntária)7 – Verificar o nível<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> obtido8 – ReabilitaçãooralManter a saú<strong>de</strong>alcançadaControle da dorControle daInfecção agudaTratamento <strong>de</strong>traumatismosControle da placa eseus condicio<strong>na</strong>ntesI<strong>na</strong>tivação <strong>de</strong>lesões ativasControle do meioFortalecer ostecidos duros do<strong>de</strong>nteModificar os nichosecológicosControleIntermediárioTratamento dainfecçãoperiodontal, pulpare periapicalRestauração daintegrida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntáriaControleintermediárioRecomposição daoclusãoMonitoramentosistemático do nível<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Reforço dohospe<strong>de</strong>iro- Tratamentos pulpares;- Prescrição <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lgésicos;- Exodontias.- Tratamentos pulpares;- Prescrição <strong>de</strong> antibióticos.- Reimplante <strong>de</strong>ntal;- Tratamentos pulpares;- Exodontia;- Dentisteria.- Instrução <strong>de</strong> Higiene Oral;- Remoção <strong>de</strong> tártaro eoutros condicio<strong>na</strong>ntes;- Uso <strong>de</strong> agentes químicos.- I<strong>na</strong>tivação <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>samelo<strong>de</strong>ntinárias abertas;- Aplicação tópica <strong>de</strong> flúor(espuma, gel, ou verniz).- Orientação <strong>de</strong> dieta;- Orientação <strong>de</strong> Higiene Oral.- Prescrição <strong>de</strong> Flúorsistêmico;- Aplicação tópica <strong>de</strong> flúor.- Selamento <strong>de</strong> sulcosprofundos;- Aplicação preventiva <strong>de</strong>resi<strong>na</strong> composta e cimento<strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> vidro.- Avaliação clínica do estadoperiodontal e <strong>de</strong>ntário;- Aferição <strong>de</strong> Índices <strong>de</strong>Higiene Oral Simplificado(IHO-S), <strong>de</strong> SangramentoGengival (ISG) e <strong>de</strong> DentesCariados Perdidos eObturados (CPO-D).- Tratamento Periodontal;- Tratamento Endodôntico;- Exodontia- Prescrição <strong>de</strong> antibióticos- Obturações em resi<strong>na</strong>composta;- Obturação em amálgama- Novo diagnóstico: Aferiçãodos índices IHO-S, ISG,CPO-D;- Controle da Higiene Oral- Prótese;- Ortodontia- Novo diagnóstico: Aferiçãodos índices IHO-S, ISG,CPO-D;- Controle da Higiene Oral- Aplicação tópica <strong>de</strong> flúor.Capacida<strong>de</strong>ResolutivaAlta BásicaAlta BásicaAlta IntegralIAlta IntegralII


34Poi et al. (2006) realizaram uma avaliação <strong>de</strong> onze anos dos planos<strong>de</strong> tratamento e procedimentos realizados pela Discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> Clínica Integradada Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Araçatuba (FOA). Os resultados <strong>de</strong> Poi et al.(2006) apontaram como procedimentos mais indicados o tratamentoperiodontal básico (84,6% dos casos), as exodontias e as restaurações diretas.Os tratamentos propostos refletem os <strong>protocolo</strong>s <strong>de</strong>scritos por Bordoni (1993) ePadilha (2003), no qual as etapas prelimi<strong>na</strong>res são representadas pora<strong>de</strong>quação do meio <strong>bucal</strong>, controle da infecção e i<strong>na</strong>tivação <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> cárieativas. Assim, todos os indivíduos tratados são submetidos ao controle primáriopara posterior resolução das necessida<strong>de</strong>s específicas.Conforme <strong>de</strong>scrito por Gaião et al. (2005), a utilização do Protocolo<strong>de</strong> Assistência Odontológica da Clínica Integrada da UFPB contribuiu paramodificação <strong>de</strong> índices bucais e para promoção da saú<strong>de</strong> dos usuários.Segundo os mesmos autores, a implantação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> atenção queconsi<strong>de</strong>rem o vínculo, a humanização, a integralida<strong>de</strong> e a promoção da saú<strong>de</strong>contribuem para a qualida<strong>de</strong> do ensino e do serviço prestado. Dessa forma, ocaminho para promoção da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> atenção básica do setor públicopo<strong>de</strong> ser construído a partir <strong>de</strong> uma estratégia que valoriza os princípios doSUS e a Alta Básica, somando-se às possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valorização daEducação Permanente em Saú<strong>de</strong>.Os estudos <strong>de</strong> Bordoni (1993), Padilha (2003) e Gaião et al. (2005)basearam a construção do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica(PAIO) avaliado nesta investigação. Segundo Bordoni (1993), a atençãoprestada por uma Clínica Odontológica Integral <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar o controle dador e da infecção, o reforço do hospe<strong>de</strong>iro e o controle e monitoramento domeio <strong>bucal</strong>. Essas medidas <strong>de</strong> cuidado odontológico <strong>de</strong>vem associarintervenções curativo-restauradoras e preventivo-promocio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> modo que asnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento sejam elimi<strong>na</strong>das e o usuário receba alta básica(BORDONI, 1993). O <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong>scrito por Padilha (2003) e aplicado porGaião et al. (2005) contribuiu para <strong>de</strong>finição dos procedimentos realizados edos objetivos da resolutivida<strong>de</strong> em nível primário.Desta forma, o Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica(PAIO) representa ferramenta para mudanças das práticas <strong>de</strong> formação


35odontológica, da qualida<strong>de</strong> da atenção prestada, e da compreensão sobre oSUS. Espera-se que, a partir da implantação <strong>de</strong>ste <strong>protocolo</strong>, a qualificação doacesso, da resolutivida<strong>de</strong>, do conhecimento e da condição em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> sejaalcançada.O PAIO pressupõe a melhoria dos serviços odontológicos do SUS ea qualificação <strong>de</strong> recursos humanos, representando, portanto, uma estratégiaa<strong>de</strong>quada à promoção da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> atenção básica do SUS. Dessaforma, busca-se <strong>de</strong>senvolver uma atenção em saú<strong>de</strong> integral, resolutiva eparticipativa, capaz <strong>de</strong> gerar impacto e resolver os principais (e emergenciais)problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população.


Proposição36


373. Proposição3.1. Objetivo GeralAvaliar a implantação <strong>de</strong> um Protocolo <strong>de</strong> Assistência IntegralOdontológica (PAIO) direcio<strong>na</strong>do aos usuários da Atenção Básica em Saú<strong>de</strong><strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa, Paraíba,Brasil.3.2. Objetivos EspecíficosPara os usuários da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família <strong>na</strong> qual oProtocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica foi implantado, buscou-se: I<strong>de</strong>ntificar a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamentoodontológico, quanto aos índices bucais: Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (ISG); Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado (IHO-S); Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPOD) e respectivanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento para coroa. I<strong>de</strong>ntificar a percepção dos usuários quanto à condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>;a higiene oral; o acesso e a resolutivida<strong>de</strong> do serviço, antes e após aimplantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO); Comparar os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> e a percepção dosparticipantes do estudo obtidos nos momentos antes e após aimplantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO); Avaliar qualitativamente, segundo a percepção dos usuáriosparticipantes do estudo, o impacto da implantação do Protocolo <strong>de</strong>Assistência Integral Odontológica (PAIO) sobre o cuidado em saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> <strong>na</strong> Atenção Básica.


394. Materiais e Métodos4.1. Delineamento Geral do Estudo:Realizou-se um estudo <strong>de</strong> intervenção caracterizado como ensaioclínico não controlado do tipo antes e <strong>de</strong>pois, no qual foi adotada umaabordagem indutiva, com procedimentos <strong>de</strong>scritivos e estatísticos. Foi utilizadaa técnica da pesquisa-ação, <strong>na</strong> qual se aplicou a observação direta extensiva eintensiva, além <strong>de</strong> documentação direta (LAKATOS; MARCONI, 2009;MEDRONHO et al., 2009).4.2. Aspectos Éticos:O presente estudo recebeu aprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética emPesquisa da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Paraíba, sob <strong>protocolo</strong> CAAE1203.349-2010 (Anexo I). Os indivíduos participantes do estudo foramesclarecidos quanto aos aspectos éticos e assi<strong>na</strong>ram voluntariamente o Termo<strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice I). Foram respeitadasas diretrizes e normas do Conselho Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para pesquisas comseres humanos (Resolução 196/96).4.3. Local <strong>de</strong> realização do estudo e período <strong>de</strong> avaliação:O local <strong>de</strong> realização foi a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (USF)Timbó I, vinculada ao Distrito Sanitário III da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>João Pessoa-PB.A escolha <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u em função da qualificaçãoda equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e do vínculo ensino-serviço estabelecido entreUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba (UFPB) e Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> pararealização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino (estágios), pesquisa e extensão.As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> implantação do PAIO foramrealizadas durante os Estágios Supervisio<strong>na</strong>dos VIII e IX do currículo básico <strong>de</strong>Graduação em Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba, <strong>de</strong> modo a


40favorecer a integração ensino-serviço, o aprendizado <strong>na</strong>s práticas do SUS e aatuação em Clínica Integrada <strong>de</strong> Atenção Básica.O período <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>sta investigação correspon<strong>de</strong>u ao primeirosemestre <strong>de</strong> implantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica(PAIO) <strong>na</strong> USF Timbó I, compreendida entre os meses setembro <strong>de</strong> 2010 efevereiro <strong>de</strong> 2011. A periodicida<strong>de</strong> das intervenções propostas pelo PAIO foisema<strong>na</strong>l.4.4. Universo e Amostra:O universo foi composto pelos usuários cadastrados <strong>na</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da Família (USF) Timbó I, Distrito Sanitário III, João Pessoa-PB. Comocritérios <strong>de</strong> inclusão, os componentes da amostra <strong>de</strong>veriam necessitar <strong>de</strong>tratamento odontológico, ter ida<strong>de</strong> igual ou superior a 18 anos e aceitarparticipar da pesquisa mediante assi<strong>na</strong>tura do TCLE. Os critérios <strong>de</strong> exclusãoda amostra compreen<strong>de</strong>ram em: residir em área não coberta pela USF Timbó I,e recusar o cumprimento do PAIO ou inviabilizar sua realização.Do total <strong>de</strong> indivíduos cadastrado no serviço odontológico (n=334),foi <strong>de</strong>finida, por conveniência, uma amostra composta por 32 usuários da USFque aceitaram participar da implantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência IntegralOdontológica (PAIO), entre os meses setembro <strong>de</strong> 2010 e fevereiro <strong>de</strong> 2011.4.5. Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica:O Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO) adotadoneste estudo foi baseado nos trabalhos <strong>de</strong> Bordoni (1993) e Padilha (2003), osquais estabeleceram propostas <strong>de</strong> atenção odontológica para clínicas <strong>de</strong>Atenção Básica. Na organização <strong>de</strong> suas propostas, esses autoresconsi<strong>de</strong>raram a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> etapas consecutivas <strong>de</strong> tratamento, a organizaçãodo fluxo dos usuários, a promoção da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> e a alta básica.O <strong>protocolo</strong> apresentado por este estudo consi<strong>de</strong>rou a realização <strong>de</strong>seis fases <strong>de</strong> tratamento, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, aassociação <strong>de</strong> intervenções curativas e promocio<strong>na</strong>is, a elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, a conclusão do tratamento odontológico dos


41usuários e a promoção da saú<strong>de</strong>. Para ilustrar as etapas <strong>de</strong> implantação doPAIO, foi construído um fluxograma a<strong>na</strong>lisador do processo <strong>de</strong> trabalho<strong>de</strong>senvolvido pela equipe <strong>de</strong> pesquisa durante sua realização (Figura 1).O PAIO estabeleceu, para cada participante do estudo, a realização<strong>de</strong> seis etapas consecutivas representadas por: diagnóstico das necessida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>; resolução <strong>de</strong> urgências; realização <strong>de</strong> intervenções clínicascurativo-restauradoras; aplicação <strong>de</strong> medidas preventivo-promocio<strong>na</strong>is;avaliação da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> obtida e controles periódicos.Figura 1 – Fluxograma a<strong>na</strong>lisador do processo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvido a partir daimplantação do Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO) <strong>na</strong> USF Timbó I. (JoãoPessoa – PB, 2010).


42O cuidado prestado aos usuários do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foi realizadosema<strong>na</strong>lmente por um único pesquisador trei<strong>na</strong>do, apoiado pela equipe <strong>de</strong>pesquisa, durante o período <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2010 e fevereiro <strong>de</strong> 2011. Duranteo período <strong>de</strong> realização do estudo foram cumpridas 120 horas <strong>de</strong> trabalho,obtidas a partir <strong>de</strong> 30 turnos <strong>de</strong> atendimento com duração <strong>de</strong> quatro horas.Após o período <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> implantação foram realizadas 97 consultasodontológicas, sendo produzidas 32 primeiras consultas e 58 aferições <strong>de</strong>índices bucais.Os objetivos do PAIO foram: ampliar o acesso ao serviço, resolverurgências, diagnosticar as necessida<strong>de</strong>s odontológicas, realizar o controle dador e infecção, realizar tratamentos restauradores, realizar educação emsaú<strong>de</strong>, aplicar medidas preventivo-promocio<strong>na</strong>is, elimi<strong>na</strong>r as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, concluir os tratamentos e alcançar a promoção da saú<strong>de</strong>. A associação<strong>de</strong> medidas curativo-restauradoras e preventivo-promocio<strong>na</strong>is, bem como ocontrole e avaliação periódica do meio <strong>bucal</strong>, constituíram os meios paraalcançar os objetivos do PAIO no nível básico <strong>de</strong> atenção do SUS. Diante dasnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento odontológico especializado, os usuários foramencaminhados para os serviços <strong>de</strong> referência do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Esse <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong> atendimento odontológico integral buscouoferecer Alta Básica aos usuários que procuram o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> pararealização <strong>de</strong> primeiras consultas <strong>na</strong> USF Timbó I. O conceito <strong>de</strong> Alta Básicaadotado por este estudo foi traduzido pela ausência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>intervenções odontológicas preventivas ou curativas. Assim, a Alta Básica foialcançada quando as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento odontológico do usuárioforam sa<strong>na</strong>das e os cuidados em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> tor<strong>na</strong>ram-se eficientes. Medidas<strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> e reavaliação dos índices bucais foram realizadas apósa Alta Básica, <strong>de</strong> modo a proce<strong>de</strong>r com o controle monitoramento semestral dacondição <strong>bucal</strong>.4.6. Coleta <strong>de</strong> Dados:Cada um dos participantes do estudo teve suas informaçõesregistradas em um prontuário odontológico <strong>de</strong>senvolvido especificamente parao estudo (Apêndice II). O prontuário foi composto pela ficha <strong>de</strong> a<strong>na</strong>mnese e


43exame clínico (Apêndice II-a), pelo relatório <strong>de</strong> procedimentos realizados(Apêndice II-b) e pelo formulário <strong>de</strong> avaliação do serviço (Apêndice II-c). Todasas informações foram registradas e atualizadas em cada uma das seis fases doestudo. As informações da etapa inicial (fase <strong>de</strong> diagnóstico) foramcomparadas com as informações da fase fi<strong>na</strong>l (controle e avaliação do nível <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> fi<strong>na</strong>l).4.6.1. Avaliação da condição <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal:A avaliação da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> dos participantes do estudose <strong>de</strong>u pela aferição <strong>de</strong>: Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado (IHO-S), Índice <strong>de</strong>Sangramento Gengival (ISG), e Dentes Perdidos, Cariados e Obturados(CPOD), <strong>de</strong>scritos a seguir. Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado - IHO-S (GREENE; VERMILLION,1964);A aferição do IHO-S, realizada segundo os códigos e critériosestabelecidos por Greene e Vermillion (1964), avaliou a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biofilme<strong>na</strong> superfície <strong>de</strong> alguns elementos <strong>de</strong>ntários (<strong>de</strong>ntes índices – 16, 11, 26, 36,41 e 46). Na ausência dos <strong>de</strong>ntes índices, vou avaliado o <strong>de</strong>nte adjacente quese encontrava presente. Cada elemento <strong>de</strong>ntário recebeu um escore quecaracteriza a presença <strong>de</strong> biofilme corado, portanto, quando há inexistência <strong>de</strong>biofilme utiliza-se o escore 0, quando o biofilme recobrir não mais <strong>de</strong> 1/3 temos1, <strong>de</strong> 1/3 a 2/3 da superfície temos 2, e <strong>de</strong> 2/3 a toda à superfície obtemosescore 3 (Quadro 3 e Figura 2). Cada valor atribuído a cada elemento ésomado e divido por seis, no caso o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes exami<strong>na</strong>dos,estabelecendo-se a condição <strong>de</strong> higiene oral como satisfatória, regular ouinsatisfatória.Figura 2 – Esquema <strong>de</strong>monstrativo da quantificação <strong>de</strong> placa bacteria<strong>na</strong> evi<strong>de</strong>nciada,segundo os critérios <strong>de</strong> classificação por escores do índice IHOS.


44Quadro 3 - Códigos e critérios para Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado (GREENE;VERMILLION, 1964).CódigoCondição0 Ausência <strong>de</strong> biofilme corado1 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a 1 / 3 da face do <strong>de</strong>nte2 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a 2 / 3 da face do <strong>de</strong>nte3 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a totalida<strong>de</strong> da face do <strong>de</strong>nteParâmetros <strong>de</strong> Avaliação ClínicaCódigoCondiçãoIHO-S <strong>de</strong> 0 a 1,0 Higiene <strong>bucal</strong> satisfatóriaIHO-S <strong>de</strong> 1,1 a 2,0 Higiene <strong>bucal</strong> regularIHO-S <strong>de</strong> 2,1 a 3,0 Higiene <strong>bucal</strong> insatisfatória Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival - ISG (AINAMO; BAY; 1975);Para obter o Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival foi realizada asondagem <strong>de</strong> todas as faces dos elementos <strong>de</strong>ntários. Segundo <strong>de</strong>scrito porAi<strong>na</strong>mo e Bay (1975), os valores do ISG <strong>de</strong>vem ser agrupados obe<strong>de</strong>cendo àseguinte distribuição por escores: ausência <strong>de</strong> sangramento (1), <strong>de</strong> 1 a 10%(2), <strong>de</strong> 11 a 25% (3), 26 a 50% (4), 51 a 75% (5) e acima <strong>de</strong> 75% (6). Osautores consi<strong>de</strong>raram a relação entre estes escores com a presença <strong>de</strong> doençagengival, assim para escore 2 tem-se gengivite leve, para 3 gengivitemo<strong>de</strong>rada e escores superiores a 3 gengivite severa (Quadro 4).Quadro 4 - Critérios e Registro do Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (AINAMO; BAY, 1975)i. I<strong>de</strong>ntifica-se a região correspon<strong>de</strong>nte ao local <strong>de</strong> sangramentoii. Para cada elemento <strong>de</strong>ntário são sondadas quatro superfíciesiii. É realizada sondagem gengival em todos os <strong>de</strong>ntes presentes <strong>na</strong> boca, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que essespermitam o procedimento <strong>de</strong> sondagemiv. O índice é obtido a partir do cálculo do percentual <strong>de</strong> superfícies sangrantes diante <strong>de</strong>todas as superfícies sondadas:ISG = Total <strong>de</strong> superfícies sangrantes x 100Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes sondados x 4 ISG <strong>de</strong> 0: Saú<strong>de</strong> periodontal / Ausência <strong>de</strong> Sangramento ISG <strong>de</strong> 1% a 10%: Gengivite leve ISG <strong>de</strong> 11% a 25%: Gengivite mo<strong>de</strong>rada ISG superior a 25%: Gengivite severa


45 Avaliação da cárie e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento para coroa (WHO,1987; BRASIL, 2009)A avaliação da cárie e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento para coroa se <strong>de</strong>upela <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção dos Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPOD), bemcomo a respectiva necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento. Foram seguidas as orientaçõesestabelecidas pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> quanto à classificação daexperiência <strong>de</strong> cárie, sendo seguidos os códigos e critérios (Quadros 05 e 06)estabelecidos pelo projeto Levantamento das Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal daPopulação Brasileira - SB Brasil 2010 (BRASIL, 2009).Quadro 5 - Resumo dos códigos e critérios para CPO-D – coroa <strong>de</strong>ntária (BRASIL, 2009)CódigosDentes Decíduos Dentes PermanentesCondiçãoA 0 HígidoB 1 CariadoC 2 Restaurado mas com cárieD 3 Restaurado e sem cárieE 4 Perdido <strong>de</strong>vido à cárieF 5 Perdido por outras razõesG 6 Apresenta selanteH 7 Apoio <strong>de</strong> ponte ou coroaK 8 Não erupcio<strong>na</strong>doT T Trauma (fratura)L 9 Dente excluídoQuadro 6 - Códigos e critérios para necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento (BRASIL, 2009)Código <strong>de</strong> TratamentoCondição0 Nenhum1 Restauração <strong>de</strong> 1 superfície2 Restauração <strong>de</strong> 2 ou mais superfícies3 Coroa por qualquer razão4 Faceta estética5 Tratamento pulpar e restauração6 Extração7 Apoio <strong>de</strong> ponte ou coroa8 Remineralização <strong>de</strong> mancha branca9 Sem Informação


46Os índices bucais foram aferidos por um único exami<strong>na</strong>dor trei<strong>na</strong>do,sendo obtidos os coeficientes Kappa intra-exami<strong>na</strong>dor: 0,73 para IHO-S; 0,70para ISG; 0,93 para CPO-D; e 0,93 para necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento. Durante aimplantação do PAIO, foram realizados, por meio da aferição <strong>de</strong> índices <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, controles periódicos do meio <strong>bucal</strong>, <strong>de</strong> modo a verificar os níveis<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> obtidos e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento odontológico. Portanto, aaferição <strong>de</strong> índices bucais se <strong>de</strong>u <strong>na</strong> fase <strong>de</strong> diagnóstico, <strong>de</strong> reavaliação e <strong>de</strong>controle periódico, sendo comparados os resultados iniciais e fi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> cadaparticipante do estudo.4.6.2. Avaliação do Impacto da implantação do PAIO:O impacto da implantação do PAIO <strong>na</strong> roti<strong>na</strong> do serviço odontológicoda Atenção Básica, segundo a percepção dos participantes do estudo, foiavaliado por meio da aplicação <strong>de</strong> um formulário <strong>de</strong> pesquisa com dadosquantitativos (escores) e realização <strong>de</strong> entrevista semiestruturada.Aplicou-se um formulário <strong>de</strong> pesquisa aos participantes do estudo,em dois momentos distintos, sendo a primeira parte aplicada <strong>na</strong> etapadiagnóstica e a segunda parte após a conclusão do tratamento. O formuláriobuscou i<strong>de</strong>ntificar a percepção dos usuários sobre a higiene <strong>bucal</strong> realizada, acondição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, o acesso aos serviços e a atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>que recebeu. As mesmas questões foram aplicadas <strong>na</strong>s duas fases do estudo,sob o ponto <strong>de</strong> vista da implantação do PAIO. Para respon<strong>de</strong>r às questões doformulário, os participantes julgaram a higiene <strong>bucal</strong>, a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong>, o acesso e a resolutivida<strong>de</strong> segundo um sistema <strong>de</strong> pontuaçãocrescente que variou <strong>de</strong> um a <strong>de</strong>z.Após a alcançar a alta básica, a percepção dos usuários sobre oimpacto da implantação do PAIO no cuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> prestado <strong>na</strong> USFTimbó I foi coletado por meio <strong>de</strong> entrevista semiestruturada. O número <strong>de</strong>entrevistas foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pela repetição das falas dos participantes do estudodurante a coleta das informações qualitativas. Assim, após a realização <strong>de</strong> oitoentrevistas, observou-se a saturação das idéias. As entrevistas foram gravadas


47em áudio digital e transcritas em texto eletrônico, com o auxílio <strong>de</strong> um editor <strong>de</strong>texto (Microsoft Office Word 2007).4.7. Análise dos Dados:Todos os dados quantitativos foram tabulados e a<strong>na</strong>lisados porestatística inferencial e <strong>de</strong>scritiva no programa GraphPad Prism 5.0 (SanDiego, CA – USA), com nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 5%.Os dados referentes à caracterização da amostra, ao total <strong>de</strong>consultas e horas trabalhadas, aos procedimentos realizados, ao total <strong>de</strong>encaminhamentos para os setores especializados, e outros dados referentes àprodutivida<strong>de</strong> do PAIO foram a<strong>na</strong>lisados por estatística <strong>de</strong>scritiva.Todos os dados provenientes da avaliação da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> e do impacto <strong>de</strong> implantação do PAIO foram consi<strong>de</strong>rados do tipo nãoparamétricos (variáveis discretas), visto que não apresentam distribuiçãonormal. Os dados obtidos das aferições dos índices bucais, bem como daavaliação dos participantes do estudo sobre a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>,higiene oral, acesso e resolutivida<strong>de</strong> do serviço, nos momentos antes e após aimplantação, do PAIO foram a<strong>na</strong>lisados pelo teste <strong>de</strong> Wilcoxon (nível <strong>de</strong>significância <strong>de</strong> 5%).A percepção qualitativa dos sujeitos do estudo sobre o impacto daimplantação do PAIO foi a<strong>na</strong>lisada pela Técnica <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Conteúdoproposta por Bardin (1979), com modificações <strong>de</strong> Oliveira (2008) e Cruz (2010).As etapas para construção <strong>de</strong>ssa análise qualitativa são apresentadas <strong>na</strong>Figura 2.Por essa técnica, o pesquisador <strong>de</strong>ve inicialmente realizar a leituraflutuante das transcrições, com o objetivo <strong>de</strong> reconhecer o conteúdo do texto.Em seguida, são <strong>de</strong>finidas as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Registro (UR), as quaisrepresentam o tipo <strong>de</strong> registro (palavras, frases ou parágrafos) que <strong>de</strong>ve serbuscado no texto para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> conteúdos. A análise segue com ai<strong>de</strong>ntificação das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Registro e interpretação das mesmas, com oobjetivo <strong>de</strong> criar Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Significado (US), as quais representam subtemasdo conteúdo que está sendo investigado. As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Significado<strong>de</strong>vem ser quantificadas e, em seguida, interpretadas para i<strong>de</strong>ntificação e


48quantificação <strong>de</strong> Idéias Centrais, as quais correspon<strong>de</strong>m a categorias <strong>de</strong>respostas à pergunta <strong>de</strong> abordagem qualitativa. Por fim, essas informações<strong>de</strong>vem ser apresentadas no formato <strong>de</strong> quadros, <strong>de</strong> modo a subsidiar todo oconteúdo da informação.Figura 3 – Fluxograma das etapas realizadas para análise qualitativa segundo a Técnica <strong>de</strong>Análise <strong>de</strong> Conteúdo (BARDIN, 1979; OLIVEIRA, 2008; CRUZ, 2010)


Resultados49


505. Resultados:Entre os participantes do estudo, 20 (62,5%) eram do gênerofeminino e 12 (37,5%) do gênero masculino. Todos os componentes daamostra necessitaram <strong>de</strong> tratamento odontológico e atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>,sendo ofertadas, no mínimo, três consultas até alcançar a alta básica.Dos 32 participantes do estudo, 20 receberam alta básica, 6permaneceram em atendimento e 6 <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong> cumprir as etapasestabelecidas pelo PAIO. O motivo para <strong>de</strong>sistir do atendimento foi mudançado en<strong>de</strong>reço resi<strong>de</strong>ncial para área não coberta pela USF Timbó I. No entanto,os indivíduos que foram <strong>de</strong>svinculados do PAIO receberam encaminhamentopara o serviço odontológico das novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> responsáveispela cobertura da atenção odontológica. Os que não tiveram o tratamentoconcluído serão acompanhados pela equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> da USF Timbó I,<strong>de</strong> modo que é esperado alcançar alta básica a partir da continuida<strong>de</strong> do PAIO<strong>na</strong> USF Timbó I.Após a implantação do PAIO, foram realizados 518 procedimentosvinculados a Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica, sendo 26 encaminhamentospara o Setor Odontológico Especializado do SUS (Tabela 1). Do total <strong>de</strong>procedimentos realizados, 269 (51,93%) foram do tipo preventivo epromocio<strong>na</strong>l (Tabela 2), enquanto 249 (48,07%) foram do tipo curativo erestaurador (Tabela 3). Os procedimentos “primeira consulta odontológica” e“encaminhamento para o setor especializado” foram consi<strong>de</strong>radospromocio<strong>na</strong>is por representarem a oferta <strong>de</strong> acesso ao serviço odontológico.Tabela 1 – Encaminhamentos para o setor odontológico especializado do SUS realizadosdurante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação do PAIO (João Pessoa, 2010).Tratamento Especializado Quantitativo PercentualRadiografias (Periapicais ou Interproximais) 11 42,31Endodontia 5 19,23Periodontia 0 0,00Cirurgia 0 0,00Prótese Dentária (Por arcada) 10 38,46TOTAL 26 100,00


51Tabela 2 – Procedimentos Odontológicos Básicos preventivos e promocio<strong>na</strong>is realizadosdurante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação do PAIO (João Pessoa, 2010).Procedimento Quantitativo PercentualPrimeira Consulta Odontológica 32 6,18Aferição <strong>de</strong> Índices Bucais 58 11,20Aplicação Tópica <strong>de</strong> Flúor (por arco <strong>de</strong>ntário) 40 7,72Ação <strong>de</strong> Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 54 10,42Prescrição <strong>de</strong> Antimicrobiano Tópico 08 1,55Profilaxia Profissio<strong>na</strong>l 51 9,84Encaminhamento para Setor Especializado 26 5,02Total <strong>de</strong> Procedimentos Preventivos e Promocio<strong>na</strong>is 269 51,93Total <strong>de</strong> Procedimentos 518 100,00Tabela 3 – Procedimentos Odontológicos Básicos curativos e restauradores realizadosdurante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação do PAIO (João Pessoa, 2010).Procedimento Quantitativo PercentualRaspagem periodontal (por sextante) 144 27,80Exodontia 26 5,02Selamento Provisório 11 2,12Recondicio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> Restauração 11 2,12Proteção Dentino-Pulpar 09 1,74Restaurações em Amálgama 20 3,87Restaurações em Resi<strong>na</strong> Composta 28 5,40Procedimentos Curativos e Restauradores 249 48,07Total <strong>de</strong> Procedimentos Realizados 518 100,00As médias, <strong>de</strong>svios-padrão e diferenças estatísticas obtidas para osíndices IHO-S, ISG e CPO-D, aferidos <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO, sãoapresentadas <strong>na</strong> Tabela 4. Foi observada diferença estatisticamentesignificante entre os indicadores IHO-S e ISG inicial e fi<strong>na</strong>l (p0,05 – Teste Wilcoxon). Assim, a implantaçãodo PAIO favoreceu a redução do nível <strong>de</strong> biofilme e <strong>de</strong> inflamação gengival(qualificação dos índices IHO-S e ISG), evitando a progressão da doença cárie(estabilização do CPO-D).


52Tabela 4 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidas para os índicesIHO-S, ISG e CPO-D aferidos <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO (João Pessoa, 2010).Diferenças estatísticasÍndicesMédias e Desvios-Padrão entre as médias(p)IHO-S inicial 1,4 + 0,6IHO-S fi<strong>na</strong>l 0,9 + 0,30,0001ISG inicial 46,3 + 19,9ISG fi<strong>na</strong>l 21,5 + 7,50,0005CPO-D inicial 12,2 + 9,4CPO-D fi<strong>na</strong>l 12,7 + 9,60,2500Teste Wilcoxon (nível <strong>de</strong> significância 5%)Após a realização do presente estudo, verificou-se reduçãosignificante do IHO-S e qualificação da higiene oral dos participantes doestudo, da condição regular para satisfatória. De maneira semelhante, foiobservada redução significante do nível <strong>de</strong> sangramento gengival dosparticipantes do estudo. Em média, os usuários passaram <strong>de</strong> gengivite severa(46,3% <strong>de</strong> sangramento) a gengivite mo<strong>de</strong>rada (21,5% <strong>de</strong> sangramento). Aausência <strong>de</strong> diferença estatisticamente significante entre as médias do CPODinicial e fi<strong>na</strong>l sugere que a implantação do PAIO não provocou alteraçãosignificativa do CPO-D, o que representa a estabilização da doença cárie.As médias, <strong>de</strong>svios-padrão e diferenças estatísticas obtidas para oscomponentes Cariado, Perdido e Obturado do CPO-D, aferido <strong>na</strong>s etapasinicial e fi<strong>na</strong>l PAIO, são apresentadas <strong>na</strong> Tabela 5. Observou-se diferençaestatisticamente significante para os componentes cariado e obturado entre aetapa inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO (p0,05 – TesteWilcoxon).Destaca-se, portanto, que o total <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes perdidos não foimodificado significativamente, enquanto que os componentes cariados foramconvertidos em componentes obturados, sendo a diferença estatisticamentesignificante entre a etapa inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO.


53Tabela 5 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidas para oscomponentes Cariados (C), Perdidos (P) e Obturados (O) do índice CPO-D, aferidos <strong>na</strong>setapas inicial e fi<strong>na</strong>l do PAIO (João Pessoa, 2010).ÍndicesMédias e Desvios-PadrãoDiferenças estatísticasentre as médias (p)C inicial 2,5 + 2,4C fi<strong>na</strong>l 0,0 + 0,00,0016P inicial 5,0 + 6,8P fi<strong>na</strong>l 5,6 + 7,80,0975O inicial 4,9 + 4,9O fi<strong>na</strong>l 7,3 + 5,70,0020Teste Wilcoxon (nível <strong>de</strong> significância 5%)Todos os participantes do estudo que receberam alta básica (n=20)informaram que o PAIO contribuiu para melhorar a condição e o conhecimentoem Saú<strong>de</strong> Bucal. A avaliação inicial, classificada entre os escores 5,7 e 7,6, foimodificada para níveis superiores, os quais variaram entre 9,6 e 9,9. A Tabela6 apresenta as médias, <strong>de</strong>svios-padrão e diferenças estatísticas da avaliaçãodos participantes do estudo sobre a Condição <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, a Higiene Oral,o Acesso e a Resolutivida<strong>de</strong> do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos períodos antes e após aimplantação do PAIO.Observou-se diferença estatisticamente significante (p


54Tabela 6 – Médias, Desvios-Padrão e Diferenças Estatísticas obtidas para a avaliaçãodos usuários sobre a Higiene em Saú<strong>de</strong> Bucal (SB); a Condição SB; o Acesso aoserviço odontológico e a Resolutivida<strong>de</strong> da atenção prestada <strong>na</strong>s etapas inicial e fi<strong>na</strong>ldo PAIO (João Pessoa, 2010).ÍndicesMédias e Desvios-PadrãoDiferenças estatísticasentre as médias (p)Higiene em SB inicial 6,2 + 2,1Higiene em SB fi<strong>na</strong>l 9,6 + 0,80,0002Condição <strong>de</strong> SB inicial 5,7 + 2,3Condição <strong>de</strong> SB fi<strong>na</strong>l 9,6 + 0,80,0001Acesso inicial 7,1 + 2,8Acesso fi<strong>na</strong>l 9,8 + 0,50,0007Resolutivida<strong>de</strong> inicial 7,6 + 2,5Resolutivida<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>l 9,9 + 0,20,0016Teste Wilcoxon (nível <strong>de</strong> significância 5%)O Quadro 7 apresenta a percepção qualitativa dos componentes daamostra sobre a implantação do PAIO nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> oferecidospela USF Timbó I. Segundo a percepção qualitativa dos participantes doestudo, os motivos para avaliação positiva (n=12) e satisfação dos usuários(n=12) diante da implantação do PAIO foram: modificação da saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>(n=15), tratamento mais rápido e <strong>de</strong> fácil acesso (n=7), periodicida<strong>de</strong> e garantia<strong>de</strong> atendimento (n=6), acolhimento (n=5), motivação para o cuidado (n=5), eperspectiva <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> do PAIO (n=6).


55Quadro 7 – Distribuição das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Registro (UR), Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Significado (US) eI<strong>de</strong>ias Centrais (IC) da percepção qualitativa dos participantes do estudo sobre aimplantação do PAIO <strong>na</strong> USF Timbó I.UR US IC“O tratamento foi ótimo” Avaliou positivamente (n=12)“Fiquei satisfeita” Satisfação do usuário (n=12)“Senti diferença <strong>na</strong>minha condição e noscuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Modificou a saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>(n=15)<strong>bucal</strong>”A implantação do PAIO“Foi um tratamentoTratamento mais ágil e rápido, representou uma experiênciamais ágil e rápido,com fácil acesso (n=7) positiva <strong>na</strong> medida em que ossendo fácil acesso”usuários indicaram satisfação,“Eu me senti seguraEstabeleceu uma roti<strong>na</strong> <strong>de</strong> melhoria da condição <strong>bucal</strong>, maiortendo um tratamentocuidado diário, com garantia agilida<strong>de</strong> do tratamento eque foi roti<strong>na</strong>, uma<strong>de</strong> atendimento (n=6) motivação do usuário e <strong>de</strong> seuscoisa diária”familiares. A garantia <strong>de</strong>“Eu me senti a vonta<strong>de</strong>, Usuário sentiu-se acolhidoatendimento, a roti<strong>na</strong> <strong>de</strong> cuidados,acolhida”(n=5)o acolhimento também foram“E me senti<strong>de</strong>stacados. Assim, acomprometida a mudar Usuário foi motivado e motivoucontinuida<strong>de</strong> do PAIO foi sugeridae tou motivando minhaa família (n=5)filha e meu marido”“Espero continuar comas revisões e que essaproposta se amplie aquiA continuida<strong>de</strong> do PAIO foisugerida (n=6)<strong>na</strong> USF”


Discussão56


576. DiscussãoO Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO) avaliadonesta investigação baseou-se <strong>na</strong> busca da integralida<strong>de</strong>, <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição dasnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento, <strong>na</strong> promoção da saú<strong>de</strong> e <strong>na</strong> associação <strong>de</strong>medidas preventivas e restauradoras. Os resultados <strong>de</strong>ste estudo apontaram aqualificação do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a melhoria dos índices bucais e a satisfaçãodos usuários da Atenção Básica do SUS.Segundo Camargo et al. (2009), o serviço público odontológicoconsiste <strong>na</strong> principal estratégia para acesso em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. Ao consi<strong>de</strong>rar aelevada prevalência da cárie e da doença periodontal, bem como a <strong>de</strong>mandapor uma atenção integral com impacto sobre a saú<strong>de</strong> da população, o PAIOtem potencial para suprir as <strong>de</strong>mandas da Atenção Básica em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> noSUS. A partir das ativida<strong>de</strong>s do PAIO, observou-se redução significativa dosíndices <strong>de</strong> sangramento gengival e <strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntário, associado àrecuperação <strong>de</strong> elementos cariados.A construção do <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> avaliadoneste estudo baseou-se <strong>na</strong>s experiências <strong>de</strong>senvolvidas <strong>na</strong> Clínica Integradado Curso <strong>de</strong> Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba. Os estudos <strong>de</strong>Almeida e Padilha (2001) e Wan<strong>de</strong>rley et al. (2002) i<strong>de</strong>ntificaram a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> qualificação das estratégias <strong>de</strong> ensino e da implantação <strong>de</strong> <strong>protocolo</strong>s <strong>de</strong>atenção que consi<strong>de</strong>rassem a promoção da saú<strong>de</strong> e a qualificação do serviço.Os resultados <strong>de</strong>ste estudo apontaram que a proposta da Clínica Integrada,quando aplicada sobre as práticas da Atenção Básica, contribuiu paramudanças no serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, no perfil profissio<strong>na</strong>l e <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> da população.Outros estudos avaliaram a implantação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> atençãointegral em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, consi<strong>de</strong>rando-se as necessida<strong>de</strong>s do tratamento, aeducação em saú<strong>de</strong>, o perfil socioeconômico dos usuários e a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>planos <strong>de</strong> tratamento (ALMEIDA; GAIÃO; PADILHA, 2003; GAIÃO et al., 2005;TIEDMANN; LINHARES; SILVEIRA, 2005; POI et al., 2006; BRANDINI et al.,2008; MACEDO et al., 2009; CLARKSON et al., 2009). Semelhante aoobservado nesta investigação, essas pesquisa apresentaram melhoriassignificativas das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, reveladas por indicadores clínicos


58ou satisfação dos pacientes. No presente estudo, estes parâmetros foramavaliados conjuntamente, e os resultados corroboram os achados da literatura<strong>na</strong> medida em que a implantação e execução <strong>de</strong> propostas diferenciadas <strong>de</strong>atenção odontológica são capazes <strong>de</strong> provocar mudanças no serviço e <strong>na</strong>condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus usuários.Em um estudo sobre o uso regular <strong>de</strong> serviços odontológicos,Camargo et al. (2009) verificaram que os usuários do serviço público visitam o<strong>de</strong>ntista com menor regularida<strong>de</strong>; agravando-se a situação em menores níveissocioeconômicos. Os autores também enfatizaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas<strong>de</strong> atenção que consi<strong>de</strong>rem a busca ativa dos usuários, a educação em saú<strong>de</strong>e a realização <strong>de</strong> controles periódicos regulares. Nesse sentido, verificou-seque o PAIO aten<strong>de</strong>u as <strong>de</strong>mandas do SUS, favorecendo a ampliação doacesso, da atenção integral e da construção <strong>de</strong> vínculos equipe-comunida<strong>de</strong>.Beirne et al. (2007) realizaram uma revisão sistemática sobre ointervalo a<strong>de</strong>quado para consultas odontológicas <strong>de</strong> retorno <strong>na</strong> atençãoprimária. Os autores concluíram que não existem evidências científicassuficientes para estabelecer o intervalo apropriado, mas evi<strong>de</strong>nciaram que oscontroles <strong>de</strong>vem funcio<strong>na</strong>r regularmente como estratégia <strong>de</strong> prevenção. Dessaforma, os usuários do PAIO que receberam alta básica passarão por controlesperiódicos <strong>de</strong> modo a inserir novas medidas <strong>de</strong> prevenção e educação emsaú<strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> evitar o reaparecimento <strong>de</strong> doenças bucais.Entre os usuários que não receberam alta básica, espera-se que aconclusão dos tratamentos se dê em virtu<strong>de</strong> da continuida<strong>de</strong> das açõesprevistas pelo PAIO <strong>na</strong> USF Timbó I. Quanto aos usuários que foram<strong>de</strong>svinculados do PAIO, a mudança do en<strong>de</strong>reço resi<strong>de</strong>ncial para áreas nãocobertas pelo serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> justificaram as perdas da amostra, semelhanteao observado por Poi et al. (2006).Durante o primeiro semestre <strong>de</strong> implantação do PAIO, a equipe <strong>de</strong>pesquisa cumpriu 120 horas <strong>de</strong> trabalho por meio da realização <strong>de</strong> 30 turnos<strong>de</strong> quatro horas <strong>de</strong> atendimento, alcançando-se o total <strong>de</strong> 97 consultasodontológicas e 32 primeiras consultas. Observou-se uma média <strong>de</strong> trêsatendimentos por turno, sendo um <strong>de</strong>stes a primeira consulta. Nas condiçõesda assistência em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> Atenção Básica do SUS, o cirurgião-<strong>de</strong>ntista


59<strong>de</strong>ve cumprir 40 horas sema<strong>na</strong>is ou 160 horas mensais; carga horária superiorà cumprida pelo PAIO durante o período <strong>de</strong> avaliação da proposta.Do total <strong>de</strong> consultas realizadas a partir da implantação do PAIO,33% (n=32) representaram primeiras consultas odontológicas, condizente como tamanho amostral <strong>de</strong>ste estudo. Destes, 62,5% usuários concluíram otratamento e receberam alta básica, o que representa elevado índice <strong>de</strong>resolutivida<strong>de</strong> do serviço. Segundo Fischer et al. (2010), Cavalcanti et al.(2010) e Cartaxo (2009), a gestão municipal e o perfil da população assistidainterferem <strong>na</strong> organização dos serviços e <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição das metas a seremcumpridas pelo SUS. Porém, observa-se que os indicadores obtidos a partir daimplantação do PAIO foram melhores, frente a outras experiências <strong>de</strong>scritas <strong>na</strong>literatura (BALDANI et al., 2005; FERNANDES; PERES, 2005; CAVALCANTI etal., 2010; FISCHER et al., 2010).Segundo as diretrizes da Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, o acessoao serviço odontológico <strong>de</strong>ve ser ampliado, <strong>de</strong> modo que 100% dos usuáriosda Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (ESF) realizem ao menos uma primeiraconsulta odontológica anual para <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diagnóstico e plano <strong>de</strong>tratamento (BRASIL, 2004). Segundo Fischer et al. (2010), a maior cobertura<strong>de</strong> primeiras consultas odontológicas está relacio<strong>na</strong>da com o maior acesso emaior qualida<strong>de</strong> dos serviços odontológicos. Fisher et al. (2010) e Cavalcanti etal. (2010) realizaram estudos ecológicos com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar a coberturadas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> no SUS, sendo i<strong>de</strong>ntificado que a cobertura <strong>de</strong>primeiras consultas odontológicas não superou a marca <strong>de</strong> 20%. Assim,verifica-se que o PAIO tem potencial para contribuir com a ampliação dacobertura e resolutivida<strong>de</strong> dos serviços oferecidos pelo SUS.O estudo <strong>de</strong> Fisher et al. (2010) i<strong>de</strong>ntificou que proporção <strong>de</strong>exodontias <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes permanentes nos estados da região Sul do Brasil variouentre 5% e 14%, o que <strong>de</strong>nuncia pior acesso aos serviços e piores condições<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. Assim, a partir da ampliação do acesso e resolutivida<strong>de</strong>, bemcomo da qualificação dos indicadores odontológicos, o PAIO po<strong>de</strong> contribuirpara redução da proporção <strong>de</strong> exodontias (inferior a 5% no presente estudo) emudança do perfil da atenção e dos indicadores.Ao a<strong>na</strong>lisar os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> Atenção Básica doSUS, Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s e Peres (2005) i<strong>de</strong>ntificaram redução do número <strong>de</strong>


60exodontias frente ao aumento da oferta <strong>de</strong> primeiras consultas e realização <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s coletivas <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>. Também foi verificado que onúmero <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> extração <strong>de</strong>ntária foi menor em municípios commaior quantitativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntistas cadastrados no SUS. Os resultados <strong>de</strong>steestudo corroboram os achados <strong>de</strong> Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s e Peres (2005) ao evi<strong>de</strong>nciar amelhoria <strong>de</strong> indicadores bucais e menores taxas <strong>de</strong> exodontias diante daampliação do acesso e execução <strong>de</strong> medidas preventivo-promocio<strong>na</strong>is.Poi et al. (2006) realizaram uma avaliação <strong>de</strong> onze anos dos planos<strong>de</strong> tratamento e procedimentos realizados pela Discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> Clínica Integradada Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Araçatuba (FOA). Os resultados <strong>de</strong> Poi et al.(2006) apontaram como procedimentos mais indicados o tratamentoperiodontal básico (84,6% dos casos), as exodontias e as restaurações diretas.Semelhante ao observado <strong>na</strong> Clínica Integrada da FOA (POI et al., 2006), osprocedimentos básicos restauradores mais realizados durante o período <strong>de</strong>avaliação do PAIO foram as raspagens corono-radiculares, exodontias simples,restaurações diretas em resi<strong>na</strong> composta e em amálgama.Os resultados do presente estudo apontaram a realização <strong>de</strong> 518procedimentos <strong>de</strong> nível básico. Destes, 51,93% representaram ativida<strong>de</strong>spreventivas e promocio<strong>na</strong>is, enquanto e 48,07% correspon<strong>de</strong>ram ao tratamentocurativo-restaurador. Dessa forma, observou-se que a assistência odontológicaoferecida aos usuários apresentou equilíbrio entre ações preventivas ecurativas, <strong>na</strong> busca da promoção da saú<strong>de</strong>. O tratamento integrado em nívelbásico <strong>de</strong> atenção procurou controlar a dor e a infecção por meio da elimi<strong>na</strong>ção<strong>de</strong> nichos bacterianos (cálculo <strong>de</strong>ntal, remanescentes radiculares, lesõescariosas cavitadas). Além disso, buscou restabelecer a função e estética <strong>de</strong>ntrodos limites da atenção primária a saú<strong>de</strong>.Destaca-se que o PAIO foi implantado a partir <strong>de</strong> intervençõessema<strong>na</strong>is <strong>na</strong> roti<strong>na</strong> do serviço odontológico da ESF, o que provocou mudançassignificativas <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, <strong>na</strong> percepção dos usuários e noacesso e resolutivida<strong>de</strong> do serviço. Assim, a consolidação e a ampliação dasativida<strong>de</strong>s do PAIO <strong>na</strong> roti<strong>na</strong> dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> <strong>na</strong> atenção básicapo<strong>de</strong>riam qualificar o setor e a assistência odontológica oferecida aos usuários.Não seria necessária a incorporação diária das ativida<strong>de</strong>s estabelecidas pelo


61PAIO, porém o aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> turnos <strong>de</strong> atendimento (para três ouquatro) favoreceria a ampliação do acesso e aumento da resolutivida<strong>de</strong>.Semelhante ao estudo <strong>de</strong> Pinelli et al. (2007), o valor <strong>de</strong> CPODi<strong>de</strong>ntificado neste estudo representou alta prevalência <strong>de</strong> cárie. No entanto,após a implantação do PAIO, não foram observadas diferençasestatisticamente significantes (p>0,05) entre o CPOD inicial e fi<strong>na</strong>l doscomponentes da amostra. Verificou-se também que o componente perdido nãovariou significativamente (p>0,05), ao contrário dos componentes cariados eobturados. Isso <strong>de</strong>monstra que as ações realizadas pelo PAIO seconcentraram sobre a promoção da saú<strong>de</strong> e realização <strong>de</strong> procedimentosrestauradores, os quais buscaram a recuperação e manutenção dos elementos<strong>de</strong>ntários em função estética, fonética e mastigatória.Segundo observado por Gaião et al (2005), o padrão <strong>de</strong>strutivo ecumulativo da doença cárie consiste <strong>na</strong> condição esperada para pacientes quenão recebem assistência odontológica satisfatória. Dessa forma, a implantaçãodo PAIO permitiu a inibição da doença cárie e a estabilização do quantitativo <strong>de</strong>elementos hígidos e perdidos, verificando-se o impacto das ações sobre oselementos cariados e obturados. Conforme observado por Gaião et al. (2005),a manutenção dos componentes hígidos e o aumento do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntesrestaurados sem cárie representa indicativo da efetivida<strong>de</strong> do serviço prestado.Evi<strong>de</strong>ncia-se que a redução do componente cariado ao valor zero se<strong>de</strong>u através <strong>de</strong> medidas que priorizaram o tratamento restaurador em<strong>de</strong>trimento da exodontia. Segundo Pinelli et al. (2007), a perda <strong>de</strong>ntária éfrequente entre a população adulta, po<strong>de</strong>ndo ser atribuída à cárie e à doençaperiodontal. Ambos os aspectos foram avaliados no presente estudo, sendo aprogressão da cárie paralisada e os níveis <strong>de</strong> biofilme e sangramento gengival,controlados. A partir do diagnóstico das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>,realizado <strong>na</strong> etapa fi<strong>na</strong>l do PAIO, verificou-se que novas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tratamento não foram i<strong>de</strong>ntificadas; e aquelas inicialmente diagnosticadas,foram supridas durante a implantação do PAIO.Espera-se que os controles periódicos previstos supram asnecessida<strong>de</strong>s eventuais dos usuários e viabilizem a manutenção da condição<strong>de</strong> alta básica. Assim, pesquisas futuras <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a continuida<strong>de</strong> dasações do PAIO e o seu impacto longitudi<strong>na</strong>l sobre a saú<strong>de</strong> dos pacientes. Os


62estudos <strong>de</strong> Beirne et al. (2007) e Norremose et al. (2010) não estabeleceram ointervalo <strong>de</strong> retorno necessário para manutenção dos níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong>monstrando que o risco <strong>de</strong> adoecer não se modifica unicamente pela açãodo tempo, mas sofre influência do cuidado oferecido pelo profissio<strong>na</strong>l emudança <strong>de</strong> hábitos pelo paciente.Diferentemente da doença cárie, o sangramento gengival e oacúmulo <strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntário são condições reversíveis, as quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m damotivação do paciente, da incorporação <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> higiene <strong>bucal</strong> e daelimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> nichos bacterianos (GAIÃO et al., 2005; MACEDO et al., 2009;GOMES; SILVA, 2010). O estudo <strong>de</strong> Gomes e Silva (2010) <strong>de</strong>monstrou que aa<strong>de</strong>quação do meio <strong>bucal</strong>, a educação em saú<strong>de</strong> e controles periódicos noconsultório odontológico viabilizaram melhorias do índice <strong>de</strong> higiene oral <strong>de</strong>crianças atendidas em uma clínica <strong>de</strong> ensino. O PAIO também procurou reduziros índices <strong>de</strong> higiene oral e sangramento gengival a níveis satisfatórios.Observou-se diferença estatisticamente significante (p


63motivação do paciente. Diante da continuida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s do PAIO, indicaseo fortalecimento da atenção direcio<strong>na</strong>da a situação periodontal.A caracterização social dos pacientes atendidos <strong>na</strong> Clínica Integradada Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Araçatuba (FOA) foi realizada por Brandini etal. (2008), os quais investigaram a auto-avaliação dos pacientes sobre a saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong>. Os usuários participantes do PAIO avaliaram a própria condição <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, a higiene oral, o acesso e a resolutivida<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> umaescala numérica que variou <strong>de</strong> zero a <strong>de</strong>z. Semelhante ao presente estudo, ospacientes da Clínica Integrada da FOA avaliaram a própria condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> no período anterior ao tratamento, informando notas <strong>de</strong> cinco a sete(BRANDINI et al., 2008). Resultado semelhante foi observado nestainvestigação, on<strong>de</strong> a avaliação inicial dos participantes variou entre 5,7 e 7,6.Segundo o levantamento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> dapopulação <strong>de</strong> João Pessoa, realizado em 2008, os usuários do SUSclassificaram a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> predomi<strong>na</strong>ntemente como regular ouboa (JOÃO PESSOA, 2008). Quanto à avaliação do serviço, os indivíduosclassificaram como bom ou ótimo (JOÃO PESSOA, 2008). O presente estudocorrobora os dados do levantamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> para o município <strong>de</strong> JoãoPessoa, <strong>na</strong> medida em que os usuários avaliaram a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> ea higiene com médias 6,2 e 5,7, respectivamente; enquanto o acesso e aresolutivida<strong>de</strong> do serviço receberam médias 7,1 e 7,6, respectivamente.O presente estudo i<strong>de</strong>ntificou a avaliação dos pacientes nosmomentos antes e após a implantação do PAIO, o que permitiu a comparaçãolongitudi<strong>na</strong>l da percepção dos usuários. Após a conclusão dos tratamentos e aoferta <strong>de</strong> Alta Básica, as médias informadas pelos participantes do estudovariaram entre 9,5 e 9,9, sendo estatisticamente diferentes da avaliação inicial.Assim, verificou-se que a percepção sobre a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, ahigiene oral, o acesso e a resolutivida<strong>de</strong> foi qualificada a partir da implantaçãodo PAIO.Segundo observado por Tiedmann, Linhares e Silveira (2005), osusuários que buscam o serviço <strong>de</strong> Clínica Integrada esperam ser bematendido, concluir o tratamento e alcançar a resolutivida<strong>de</strong>. Aspectossemelhantes foram verificados quando da avaliação qualitativa da implantaçãodo PAIO, no qual os usuários informaram satisfação diante da conclusão <strong>de</strong>


64atendimento, do agendamento regular, da resolução dos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,do acolhimento e da modificação da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>. ConformeTiedmann, Linhares e Silveira (2005) e semelhante ao observado no presenteestudo, a satisfação dos usuários está ligada aos aspectos qualitativos doserviço que dizem respeito à humanização, integralida<strong>de</strong>, resolutivida<strong>de</strong> egarantia <strong>de</strong> acesso.A proposição <strong>de</strong> programas que consi<strong>de</strong>rem a integralida<strong>de</strong>, aresolutivida<strong>de</strong>, a promoção da saú<strong>de</strong> e a modificação das práticas do cuidadosão fundamentais para qualificação do setor odontológico do SUS. Aincorporação do cuidado integral orientado pelas necessida<strong>de</strong>s do usuáriopermitiu que o PAIO ilustrasse a mudança significativa da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong>, das práticas do cuidado, e da percepção dos usuários.


Conclusão65


667. ConclusãoConcluiu-se que a implantação do PAIO favoreceu a ampliação doacesso e da resolutivida<strong>de</strong>, bem como a melhoria significativa <strong>de</strong> índicesbucais e da percepção dos usuários sobre o serviço e sobre a própria saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong>.O Protocolo <strong>de</strong> Assistência Integral Odontológica (PAIO) contribuiupara a qualificação dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> ofertados <strong>na</strong> atenção básica,consi<strong>de</strong>rando-se:- A melhoria dos índices bucais IHO-S, ISG e CPOD, traduzida peladiminuição dos níveis <strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntário, sangramento gengival, e <strong>de</strong>ntescariados;- A mudança da condição, dos hábitos e do conhecimento em saú<strong>de</strong><strong>bucal</strong> dos participantes do estudo;- A melhoria da percepção dos usuários sobre o acesso, aresolutivida<strong>de</strong>, a higiene e a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>;- A avaliação positiva e a satisfação dos participantes do estudo,segundo a percepção qualitativa.


Referências67


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74SANTIAGO, B. M.; BARBOSA, A. S.; RABELLO, P. M. Educação Permanenteem Saú<strong>de</strong> (EPS): Ferramenta para Reestruturação <strong>de</strong> Componente Curriculardo Curso <strong>de</strong> Graduação em Odontologia da UFPB. Rev Bras Ciênc Saú<strong>de</strong>.João Pessoa, v.14, n. 3, p. 83-88, jul./set. 2010.SOUZA, T. M. S.; RONCALLI, A. G. Saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> no Programa Saú<strong>de</strong> daFamília: uma avaliação do mo<strong>de</strong>lo assistencial. Cad Saú<strong>de</strong> Pública. Rio <strong>de</strong>Janeiro, v.23, n. 11, p. 2727-2739, nov. 2007.TAVARES, G. R.; TAVEIRA, G. S.; VERAS NETO, L. PADILHA, W. W. N. Aparticipação da comunida<strong>de</strong> <strong>na</strong>s Clínicas das Instituições <strong>de</strong> EnsinoOdontológico (IEOs). Pesq Bras Odontoped Clin Integr. João Pessoa, v. 5, n.2, p.179-184, maio/ago. 2005.TIEDMANN, C. R.; LINHARES, E.; SILVEIRA, J. L. G. C. Clínica IntegradaOdontológica: Perfil e Expectativas dos usuários e alunos. Pesq BrasOdontoped Clin Integr. João Pessoa, v. 5, n. 1, p. 53-58, jan./abr. 2005.VIACAVA, F.; ALMEIDA, C.; CAETANO, R.; FAUSTO, M.; MACINKO, J.;MARTINS, M.; et al. Uma metodologia <strong>de</strong> avaliação do <strong>de</strong>sempenho dosistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro. Ciênc. Saú<strong>de</strong> Coletiva. Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 9, n.3,p.711-724, jul./set. 2004.VIANA, A. L. A.; DAL-POZ, M. R. A reforma do Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Brasil e oPrograma <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família. Physis. Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 8, n. 2, p. 11-48,jul./<strong>de</strong>z. 1998.WANDERLEY, J. N. B.; PEREIRA, G. A. S.; PADILHA, W. W. N.; BARRETO,R. C. Estudo da Efetivida<strong>de</strong> dos Serviços Odontológicos Oferecidos pelaDiscipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> Clínica Integrada da UFPB. Pesq Bras Odontoped Clin Integr.João Pessoa, v. 2, n. 1, P. 37-42, jan./abr. 2002.WHO (World Health Organization). Individual tooth status and treatment need.In: Oral Health Surveys: Basic Methods. 3. Ed. Geneva, Suíça:World HealthOrganization. 1987. p. 34–39.ZANETTI, C. H. G.; LIMA, M. A. V.; RAMOS, L.; COSTA, M. A. B. T. Em busca<strong>de</strong> um paradigma <strong>de</strong> programação local em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> mais resolutivo noSUS. Divulg. Saú<strong>de</strong> Debate. Londri<strong>na</strong>, v. 13, n.1, p. 18-35, jul. 1996.


Apêndices75


76ApêndicesAPÊNDICE I – Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e EsclarecidoUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.Prezado (a) Senhor (a)TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOEstamos realizando um estudo com o objetivo <strong>de</strong> avaliar um Protocolo <strong>de</strong>Assistência Odontológica Integral para os usuários da Atenção Básica em Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> umaUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa-PB. Esta pesquisa se justifica pelanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> atenção odontológica capaz <strong>de</strong> provocarmudanças, no sentido da melhoria da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>, e <strong>na</strong> percepção sobre ocuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> dos usuários. Espera-se que, a partir dos resultados <strong>de</strong>ste estudo,possam ser <strong>de</strong>senvolvidas propostas que qualifiquem a atenção odontológica no SistemaÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) <strong>de</strong> modo a promover uma assistência que atenda os princípios dauniversalida<strong>de</strong>, integralida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong>. As informações serão coletadas por meio <strong>de</strong>formulários <strong>de</strong> pesquisa e exame clínico odontológico. Informamos que esta pesquisa nãooferece prováveis riscos, nem qualquer meio <strong>de</strong> discrimi<strong>na</strong>ção aos autores dos documentosenvolvidos no estudo. Sua participação é voluntária, sendo garantido o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir dapesquisa, em qualquer tempo, sem que essa <strong>de</strong>cisão o prejudique quanto aos aspectos éticos,morais, fi<strong>na</strong>nceiros, sociais e <strong>de</strong> acesso a saú<strong>de</strong>. Todas as informações obtidas em relação aesse estudo permanecerão em sigilo, assegurando proteção <strong>de</strong> sua imagem e dos autores dosdocumentos envolvidos no estudo. Serão respeitados valores morais, culturais, religiosos,sociais e éticos. Os resultados <strong>de</strong>ssa pesquisa po<strong>de</strong>rão ser apresentados em congressos oupublicações científicas, porém sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não será divulgada nestas apresentações, nemserão utilizadas quaisquer imagens ou informações que permitam a sua i<strong>de</strong>ntificação.Esperando contar com o seu apoio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já agra<strong>de</strong>cemos a sua colaboração.Contato com o pesquisador responsável:Caso necessite <strong>de</strong> maiores informações sobre o presente estudo, favor ligar para opesquisador Prof. Dr. Wilton Wilney Nascimento Padilha. Telefone: (83) 9988 2109, En<strong>de</strong>reço:Av. Jacinto Dantas, Nº 94, Aptº 206 – Ma<strong>na</strong>íra. João Pessoa – PB. CEP: 58038-270. E-mail:wiltonpadilha@yahoo.com.brAUTORIZAÇÃOApós ter sido informado sobre a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da pesquisa “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica:Protocolo para Assistência Integral Odontológica”, AUTORIZO a utilização dos dados pormim fornecidos.João Pessoa, _____ <strong>de</strong> _________________ <strong>de</strong> 2010.____________________________________Assi<strong>na</strong>tura do voluntário da pesquisaImpressão DatiloscópicaAssi<strong>na</strong>tura do Pesquisador(Wilton Wilney Nascimento Padilha)


77Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.APÊNDICE II – Prontuário ClínicoApêndice II-a – Ficha Clínica <strong>de</strong> A<strong>na</strong>mnese e Exame ClínicoFicha Clínica nº: .Data <strong>de</strong> Nascimento:________________________ Ida<strong>de</strong>:________ Gênero:_____________En<strong>de</strong>reço:________________________________________________________________________________________________________________________________________________ACS: _________________________________ Profissão:__________________________RG / CPF:_____________________________ Data da Primeira consulta:_____________Telefones:____________________________________________________________________Agravantes da saú<strong>de</strong>Doença SIM NÃO Doença SIM NÃOHipertensão ArterialSíndromes*DiabetesDoença CardiorespiratóriaDST / AIDSPrótese VascularHepatiteDoença Gastrintesti<strong>na</strong>lHemofiliaAlergia*NefropatiaAlergia a medicamentos*Problema neurológico*Especificar:Gravi<strong>de</strong>z: ( ) Sim ( )Não Meses:______________Consi<strong>de</strong>rações Gerais:Relato sobre passado recente:Experiência Cirúrgica:Queixa Principal:


78Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.Apêndice II-a – Ficha Clínica <strong>de</strong> A<strong>na</strong>mnese e Exame ClínicoÍndice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado (IHO-S)Data doExameV16 V11 V26 L36 V41 L46 IHO-S1º2º3º4ºÍndice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (ISG)18 17 16 15 14 13 12 11 Data do 1ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 ISG 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 2ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 ISG 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 3ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 ISG 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 4ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 ISG 31 32 33 34 35 36 37 38


79Dentes Cariados Perdidos e Obturados (CPO-D)18 17 16 15 14 13 12 11 Data do 1ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 CPO-D 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 2ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 CPO-D 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 3ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 CPO-D 31 32 33 34 35 36 37 3818 17 16 15 14 13 12 11 Data do 4ºExame:21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41 CPO-D 31 32 33 34 35 36 37 38


80Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.Apêndice II-a – Ficha Clínica <strong>de</strong> A<strong>na</strong>mnese e Exame ClínicoCódigos e critérios para Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado segundo Greene e Vermillion(1964)CódigoCondição0 Ausência <strong>de</strong> biofilme corado1 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a 1 / 3 da face do <strong>de</strong>nte2 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a 2 / 3 da face do <strong>de</strong>nte3 Superfície do biofilme corado correspon<strong>de</strong>nte a totalida<strong>de</strong> da face do<strong>de</strong>nteIHO-S <strong>de</strong> 0 a 1,0 Higiene <strong>bucal</strong> satisfatóriaIHO-S <strong>de</strong> 1,1 a 2,0 Higiene <strong>bucal</strong> regularIHO-S <strong>de</strong> 2,1 a 3,0 Higiene <strong>bucal</strong> insatisfatóriaCritérios e Registro do Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival segundo Ai<strong>na</strong>mo e Bay (1975)v. Para cada superfície sangrante, <strong>de</strong>staca-se a região correspon<strong>de</strong>nte ao local <strong>de</strong>sangramentovi. Para cada elemento <strong>de</strong>ntário são sondadas quatro superfíciesvii. É realizada sondagem gengival em todos os <strong>de</strong>ntes presentes <strong>na</strong> boca, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> queesses permitam o procedimento <strong>de</strong> sondagemviii. O índice é obtido a partir do cálculo do percentual <strong>de</strong> superfícies sangrantes diante<strong>de</strong> todas as superfícies sondadas:ISG = Total <strong>de</strong> superfícies sangrantes x 100Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes sondados x 4 ISG <strong>de</strong> 0: Saú<strong>de</strong> periodontal / Ausência <strong>de</strong> Sangramento ISG <strong>de</strong> 1% a 10%: Gengivite leve ISG <strong>de</strong> 11% a 25%: Gengivite mo<strong>de</strong>rada ISG superior a 25%: Gengivite severaResumo dos códigos e critérios paraCódigos e critérios para necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>CPO-D – coroa <strong>de</strong>ntária (BRASIL, 2009)tratamento (BRASIL, 2009)CódigosDentesCondiçãoPermanentes0 Hígido1 Cariado2 Restaurado mas comcárie3 Restaurado e sem cárie4 Perdido <strong>de</strong>vido à cárie5 Perdido por outras razões6 Apresenta selante7 Apoio <strong>de</strong> ponte ou coroa8 Não erupcio<strong>na</strong>doT Trauma (fratura)9 Dente excluídoCódigo <strong>de</strong>CondiçãoTratamento0 Nenhum1 Restauração <strong>de</strong> 1 superfície2 Restauração <strong>de</strong> 2 ou maissuperfícies3 Coroa por qualquer razão4 Faceta estética5 Tratamento pulpar e restauração6 Extração7 Apoio <strong>de</strong> ponte ou coroa8 Remineralização <strong>de</strong> manchabranca9 Sem Informação


81Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.Apêndice II-b – Relatório <strong>de</strong> Procedimentos Clínicos ExecutadosFicha clínica nº:Telefone:DataProcedimento executado


82Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Odontopediatria e Clínica IntegradaTítulo do Projeto: “Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>na</strong> Atenção Básica: Protocolo para Assistência IntegralOdontológica”Pesquisador Responsável: Wilton Wilney Nascimento Padilha.Apêndice II-c – Formulário <strong>de</strong> Avaliação do ServiçoConsi<strong>de</strong>re a nota 1 o coeficiente mais baixo (pior); e a nota 10 o mais alto (melhor)Abordagem inicial (etapa <strong>de</strong> a<strong>na</strong>mnese)1 – Qual a nota que o(a) senhor(a) dá para o cuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> que realiza?1 2 3 4 5 6 7 8 9 102 – Que nota o(a) senhor(a) dá para a sua própria saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>?1 2 3 4 5 6 7 8 9 103 – Que nota o(a) senhor(a) dá para o Acesso em Saú<strong>de</strong> Bucal que recebeu até omomento?1 2 3 4 5 6 7 8 9 104 – Que nota o(a) senhor dá para a Atenção em Saú<strong>de</strong> Bucal que recebeu até omomento?1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Abordagem fi<strong>na</strong>l (etapa <strong>de</strong> Alta Básica)1 – Qual a nota que o(a) senhor(a) dá para o cuidado em saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong> que realiza?1 2 3 4 5 6 7 8 9 102 – Que nota o(a) senhor(a) dá para a sua própria saú<strong>de</strong> <strong>bucal</strong>?1 2 3 4 5 6 7 8 9 103 – Que nota o(a) senhor(a) dá para o Acesso em Saú<strong>de</strong> Bucal que recebeu durante arealização <strong>de</strong>sta pesquisa?1 2 3 4 5 6 7 8 9 104 – Que nota o(a) senhor(a) dá para a Atenção em Saú<strong>de</strong> Bucal que recebeu durante arealização <strong>de</strong>sta pesquisa?1 2 3 4 5 6 7 8 9 105 – Após as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa, o(a) senhor(a) acha que sua Saú<strong>de</strong> Bucal:( ) Piorou; ( ) Manteve-se a mesma; ( ) Melhorou6 – Após as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa, o(a) senhor(a) acha que o seu conhecimentoem Saú<strong>de</strong> Bucal:( ) Piorou; ( ) Manteve-se o mesmo; ( ) Melhorou7 – Como você avalia a implantação do PAIO <strong>na</strong> USF Timbó I? Justifique. (Entrevista)


Anexos83


84AnexosAnexo I - Parecer do Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa com Seres Humanos

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