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PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Revista O Papel

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Reportagem de CapaMiguel Ângelo“Será um longo processoque não cabe somente aosetor industrial, porémacho completamente viávelcolocarmos todas as metasda PNRS em prática”, dizShelley Carneirodústria gerou 10,9 milhõesde toneladas de resíduossólidos. “Os volumes sãograndes, mas com poderde impacto relativamentebaixo em comparação aoutros setores”, esclareceo técnico do Ipea.Outra particularidade positivada indústria papeleiraestá no aproveitamento dolicor negro para geração deenergia, “mas essa aindaé uma questão em que oBrasil está engatinhando”,lamenta ele. Partindo parao início do processo produtivo,é fundamental lembrarque as etapas de colheita damadeira também geram resíduos.“Os resíduos que envolvemmadeira chegaram a85 milhões de toneladas”, indica Alvarez. Embora sejamresíduos orgânicos, reforça o técnico do Ipea, tambémrequerem controle e tratamento adequados.A Suzano <strong>Papel</strong> e Celulose é um exemplo de playerque já adota estratégias para diminuir esses números.Atualmente, a empresa reaproveita o material que não éusado no processo de industrialização de celulose e papelem suas próprias plantações de eucalipto. Tecnologiasde ponta são responsáveis pela gestão de resíduosnas chamadas centrais de compostagem.A primeira central de compostagem de resíduos sólidosindustriais da Suzano entrou em funcionamento em2008, em uma das fazendas de plantação de eucaliptoem Anhembi, no município de Limeira, no interior de SãoPaulo. Hoje, 52 mil m² abrigam pátios de compostageme armazenamento, com capacidade de produção de cercade 9.500 toneladas por mês.Os resíduos sólidos industriais são coletados diariamentee enviados para a central de compostagem da unidadeLimeira, onde passam por um processo de tratamento quedura, aproximadamente, 90 dias. Após esse período, o materialé usado como adubo nas plantações de eucalipto daempresa, evitando o envio dos resíduos para aterros industriaise contribuindo, assim, para a redução de emissões decarbono (CO 2) na atmosfera. Mais um aspecto relevante: aCentral de Compostagem da Suzano possibilita reduzir aaplicação de adubos químicos nas florestas, ou seja, eliminaos impactos ao solo e suas camadas.A partir de abril deste ano, a Suzano dará inícioao projeto de compostagem na Unidade Mucuri, noSul da Bahia, onde serão geradas, anualmente, cercade 400 mil toneladas de resíduos, resultantes dediversas etapas do processo produtivo, tais como:clarificação do licor de cozimento da celulose, caustificação,depuração, cinzas da caldeira, lama de cal,areia do pátio de madeira, nós de eucalipto, lododa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), casca demadeira e biomassa picada.Seguindo um processo que acelera a degradação dosresíduos, o material transformado em adubo será utilizadopela unidade florestal no Sul da Bahia. Segundo asexpectativas, a produção deve chegar a 20 mil toneladaspor mês – o suficiente para atender à empresa e ser comercializadano mercado.Para que iniciativas como a da Suzano se espalhemnão apenas pelo setor de celulose e papel, mas tambémpor toda a indústria nacional, a Confederação Nacionalda Indústria (CNI) tem atuado em parceria com diversossegmentos. “Quando o tema é resíduo sólido, cada indústriatem sua própria realidade. Formamos, portanto,uma liderança de acompanhamento dos trabalhos realizadospor diferentes associações, prestando auxílioinstitucional, político e estratégico ao sistema”, resumeShelley de Souza Carneiro, gerente executivo de MeioAmbiente e Sustentabilidade da CNI.Carneiro usa a logística reversa como exemplo da necessidadede conexão. “A forma como foi colocada na leiexige um trabalho com consciência e comunicação entretodos os atores. O setor empresarial não conseguirá trabalharsozinho num sistema que é totalmente sistêmico.Ele precisa da ajuda de toda a sociedade”, enfatiza.“Além disso, é um processo que deve ser desenvolvido eacompanhado o tempo todo para chegar aos resultadospositivos”, completa.Ainda de acordo com o gerente da CNI, as ações desenvolvidasatualmente estão focadas na solução de determinadosdesafios. “Alguns setores têm questões mais fáceisde resolver; outros contam com mais expertise, enquantoainda há outros que precisarão de mais investimentos parase desenvolver”, elenca. Carneiro afirma que também épreciso equacionar melhor a participação de cada membroenvolvido nos trâmites estipulados pela PNRS.“Será um longo processo que não cabe somente aosetor industrial, porém acho completamente viável colocarmostodas as metas em prática. A logística reversa,por exemplo, se bem feita e bem estruturada, trará benefíciospara o meio ambiente, para a sociedade e, inclusive,para o setor empresarial”, vislumbra. •44 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012

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