Vacinação contra febre aftosana URS <strong>de</strong> Cornélio ProcópioComo é <strong>de</strong> conhecimento <strong>do</strong>specuaristas <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>, nos meses<strong>de</strong> maio e novembro ocorrem ascampanhas oficiais <strong>de</strong> vacinação contra febreaftosa, on<strong>de</strong> os boví<strong>de</strong>os (bovinos e bubalinos)<strong>de</strong>vem ser vacina<strong>do</strong>s contra a enfermida<strong>de</strong>,respeitan<strong>do</strong> as características <strong>de</strong> cada campanha,sen<strong>do</strong> que em maio somente animais com ida<strong>de</strong>inferior a 24 meses <strong>de</strong>vem ser vacina<strong>do</strong>s e emnovembro to<strong>do</strong>s os animais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dafaixa etária.O que se observa, na região <strong>de</strong> CornélioProcópio, é que a prática da vacinação é bemdifundida entre os produtores, que realizam, emsua imensa maioria, os procedimentos corretosprevistos em legislação para a campanha,visto que o índice <strong>de</strong> vacinação, durante acampanha <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> <strong>2012</strong>, da Unida<strong>de</strong>Regional <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> <strong>Agropecuária</strong> (URS) <strong>de</strong>Cornélio Procópio foi <strong>de</strong> 99,70% <strong>do</strong>s animaiscom comprovação <strong>de</strong> vacinação e 99,36% dasproprieda<strong>de</strong>s que possuem boví<strong>de</strong>os <strong>de</strong>claran<strong>do</strong>a vacinação <strong>de</strong> seus animais.Entretanto, certos fatos, apesar <strong>do</strong>conhecimento e orientações repassa<strong>do</strong>s peloserviço oficial durante anos aos produtores,ainda continuam a acontecer. Durante umafiscalização a um estabelecimento quecomercializa vacinas, ao final <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho,constatou-se alteração <strong>do</strong> estoque <strong>de</strong> vacinascontra febre aftosa; haven<strong>do</strong> diferençaentre o estoque informa<strong>do</strong> e o estoque querealmente existia no estabelecimento. Eminvestigação ao fato, <strong>de</strong>scobriu-se que asvacinas que constavam a mais no estoque(mais <strong>de</strong> 800 <strong>do</strong>ses) pertenciam a <strong>do</strong>isprodutores, que haviam compra<strong>do</strong>-as, porém,<strong>de</strong>ixaram-nas no estabelecimento paraposteriormente levá-las até as proprieda<strong>de</strong>s eefetuar a vacinação <strong>do</strong>s animais.De posse da nota fiscal e <strong>do</strong> comprovante<strong>de</strong> vacinação, os produtores efetuaram acomprovação da vacinação <strong>do</strong>s animais, duranteo mês <strong>de</strong> maio, e as vacinas continuaramarmazenadas no estabelecimento comercial,sem que houvesse a retirada e a vacinação <strong>do</strong>sanimais.Após a constatação <strong>do</strong>s fatos, as vacinasforam apreendidas, os proprietários foramcontata<strong>do</strong>s e suas proprieda<strong>de</strong>s interditadaspelo serviço oficial, proibin<strong>do</strong> entrada e saída<strong>de</strong> animais. Agen<strong>do</strong>u-se vacinação oficial <strong>do</strong>sboví<strong>de</strong>os, a qual foi realizada o mais rápi<strong>do</strong>quanto possível, no inicio <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho.Um agravante foi o fato <strong>de</strong> que um <strong>do</strong>sprodutores movimentou animais no mês <strong>de</strong>junho, os quais não foram, também, vacina<strong>do</strong>s.Houve, então, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rastrear essesanimais e realizar a vacinação <strong>do</strong>s mesmos.Para tanto, houve a colaboração da URS <strong>de</strong>Jacarezinho, que contratou os produtores quereceberam animais em sua área e acompanhouCuritiba, agosto/ <strong>2012</strong>. Página 24
os procedimentos <strong>de</strong> vacinação <strong>do</strong>s mesmos. Osproprietários colaboraram nos procedimentos<strong>de</strong> vacinação oficial, garantin<strong>do</strong> o manejo einstalações a<strong>de</strong>quadas para a ativida<strong>de</strong>.Após a vacinação oficial <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 800bovinos pertencentes a duas proprieda<strong>de</strong>s,realizada por médicos veterinários e técnicos<strong>do</strong> serviço oficial, houve, então, a <strong>de</strong>sinterdiçãodas proprieda<strong>de</strong>s. Entretanto, os proprietáriosforam autua<strong>do</strong>s, já que colocaram em riscoa pecuária paranaense, não vacinan<strong>do</strong> osanimais durante o mês da campanha oficial <strong>de</strong>vacinação (maio), como rege a lei, e se nãohouvesse a interferência <strong>do</strong> serviço oficial, osanimais, provavelmente, não seriam vacina<strong>do</strong>sem momento algum. Ten<strong>do</strong> como agravante,ainda, o fato <strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> a comprovação davacinação por parte <strong>de</strong>les, sem que a mesmatenha si<strong>do</strong> realizada e movimentação <strong>de</strong>animais sem a <strong>de</strong>vida vacinação.As proprieda<strong>de</strong>s serão alvo <strong>de</strong> açõespreventivas mais intensivas e já nas próximascampanhas <strong>de</strong> vacinação contra febre aftosahaverá a vacinação assistida <strong>do</strong>s animais.Os proprietários foram orienta<strong>do</strong>s sobreos prejuízos que atos inconformes, comoestes pratica<strong>do</strong>s por eles, po<strong>de</strong>m trazer nãosomente a eles, mas também a toda pecuáriaparanaense.A URS <strong>de</strong> Cornélio Procópio alerta as<strong>de</strong>mais regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para que casossimilares a este sejam investiga<strong>do</strong>s e açõestomadas, já que a sanida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s rebanhosbovinos <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>ações <strong>de</strong> orientação, vigilância e, maiscontun<strong>de</strong>ntemente em alguns casos, ações <strong>de</strong>fiscalização; com punições que <strong>de</strong>sencorajematos ilegais e que tragam prejuízos a sanida<strong>de</strong><strong>do</strong>s rebanhos paranaenses a se repetirem.Contribuição (texto e fotos): Médico Veterinário Romerson Dognani, fiscal <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesaagropecuária, ULSA <strong>de</strong> Ribeirão <strong>do</strong> Pinhal .Curitiba, agosto/ <strong>2012</strong>. Página 25