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Avaliação da Linguagem - Repositório Institucional da ESEPF ...

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modo e sonori<strong>da</strong>de. No âmbito <strong>da</strong> Fonologia Clínicaforam, contudo, os trabalhos de Jakobson et al. (1952) eChomsky e Halle (1968) a fornecer os mais significativoscontributos para o abandono <strong>da</strong> concepção defonema enquanto uni<strong>da</strong>de indivisível, vindo este a serconsiderado um agregado de traços distintivos de naturezasubsegmental (Bernhardt e Stoel-Gammon, 1994).Embora de equiparável importância, a introdução deambos os sistemas de traços na investigação e na clínicaredundou na adopção definitiva do segundo, uma vezque a natureza articulatória dos seus traços respondia –por oposição ao carácter acústico dos traços de Jakobson– de forma evidentemente mais directa às exigências <strong>da</strong>intervenção (Yavas, 1985). De acordo com o modelo detraços de Chomsky e Halle, os traços (variáveis articulatóriascontrola<strong>da</strong>s independentemente) têm uma funçãofonética e uma função fonológica. Obedecendo àprimeira, eles são escalas que se associam aos aspectoscontroláveis de modo independente em relação ao acto<strong>da</strong> fala, variando segundo uma diversi<strong>da</strong>de de valoresnão relacionados com a criação de contrastes (porexemplo, o traço [sonoro] é uma escala que admite muitosvalores entre os extremos). Fonologicamente, elesdefinem relações de contrastes conti<strong>da</strong>s no sistemafonológico, função à luz <strong>da</strong> qual eles têm valor binário.No quadro teórico do desenvolvimento fonológico, opressuposto introduzido pelos traços distintivos foi o deque a aquisição de fonemas se faz em função <strong>da</strong> aquisiçãode contrastes entre traços distintivos, admitindo-seque estes últimos seriam pré-requisitos uns dos outros.A noção de desvio estruturar-se-ia, por consequência,na pressuposição de um «problema no emprego do traçodistintivo» (Singh, 1976, in Lamprecht e Hernandorena,1988, p.68), sendo este apreciável a partir do confrontoentre a pronúncia desvia<strong>da</strong> e a pronúncia alvorealiza<strong>da</strong> por um falante normal. Neste contexto, dir-se --á que o traço distintivo «constitui a uni<strong>da</strong>de linguísticapertinente para servir de base à descrição e análise quedeverá determinar diagnósticos e linhas terapêuticas,pois retrata o sistema com desvios, com as suas regulari<strong>da</strong>dese o seu funcionamento: o traço distintivo serve debase a uma análise fonológica que reflecte a organização<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de som com referência á sua função essencial– transmitir mensagens <strong>da</strong> língua, viabilizando a suaadequação comunicativa» (ibid., p.69).No período de crescimento desta abor<strong>da</strong>gem tornou-seassinalável, por outro lado, a crescente proliferação desistemas de traços distintivos, a qual acabou por tornardifusos os esforços de estan<strong>da</strong>rdização <strong>da</strong>s técnicas deanálise propostas. No plano <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s avaliações,criticou-se também o facto de não ser feitorecurso de recolhas de linguagem espontânea (Bernhardte Stoel-Gammon, 1994), tendo ain<strong>da</strong> sido integra<strong>da</strong>sno âmbito <strong>da</strong>s críticas metodológicas aspectoscomo a escassez de abor<strong>da</strong>gens comparativas e a falta decomprovação <strong>da</strong> generalização dos traços distintivos nafala espontânea <strong>da</strong>s crianças (Lamprecht e Hernandorena,1988). Ao mesmo tempo, a tendência deste tipo deanálise para a centração nas substituições opunha-se aofacto de ser «ca<strong>da</strong> vez mais nota<strong>da</strong>, na altura, a necessi<strong>da</strong>dede ir para além do segmento e de analizar erros deestrutura silábica e de assimilação» (Bernhardt e Stoel --Gammon, 1994, p.124). Respostas a este e aos demaisapelos viriam a ser <strong>da</strong><strong>da</strong> pela abor<strong>da</strong>gem segundo processosfonológicos.A visão dos Processos Fonológicos teve origem na obra deStampe (1969) e recebeu uma reformulação basilar comos trabalhos de Ingram (1976,1979). Foram, contudo,numerosos os investigadores <strong>da</strong> Fonologia infantil queparticiparam neste desenvolvimento, podendo salientar-seSchriberg e Kwiatowski (1980), Weiner (1979) eHodson (1980).Um dos pontos de parti<strong>da</strong> desta abor<strong>da</strong>gem situou-se,tal como a perspectiva dos traços distintivos, na procurade uma sistematici<strong>da</strong>de inerente às produções fonológicas<strong>da</strong> criança. Esta organização interna tornar-se-ia76

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