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Avaliação da Linguagem - Repositório Institucional da ESEPF ...

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(Trask, 1996). Os níveis de representação hierarquicamenteorganizados considerados na generali<strong>da</strong>de dosmodelos não lineares compreendem as fia<strong>da</strong>s do pé(conjunto de sílabas forte/fraca), do ataque-rima (constituintes<strong>da</strong> sílaba), esqueletal (fia<strong>da</strong> cv, medeadoraentre a fia<strong>da</strong> ataque-rima e segmental) e fia<strong>da</strong> do segmento.Uma <strong>da</strong>s consequências fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> consideraçãodestes diversos níveis de representação foi a promoção<strong>da</strong> investigação do desenvolvimento prosódico nascrianças, tendo este vindo a ser abor<strong>da</strong>do à luz de umagrelha de organização hierárquica de níveis de representaçãona qual toma um lugar claro a relação entre aspectossegmentais e suprassegmentais (Stoel-Gammon,1992). Nestes últimos, o papel do formato silábicoassume um lugar proeminente, tornando-se fun<strong>da</strong>mentalaveriguar o quanto a articulação correcta de umdeterminado fonema depende do contexto (formato)silábico em que está inserido.Outra <strong>da</strong>s noções fun<strong>da</strong>mentais incorpora<strong>da</strong>s pelaFonologia Linear foi a de marcação, que se desenvolveuem estreita relação com os conceitos <strong>da</strong> gramática universal.Neste território (não-linear) de recuperação dotermo (já presente no Círculo de Praga e no Generativismo),haverá uma opção marca<strong>da</strong> e outra não marca<strong>da</strong>para ca<strong>da</strong> um dos aspectos gramaticais (traços distintivosinclusive). A opção não marca<strong>da</strong> faz parte <strong>da</strong> gramáticaUniversal e, por tal, não tem de ser «aprendi<strong>da</strong>» (sãoexemplos o formato CV – Consoante-Vogal – para asílaba, ou as coronais para as consoantes). A opção marca<strong>da</strong>é a mais invulgar e requer «evidência positiva» doinput exterior (demonstração de existência) (Bernhardte Stoel-Gammon, 1994).Do ponto de vista <strong>da</strong> inspiração teórica, é uma tendênciauniversalista que guia as aplicações <strong>da</strong>s teorias emcausa ao desenvolvimento. Em termos muito genéricos,a visão é a <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de um tempo próprio e deuma estimulação permanente para que o sistema <strong>da</strong>criança vá incluindo de forma progressiva o que de específicoexiste numa língua.Linguística e dicotomia fonético-fonológico nas patologias<strong>da</strong> linguagemPor inerência aos paradigmas de recolha e análise atrásdescritos, a Linguística introduziu a necessi<strong>da</strong>de de distinguirentre desvios fonéticos e deficiências fonológicas.São, de facto, diversos os autores que enfatizam aespecifici<strong>da</strong>de de um nível de organização linguísticapor uni<strong>da</strong>des contrastivas (nível fonológico) por oposiçãoa um nível de realização articulatória (fonético)(Bosch, 1984; Yavas, Hernandorena e Lamprecht, 1991;Hernandorena, 1993; Lamprecht, 1993).Abor<strong>da</strong>gens concorrentes (Culbertson e Tanner, 2001)aludem a uma dicotomia próxima confrontando adesigna<strong>da</strong>«abor<strong>da</strong>gem tradicional» com a «fonológica».À luz desta visão, a segun<strong>da</strong> marcar-se-ia pela ênfase emregras linguísticas governantes <strong>da</strong> formação de sílabas eserviria melhor a intervenção em crianças com déficesacentuados. A abor<strong>da</strong>gem tradicional é indica<strong>da</strong> para ascrianças cuja fala difere <strong>da</strong> fala padrão apenas em algunsfonemas ou para as que necessitam apenas de estimulaçãoorosensoriomotora.A toma<strong>da</strong> em conta desta distinção vem permitir a delimitaçãode um grupo de crianças designáveis como «portadorasde um desvio linguístico do tipo fonológico»(Lamprecht e Hernandorena, 1988, p.59), caracterizando-seestas por uma inadequação no seu sistemafonológico sem que, contudo, se possa afirmar que sejamincapazes de utilizar os sons de forma sistemática. Talcomo afirma Ingram (1976), as fonologias destas criançasconstituem um sistema, ain<strong>da</strong> que este tenha característicasdiferentes de um sistema fonológico consideradocomo normal.Dir-se-á, em suma, que a procura de tal sistematici<strong>da</strong>delinguística no desvio foi uma conquista <strong>da</strong>s teorias fonológicas.Nesse sentido, o percurso histórico formado78

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