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28. resistência adesiva do cimento de ionômero de vidro a ...

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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Curso <strong>de</strong> Graduação em O<strong>do</strong>ntologiaSebastião Batista CostaResistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> arestaurações em resina composta – revisão daliteraturaJoão Pessoa – PB2010


Sebastião Batista CostaResistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> arestaurações em resina composta – revisão da literaturaTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Cursoapresenta<strong>do</strong> ao Curso <strong>de</strong> Graduação emO<strong>do</strong>ntologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral daParaíba em cumprimento às exigênciaspara conclusãoOrienta<strong>do</strong>r: Prof. Hugo Lemes CarloJoão Pessoa – PB2010


C823rCosta, Sebastião Batista.Resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômeros <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> a restaurações emresinas composta - revisão da literatura / Sebastião Batista Costa. – João Pessoa:[s.n.], 2010.50 f.Orienta<strong>do</strong>r: Hugo Lemes Carlo.Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.1. O<strong>do</strong>ntologia. Cimento <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>. 2. resina composta -Diagnóstico. 3. resistência <strong>de</strong> união. 4. proprieda<strong>de</strong>s mecânicas.BS/CCS/UFPB CDU: 616.314(043.2)


DEDICATÓRIADedico este trabalho,Minha mãe, Gertru<strong>de</strong>s BatistaCosta, por ter me proporciona<strong>do</strong>meios para chegar até aqui.Minhas irmãs Gerony e Franciscaque me educaram, já que gran<strong>de</strong>parte <strong>do</strong> que sou <strong>de</strong>vo a elas.Ao Prof. Kleber e a Dilson por meajudarem durante minhapermanência em João Pessoa.Principalmente a Jesus Cristo e aNossa Senhora, por terem mecarrega<strong>do</strong> nos braços quan<strong>do</strong>não mais tinha forças para andar.


AGRADECIMENTOSAos Prof. Hugo e Profª. Fabíola, por terem me ajuda<strong>do</strong> nesta empreitada eda<strong>do</strong> forças para acreditar que era possível.Ao colega Rinar<strong>do</strong>, pela sua excelente companhia durante toda essagraduação e pelos muitos momentos agradáveis.A minha irmã Fátima pelo seu apoio constante durante minha trajetória.Agra<strong>de</strong>ço a professora Dinamérica por ter me mostra<strong>do</strong> que outra visão daO<strong>do</strong>ntologia é possível.agradável.Agra<strong>de</strong>ço ao professor Robinsom pela pessoa excelente e pela sua presençaAgra<strong>de</strong>ço às professoras Luciane e Andréa pelo conhe<strong>cimento</strong> adquiri<strong>do</strong>durante a extensão e por ter torna<strong>do</strong> aquele um momento agradável.minha vida.Ao meu irmão Manoel Messias e a minha irmã “Nonova” pela participação emem Patos.Agra<strong>de</strong>ço aos meus gran<strong>de</strong>s amigos: Dedé, João Paulo, Rômulo e AlexandreAgra<strong>de</strong>ço as minhas gran<strong>de</strong>s amigas Rejane e Rita pelas pessoasmaravilhosas que são.


RESUMOOs <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> são materiais amplamente usa<strong>do</strong>s emo<strong>do</strong>ntologia. Possuem várias indicações clínicas, sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s como materiaisrestaura<strong>do</strong>res <strong>de</strong>finitivos ou temporários, protetores <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong>ntino-pulpar,cimentações <strong>de</strong> peças protéticas e ortodônticas, selantes <strong>de</strong> fóssulas e fissuras epara reconstruções <strong>do</strong> remanescente <strong>de</strong>ntário com finalida<strong>de</strong> protética. Sãoamplamente usa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à estrutura <strong>de</strong>ntal, anticariogênicas<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à liberação <strong>de</strong> flúor e biocompatibilida<strong>de</strong> à estrutura <strong>de</strong>ntal<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao baixo coeficiente <strong>de</strong> expansão térmica e à baixa toxicida<strong>de</strong> ao teci<strong>do</strong>pulpar. Devi<strong>do</strong> principalmente a sua importante característica <strong>de</strong> baixa toxicida<strong>de</strong> àpolpa são normalmente usa<strong>do</strong>s como protetores <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong>ntino-pulpar sob osmateriais restaura<strong>do</strong>res amálgama e resina composta O presente estu<strong>do</strong> tem oobjetivo <strong>de</strong> verificar, através <strong>de</strong> revisão da literatura, a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong><strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> a restaurações <strong>de</strong> resina composta evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong>questões quanto ao tratamento prévio da superfície <strong>do</strong>s materiais, efeito da presa<strong>do</strong>s materiais no processo e as técnicas disponíveis. O levantamento bibliográfico foirealiza<strong>do</strong> nas bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s: PUBMED, Portal <strong>de</strong> Periódicos CAPES, SCIELO,BBO, BIREME e LILACS. A seleção das publicações foi realizada utilizan<strong>do</strong>-se osseguintes <strong>de</strong>scritores em português/inglês: <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>/glassionomer cement, resina composta/composite resin, resistência <strong>de</strong> união/bondstrength e proprieda<strong>de</strong>s mecânicas/mechanical properties. Artigos publica<strong>do</strong>s entre1995 e 2010 foram seleciona<strong>do</strong>s. Inicialmente 110 artigos foram seleciona<strong>do</strong>s e,após criteriosa filtragem, 23 artigos foram utiliza<strong>do</strong>s na composição da revisão. Entreas várias opções apresentadas pela literatura para promover união entre o <strong>cimento</strong><strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> e a resina composta po<strong>de</strong>mos observar que diferentesvariáveis estão envolvidas no processo. A composição <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>, o tempo<strong>de</strong>corri<strong>do</strong> entre a colocação <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> e a realização da restauração, bem como atécnica utilizada são importantes fatores. A união <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre o <strong>cimento</strong>modifica<strong>do</strong> por resina e a resina composta apresenta-se com maiores valores <strong>do</strong>que para o <strong>cimento</strong> convencional. Indica-se que a união entre <strong>cimento</strong> e resinacomposta seja realizada imediatamente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>. O uso <strong>de</strong>sistema a<strong>de</strong>sivo auto-condidionante aumenta a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre osmateriais quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> antes da presa inicial <strong>do</strong> ionômero. A<strong>de</strong>sivos comcomposição semelhante à <strong>de</strong> um ionômero resinoso aumentam a resistência <strong>de</strong>união quan<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s após a presa inicial <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>. A técnica <strong>de</strong> co-polimerizaçãoparece aumentar a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre os materiais.Palavras-chave: <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>, resina composta, resistência <strong>de</strong>união e proprieda<strong>de</strong>s mecânicas.


ABSTRACTGlass ionomer cements are wi<strong>de</strong>ly used in restorative <strong>de</strong>ntistry in multiple clinicalindications as permanent or temporary restorative materials, lining, bases, lutingmaterial for crown and bridgework, cementing bands and brackets for ortho<strong>do</strong>ntics,pit and fissure sealants and core material for prosthetic purposes. They are wi<strong>de</strong>lyused due to the properties of adhesion to tooth structure, anti-cariogenic effect due torelease of fluori<strong>de</strong> and biocompatibility due to the low coefficient of thermalexpansion and low toxicity to the pulp tissue. Mainly because of their importantcharacteristic of low toxicity to pulp they are typically used as a protector of the pulp<strong>de</strong>ntincomplex on the bottom of restorative materials as amalgam and compositeresin The present study aims to <strong>de</strong>termine, through literature review, the bondstrength of glass ionomer cement to composite resin restorations highlightingquestions about pre- treatment of the surface of the material, effect of the cureprocess and available techniques. The literature review was conducted in thefollowing databases: PUBMED, CAPES Periodicals, SCIELO, BBO, BIREME andLILACS. The selection of the papers was performed using the following <strong>de</strong>scriptors inPortuguese/English: <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>/glass ionomer cement, resinacomposta/composite resin, resistência <strong>de</strong> união/bond strength, proprieda<strong>de</strong>smecânicas/mechanical properties. Articles published between 1995 and 2010 wereselected. Initially, 110 articles were selected and, after carefully refining, 23 articleswere used. Among various options presented in the literature to promote adhesionbetween the glass ionomer cement and composite resin it can be observed thatdifferent variables are involved. The composition of the cement, the elapsed timebetween placing the cement and the completion of the restoration, and the techniqueare important factors. The bond between resin modified cement and composite resinpresented higher values than for the conventional cement. It is Indicated the bondbetween cement and composite resin to be performed immediately, regardless of thetype of cement. The use of self-etching adhesives increases the bond strengthbetween the materials when applied before the initial setting of the ionomer.Adhesives with a composition similar to resin ionomer increases the bond strengthwhen used after the initial setting of cement. The technique of co-polymerizationappears to increase the bond strength between the materials.Key words: glass ionomer cement, composite resin, bond strength. mechanicalproperties.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASART –Sigla “em inglês” <strong>de</strong> Restauração AtraumáticaBAG –Sigla “em inglês” <strong>de</strong> Vidro Bio-ativoCIV –Cimento <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong> VidroCIVMR – Cimento <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong> Vidro Modifica<strong>do</strong> por resinaCPZ –Cimento <strong>de</strong> Policarboxilato <strong>de</strong> ZincoEDX –Espectroscopia <strong>de</strong> raios-XHEMA –HidroxietilmetacrilatoK –Grau KelvinK ic –Tenacida<strong>de</strong> à FraturaMEV –Microscópio Eletrônico <strong>de</strong> VarreduraPMMA – Poli-metil-metacrilatoRC –Resistência à CompressãoTD –Tração Diametral


SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO 92. OBJETIVOS 143. METODOLOGIA 154. REVISÃO DA LITERATURA 165. DISCUSSÃO 356. CONCLUSÕES 447. REFERÊNCIAS 45


91. INTRODUÇÃOOs <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> foram inicialmente divulga<strong>do</strong>s em 1971eapresentam-se comercialmente na forma <strong>de</strong> <strong>do</strong>is frascos, on<strong>de</strong> um contém um pó eo outro um líqui<strong>do</strong> (Bonifacio et al., 2009;Wang e Darvell, 2008). São tambémconheci<strong>do</strong>s como <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> polialcenoato <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>, pois o líqui<strong>do</strong> é uma soluçãoaquosa <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> poli-alcenóico. O pó é composto <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> <strong>de</strong> cálcio-alumínio-flúorsilicato. O material, após a presa, apresenta-se na forma <strong>de</strong> uma matriz gelresultante da reação entre o áci<strong>do</strong> aquoso e o pó <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> <strong>de</strong> íons lixiviáveis (Algeraet al., 2006;Bonifacio et al., 2009;Bresciani et al., 2004;Cattani-Lorente et al.,1999;Kleverlaan et al., 2004;Maneenut et al., 2010;Wang e Darvell 2008;Xie et al.,2000;Zanata et al., 1997).A reação <strong>de</strong> presa <strong>do</strong>s materiais ocorre através <strong>de</strong> uma reação áci<strong>do</strong>-baseentre partículas <strong>do</strong> <strong>vidro</strong> <strong>de</strong>gradável e o áci<strong>do</strong> poli-alcenóico. O áci<strong>do</strong> ataca e<strong>de</strong>grada a superfície da partícula, liberan<strong>do</strong> cátions <strong>de</strong> cálcio e alumínio. Essescátions são quela<strong>do</strong>s pelos grupos carboxila e se ligam com as ca<strong>de</strong>ias <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>forman<strong>do</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gel sólida ao re<strong>do</strong>r das partículas <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>. Essa reação <strong>de</strong>ligação cruzada é um processo contínuo, evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> pelo aumento dasproprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo (Algera et al., 2006;Cattani-Lorente et al., 1999;Kleverlaan et al., 2004). As reações cruzadas <strong>de</strong> ligação são umprocesso lento e é necessário um perío<strong>do</strong> longo <strong>de</strong> tempo até que o <strong>cimento</strong> estejacompletamente pronto. Durante este perío<strong>do</strong> o material apresenta-se vulnerável aoataque externo <strong>de</strong> saliva e água, as quais po<strong>de</strong>m dissolver sua superfície externa(Kleverlaan et al., 2004).


10Cimentos <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> são amplamente usa<strong>do</strong>s em o<strong>do</strong>ntologia. Omaterial encontrou um nicho útil para inserção na o<strong>do</strong>ntologia, sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> comomaterial restaura<strong>do</strong>r <strong>de</strong>finitivo ou temporário, proteção <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong>ntino-pulpar,cimentação e selante <strong>de</strong> fóssulas e fissuras, bem como para reconstruções comfinalida<strong>de</strong> protética (Algera et al., 2006;Wang e Darvell, 2008;Yli-Urpo et al., 2005).Este amplo uso se <strong>de</strong>ve às suas proprieda<strong>de</strong>s únicas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à estrutura <strong>de</strong>ntal,anti-cariogênicas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à liberação <strong>de</strong> flúor, compatibilida<strong>de</strong> à estrutura <strong>de</strong>ntal<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao baixo coeficiente <strong>de</strong> expansão térmica, biocompatibilida<strong>de</strong> e baixatoxicida<strong>de</strong> ao teci<strong>do</strong> pulpar (Algera et al., 2006;Bonifacio et al., 2009;Bresciani et al.,2004;Gopikrishna et al., 2009;Irie et al., 2008;Knobloch et al., 2000;Peez e Frank,2006;Pereira et al., 2002;Wang e Darvell, 2008;Xie et al., 2000;Yli-Urpo et al.,2004;Zanata et al., 1997). Contu<strong>do</strong>, algumas <strong>de</strong>svantagens acarretam certaslimitações <strong>do</strong>s materiais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua lenta reação <strong>de</strong> presa, alta friabilida<strong>de</strong>,sensibilida<strong>de</strong> à água nos momentos iniciais <strong>de</strong> presa, baixa resistência ao <strong>de</strong>sgastee à fratura e susceptibilida<strong>de</strong> à <strong>de</strong>gradação em ambiente áci<strong>do</strong> (Bonifacio et al.,2009;Bresciani et al., 2004;Davidson, 2006;Irie et al., 2008;Kim et al.,1998;Kleverlaan et al., 2004;Knobloch et al., 2000;Maneenut et al., 2010;Nicholson eWilson, 2000;Wang e Darvell, 2008;Yli-Urpo et al., 2004). Conseqüentemente seuuso é geralmente restrito a indicações específicas e restaurações <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong>classe III e V (Kleverlaan et al., 2004;Nicholson e Wilson, 2000;Xie et al., 2000).Devi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>svantagens apresentadas pelos <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong>presa convencional, esforços foram feitos na tentativa <strong>de</strong> melhorar suascaracterísticas, como a inclusão <strong>de</strong> outros poliáci<strong>do</strong>s mais reativos no líqui<strong>do</strong>(copolímeros <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> acrílico e <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> maleico), pelo pré-tratamento dassuperfícies das partículas <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>, mudanças na composição <strong>de</strong>ssas partículas e


11adição <strong>de</strong> partículas metálicas ao pó (Bresciani et al., 2004;Wang e Darvell,2008;Xie et al., 2000). Além <strong>do</strong> que já foi cita<strong>do</strong>, houve um potencial <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s sistemas convencionais com a criação <strong>de</strong> materiais<strong>de</strong> alta viscosida<strong>de</strong>. Essa forma particular <strong>de</strong> melhorar os <strong>cimento</strong>s constitui-seprincipalmente em otimizar a concentração e o peso molecular <strong>do</strong> poliáci<strong>do</strong>, bemcomo a distribuição <strong>de</strong> tamanho das partículas <strong>do</strong> <strong>vidro</strong> (Bresciani et al., 2004).Outra forma <strong>de</strong> se melhorar as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> foi aincorporação <strong>de</strong> monômeros resinosos (hidroxietilmetacrilato – HEMA). A resinahidrófila (HEMA) é adicionada como um co-solvente. Também polimeriza ou copolimerizacom o poliáci<strong>do</strong>. Os <strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resina apresentamalgumas vantagens sobre os <strong>cimento</strong>s convencionais. Eles permitem um maiortempo <strong>de</strong> trabalho, controle <strong>do</strong> processo fotoquímico <strong>de</strong> presa pelo profissional,rápi<strong>do</strong> endure<strong>cimento</strong> da superfície <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> e aumento nos valores dasproprieda<strong>de</strong>s mecânicas. A reação fotoquímica reduz a sensibilida<strong>de</strong> precoce àumida<strong>de</strong> e à <strong>de</strong>sidratação associadas à lenta reação <strong>de</strong> presa <strong>do</strong>s outros materiais(Algera et al., 2006;Bresciani et al., 2004;Cattani-Lorente et al., 1999;Davidson,2006;Guggenberger et al., 1998;Kim et al., 1998;Knobloch et al., 2000;Maneenut etal., 2010;Wang e Darvell, 2008;Xie et al., 2000).Restaurações em resina composta são hoje uma realida<strong>de</strong> no meioo<strong>do</strong>ntológico, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à solicitação cada vez maior <strong>do</strong>s pacientes por umarestauração agradável <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista estético, à constante busca porprocedimentos restaura<strong>do</strong>res menos invasivos e à controvérsia relacionada aomercúrio presente na composição <strong>do</strong> amálgama (Gopikrishna et al.,2009;Guggenberger et al., 1998). A restauração <strong>de</strong> resina <strong>de</strong>ve ser executadautilizan<strong>do</strong>-se sistemas a<strong>de</strong>sivos para garantir a união mecânica <strong>do</strong> material à


12estrutura <strong>de</strong>ntal. Um fator importante a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> diz respeito ao uso <strong>de</strong>sistemas a<strong>de</strong>sivos resinosos em <strong>de</strong>ntina profunda, pois os componentes <strong>do</strong> a<strong>de</strong>sivosão uma importante causa <strong>de</strong> irritação pulpar <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos seus efeitos citotóxicos(Peliz et al., 2005). Para solucionar este problema o <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> rotineiramente como base e/ou forramento <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s nosprocedimentos o<strong>do</strong>ntológicos (Peliz et al., 2005). A indicação é a <strong>de</strong> que seja feitacolocação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> sobre a <strong>de</strong>ntinapreviamente à aplicação <strong>de</strong> uma resina composta e o respectivo agente a<strong>de</strong>sivo.Este méto<strong>do</strong> é normalmente referi<strong>do</strong> como a “técnica <strong>do</strong> sanduíche”. A técnica fazuso otimiza<strong>do</strong> das proprieda<strong>de</strong>s <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>s e a biocompatibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>associa<strong>do</strong> ao aspecto estético da restauração <strong>de</strong> resina composta (Knight et al.,2006;Zanata et al., 1997). As vantagens <strong>de</strong> se usar a “técnica <strong>do</strong> sanduiche” são apresença <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> baixo módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> entre a <strong>de</strong>ntina e a resinae a presença <strong>do</strong> flúor <strong>do</strong> ionômero na região po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> evitar cáries secundárias(Opdam et al., 2007). A técnica para promover união entre a resina e o ionômero foiprimeiramente indicada realizan<strong>do</strong>-se condicionamento com áci<strong>do</strong> fosfórico <strong>do</strong><strong>cimento</strong>, aplicação <strong>do</strong> a<strong>de</strong>sivo e posterior construção da restauração (Knight et al.,2006). No entanto, a ligação entre o CIV convencional e resina composta é limita<strong>do</strong><strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> ligação química entre os <strong>do</strong>is materiais e também à baixaresistência coesiva <strong>do</strong>s ionômeros (Gopikrishna et al., 2009). Outras técnicas forampropostas visan<strong>do</strong> melhorar a união entre a resina e o <strong>cimento</strong>, como o uso <strong>de</strong><strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resina e a realização <strong>de</strong> fotopolimerização conjunta entreto<strong>do</strong>s os materiais utiliza<strong>do</strong>s na restauração (Farah et al., 1998;Gopikrishna et al.,2009;Knight et al., 2006).


13A forma <strong>de</strong> tratamento, os melhores materiais a serem utiliza<strong>do</strong>s, bem como aforma <strong>de</strong> realização da “técnica <strong>do</strong> sanduiche” foram objeto <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>diferentes estu<strong>do</strong>s na literatura. O presente estu<strong>do</strong> tem o objetivo <strong>de</strong>, através <strong>de</strong>uma revisão da literatura, observar as estratégias <strong>de</strong> união entre o <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> e a resina composta <strong>de</strong>scritas, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> o uso <strong>do</strong>s diferentes<strong>cimento</strong>s, os diferentes tratamentos realiza<strong>do</strong>s na superfície <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s e asdiferentes estratégias <strong>de</strong> união. Ao final, espera-se <strong>de</strong>terminar qual (ais) tratamento(s) obtiveram os maiores valores <strong>de</strong> resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>, sen<strong>do</strong>, portanto, os maisindica<strong>do</strong>s para realização pelos clínicos em seus locais <strong>de</strong> trabalho.


142. PROPOSIÇÃO2.1. Proposição GeralVerificar, através <strong>de</strong> revisão da literatura, a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> a restaurações <strong>de</strong> resina composta.2.2. Proposições Específicas:• Elucidar questões pertinentes ao tratamento da superfície <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> para realização <strong>de</strong> união entre o <strong>cimento</strong> e a resinacomposta;• Elucidar questões pertinentes ao tempo <strong>de</strong> espera para realização <strong>de</strong>restaurações <strong>de</strong> resina composta sobre o <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> apósa presa <strong>do</strong> material;• Determinar a (s) melhor (es) técnica (as) para promover união entre o <strong>cimento</strong><strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> e a resina composta.


153. MATERIAIS E MÉTODOSO presente estu<strong>do</strong> trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa explicativa e, quanto ao<strong>de</strong>lineamento, como pesquisa bibliográfica. Desta forma, foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> através <strong>de</strong>um levantamento bibliográfico nas bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s: PUBMED, Portal <strong>de</strong> PeriódicosCAPES, SCIELO, BBO, BIREME e LILACS. A seleção <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>terminadaatravés <strong>de</strong> limites impostos e relaciona<strong>do</strong>s ao objetivo proposto. Para filtragem daspublicações foram utiliza<strong>do</strong>s os seguintes <strong>de</strong>scritores em português/inglês: <strong>cimento</strong><strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>/glass ionomer cement, resina composta/composite resin,resistência <strong>de</strong> união/bond strength, proprieda<strong>de</strong>s mecânicas/mechanical properties.Apenas artigos publica<strong>do</strong>s entre 1995 e 2010 foram seleciona<strong>do</strong>s. Foram<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas publicações que, apesar <strong>de</strong> apareceram na busca, nãoapresentavam correlação com o assunto aborda<strong>do</strong>. Inicialmente 110 artigos foramseleciona<strong>do</strong>s e, após criteriosa filtragem, 23 artigos foram utiliza<strong>do</strong>s na composiçãoda revisão.


164. REVISÃO DE LITERATURAAvalian<strong>do</strong> a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre a resina composta e diferentes <strong>cimento</strong>s<strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (CIV), Zanata et al., em 1997, avaliaram, “in vitro”, os efeitos<strong>do</strong> condicionamento áci<strong>do</strong> sobre os materiais testa<strong>do</strong>s antes da aplicação <strong>do</strong> agente<strong>de</strong> união. Seis <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> – Ketac Bond (ESPE), GC LiningCement (GC Dent. Co.), Ketac Bond Aplicap (ESPE), Photac Bond (ESPE), GCLining LC (GC Dent. Co.) e Vitrebond (3M Dental Prod.) foram testa<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong> omesmo sistema a<strong>de</strong>sivo/resina composta (Scotchbond Multipurpose/Z100). Asamostras foram divididas em <strong>do</strong>is grupos: materiais on<strong>de</strong> a superfície não recebeucondicionamento com áci<strong>do</strong> fosfórico e materiais on<strong>de</strong> a superfície foi condicionadapor 15s. To<strong>do</strong>s os materiais foram manipula<strong>do</strong>s conforme as indicações <strong>do</strong>sfabricantes, armazena<strong>do</strong>s por 24h em água <strong>de</strong>stilada a 37°C após a confecção dasrestaurações e termocicla<strong>do</strong>s. Após a termociclagem as amostras foram submetidasa teste <strong>de</strong> cisalhamento. Os resulta<strong>do</strong>s não apresentaram diferenças significativaspara a união da resina composta ao <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero quan<strong>do</strong> a superfície <strong>do</strong>smateriais foi condicionada ou não. Maiores valores <strong>de</strong> união foram observa<strong>do</strong>s nosmateriais ionoméricos modifica<strong>do</strong>s por resina.Guggenberger et al. em 1998 realizaram um estu<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong>examinar as diferentes formas <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>com proprieda<strong>de</strong>s mecânicas satisfatórias. Utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> alguns materiaisdisponíveis comercialmente, formas específicas <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> CIVs convencionaissão <strong>de</strong>scritos, como a otimização da concentração e peso molecular <strong>do</strong> poliáci<strong>do</strong>,bem como a distribuição <strong>do</strong> tamanho das partículas <strong>do</strong> <strong>vidro</strong>. Os autores


17<strong>de</strong>monstram que uma alta ligação cruzada na matriz <strong>do</strong>s materiais é a questãochavepara se conseguir excelentes proprieda<strong>de</strong>s físicas como resistência ao<strong>de</strong>sgaste, resistência à compressão e à flexão, dureza superficial e solubilida<strong>de</strong>.Além <strong>de</strong>stes testes, os autores também se utilizam <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> calorimetriadiferencial <strong>de</strong> varredura e espectroscopia <strong>de</strong> infravermelho para corroborar seusresulta<strong>do</strong>s.Também avalian<strong>do</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s ionoméricos, Kim,Hirano e Hirasawa, em 1998, analisaram a alteração dimensional linear, ocoeficiente <strong>de</strong> expansão térmico, a absorção e a solubilida<strong>de</strong> em água e aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> em esmalte e <strong>de</strong>ntina <strong>de</strong> <strong>do</strong>is <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>modifica<strong>do</strong>s por resina (Fuji II LC e Vitremer) comparan<strong>do</strong> com um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> presaconvencional (Fuji II). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que a expansão higroscópicanominal <strong>do</strong> material <strong>de</strong> presa convencional foi <strong>de</strong> 0,38%, enquanto o CIVMRapresentou mais <strong>de</strong> 1%, mas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a contração <strong>de</strong> presa que ocorreu antes,a expansão higroscópica total <strong>do</strong> CIV e <strong>do</strong> CIVMR apresentou-se como sen<strong>do</strong> mais<strong>de</strong> 7 vezes e 2,5 vezes, respectivamente. A expansão térmica <strong>do</strong> CIVMR apósimersão em água foi maior <strong>do</strong> que sob condição <strong>de</strong> seca. Em contraste, o material<strong>de</strong> presa convencional <strong>de</strong>monstrou expansão inferior em condição seca. Não houvediferença significativa entre os materiais modifica<strong>do</strong>s por resina com relação àabsorção <strong>de</strong> água. Os valores <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento <strong>do</strong>s CIVMRs aoesmalte e <strong>de</strong>ntina foram superiores quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong> presa convencional,exceto para os valores <strong>do</strong> material Vitremer para <strong>de</strong>ntina.Cattani-Lorente et al., em 1999, realizaram um estu<strong>do</strong> para verificar o efeitoda absorção <strong>de</strong> água nas proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>varian<strong>do</strong>-se as condições <strong>de</strong> armazenamento. A absorção <strong>de</strong> água, resistência à


18flexão, módulo elástico, dureza Vickers e alteração dimensional <strong>de</strong> diferentesmarcas comerciais <strong>de</strong> CIV convencionais e modifica<strong>do</strong>s por resina (Fuji II LC,Vitremer, Photac Fil, Vivaglass, Photac-Bond, ChemFil, Fuji II e Ketac-Fil) foramavalia<strong>do</strong>s após envelhe<strong>cimento</strong> por 24h, 5dias e 3meses. As amostras foramarmazenadas em diferentes meios a 37ºC sen<strong>do</strong> eles: ambiente seco (A), imerso emágua (B), armazena<strong>do</strong> em ambiente úmi<strong>do</strong> (C), armazena<strong>do</strong> em ambiente úmi<strong>do</strong>durante 1h e, em seguida, imersos em água (D), e imersos em água eposteriormente secas (B + A). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que o inômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>modifica<strong>do</strong> por resina absorve, nas primeiras 24h, mais água <strong>do</strong> que o convencional.A água altera as proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong> CIV modifica<strong>do</strong> por resina. Observou-seuma diminuição nos valores <strong>de</strong> resistência à flexão (20 a 80%), módulo elástico (50 -80%) e dureza (≈50%). A sorção <strong>de</strong> água também provocou uma expansão novolume <strong>do</strong>s espécimes, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 3,4 a 11,3% após 24h. Os autores concluemque há uma correlação entre a diminuição das proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong>s materiais e aabsorção <strong>de</strong> água. No entanto, enfatizam que não se <strong>de</strong>ve concluir que estesmateriais não são a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para uso em aplicações em contato direto com osflui<strong>do</strong>s orais. Provavelmente, estes não seriam seriamente afeta<strong>do</strong>s, na mesmamedida que nos testes “in vitro”, em ambiente oral pois, os componentes da salivacertamente diminuirão a taxa <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água e, conseqüentemente, atrasarãoos efeitos <strong>de</strong>letérios.Knobloch et al. em 2000 avaliaram a tenacida<strong>de</strong> à fratura (K ic ) <strong>de</strong> três<strong>cimento</strong>s resinosos – Panavia 21(Kuraray Co, Osaqua, Japão), Enforce (Dentsply,Milford, EUA), e C&B Metabond (ParkelI, Farmington, EUA) – , três <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> modifica<strong>do</strong>s por resina – Advance (Dentsply, Milford, EUA),Vitremer (3M, St Paul, EUA), e Fuji Duet(GC America, Chicago, EUA) – e um


19<strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> convencional para uso em cimentações – Ketac-Cem(ESPE, Norristown, EUA) – durante os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 24h e 7dias <strong>de</strong> armazenagem. Atenacida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>terminada através da preparação <strong>de</strong> amostras on<strong>de</strong> pré-<strong>de</strong>feitosforam introduzi<strong>do</strong>s. O teste foi realiza<strong>do</strong> em uma máquina <strong>de</strong> ensaio universal(Instron) a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,5mm/min. Os resulta<strong>do</strong>s apresentaram diferençassignificativas entre to<strong>do</strong>s os <strong>cimento</strong>s testa<strong>do</strong>s. Os materiais C&B Metabond eEnforce apresentaram os maiores valores <strong>de</strong> tenacida<strong>de</strong> à fratura enquanto que o<strong>cimento</strong> Ketac-Cem apresentou os menores valores. Os <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong><strong>vidro</strong> modifica<strong>do</strong>s por resina apresentaram melhores valores <strong>de</strong> tenacida<strong>de</strong> à fraturaquan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com o ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> convencional, no entanto, to<strong>do</strong>s os<strong>cimento</strong>s ionoméricos apresentaram valores inferiores aos resinosos.Xie et al. também no ano <strong>de</strong> 2000 analisaram a proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e amicro-estrutura <strong>de</strong> diferentes <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (Ketac-Bond – ESPE,Seefeld, Alemanha; α-Silver – DMG, Hamburgo, Alemanha; α –Fil – DMG,Hamburgo, Alemanha; Ketac-Silver – ESPE, Seefeld, Alemanha; Ketac-Fil – ESPE,Seefeld, Alemanha; Ketac-Molar – ESPE, Seefeld, Alemanha; Fuji II – GCInternational, Tóquio, Japão; Vitremer – ESPE, Seefeld, Alemanha; Fuji II LC – GCInternational, Tóquio, Japão; Photac-Fil – ESPE, Seefeld, Alemanha). Amostras <strong>do</strong>smateriais foram confeccionadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as instruções <strong>de</strong> cada fabricante. Asproprieda<strong>de</strong>s analisadas foram resistência à flexão, resistência à compressão,resistência à tração diamentral, dureza Knoop e resistência ao <strong>de</strong>sgaste apósarmazenamento das amostras por 7dias em água <strong>de</strong>stilada a 37ºC. Uma amostrarepresentativa <strong>de</strong> cada grupo <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> resistência à flexão foi analisada através<strong>de</strong> Microscópio Eletrônico <strong>de</strong> Varredura. Os ionômeros modifica<strong>do</strong>s por resinaapresentaram resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência à flexão e tração diametral maiores; valores


20<strong>de</strong> resistência à compressão sem serem geralmente maiores; para dureza superficialalgumas vezes menor e resistência ao <strong>de</strong>sgaste normalmente menor, quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s aos <strong>cimento</strong>s convencionais. Observou-se que quanto mais integrada amicroestrutura, maiores foram os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência à flexão e traçãodiametral. Partículas pequenas foram correlacionadas a valores <strong>de</strong> resistência àcompressão superiores. Maiores valores <strong>de</strong> dureza superficial foram observa<strong>do</strong>s nacombinação <strong>de</strong> menores partículas com menor porosida<strong>de</strong>. Partículas comtamanhos maiores associadas a uma microestrutura mais integrada contribuem parauma maior resistência ao <strong>de</strong>sgaste. Os autores concluem que as proprieda<strong>de</strong>smecânicas <strong>do</strong>s materiais estão diretamente relacionadas às suas microestruturas.Também avalian<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>cimento</strong> ionómericos apósarmazenamento em meio aquoso, Nicholson e Wilson, em 2000, avaliaram como aexposição a meios aquosos com diferentes tendências <strong>de</strong> hidratação alteram asproprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> um Cimento <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong> Vidro e um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>Policarboxilato <strong>de</strong> Zinco (CPZ). Os <strong>cimento</strong>s AquaCem (CIV) e Poly FPlus (CPZ),(ambos da empresa Dentsply) foram testa<strong>do</strong>s quanto ao ganho <strong>de</strong> massa após aarmazenagem e resistência à compressão. Os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> armazenagem foram:24h, 1semana e 1mês; as soluções para armazenagem: água <strong>de</strong>ionizada, salina,saliva artificial, sulfato <strong>de</strong> sódio e nitrato <strong>de</strong> potássio/cloreto <strong>de</strong> sódio. Os resulta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>monstraram que, ao contrário <strong>do</strong> policarboxilato <strong>de</strong> zinco, o <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero<strong>de</strong> <strong>vidro</strong> ganhou massa na maioria das soluções analisadas (exceto sulfato <strong>de</strong>sódio), mostran<strong>do</strong> que o material possui uma afinida<strong>de</strong> muito maior pela água <strong>do</strong>que o policarboxilato <strong>de</strong> zinco. Apesar das flutuações no ganho <strong>de</strong> água por parte <strong>do</strong>CIV e perda <strong>de</strong> água pelo CPZ, não houve diferença estatística para os valores <strong>de</strong>resistência à compressão registra<strong>do</strong>s para qualquer solução em qualquer tempo <strong>de</strong>


21armazenagem. Os autores concluíram que houve uma ampla variação na massa <strong>do</strong>sespécimes, mas não houve variação significativa na resistência à compressão e queo CIV é melhor para resistir à <strong>de</strong>sidratação em soluções <strong>de</strong> armazenamento <strong>do</strong> queo CPZ.Pereira et al. em 2002 realizaram um estu<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong> avaliar asproprieda<strong>de</strong>s mecânicas e a resistência <strong>de</strong> união <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>convencionais (CIV) e modifica<strong>do</strong>s por resina (CIVMR), que são indica<strong>do</strong>s comomateriais restaura<strong>do</strong>res para o Tratamento Restaura<strong>do</strong>r Atraumático (ART).Amostras foram confeccionadas <strong>do</strong>s materiais (Ketac-Fil, Ketac-Molar – ESPE –, FujiIX e Fuji PLUS – GC) para a realização <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> resistência à tração diametrale teste <strong>de</strong> resistência à compressão com armazenamento <strong>de</strong> 1h, 24h e 7dias. Aresistência à tração foi realizada em molares humanos secciona<strong>do</strong>s e incluí<strong>do</strong>s emresina com as superfícies vestibular ou lingual expostas. A superfície <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes foilixada até a obtenção <strong>de</strong> uma superfície plana. Sobre esta superfície plana foramconfecciona<strong>do</strong>s cones inverti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s materiais para a realização <strong>do</strong> teste. Osvalores médios <strong>de</strong> resistência a compressão variaram <strong>de</strong> 90,27 a 170,73MPa e paratração diametral variaram <strong>de</strong> 6,21 a 22,32MPa nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> 1h a 7dias.Os valores <strong>de</strong> tração variaram <strong>de</strong> 4,90 a 11,36MPa e <strong>de</strong> 2,52 a 5,55MPa em esmaltee <strong>de</strong>ntina, respectivamente. Não foram observadas diferenças nos valores <strong>de</strong>resistência a compressão, entre os materiais, exceto para o perío<strong>do</strong> teste <strong>de</strong> 1h. Oionômero modifica<strong>do</strong> por resina apresentou os maiores valores para traçãodiametral, sem alterações entre os perío<strong>do</strong>s teste, e os maiores para tração emesmalte e <strong>de</strong>ntina.Em 2004, Bresciani et al. compararam a resistência à compressão (RC) e àtração Diametral (TD) <strong>de</strong> três <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>. Um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> alta


22viscosida<strong>de</strong> (Fuji IX – GC Corporation) e <strong>do</strong>is <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> fabricação brasileira (VitroMolar – DFL – e Bioglass R – Biodinâmica), ambos indica<strong>do</strong>s para o TratamentoRestaura<strong>do</strong>r Atraumático (ART), em diferentes perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tempo (1h, 24h e 7dias).Os corpos-<strong>de</strong>-prova foram confecciona<strong>do</strong>s, armazena<strong>do</strong>s em água <strong>de</strong>ionizada emanti<strong>do</strong>s em estufa a 37ºC e 100% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, até a realização <strong>do</strong>s testes. Osda<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram submeti<strong>do</strong>s aos testes ANOVA (<strong>do</strong>is critérios) e Tukey (α=0,05).Os valores médios <strong>de</strong> RC e TD variaram <strong>de</strong> 42,03 a 155,47 MPa e <strong>de</strong> 5,54 a 13,72MPa, respectivamente para os perío<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s. Os materiais Fuji IX e VitroMolar não apresentaram diferenças em relação aos testes <strong>de</strong> RC e TD, exceto paraRC no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1h. O material Bioglass R apresentou os menores valores <strong>de</strong> RC<strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s testa<strong>do</strong>s. Na TD o material Bioglass R não apresentou diferença emrelação aos outros <strong>cimento</strong>s testa<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1h e não foi diferente <strong>do</strong> Vitro-Molar nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 24h e 7dias.Kleverlaan et al., em 2004 avaliaram a influência <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> presaadicional sobre as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> vários Cimentos <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong>Vidro (CIV) convencionais disponíveis comercialmente. Para isto, os materiais Fuji IXFAST (CG, Bélgica), Fuji IX (CG, Bélgica), Ketac Molar Quick (3M/ESPE, Alemanha)e Ketac Molar (3M/ESPE, Alemanha), to<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s na forma <strong>de</strong> cápsulas, foramutiliza<strong>do</strong>s. A resistência à compressão das amostras foi <strong>de</strong>terminada em trêscondições diferentes <strong>de</strong> presa: normal a temperatura ambiente, excitação ultrasônicae fonte <strong>de</strong> calor externa (70ºC). Além disso, a temperatura liberada pelasamostras durante o processo foi acompanhada. A resistência à compressão foimedida após 15min, 1h, 24h e 28 dias, sen<strong>do</strong> as amostras armazenadas em óleolubrificante. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que, em geral, houve um aumento naresistência à compressão <strong>do</strong>s materiais partin<strong>do</strong> da reação <strong>de</strong> presa padrão,


23passan<strong>do</strong> pela excitação ultra-sônica e terminan<strong>do</strong> na fonte <strong>de</strong> calor externa. Osresulta<strong>do</strong>s apresentaram uma clara relação entre a temperatura <strong>de</strong> presa dasamostras e os valores <strong>de</strong> resistência obti<strong>do</strong>s. Um aumento significativo daresistência foi observa<strong>do</strong>, especialmente nos tempos <strong>de</strong> presa iniciais. Os autoresverificaram que um aumento das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> material, quan<strong>do</strong> no início <strong>do</strong>tempo <strong>de</strong> presa, po<strong>de</strong> melhorar sua sobrevida nas situações clínicas a que venha aser submeti<strong>do</strong>.Também em 2004, Yli-Urpo et al. realizaram um estu<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong><strong>de</strong>terminar certas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>. Oobjetivo foi <strong>de</strong>terminar a resistência à compressão, módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e durezaVickers <strong>de</strong> superfície, <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> presa convencional e modifica<strong>do</strong>s por resinaapós a adição <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> bio-ativo (BAG). Misturas experimentais <strong>de</strong> CIVadiciona<strong>do</strong> <strong>de</strong> BAG foram feitas adicionan<strong>do</strong>-se 10 ou 30% em peso <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong>BAG em pós <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s. As amostras foram armazenadas em água e testadasnos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1, 3, 7, 14, 30 e 180dias. Análises em MEV e ED-X foramrealizadas para caracterizar as mudanças na topografia da superfície e dacomposição elementar principal. Como resulta<strong>do</strong> foi observa<strong>do</strong> que a resistência àcompressão das amostras diminuiu com o aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> BAG. Aresistência à compressão <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resina chegou a aumentardurante o armazenamento, mas ainda assim, manteve-se em valores inferiores aosapresenta<strong>do</strong>s por materiais sem BAG. Os materiais com presa convencionalapresentaram, em média, valores 55% maior <strong>de</strong> microdureza <strong>do</strong> que os materiaismodifica<strong>do</strong>s por resina. Quan<strong>do</strong> avalian<strong>do</strong> a composição elementar, mais cálcio foi<strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> nos materiais conten<strong>do</strong> BAG <strong>do</strong> que nos CIVs puros. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>flúor apresentou-se significativamente maior em to<strong>do</strong>s os materiais modifica<strong>do</strong>s por


24resina, sen<strong>do</strong> mais elevada no material experimental com 30% em peso <strong>de</strong> BAG.Como conclusão, os autores observaram que a adição <strong>de</strong> BAG comprometeu asproprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>do</strong>s materiais. Desta forma, seu uso clínico <strong>de</strong>ve se manterrestrito a aplicações on<strong>de</strong> a sua bio-ativida<strong>de</strong> tem caráter benéfico, comoobtura<strong>do</strong>res <strong>de</strong> canais radiculares e protetores <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong>ntina-polpa, ou seja,on<strong>de</strong> uma elevada resistência à compressão não é necessária.Peliz et al. em 2005, estudaram, através <strong>de</strong> microscopia eletrônica <strong>de</strong>varredura (MEV), a interface formada entre o teci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntinário, materiais paraforramento e sistema a<strong>de</strong>sivo em restaurações <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s Classe V realizadasem <strong>de</strong>ntes terceiros molares recém-extraí<strong>do</strong>s. Os <strong>de</strong>ntes prepara<strong>do</strong>s foram dividi<strong>do</strong>sem seis grupos com 20 espécimes cada. O Grupo 1 era composto <strong>de</strong> restauraçõesutilizan<strong>do</strong>-se sistema a<strong>de</strong>sivo Single Bond (SB) – 3M/ESPE, St. Paul, EUA – eresina Z-250 – 3M/ESPE, St. Paul, EUA –; o Grupo 2 foi restaura<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se o<strong>cimento</strong> <strong>de</strong> hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio Life (Kerr, Romulus, EUA), SB e Z-250; o grupo 3 foirestaura<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se Life, Vitrebond (VT) – 3M/ESPE, St. Paul, EUA –, SB e Z-250; para o grupo 4 utilizou-se VT, SB e Z-250; para o grupo 5 SB, VT e Z-250; epara o grupo 6 SB, VT, SB e Z-250. As amostras foram seccionadasmesiodistalmente em duas meta<strong>de</strong>s, seccionadas novamente ao longo <strong>do</strong> eixo axiale preparadas para observação em microscopia eletrônica <strong>de</strong> varredura. As imagensobtidas foram transferidas para o programa Image Tool e, neste programa,realizadas as mensurações das fendas. Os autores observaram que nos grupos emque o sistema a<strong>de</strong>sivo não foi aplica<strong>do</strong> primeiro, as fendas estavam presentes empraticamente to<strong>do</strong>s os espécimes. O estu<strong>do</strong> concluiu que a hibridização da <strong>de</strong>ntinaoferece menor formação <strong>de</strong> fendas na interface <strong>de</strong>ntina-restauração quan<strong>do</strong>


25compara<strong>do</strong> ao uso <strong>de</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio ou <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong><strong>vidro</strong> resinoso.Algera et al. em 2006 investigaram a influência da temperatura sobre o tempo<strong>de</strong> presa e a resistência à compressão em <strong>do</strong>is Cimentos <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong> VidroConvencionais – Ketac Molar (3M-ESPE, Seefeld, Alemanha) e Fuji IX Fast (GCEuropa, Leuven, Bélgica). Além disso, <strong>de</strong>terminaram a influência <strong>do</strong> meio (óleo ouágua), <strong>do</strong> tempo (1h, 1dia, 7dias, 4semanas e 3meses) e da temperatura <strong>de</strong>armazenamento (293, 310, 333 e 343K) nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência. A avaliaçãoda presa <strong>do</strong>s materiais permitiu <strong>de</strong>terminar o tempo <strong>de</strong> trabalho e presa final <strong>do</strong>smateriais e foi realizada em um reômetro <strong>de</strong> extrusão em seis diferentestemperaturas (293, 303, 313, 323, 333 e 343K). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes com oreômetro <strong>de</strong>monstraram que o aumento da temperatura acelerou a reação <strong>do</strong>smateriais. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência à compressão mostraram um salto nosvalores, com o passar <strong>do</strong> tempo, resultante <strong>do</strong> aumento da temperatura. Materiaisarmazena<strong>do</strong>s em óleo apresentaram maiores valores <strong>de</strong> resistência à compressãoem comparação com o armazenamento em água. O material Fuji IX Fastapresentou-se significativamente mais resistente <strong>do</strong> que Ketac Molar.Davidson, em 2006, escreveu um artigo <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> literatura intitula<strong>do</strong>:“Avanços em <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>”. Neste artigo é feita uma revisão <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong>s e uso <strong>de</strong> materiais como o amálgama, a resina composta, selantesresinosos e o próprio <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>. O texto <strong>de</strong>screve asproprieda<strong>de</strong>s, avanços tecnológicos e limitações <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>como material restaura<strong>do</strong>r. Discute a a<strong>de</strong>são <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s ionoméricos à estrutura<strong>de</strong>ntal e como esta a<strong>de</strong>são é menos sensível às variações técnicas <strong>do</strong> que omecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são das resinas compostas. O autor explica como a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>


26material se aprimora ao longo <strong>do</strong> seu uso clínico através <strong>do</strong>s anos. Ao final, eleconclui que o <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> é o hoje o material restaura<strong>do</strong>r maisconfiável em procedimentos restaura<strong>do</strong>res minimamente invasivos basea<strong>do</strong>s emtécnicas <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>s.Knight et al. em 2006, realizaram um estu<strong>do</strong> comparan<strong>do</strong> a resistência<strong>a<strong>de</strong>siva</strong>, através <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> cisalhamento, entre <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (CIV)convencional e resina composta. Diferentes técnicas <strong>de</strong> realização da restauraçãoforam utilizadas: 1 – condicionamento com áci<strong>do</strong> fosfórico da superfície <strong>do</strong> CIV <strong>de</strong>presa convencional, após presa total <strong>de</strong>ste, aplicação <strong>de</strong> sistema a<strong>de</strong>sivo e resinacomposta; 2 – CIV <strong>de</strong> presa convencional, após presa total <strong>de</strong>ste, aplicação <strong>de</strong> umacamada <strong>de</strong> Cimento <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> modifica<strong>do</strong> por resina (CIVMR) – RivaLC/SDI, Melbourne, Austrália – (mistura realizada com o <strong>do</strong>bro da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>líqui<strong>do</strong> indicada pelo fabricante), resina composta e polimerização <strong>de</strong> ambos osmateriais ao mesmo tempo (técnica <strong>de</strong> co-polimerização); 3 – CIV <strong>de</strong> presaconvencional, antes da presa total <strong>de</strong>ste, aplicação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> CIVMR –Riva LC/SDI, Melbourne, Austrália – (mistura realizada com o <strong>do</strong>bro da quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> indicada pelo fabricante), resina composta e técnica <strong>de</strong> co-polimerização;e 4 – CIV <strong>de</strong> presa convencional, antes da presa total <strong>de</strong>ste, aplicação <strong>de</strong> umacamada <strong>de</strong> CIVMR – Fuji II LC/GC Corporation, Tóquio, Japão – (mistura realizadacom o <strong>do</strong>bro da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> indicada pelo fabricante), resina composta etécnica <strong>de</strong> co-polimerização. O teste <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento foi entãorealiza<strong>do</strong> em todas as amostras e o padrão <strong>de</strong> fratura foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>monstraram menores valores <strong>de</strong> união para o grupo 1 (2,42 MPa) quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong> com os outros grupos (6,48-7,05 MPa). Não foi encontrada diferençaestatística entre as amostras on<strong>de</strong> a co-polimerização foi executada. O estu<strong>do</strong>


27concluiu que a técnica <strong>de</strong> co-polimerização elimina vários passos <strong>de</strong> realização darestauração e produz maiores valores <strong>de</strong> união entre a resina e o CIV.Também em 2006, Peez e Frank avaliaram a influência <strong>do</strong> tempo transcorri<strong>do</strong>após a presa <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> em suas proprieda<strong>de</strong>s físicomecânicas.Os materiais Ketac Molar Easymix, Fuji IX, Vitro Molar, Vidrion R eIonofil Molar foram analisa<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> resistência à compressão, àflexão, a erosão ácida e a solubilida<strong>de</strong> nos intervalos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 1 e 24h. Alémdisso, a reação áci<strong>do</strong>-base <strong>de</strong> presa foi monitorada através <strong>de</strong> espectroscopia noinfravermelho. A resistência à compressão após 1 e 24h mostrou que os materiaisKetac Molar e Fuji IX apresentaram um <strong>de</strong>sempenho significativamente superior.Com relação à resistência a flexão o material Ketac Molar apresentou os maioresvalores no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1h, sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> pelos materiais Vitro Molar e Fuji IX após24h. Com relação à solubilida<strong>de</strong>, os materiais Ketac Molar e Fuji IX apresentaram osmelhores resulta<strong>do</strong>s. No teste <strong>de</strong> erosão ácida o material Ketac Molar apresentou osmenores níveis. Os autores concluíram que para um bom sucesso clínico o materialem uso <strong>de</strong>ve atingir as melhores proprieda<strong>de</strong>s mecânicas tão logo quanto possível eque, pelas proprieda<strong>de</strong>s avaliadas pelo estu<strong>do</strong> em questão, Ketac Molar Easymixapresenta o melhor <strong>de</strong>sempenho em to<strong>do</strong>s os materiais testa<strong>do</strong>s.Opdam et al., em 2007, realizaram um estu<strong>do</strong> clínico retrospectivo <strong>de</strong>prontuários <strong>de</strong> pacientes atendi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is consultórios particulares no perío<strong>do</strong>entre 1988 e 2002. Quatrocentas e cinquenta e oito restaurações, realizadas em 248pacientes (110 <strong>do</strong> sexo masculino e 138 <strong>do</strong> sexo feminino), foram analisadas. Oestu<strong>do</strong> investigou diferenças <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> e razões para falhas em restaurações<strong>de</strong> resina composta <strong>de</strong> Classe II realizadas com ou sem base <strong>de</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> Vidro (CIV), em pacientes com baixo e alto risco <strong>de</strong> cárie. As seguintes


28variáveis foram consi<strong>de</strong>radas na avaliação da sobrevida da restauração: presença<strong>de</strong> forra<strong>do</strong>r, número <strong>de</strong> superfícies, opera<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>nte restaura<strong>do</strong> (pré-molar ou molar),risco <strong>de</strong> cárie <strong>do</strong> paciente (baixo/alto), ida<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente, gênero <strong>do</strong> paciente e ano<strong>do</strong> tratamento. Do total <strong>de</strong> 458 restaurações, 376 <strong>de</strong>las apresentaram-serestauradas com sistema a<strong>de</strong>sivo e resina composta e 82 pela técnica <strong>do</strong> sanduíche(CIV). Após 9 anos em função, a sobrevida das restaurações sem CIV foi <strong>de</strong> 88,1%,enquanto que para as que possuíam o CIV foi <strong>de</strong> 70,5%. Os motivos maisimportantes para falha foram: fratura <strong>do</strong> <strong>de</strong>nte e/ou restauração e cárie. Estas falhascomeçaram <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 3 a 4 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho clínico. O estu<strong>do</strong> concluiu querestaurações realizadas apenas com sistema a<strong>de</strong>sivo apresentaram-se com maiorsobrevida clínica, o que põe em dúvida as vantagens reais <strong>de</strong> uma camada elásticaabaixo <strong>de</strong> uma restauração <strong>de</strong> resina.Irie et al., em 2008, avaliaram, “in vitro”, os efeitos <strong>do</strong> polimento imediato ouapós 24h, <strong>de</strong> restaurações classe I realizadas com <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong><strong>de</strong> alta viscosida<strong>de</strong>, na formação <strong>de</strong> fendas entre o material restaura<strong>do</strong>r e aestrutura <strong>de</strong>ntal. Além disso, a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong>s materiais ao esmalte e à<strong>de</strong>ntina, bem como a resistência à flexão e o módulo <strong>de</strong> eslasticida<strong>de</strong>. Três marcascomerciais <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> alta viscosida<strong>de</strong> (Fuji IX GP – GC Corp., Tóquio, Japão;GlasIonomer FX-II – Shofu Dental Corp., Kyoto, Japão e Ketac Molar – 3M ESPEAG, Seefeld, Alemanha) e uma convencional (Fuji IX – GC Corp., Tóquio, Japão)foram manipuladas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as instruções <strong>do</strong>s fabricantes, coloca<strong>do</strong>s nascavida<strong>de</strong>s e armazenadas em incuba<strong>do</strong>ra a 37°C e umida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> 100% porquatro minutos após a presa e posteriormente cobertos com verniz (Fuji Varnish GCCorp., Tóquio, Japão). As superfícies restauradas foram polidas com pontasabrasivas (Silicon Mi<strong>de</strong>, Shofu, Japão) sob refrigeração com água <strong>de</strong>stilada. Após o


29polimento, tanto os <strong>de</strong>ntes restaura<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> polimento imediato ou com 24 horas<strong>de</strong> armazenamento em água foram secciona<strong>do</strong>s em direção mésio-distal e apresença ou ausência <strong>de</strong> fendas interfaciais medidas em aumento <strong>de</strong> 1000 vezesem microscópio. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mostraram que a soma das fendas foisignificativamente menor no polimento posterior quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o polimentoimediato. Quan<strong>do</strong> analisada a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> ao esmalte, logo após a presa, aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> Ketac Molar foi significativamente menor que o CIVconvencional (Fuji II). Contu<strong>do</strong>, não foram encontradas diferenças entre os quatromateriais após um dia <strong>de</strong> armazenamento. Os da<strong>do</strong>s para o polimento após 24hforam melhores <strong>do</strong> que para os <strong>de</strong> polimento imediato. Quan<strong>do</strong> analisada aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> à <strong>de</strong>ntina, imediatamente após a presa, os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Fuji IX GP eKetac Molar foram significativamente menores que o Fuji II. Após um dia <strong>de</strong>armazenamento, a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> não diferiu significativamente para trêsmateriais, exceto GlasIonomer FX-II. Novamente, os da<strong>do</strong>s para o polimentoposterior foram melhores que o imediato. Quanto à resistência à flexão, to<strong>do</strong>s osmateriais testa<strong>do</strong>s apresentaram melhores resulta<strong>do</strong>s após um dia quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s aos imediatamente após a presa. Os autores concluíram que aintegrida<strong>de</strong> da interface restaura<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s CIV’s foram resulta<strong>do</strong>s da harmonia entreuma boa resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>, pouca contração após a presa e possivelmente algumaexpansão higroscópica e que os CIV’s <strong>de</strong> alta viscosida<strong>de</strong> apresentam-se comomateriais restaura<strong>do</strong>res úteis para pacientes pediátricos e geriátricos.Schmidlin et al. em 2008 avaliaram a integrida<strong>de</strong> marginal e a microinfiltraçãoem restaurações <strong>de</strong> Classe I <strong>de</strong> resina composta, quan<strong>do</strong> sistemas a<strong>de</strong>sivos(técnica “total”) ou <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (técnica “seletiva”) foram usa<strong>do</strong>scomo “liners”. Sessenta cavida<strong>de</strong>s Classe I padronizadas foram realizadas. Para os


30grupos <strong>de</strong> técnica “total” um a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong> quatro etapas foi usa<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> dacavida<strong>de</strong> (Syntac Classic). Para o grupo <strong>de</strong> restaurações realizadas com técnica“seletiva” um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> convencional (Ketac Fil), um <strong>cimento</strong> <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> modifica<strong>do</strong> por resina (Vitrebond) ou um sistema a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong> trêspassos com “liner” (Syntac) foram utiliza<strong>do</strong>s. Um grupo controle foi realiza<strong>do</strong> através<strong>de</strong> uma restauração <strong>do</strong> tipo “inlay”. As restaurações foram realizadas inserin<strong>do</strong>-se aresina composta em incrementos. To<strong>do</strong>s os espécimes foram submeti<strong>do</strong>s à ciclagemtermo-mecânica (1,2 milhões <strong>de</strong> ciclos). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que o maiorpercentual <strong>de</strong> margens classificadas como "perfeitas" foram observadas on<strong>de</strong> os<strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> foram utiliza<strong>do</strong>s e no grupo <strong>de</strong> restaurações <strong>do</strong> tipo“inlay”. Os mesmos resulta<strong>do</strong>s foram encontra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> da avaliação damicroinfiltração. Os autores concluíram que a aplicação <strong>de</strong> um forramento <strong>de</strong> CIVpo<strong>de</strong> melhorar significativamente a adaptação marginal <strong>de</strong> restaurações Classe I <strong>de</strong>resinas compostas.Wang e Darvell, também em 2008, investigaram a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistênciaa carga e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (CIV) sobe<strong>de</strong>ntação Hertziana (“Hertzian i<strong>de</strong>ntation), exploran<strong>do</strong> a relação entre ocomportamento da falha e a formulação <strong>do</strong> material. Dois CIVs reforça<strong>do</strong>s (Ketac-Silver e Amalgomer), quatro convencionais (Fuji II, Ketac Molar, Shofu Base e ShofuFXII), e quatro modifica<strong>do</strong>s por resina (Fuji Plus, Rely-X Luting, Photac-Phil e Fuji IILC), e compara<strong>do</strong>s com amálgama <strong>de</strong> prata e resina composta. Os testes foramrealiza<strong>do</strong>s a 23°C, em meio úmi<strong>do</strong>, após 7dias armazena<strong>do</strong>s em saliva artificial. Oteste consistiu no uso <strong>de</strong> uma bola <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> 20mm <strong>de</strong> diâmetro e substrato <strong>de</strong>nylon on<strong>de</strong> uma carga foi aplicada à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,2mm/min no centro <strong>do</strong>sespécimes em forma <strong>de</strong> disco. A falha foi <strong>de</strong>tectada primeiro acusticamente e o


31mo<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> visualmente. Pelo menos 1/3 <strong>do</strong>s espécimes, escolhi<strong>do</strong>saleatoriamente, foram examinadas sob microscopia eletrônica <strong>de</strong> varredura paracorroboração. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que os <strong>cimento</strong>s convencionaisreforça<strong>do</strong>s e os convencionais sem modificações apresentaram-se indistinguíveiscom relação ao carregamento para falha e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> falha (260 ± 70N). Osresulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> carregamento para falha <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resinaapresentaram-se varian<strong>do</strong> entre 360-1150N, para o amálgama ≈680N e para aresina composta ≈1200N. os <strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resina apresentaram-se <strong>de</strong>maneira geral mais resistentes no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> falha (fratura incompleta), to<strong>do</strong>s osoutros apresentaram fratura completa (fratura radial). Os materiais mais fortes (<strong>do</strong>is<strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s por resina e a resina composta) apresentaram fraturas emforma <strong>de</strong> cone. Os autores concluíram que embora os <strong>cimento</strong>s modifica<strong>do</strong>s porresina tenham apresenta<strong>do</strong> valores eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência à falha quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s aos <strong>cimento</strong>s convencionais (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua característica químicahíbrida), o mesmo não po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> com relação aos materiais convencionaisreforça<strong>do</strong>s.Bonifácio et al. em 2009, realizaram um estu<strong>do</strong> com o intuito <strong>de</strong> avaliardiferentes proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> Cimentos <strong>de</strong> Ionômero <strong>de</strong> Vidro usa<strong>do</strong>s natécnica <strong>de</strong> restauração atraumática (ART). Foram avaliadas a resistência ao<strong>de</strong>sgaste, resistência à compressão e à flexão e dureza Knoop. Os materiaistesta<strong>do</strong>s foram os CIVs Riva Self Cure (SDI, Bayswater, Inglaterra), Hi Dense(Shofu, Ratingen, Alemanha), Vitro Molar (DFL, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasil), Maxxion R(FGM, Florianópolis, Brasil), Fuji IX (GC Europa, Leuven, Bélgica) e Ketac MolarEasymix (3M/ESPE, Seefeld, Alemanha). A resistência ao <strong>de</strong>sgaste foi medida nasamostras após transcorridas 6h, 4, 63 e 365dias. Os <strong>de</strong>mais testes foram realiza<strong>do</strong>s


3224h após a confecção das amostras. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que a resistência ao<strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s diminuiu significativamente durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 365dias. Omaterial Ketac Molar Easymix apresentou os mais baixos valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgastequan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>mais. Os maiores valores <strong>de</strong> resistência a compressão eflexão foram apresenta<strong>do</strong>s pelos materiais Ketac Molar Easymix, Fuji IX e Hi Dense,respectivamente. Os valores <strong>de</strong> dureza superficial <strong>de</strong> Ketac Molar Easymix e Fuji IXforam significativamente maiores <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s outros <strong>cimento</strong>s. O estu<strong>do</strong> concluiuque, apesar das limitações <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> “in vitro”, os materiais Ketac Molar Easymixe Fuji IX apresentaram as melhores performances em to<strong>do</strong>s os testes.Gopikrishna et al. (2009), avaliaram a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>, através <strong>de</strong> teste <strong>de</strong>cisalhamento, <strong>de</strong> resina composta a <strong>cimento</strong> <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> (CIV). Primerauto-condicionante e agente a<strong>de</strong>sivo basea<strong>do</strong> na composição <strong>do</strong> CIV foram testa<strong>do</strong>sem comparação com sistema a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong> condicionamento áci<strong>do</strong> total. Para isso,foram utilizadas cem amostras cilíndricas <strong>de</strong> resina composta a<strong>de</strong>rida ao CIV edivididas em cinco grupos. No grupo A, a resina composta foi a<strong>de</strong>rida ao CIV após apresa inicial <strong>de</strong>ste e usan<strong>do</strong> sistema a<strong>de</strong>sivo com condicionamento total (AdperSinglebond 2 – 3M ESPE, St. Paul, EUA). No grupo B, um primer auto-condicionante(Unifil Bond – GC Corporation, Tóquio, Japão) foi emprega<strong>do</strong> para promover a uniãoentre a resina composta e o CIV antes da sua presa inicial. No grupo C, o primerauto-condicionante, ao contrário <strong>do</strong> grupo B, foi emprega<strong>do</strong> após a presa inicial <strong>do</strong>CIV. No grupo D, um a<strong>de</strong>sivo à base <strong>de</strong> componentes <strong>de</strong> CIV (FujiBond LC – GCCorporation, Tóquio, Japão) foi emprega<strong>do</strong> antes da presa inicial ,e no grupo E oa<strong>de</strong>sivo à base <strong>de</strong> componentes <strong>de</strong> CIV foi emprega<strong>do</strong> após a presa inicial. Aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> (Mpa) para o grupo A foi <strong>de</strong> 4,0 ± 0,12; no grupo B 4,5 ± 0,09;grupo C 3,08 ± 0,19; grupo D 3,75 ± 0,12 e para o grupo E 4,49 ± 0,13. O grupo B e


33o grupo E mostraram resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> estatística mais alta que o grupo A. Ogrupo D não apresentou diferença significante em relação ao grupo A e o grupo Eapresentou os maiores valores da resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>. O estu<strong>do</strong> concluiu que aa<strong>de</strong>são pela técnica <strong>do</strong> condicionamento áci<strong>do</strong> total para união <strong>de</strong> resina compostae CIV po<strong>de</strong> ser substituída por a<strong>de</strong>sivo basea<strong>do</strong> em CIV após a presa inicial e primerauto-condicionante antes da presa inicial <strong>do</strong> CIV.Maneenut et al. em 2010, avaliaram o potencial <strong>de</strong> reparo <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong>ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> modifica<strong>do</strong>s por resina (CIVMR) utilizan<strong>do</strong> como materialrepara<strong>do</strong>r o próprio ionômero ou resina composta. Duas marcas comerciais <strong>de</strong>CIVMR foram selecionadas (Ketac N100, – 3M/ESPE, St. Paul, EUA e Fuji II LC –GC Corporation, Tóquio, Japão). As amostras foram confeccionadas na forma <strong>de</strong>cilindros e armazenadas a 37ºC durante quatro dias. Após o armazenamento tiveramsuas superfícies preparadas com lixa <strong>de</strong> carbeto <strong>de</strong> silício na granulação 600. Apóso uso das lixas as superfícies <strong>do</strong>s CIVMRs foram tratadas, para promover a união,utilizan<strong>do</strong>-se áci<strong>do</strong> fosfórico ou áci<strong>do</strong> poliacrílico por 20s. Amostras sem nenhumtratamento e amostras on<strong>de</strong> foi realiza<strong>do</strong> condicionamento com áci<strong>do</strong> fosfórico erestauradas com resina composta foram também utilizadas como controle. Aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> foi medida através <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> cisalhamento após armazenagem<strong>do</strong>s espécimes em água a 37ºC por 24h. Análise <strong>do</strong>s espécimes após o teste foirealizada para análise <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> fratura. Réplicas em resina epóxica <strong>do</strong>smateriais, após os diferentes preparos das superfícies foram obtidas para análise emMEV. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s apresentaram a resistência <strong>de</strong> união <strong>do</strong> material KetacN100 a ele mesmo como sen<strong>do</strong> da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,7MPa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong>tratamento <strong>de</strong> superfície; além disso, muitos espécimes fraturaram antes darealização <strong>do</strong> teste. A resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> material Fuji II LC a ele mesmo


34apresentou-se no valor médio <strong>de</strong> 10MPa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong>superfície. A resistência <strong>de</strong> união da resina composta a ambos os CIVMRs foi <strong>de</strong>aproximadamente 9-16MPa. O padrão <strong>de</strong> fratura entre CIVMR variou <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> como material em análise; para a união CIVMR/resina o padrão apresentou-sepre<strong>do</strong>minantemente como coesiva no CIVMR. Os autores concluem, com base nosresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, que o reparo <strong>de</strong> CIVMR/CIVMR apresenta-se clinicamenteimprevisível, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>s produtos em questão; o reparo CIVMR/resinacomposta parece ser a opção preferida.


354. DISCUSSÃOO ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> é um material relativamente recente na o<strong>do</strong>ntologiamo<strong>de</strong>rna e ainda amplamente analisa<strong>do</strong> na literatura mundial comparan<strong>do</strong>-se suasproprieda<strong>de</strong>s e usos clínicos com outros materiais o<strong>do</strong>ntológicos. Davidson (2006),através <strong>de</strong> revisão da literatura, verificou que a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>de</strong> <strong>cimento</strong>sionoméricos à estrutura <strong>de</strong>ntal apresenta-se cerca <strong>de</strong> apenas 25% em relação àresina composta, porém confiável e resistente à <strong>de</strong>sintegração além <strong>de</strong> não requererum meio adicional <strong>de</strong> retenção. O autor também verificou que o ionômero nãomimetiza muito bem a estrutura <strong>de</strong>ntal, tem proprieda<strong>de</strong>s mecânicas inferiores euma maior erosão ácida compara<strong>do</strong> com a resina composta, sen<strong>do</strong> mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>para técnica <strong>de</strong>nominada “sanduíche”. Ainda sobre proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ionômeros,Guggenberger et al. (1998) <strong>de</strong>stacaram que, aumentan<strong>do</strong>-se a relação pó/líqui<strong>do</strong>,mudan<strong>do</strong>-se a concentração ou peso molecular <strong>do</strong> poliáci<strong>do</strong>, adicionan<strong>do</strong>-se opoliáci<strong>do</strong> liofiliza<strong>do</strong> ao pó <strong>do</strong>s produtos e/ou aumentan<strong>do</strong>-se as ligações cruzadas<strong>de</strong>ntro da matriz gel po<strong>de</strong>-se obter proprieda<strong>de</strong>s físicas superiores.Estudan<strong>do</strong> as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ionômeros, Xie et al. (2000) verificaram queos CIVMR apresentaram resistência à flexão 200% maior e resistência à traçãodiametral 60% maior que os CIVs convencionais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>formação plástica,adicionada da ocorrência <strong>de</strong> duplas ligações cruzadas. As diferentes variações nasresistências <strong>do</strong>s CIVs testa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser explicadas pelas diferentes ca<strong>de</strong>iaspoliméricas, ou da interação <strong>de</strong>stas com as partículas <strong>do</strong> pó. Os autores verificaramque texturas superficiais mais <strong>de</strong>nsas, poucas e menores porosida<strong>de</strong>s e menorespartículas <strong>de</strong> pó resultam em resistência à compressão, dureza Knoop e resistênciaa tração diametral maiores.


36Na busca por ionômeros com melhores proprieda<strong>de</strong>s para uso em tratamentorestaura<strong>do</strong>r atraumático, Bonifácio et al. (2009) estudaram algumas proprieda<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sses materiais, e verificaram que a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste diminuiu no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 a 4dias nos materiais estuda<strong>do</strong>s, à exceção <strong>de</strong> um ionômero reforça<strong>do</strong> com prata<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> coesão da mistura final. Avalian<strong>do</strong> a resistência à compressão <strong>do</strong>Ketac Molar Easymix e Fuji IX, encontraram valores menores que os obti<strong>do</strong>s porPeez e Frank (2006). Avalian<strong>do</strong> a microdureza e a resistência à flexão, observaramque há diferença entre os materiais <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a composição <strong>de</strong> cada um. Aindasobre a microdureza, os valores da dureza Knoop foram similares aos obti<strong>do</strong>s porXie et al. (2000), porém os valores <strong>de</strong> armazenagem por 7 dias foram maiores queos <strong>de</strong> Bonifácio et al. (2009).Em um estu<strong>do</strong> que analisou a tenacida<strong>de</strong> à fratura, Knobloch et al. (2000)observaram que para aumentar a tenacida<strong>de</strong> à fratura é necessário uma significante<strong>de</strong>formação plástica, ca<strong>de</strong>ias poliméricas longas e flexíveis com alto peso molecular,além da absorção <strong>de</strong> água. Esta última, porém, com a subseqüente <strong>de</strong>gradação damatriz po<strong>de</strong> reverter o efeito <strong>do</strong> aumento da tenacida<strong>de</strong> à fratura e aumentar apropagação <strong>de</strong> fendas. To<strong>do</strong>s esses fatores fizeram com que os CIVMRsapresentassem valores maios altos que os CIVs convencionais.Visan<strong>do</strong> o aprimoramento constante <strong>do</strong>s materiais ionoméricos com o uso <strong>de</strong>BAG, Yli-Urpo et al. (2004) viram que a adição <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> BAG ao CIV diminuiua resistência à compressão e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong>pelo fato das partículas <strong>de</strong> BAG atuarem como carga, porém não estarem a<strong>de</strong>ridas àmatriz <strong>do</strong> CIV, além da proporção pó/líqui<strong>do</strong> ser menor que nos ionômeroscomerciais. Já medin<strong>do</strong> a dureza <strong>de</strong> superfície, observaram que para o CIVconvencional foi maior que à <strong>do</strong>s CIVMRs, o que está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>


37Xie et al. (2000). Ainda sobre a dureza <strong>de</strong> superfície, a <strong>do</strong> CIV convencional foimaior que a <strong>do</strong> CIV adiciona<strong>do</strong> <strong>de</strong> BAG, enquanto que no CIVMR foi visto o oposto,o que po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong> pela reativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> BAG.Continuan<strong>do</strong> com a discussão das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ionômeros, Pereira et al.(2002) observaram que os materiais objeto <strong>de</strong> seu estu<strong>do</strong> não apresentaramdiferenças nas resistências compressivas (CIV e CIVMR), o que também foi obti<strong>do</strong>por Xie et al. (2000). Já para a resistência à tração diametral, esta foi maior para osCIVMRs. Houve um aumento nos valores das proprieda<strong>de</strong>s estudadas no <strong>de</strong>correr<strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> presa, sen<strong>do</strong> estes últimos resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s também no estu<strong>do</strong><strong>de</strong> Bresciani et al. (2004) com uma meto<strong>do</strong>logia similar, porém <strong>cimento</strong>s diferentes.Ainda para a resistência à tração diametral, não houve uma diferença nestaproprieda<strong>de</strong> entre os <strong>cimento</strong>s <strong>de</strong> alta viscosida<strong>de</strong> e o tradicional em parte pelaadição <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> poliacrílico liofiliza<strong>do</strong> ao pó, corroboran<strong>do</strong> com o que foi advoga<strong>do</strong>por Guggenberger et al. (1998).Vários fatores afetam as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s <strong>cimento</strong>s ionoméricos e, entreeles, po<strong>de</strong>mos citar a água, a qual influencia nos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s experimentos.Kleverlaan et al. (2004) analisaram o efeito <strong>do</strong> armazenamento em água <strong>de</strong>espécimes <strong>de</strong> ionômero e observaram uma diminuição em suas proprieda<strong>de</strong>smecânicas ao longo <strong>do</strong> tempo. Os autores também verificaram que um conjunto <strong>de</strong>aplicações externas como a excitação ultrassônica e a presa em ambiente aqueci<strong>do</strong>melhoraram as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e sugerem que a excitação ultrassônicapo<strong>de</strong> ser utilizada como méto<strong>do</strong> para aumentar as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> CIV. Os CIVMRsabsorvem gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água. O coeficiente <strong>de</strong> difusão mostra que aágua é absorvida rapidamente e essa difusão <strong>de</strong> água na matriz <strong>do</strong>s CIVMRs po<strong>de</strong>mcausar alterações nas suas proprieda<strong>de</strong>s (Cattani-Lorente et al. 1999). Os autores


38verificaram que há diferença nos resulta<strong>do</strong>s para amostras armazenadas ao seco,quanto a resistência à flexão e módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> flexural e mantidas emambiente úmi<strong>do</strong>. Diferenças nos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> falha também foram observadas. Asamostras armazenadas em água tornaram-se mais plásticas e <strong>de</strong>formaram-se maisantes da fratura, enquanto os espécimes armazena<strong>do</strong>s em ar ficaram frágeis efalharam com menor <strong>de</strong>formação. A absorção <strong>de</strong> água é certamente facilitada pelacomposição química <strong>do</strong>s materiais. Os constituintes básicos <strong>do</strong>s CIVs, como osáci<strong>do</strong>s policarboxílicos e os íons lixiviáveis <strong>de</strong> <strong>vidro</strong>s ligam-se às moléculas <strong>de</strong> água,o que também é o caso <strong>do</strong>s produtos salinos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da reação áci<strong>do</strong>-base. Além<strong>do</strong> mais, as ligações cruzadas da matriz polimérica formadas pela fotopolimerização<strong>de</strong> monômeros, como o HEMA, contém grupos hidroxilas polares. A presença <strong>de</strong> umgrupo funcional polar em uma ca<strong>de</strong>ia polimérica produz interações eletrostáticas(pontes <strong>de</strong> hidrogênio) que causam um efeito <strong>de</strong> reforço ou enrije<strong>cimento</strong> <strong>do</strong> sistemapolimérico. Isto explica as altas proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong>s espécimes secos <strong>de</strong>CIVMR. Contu<strong>do</strong>, este tipo <strong>de</strong> polímero é sensível à absorção <strong>de</strong> água. A águatambém tem um efeito irreversível <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração no CIV, que causa a erosão dasuperfície <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>, a hidrólise e dissolução <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus componentes.Amostras imergidas em água e posteriormente secas apresentam uma menordureza <strong>de</strong> superfície que as <strong>de</strong>ixadas em ar seco <strong>do</strong> mesmo produto. Estes acha<strong>do</strong>ssão mais certamente causa<strong>do</strong>s pelo efeito irreversível da água (Cattani-Lorente et al.1999).O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Kim et al. (1998), observou que o CIVMR absorveu mais água eapresentou maior expansão higroscópica que o CIV convencional. Por este motivo,se consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a contração <strong>de</strong> polimerização <strong>do</strong> HEMA, a expansão higroscópica<strong>do</strong>s CIVMR (no total) po<strong>de</strong> ser maior que a <strong>do</strong> CIV, o que é um importante fator para


39a boa adaptação marginal alegadas pelos fabricantes e estu<strong>do</strong>s prévios. A absorção<strong>de</strong> água pelos CIVs provavelmente <strong>de</strong>ve-se à fatores como a tendência <strong>de</strong>hidratação da sílica, difusão <strong>de</strong> água pelas microfendas e proprieda<strong>de</strong>s hidrófilas <strong>do</strong>HEMA que é incorpora<strong>do</strong> ao CIVMR. Ainda no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Kim et al. (1998), osautores verificaram que a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> <strong>do</strong> ionômero éaumentada peloacréscimo <strong>de</strong> HEMA e os valores <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são foram maiores para a <strong>de</strong>ntina com osmateriais testa<strong>do</strong>s. Resulta<strong>do</strong>s similares <strong>do</strong> aumento <strong>de</strong> massa com oarmazenamento foi visto por Nicholson e Wilson (2000), em que todas as amostras<strong>de</strong> <strong>cimento</strong>s ionoméricos apresentaram um aumento significativo da massa com oarmazenamento em diferentes meios aquosos. Na água pura e KNO3-NAClsatura<strong>do</strong> esse aumento foi significativo no perío<strong>do</strong> entre 24h e 1semana, na soluçãosalina entre 24h a 1 mês e em saliva artificial entre 1 semana a 1 mês. Essesresulta<strong>do</strong>s sugerem a alta afinida<strong>de</strong> que os ionômeros têm pela água. Apesar disto,proprieda<strong>de</strong>s como resistência à compressão não foi afetada pelos perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>armazenagem ou composição da solução.Outro fator que interfere nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ionômeros, conforme visto porAlgera et al. (2006) foi a temperatura <strong>do</strong> ambiente em que ocorre a presa, on<strong>de</strong> acada aumento <strong>de</strong> 10 K, o tempo <strong>de</strong> presa e <strong>de</strong> trabalho diminuíram <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>significante, também influencian<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma diretamente proporcional na resistênciaà compressão.O polimento <strong>de</strong> restaurações <strong>de</strong> ionômero também foi objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Irieet al. (2008) que <strong>de</strong>monstraram que o polimento não <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> após osprocedimentos <strong>de</strong> restauração e presa inicial, e sim adia<strong>do</strong> posteriormente paraprevenir a formação <strong>de</strong> fendas entre a interface <strong>do</strong> material e a cavida<strong>de</strong> Classe I.No entanto, após 1 dia <strong>de</strong> armazenagem, a tensão <strong>de</strong> contração <strong>do</strong> material é


40efetivamente compensa<strong>do</strong> pela expansão <strong>do</strong> material <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a absorção <strong>de</strong> águapelo ionômero. A expansão higroscópica tem um importante papel para reduzir acontração causada pela reação <strong>de</strong> presa <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>, melhoran<strong>do</strong>, portanto, aformação <strong>de</strong> fendas na restauração. Como espera<strong>do</strong>, os <strong>cimento</strong>s apresentaramresistências <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>s e mecânicas maiores quan<strong>do</strong> da presa final comparada com apresa inicial <strong>do</strong> ionômero.Em um estu<strong>do</strong> in vivo comparan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> restaurações classe II <strong>de</strong>resina composta realizada com ou sem forramento <strong>de</strong> CIV, Opdam et al. (2007)verificaram que 89% das restaurações <strong>de</strong> resina composta sem o forramento <strong>de</strong>ionômero apresentavam-se clinicamente aceitáveis com a cárie sen<strong>do</strong> o principalmotivo <strong>de</strong> falha, enquanto nas restaurações com forramento <strong>de</strong> ionômero esseíndice foi <strong>de</strong> 59% e a fratura como principal motivo <strong>de</strong> falha o que põe em dúvida asreais vantagens <strong>de</strong> uma camada elástica abaixo <strong>de</strong> uma restauração <strong>de</strong> resina. Acontração <strong>de</strong> polimerização da resina composta po<strong>de</strong> ser um fator importante nainterface ionômero/resina, pois po<strong>de</strong> levar à formação <strong>de</strong> fendas entre o ionômero ea estrutura <strong>de</strong>ntal. Isso se <strong>de</strong>ve à união entre a resina e o ionômero que faz com quea resina <strong>de</strong>sloque o material abaixo <strong>de</strong>la durante sua contração (Peliz et al., 2005)Avalian<strong>do</strong> a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre <strong>cimento</strong>s convencionais e modifica<strong>do</strong>spor resina à resina composta, intermedia<strong>do</strong>s por um a<strong>de</strong>sivo resinoso, Zanata et al.(1997) observaram que maiores valores <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento foramapresenta<strong>do</strong>s pelos materiais modifica<strong>do</strong>s por resina, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àresistência coesiva superior <strong>de</strong>stes <strong>cimento</strong>s e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à a<strong>de</strong>são química entre oagente a<strong>de</strong>sivo e a fase resinosa não reagida <strong>do</strong> CIVMR. Além disso, compararam ouso ou não <strong>de</strong> condicionamento áci<strong>do</strong> com áci<strong>do</strong> fosfórico previamente ao uso <strong>do</strong>a<strong>de</strong>sivo e observaram que não diferença no uso ou não <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>.


41A co-polimerização po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a fotopolimerização simultânea <strong>de</strong><strong>do</strong>is materiais restaura<strong>do</strong>res fotopolimerizáveis. O procedimento foi inicialmenteutiliza<strong>do</strong> para a<strong>de</strong>rir resina composta ao CIVMR e tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>recentemente para incorporar o CIVMR como um a<strong>de</strong>sivo intermediário entre o CIVconvencional e a resina composta. O procedimento preconiza<strong>do</strong> por Knight et al.(2006) consiste em manipular o CIVMR com o <strong>do</strong>bro da proporção líqui<strong>do</strong>/pórecomenda<strong>do</strong> pelo fabricante, o que cria uma consistência cremosa semelhante a <strong>de</strong>um agente cimentante e em seguida, espalhar com auxílio <strong>de</strong> um micro-aplica<strong>do</strong>rsobre o CIV, antes ou após a presa. Os autores observaram em seu estu<strong>do</strong> que aresistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> foi significativamente menor entre as amostras on<strong>de</strong> ocondicionamento áci<strong>do</strong> e o uso <strong>de</strong> sistema a<strong>de</strong>sivo foram utiliza<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong> a outras amostras on<strong>de</strong> a técnica <strong>de</strong> co-polimerização foi utilizada. Asamostras on<strong>de</strong> foi usa<strong>do</strong> o condicionamento falharam <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>mente enquanto as daco-polimerização falharam coesivamente.Ainda sobre o mesmo tema, Gopikrishna et al. (2009) obtiveram valoressuperiores <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento quan<strong>do</strong> um a<strong>de</strong>sivo à base <strong>de</strong> ionômero eum a<strong>de</strong>sivo auto-condicionante foram utiliza<strong>do</strong>s sobre o CIV após e antes a presainicial <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>, respectivamente. O <strong>de</strong>sempenho superior <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivosionoméricos sobre o CIV após a presa inicial po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> à a<strong>de</strong>são químicaentre a resina composta e o a<strong>de</strong>sivo à base <strong>de</strong> CIVMR, o que po<strong>de</strong> ser o motivo <strong>do</strong>gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> falhas coesivas neste grupo. O uso <strong>de</strong> ‘primers’ autocondicionantesaplica<strong>do</strong>s antes da presa inicial <strong>do</strong> CIV apresentaram valoressuperiores ao uso <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> e a<strong>de</strong>sivo. Provavelmente isto foi observa<strong>do</strong> porque oáci<strong>do</strong> carboxílico presente no “primer” possui potencial <strong>de</strong> união química ao cálcio <strong>do</strong>


42ionômero antes <strong>de</strong> sua presa final. Isso po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> pela presença <strong>de</strong>falhas coesivas no grupo experimental.O ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong>, em cavida<strong>de</strong>s médias e profundas,sobre restaurações <strong>de</strong> amálgama e resina como material <strong>de</strong> proteção pulpar. Entreas várias opções apresentadas pela literatura para promover união entre o <strong>cimento</strong><strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> <strong>vidro</strong> e a resina composta po<strong>de</strong>mos observar que diferentesvariáveis estão envolvidas no processo. A composição <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>, o tempo<strong>de</strong>corri<strong>do</strong> entre a colocação <strong>do</strong> <strong>cimento</strong> e a realização da restauração, bem como atécnica utilizada são importantes fatores. A união <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre o <strong>cimento</strong>convencional e a resina composta apresenta-se menor <strong>do</strong> que entre o <strong>cimento</strong>modifica<strong>do</strong> por resina e a própria resina (Zanata et al., 1997). Observa-se que oarmazenamento em água diminui a resistência <strong>do</strong>s materiais modifica<strong>do</strong>s por resinaao longo <strong>do</strong> tempo, embora haja aumento nos valores neste perío<strong>do</strong>. Desta forma, éindica<strong>do</strong> que nestes casos a união seja feita imediatamente. Os <strong>cimento</strong>sconvencionais também são sensíveis ao armazenamento em água ao longo <strong>do</strong>tempo, embora em menor escala <strong>do</strong> que os resinosos. Desta forma, também éindica<strong>do</strong> que a união seja realizada imediatamente. Além disso, estes protocolosapresentam-se clinicamente impraticáveis <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma novasessão (Knight et al., 2006). O condicionamento com áci<strong>do</strong> fosfórico da superfície eo posterior uso <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivo resinoso não parece aumentar a resistência entre osmateriais (Zanata et al., 1997). Este passo, quan<strong>do</strong> possível po<strong>de</strong> ser evita<strong>do</strong>. O uso<strong>de</strong> sistema a<strong>de</strong>sivo auto-condidionante aumenta a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre osmateriais quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> antes da presa inicial <strong>do</strong> ionômero. A<strong>de</strong>sivos comcomposição semelhante à <strong>de</strong> um ionômero resinoso aplica<strong>do</strong> sobre o <strong>cimento</strong>, apóssua presa inicial, aumenta a resistência <strong>de</strong> união. A técnica <strong>de</strong> co-polimerização


43parece aumentar a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>, além <strong>de</strong> eliminar os diversos passosnecessários para união entre <strong>cimento</strong> e resina quan<strong>do</strong> usan<strong>do</strong> técnica <strong>de</strong>condicionamento áci<strong>do</strong> e sistema a<strong>de</strong>sivo.


445. CONCLUSÕESque:Com base na revisão da literatura proposta por este estu<strong>do</strong> é possível afirmar1. A união <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre o <strong>cimento</strong> modifica<strong>do</strong> por resina e a resina compostaapresenta-se com maiores valores <strong>do</strong> que para o <strong>cimento</strong> convencional;2. Indica-se que união entre <strong>cimento</strong> e resina composta seja realizadaimediatamente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>;3. O uso <strong>de</strong> sistema a<strong>de</strong>sivo auto-condidionante aumenta a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong>entre os materiais quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> antes da presa inicial <strong>do</strong> ionômero;4. A<strong>de</strong>sivos com composição semelhante à <strong>de</strong> um ionômero resinoso aumentama resistência <strong>de</strong> união quan<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s após a presa inicial <strong>do</strong> <strong>cimento</strong>;5. A técnica <strong>de</strong> co-polimerização parece aumentar a resistência <strong>a<strong>de</strong>siva</strong> entre osmateriais.6. O áci<strong>do</strong> não aumenta a resistência <strong>de</strong> união, quan<strong>do</strong> possível <strong>de</strong>ve serevita<strong>do</strong>.


45REFERÊNCIAS*Algera, T.J., et al. The influence of environmental conditions on the materialproperties of setting glass-ionomer cements. Dent Mater, v.22, n.9, p. 852-856,2006.Bonifacio, C.C., et al. Physical-mechanical properties of glass ionomer cementsindicated for atraumatic restorative treatment. Aust Dent J, v.54, n.3, p. 233-237,2009.Bresciani, E., et al. Compressive and diametral tensile strength of glass ionomercements. J Appl Oral Sci, v.12, n.4, p. 344-348, 2004.Cattani-Lorente, M.A., et al. Effect of water on the physical properties of resinmodifiedglass ionomer cements. Dent Mater, v.15, n.1, p. 71-78, 1999.Davidson, C.L. Advances in glass-ionomer cements. J Appl Oral Sci, v.14 Suppl, p.3-9, 2006.Farah, C.S., et al. Shear bond strength of chemical and light-cured glass ionomercements bon<strong>de</strong>d to resin composites. Aust Dent J, v.43, n.2, p. 81-86, 1998.Gopikrishna, V., et al. Shear bond strength evaluation of resin composite bon<strong>de</strong>d toGIC using three different adhesives. Oper Dent, v.34, n.4, p. 467-471, 2009.Guggenberger, R., et al. New trends in glass-ionomer chemistry. Biomaterials, v.19,n.6, p. 479-483, 1998.Irie, M., et al. Class I gap-formation in highly-viscous glass-ionomer restorations:<strong>de</strong>layed vs immediate polishing. Oper Dent, v.33, n.2, p. 196-202, 2008.Kim, Y., et al. Physical properties of resin-modified glass-ionomers. Dent Mater J,v.17, n.1, p. 68-76, 1998.* De acor<strong>do</strong> com a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas(ABNT).


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