a Civilização Brasileira, analisou a diferença entre a primeira e asegunda fases de sua carreira:Por incrível que pareça, através de tantos anos, após tantas lutas,tantas experiências positivas e negativas, tantas revelações e tantostraumas, meus valores essenciais se mantiveram intactos. O que euqueria ser e o que eu queria fazer, continuam sendo o que eu queroser e o que eu quero fazer.(...) E minha visão de mundo apenas seaprofundou pela experiência vivida e pelos ensinamentos bebidos emfontes a que só depois tive acesso. Enfim, voltando àquelas primeirasexperiências, se já não me reconheço na forma, ainda me reconheçode algum modo no conteúdo.Entre 1960 e 1966, Dias Gomes viveu com os recursos advindos dedireitos autorais recebidos pelas adaptações para cinema e algumasapresentações que se salvaram das garras da censura. Os anosestavam cada vez mais duros, sob o governo Costa e Silva e, depois,sob o rigor do AI-5.Em 1960 escreveu A Invasão, peça que, apesar de diferente das anteriorespor sua estrutura e ambiente, continuou na linha de estudo docomportamento do nosso povo, iniciada com O Pagador de Promessas.Focalizava a invasão de um prédio, cuja construção havia sido paralisadahá vários anos, por desabrigados de uma favela cujos barracos haviamsido arrasados em virtude de um forte temporal. Foi encenada pelaprimeira vez no dia 25 de outubro de 1962, no Teatro do Rio, no Riode Janeiro, com direção de Ivan de Albuquerque, cenários e figurinosde Anísio Medeiros, música de Antônio Carlos Jobim, letra de Viníciusde Moraes, que criaram o samba O Morro Não Tem Vez interpretadaao violão por Baden Powel. A proibição da peça‚ pedida por D.HélderCâmara em 1965 foi concedida em 1969; renovada a interdição em 1975,só foi liberada em 1978. Inspirado nessa peça, Dias Gomes escreveu em1971, para a Rede Globo de Televisão a novela Bandeira 2.23Em 1961, escreveu A Revolução dos Beatos, cuja cena se passa noCeará de 1920. Esta peça foi apresentada pela primeira vez no dia 17de Setembro de 1962, no Teatro Brasileiro de Comédia de São Paulo,com direção de Flávio Rangel, cenários de Cyro del Nero, música deCatulo de Paula. Mas foi proibida várias vezes durante o período de64-65, o que deu origem ao comentário de um coronel, ouvido porDias Gomes em uma de suas viagens ao interior da Bahia: Teatro‚coisa que tem que acabar!Em 1962, escreveu O Bem Amado e Os Mistérios do Amor e da Morte,a pedido do TBC. Ao ler o primeiro ato recém escrito, Flávio Rangel
não se entusiasmou. Mesmo assim Dias Gomes terminou de escrevêlae engavetou-a até 1963, quando foi publicada na Revista Cláudia,da Editora Abril, na edição de Natal. Foi encenada pela primeira vezem 30 de Abril de 1969, pelo Teatro de Amadores de Pernambuco, noTeatro Santa Isabel de Recife (PE), com direção e cenários de Alfredode Oliveira. A encenação seguinte estreou em Brasília, na Sala MartinsPena do Teatro Nacional, numa première no dia 11 de Março de 1970,seguindo para o Rio de Janeiro, onde estreou no dia 18, no TeatroGláucio Gill (ex-Teatro da Praça), com produção de Orlando Miranda edireção e cenários de Gianni Ratto, tendo Procópio Ferreira e Iracemade Alencar nos principais papéis. Foi adaptada para telenovela em1972 e para seriado em 1979. Em 7 de setembro de 2007, estreou OBem Amado no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, no Rio deJaneiro, com Marco Nanini como Odorico, direção de Enrique Diaz,adaptação de Guel Arraes e Cláudio Paiva. O Bem Amado recebeuvárias propostas para cinema, mas só em fevereiro de 2009 começaramentão as filmagens no estado de Alagoas, com direção de Guel Arraes.24Em 1963, deveria estrear O Berço do Herói, no dia 22 de julho de1965 no teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, sob a direção deAntônio Abujamra, cenários e figurinos de Anísio Medeiros e músicade Edu Lobo. Foi, no entanto, interditada pelo próprio Secretário deSegurança do governador Carlos Lacerda. As circunstâncias em quea interdição ocorreu foram totalmente absurdas, inexplicáveis. Ederam margem a uma recriação feita pelo próprio Dias Gomes de umdiálogo do qual, por incrível que pareça, nem Kafka, nem Ionescoparticiparam, mas sim o autor, o Superintendente da Polícia Judiciária,Sr. Sales Guerra, e o Chefe da Censura Estadual, Sr. Asdrúbal Sodré Jr.:- A peça está proibida.- Mas o texto não foi aprovado pela Censura?- Foi.- Por que então a proibição?- Porque o texto sofreu alterações durante os ensaios.- Mas isto é comum.- Mas não pode. Não está de acordo com o texto aprovado.- Podemos levar então o texto aprovado?- Não.- Por quê?- Porque fizeram alterações no texto aprovado.- Suprimimos as alterações. Levamos o original, sem mudar umavírgula. Podemos?- Não.
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