PRÊMIO SEBRAEPREFEITOEMPREENDEDORMARIO COVASLições <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismoA pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que me<strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong>empreen<strong>de</strong>dorismo mundial, divulga<strong>da</strong> em março <strong>de</strong>ste ano, mostra que em 2007o Brasil ficou na nona colocação no mundo, entre os países com maior número <strong>de</strong>pessoas que abrem negócios. São cerca <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores que estãoem fase <strong>de</strong> implantação do negócio ou que já o mantêm por até 42 meses.Veja a seguir algumas consi<strong>de</strong>rações do prefeito Eduardo Cury sobre o tema.• O empreen<strong>de</strong>dorismo será no futuro “um valor básico na formação <strong>de</strong> qualquercriança”.• A educação e a pequena empresa “<strong>de</strong>vem caminhar juntas”.• Investir em tecnologia leva “à in<strong>de</strong>pendência e à garantia <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>futura”.• A alta carga tributária nos municípios “dificulta a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> pequena empresa”.• O medo <strong>de</strong> um prefeito empreen<strong>de</strong>dor “são as políticas assistencialistas baratasantiempreen<strong>de</strong>dorismo”.Luludi/LuzFotos: Andrei Bonamin/LuzO fotógrafo acredita que a leiestá incentivando a formalização<strong>de</strong> empresas: “A prefeituraincentiva a área <strong>de</strong> serviços <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e traz para a formali<strong>da</strong><strong>de</strong>prestadores que anteriormentetrabalhavam <strong>de</strong> maneira informal.Sem essa lei, meu negócioestaria inviabilizado, pois to<strong>da</strong>sas gran<strong>de</strong>s empresas exigem notafiscal <strong>de</strong> seus fornecedores”.Crédito mais fácil – Se a burocraciaimpe<strong>de</strong> o avanço <strong>dos</strong> empreen<strong>de</strong>dores,a falta <strong>de</strong> créditolimita suas ações. Uma pesquisa<strong>da</strong> Economist Intelligence Unitmostra que o Brasil é um <strong>dos</strong>piores países <strong>da</strong> América Latinaem ambiente <strong>de</strong> negócios, noque se refere ao microcrédito.Num ranking <strong>de</strong> 15 países latino-americanosanalisa<strong>dos</strong> pelainstituição britânica, o Brasilficou com o 12º lugar, atrás <strong>de</strong>Bolívia, Peru e Equador.Em São José, essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>começa a mu<strong>da</strong>r. A ação São JoséInvestindo no Empreen<strong>de</strong>dortem como base o programa Bancodo Empreen<strong>de</strong>dor Joseense(BEJ), que conce<strong>de</strong> empréstimos<strong>de</strong> até R$ 10 mil a empresáriosformais ou informais do município.Aberto em 1998, em julho<strong>de</strong> 2003 o banco foi reconhecidocomo organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>civil <strong>de</strong> interesse público(Oscip). Além <strong>da</strong> concessão<strong>de</strong> crédito, o BEJ, em parceriacom outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como o<strong>Sebrae</strong>-SP, oferece cursos <strong>de</strong> capacitaçãoaos empreen<strong>de</strong>dores.A instituição já aten<strong>de</strong>u mais<strong>de</strong> 1.380 empreen<strong>de</strong>dores, tendoemprestado R$ 9,2 milhões,gerando ou mantendo mais <strong>de</strong> 9mil postos <strong>de</strong> trabalho.O fotógrafo Marcelo Magano: beneficiado porleis municipais, agora emite nota fiscal
PRÊMIO SEBRAEPREFEITOEMPREENDEDORMARIO COVASUma <strong>da</strong>s beneficia<strong>da</strong>s foi aempresária Adriana Hammel:“Quando você abre uma pequenaempresa, não tem credibili<strong>da</strong><strong>de</strong>no mercado. Você é umzé-ninguém quando entra nobanco. Mas, ao mesmo tempo, oseu cliente quer parcelar a compraem duas ou três vezes. Se eunão tivesse o apoio do BEJ, nãoteria sobrevivido até agora”.Adriana abriu, em 2003, aHammel Computer. Ven<strong>de</strong> computadorese periféricos, além<strong>de</strong> prestar serviços. “Hoje euemprego quatro pessoas, e a prefeiturasó tem a ganhar aju<strong>da</strong>ndoa pequena empresa a gerarempregos. É preciso investir nasocie<strong>da</strong><strong>de</strong> e confiar em quem trabalhahonestamente”, afirma.Na era digital – Enquanto Adrianaven<strong>de</strong> tecnologia, AntonioOliveira Lins está se apropriando<strong>de</strong>la, aos 69 anos. Ex-funcionário<strong>da</strong> Volkswagen, on<strong>de</strong>trabalhou por 28 anos, Lins seaposentou e agora quer realizarum sonho: ter uma pousa<strong>da</strong>. Osprimeiros passos já foram <strong>da</strong><strong>dos</strong>.Terminou o curso <strong>de</strong> hotelariae entrou no programa MundoDigital, <strong>da</strong> prefeitura.“O curso foi sensacional.Comprei um computador e estouconectado ao mundo virtual.Antes eu não queria saber <strong>de</strong>informática”, diz. Em um ano<strong>de</strong> funcionamento do projetoMundo Digital, cerca <strong>de</strong> 5 milpessoas foram certifica<strong>da</strong>s.O programa faz parte <strong>da</strong> açãoSão José <strong>dos</strong> Futuros Empreen<strong>de</strong>dores,que também promovea Feira do Jovem Empreen<strong>de</strong>dor,para divulgar os cursos <strong>de</strong>empreen<strong>de</strong>dorismo ofereci<strong>dos</strong>na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino municipal,além <strong>de</strong> estimular o talento ea criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> alunos, pormeio <strong>da</strong> elaboração do plano <strong>de</strong>negócios. Na edição <strong>de</strong> 2005, afeira expôs 76 projetos e atraiumais <strong>de</strong> 90 mil visitantes. Em2007, foram 37 escolas expositorase 80 projetos apresenta<strong>dos</strong> aum público <strong>de</strong> 122 mil pessoas.A empresária Adriana Hammel: “Sem o Bancodo Empreen<strong>de</strong>dor, eu não teria sobrevivido”Incentivos tributários – O prefeitoCury também reduziu acarga tributária. Criou a SãoJosé Competitiva, com reduçãodo ISS, do IPTU e <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> licençapara localizaçãoe fiscalização <strong>de</strong>funcionamento. Noperíodo <strong>de</strong> 2005 a2007, beneficiaramse2.022 empresas.Implantou o Sistema<strong>de</strong> Incentivo àCompetitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,que prevê <strong>de</strong>scontono pagamento <strong>de</strong>débitos inscritos emdívi<strong>da</strong> ativa (Pague Fácil).Tambémincentiva a capacitação <strong>de</strong>recursos humanos e a formação<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores, ao conce<strong>de</strong>rbenefícios fiscais às empresasque oferecem cursos <strong>de</strong> qualificaçãoaos funcionários. Alémdisso, reduziu alíquotas parasetores competitivos.Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>u seqüênciaao programa São JoséUniversitária, <strong>da</strong> gestão anterior,com a atração <strong>de</strong> cursos gratuitos<strong>da</strong> Unifesp e <strong>da</strong> Fatec e <strong>de</strong> educaçãoa distância, além <strong>de</strong> bolsas<strong>de</strong> estudo para os alunos <strong>da</strong> re<strong>de</strong>pública atingirem a graduaçãosuperior. O prefeito tambémapoiou o setor <strong>de</strong> tecnologia,uma <strong>da</strong>s vocações do município.Com a São José Tecnológica,Eduardo Cury e uma série <strong>de</strong>parceiros, entre os quais o <strong>Sebrae</strong>-SP,participaram <strong>da</strong> criaçãodo Parque Tecnológico, <strong>dos</strong>centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>tecnologia, <strong>da</strong>s incubadoras <strong>de</strong>empresas e do Arranjo ProdutivoLocal do setor aeroespacial.Por Beth MatiasAntonio Oliveira Lins: “<strong>de</strong>scobriu”a informática e agora prepara-separa abrir uma pousa<strong>da</strong>