13.07.2015 Views

Charge e ideologia: A emergncia da polmica entre Isl e Ocidente no ...

Charge e ideologia: A emergncia da polmica entre Isl e Ocidente no ...

Charge e ideologia: A emergncia da polmica entre Isl e Ocidente no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

de Bakhtin <strong>no</strong> campo <strong>da</strong> AD 3 . A partir desse momento, a heterogenei<strong>da</strong>de será concebi<strong>da</strong>como interdiscurso, que se tornará o primado <strong>da</strong> teoria francesa.A análise do discurso francófo<strong>no</strong> fez frequentemente do primado dointerdiscurso sobre o discurso uma de suas teses principais. [...] especialmenteem Pêcheux, a formação discursiva não pode produzir o ‘assujeitamento’ideológico do sujeito do discurso a não ser na medi<strong>da</strong> em que ca<strong>da</strong> formaçãodiscursiva está de fato domina<strong>da</strong> pelo interdiscurso – o conjunto estruturado deformações discursivas – em que se constituem os objetos que o sujeito assume<strong>no</strong> fio do discurso. (CHARAUDEAU; MAIGUENEAU, 2004, p. 287).Para Maingueneau (2005), o interdiscurso é local de contanto <strong>entre</strong> camposdiscursivos diferentes, assim, um discurso sempre estará se remetendo a outro discurso. Oautor entende o campo discursivo como um conjunto de Formações Discursivas que seencontram em concorrência. É, portanto, na perspectiva <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de que os estudos<strong>da</strong> Análise do Discurso se consoli<strong>da</strong>rão.Os trabalhos propõem, agora, o primado <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de tanto comocategoria conceitual quanto em relação ao corpus: tomando a formaçãodiscursiva <strong>no</strong> interior <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de, ela deixa de referir-se a um exteriorideológico e passa a ser busca<strong>da</strong> na dispersão dos lugares enunciativos dosujeito. (GREGOLIN, 2004, p. 155).As relações <strong>entre</strong> Formações Discursivas, segundo Maingueneau (2005) podem se<strong>da</strong>r de duas formas: contratuais ou polêmicas. Quando essas FDs são antagônicas, a suaconvivência tenderá a se tornar difícil, pois para que uma se reafirme, será necessário quea outra seja diminuí<strong>da</strong> ou renega<strong>da</strong>. Se instaurando, por conseguinte, o conflito <strong>no</strong> discursoe na sua verbalização. Mas esse confronto não nasce do acaso, ele se dá nas formaçõessociais, conforme, observaremos na charge do Jyllands-Posten.A polêmica discursiva <strong>entre</strong> o <strong>Isl</strong>ã e <strong>Ocidente</strong> é premente, porque ela já seencontrava ancora<strong>da</strong> na história. “Os conflitos e acordos são sociais. Só se pode, pois, falar3 Bakhtin é o pioneiro na descoberta <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de. Para ele, o discurso não é mo<strong>no</strong>lógico, pois o“outro” sempre está presente <strong>no</strong> enunciado do sujeito, tornando, assim, o discurso complexo e heterogêneo.6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!