Charge e ideologia: A emergncia da polmica entre Isl e Ocidente no ...

As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre ‘a nação’, sentidos com osquais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estãocontidos nas estórias estão nas estórias que são contadas sobre a nação,memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela sãoconstruídas. (HALL, 2005, p. 51).Dentro desse quadro, proliferou-se, também, um grande número de grupos paramilitaresque na formação discursiva ocidental são denominados de terroristas. Dessaforma, a situação no Oriente Médio e na região do Golfo Pérsico agravou-se,consideravelmente, nos últimos anos, gerando inúmeros conflitos, culminando com osatentados de 11 de setembro de 2001 e à guerra dos EUA contra o Iraque em 2003.O islamismo vem ocupando, de acordo com alguns historiadores, a lacuna deixadapelo comunismo como o antagonista dos valores ocidentais. O Islã seria assim o “Outro”,no sentido de opositor, do Ocidente, especialmente, o dos americanos.A percepção do Islã político como uma ameaça surge nos anos 1980. Contudo,o mito do “Perigo Verde” materializa-se com o fim da Guerra Fria e é resultadoda confluência de uma variedade de interesses e de percepções. O sistema dedefesa e a ideologia que tinham sustentado o Ocidente durante a Guerra Friadesapareceram abruptamente. Era necessário encontrar rapidamente um novoprincípio organizativo para dar sentido e um objetivo ao aparelho de defesaamericano. (PINTO, 2003, p. 257).Em 2005 o Jyllands-Posten soube da dificuldade de um escritor 4 em ilustrar seulivro com a imagem de Maomé. Assim, resolveu convidar alguns chargistas para queenviassem desenhos ao jornal com a representação do profeta, após o recebimento, operiódico escolheu doze charges que foram publicadas. A reação às charges foiintensamente noticiada pela mídia em todo o mundo. Houve, de acordo com a Imprensa,4 O jornal não divulgou o nome e a nacionalidade do escritor.8