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a origem do crime organizado no brasil: conceito e aspectos históricos

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[...] o maior traficante <strong>brasil</strong>eiro está a um passo de reunir negócio em tor<strong>no</strong>de uma entidade que ele chama de Federação. Os alia<strong>do</strong>s Coman<strong>do</strong>Vermelho, PCC e Coman<strong>do</strong> Vermelho Jovem eliminaram, na rebelião deBangu Um, o principal líder adversário, Ernal<strong>do</strong> Pinto de Medeiros, o Uê. [...]Em seguida, o traficante Celsinho da Vila Vintém, chefe da ADA (Amigos<strong>do</strong>s Amigos, como na Máfia Siciliana Amici dei tutti Amici), se rendeu. [...]De outro la<strong>do</strong>, em São Paulo, o PCC ataca e destrói parte da Seita Satânicae <strong>do</strong> CDL, organizações ativas dentro e fora das cadeias paulistas. Oshomens <strong>do</strong> PCC já eliminaram a maioria <strong>do</strong>s chefes desses grupos,assassina<strong>do</strong>s em revoltas carcerárias. Na rua, o méto<strong>do</strong> é o de chacinar osadversários em bares e pontos-de-venda de drogas na periferia,principalmente na zona sul da capital paulista. [...] A Federação estendesuas garras por quase to<strong>do</strong> o país. (AMORIM, 2004, p.33)Embora existam em território <strong>brasil</strong>eiro várias outras organizaçõescrimi<strong>no</strong>sas, nenhuma destas possui a amplitude e magnitude <strong>do</strong> Coman<strong>do</strong>Vermelho. Após tantos a<strong>no</strong>s, os “vermelhos” continuam <strong>no</strong> topo <strong>do</strong> poder, são umexemplo a ser segui<strong>do</strong> por tantas outras facções, ten<strong>do</strong> inclusive inspira<strong>do</strong> osurgimento de algumas, como o PCC, que passamos analisar <strong>no</strong> tópico seguinte.4 PCC – PRIMEIRO COMANDO DA CAPITALComo foi dito <strong>no</strong> item anterior, o Coman<strong>do</strong> Vermelho serviu de exemplo ebase para a constituição de outras facções crimi<strong>no</strong>sas. Estas, observan<strong>do</strong> toda atrajetória <strong>do</strong>s “vermelhos”, criam “leis” de conduta e estrutura interna semelhantes àa<strong>do</strong>tada por aqueles. Os elementos em comum entre a formação de uma e outrafacção serão apresenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> decorrer da apresentação <strong>do</strong>s fatos.Um <strong>do</strong>s primeiros pontos em comum que se pode detectar na formaçãodas duas quadrilhas é a inércia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Assim como <strong>no</strong> caso <strong>do</strong> Coman<strong>do</strong>Vermelho, pessoas ligadas ao sistema penal paulista elaboraram, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1993,relatórios que informavam sobre a existência e formação <strong>do</strong> PCC.Em 1995, uma repórter da Band alerta para a existência <strong>do</strong> “Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>Crime” em rede nacional. Já em 1996, circulava <strong>no</strong> interior <strong>do</strong>s presídios paulista<strong>no</strong>so “estatuto” <strong>do</strong> Primeiro Coman<strong>do</strong> da Capital. Apesar de to<strong>do</strong>s estes fatos e deprovas inequívocas da existência da organização crimi<strong>no</strong>sa, o gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> deSão Paulo permanece inerte, o que permitiu o florescimento desta sem maiorescontratempos.

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