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a origem do crime organizado no brasil: conceito e aspectos históricos

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conseguem a adesão da massa carcerária contra o sistema presidiário ao expor aquestão da solidariedade entre eles. Estabelecem ainda regras de conduta a seremaceitas por to<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> puni<strong>do</strong>s com morte eventuais desvios de conduta.O momento culminante, em que a sociedade toma conhecimento daexistência da organização paulista, se dá durante a rebelião <strong>do</strong>s presidiários, <strong>no</strong> dia18 de fevereiro de 2001. Todavia, não foi uma rebelião qualquer. Os dirigentes <strong>do</strong>parti<strong>do</strong> conseguiram algo, até então, inimaginável: mobilizaram a massa carcerária<strong>do</strong>s maiores presídios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.Aludi<strong>do</strong> movimento deixou as autoridades públicas de segurança empânico, pois jamais haviam visto uma articulação de tamanha grandiosidade, umavez que as rebeliões nas unidades presidiárias sempre se concentravam em umúnico presídio. Ainda havia um detalhe aterra<strong>do</strong>r, tanto para as autoridades comopara a sociedade: a rebelião, que se iniciou <strong>no</strong> Carandiru, ocorreu justamente <strong>no</strong> diae <strong>no</strong> momento em que ocorria a visita <strong>do</strong>s familiares aos presos. Muitas vidasestavam em questão, qualquer atitude que o Esta<strong>do</strong> fosse tomar deveria ser muitobem pensada e articulada, pois uma ação desastrosa significaria a perda de muitasvidas, entre elas muitas crianças.A rebelião foi toda organizada de dentro <strong>do</strong>s presídios, através deaparelhos celulares, entre outros artifícios. A entrada desses aparelhos telefônicosdentro das instituições ocorreu, sem sombras de dúvida, com o auxílio de guardas,os responsáveis pela vistoria de to<strong>do</strong>s aqueles que entram e saem <strong>do</strong> presídio.Sobre a organização <strong>do</strong> motim, <strong>no</strong>s esclarece Amorim:Durante a <strong>no</strong>ite de sába<strong>do</strong> e a madrugada de <strong>do</strong>mingo, os líderes <strong>do</strong>Primeiro Coman<strong>do</strong> da Capital (PCC), espalha<strong>do</strong>s por presídios em quaseto<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> de São Paulo, decretam a revolta. A principal arma <strong>do</strong>srevoltosos é o telefone celular, introduzi<strong>do</strong> nas celas com a conivência <strong>do</strong>sguardas. [...] Eles passam oras falan<strong>do</strong> <strong>no</strong>s peque<strong>no</strong>s aparelhos telefônicos.Não foram detecta<strong>do</strong>s. Mas foram atendi<strong>do</strong>s pela metade de to<strong>do</strong>s os 60 milencarcera<strong>do</strong>s. A ordem [...] é muito simples: quan<strong>do</strong> as visitas estiveremdentro <strong>do</strong>s muros, <strong>no</strong> <strong>do</strong>mingo, dia quase sagra<strong>do</strong> de receber os familiares,as crianças, amigos, começa o levante. (AMORIM, 2004, p. 385)A principal motivação para o levante era o retor<strong>no</strong> <strong>do</strong>s chefões <strong>do</strong> PCCque haviam si<strong>do</strong> transferi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dias antes para presídios localiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> interior.As autoridades passaram, aproximadamente, onze horas negocian<strong>do</strong> as condiçõese o fim para o motim. A transferência <strong>do</strong>s líderes foi a única coisa que não foi

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