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A origem são­tomense, a amizade, a paixão pela literatura, e visões domundo singulares aproximam estas duas mulheres extraordinárias (fotojuntas). De lugares diferentes de enunciação, uma escrevendo inspiradostextos poéticos, outra, densos textos de crítica literária ambas pertencem àmesma linhagem, a da moderna literatura são­tomense.Conceição Lima [inscreveu o seu nome] como uma das vozes <strong>mais</strong> originaisda poesia africana de língua portuguesa, diz Inocência Mata que, ao viajarcomo crítica literária pelos textos da literatura africana, se converteu numadas <strong>mais</strong> apaixonadas críticas das literaturas africanas de língua portuguesa,produzindo teoria e conhecimento ao mesmo tempo em que é uma vozacutilante sobre os processos políticos são­tomense e angolano. Ojornalismo também faz parte da sua história de vida aos microfones da RDPÁfrica em Lisboa assim como faz parte da história de vida de ConceiçãoLima, jornalista, locutora e produtora da BBC em Londres, com programasproduzidos em dezenas de países além de correspondente estrangeira devárias agências noticiosas. Do seu trabalho contam dezenas de entrevistas aescritores como Alda Espírito Santo, Mia Couto, Paulina Chiziane, Pepetela eSaramago, artistas e políticos. (fotos) Foi a última jornalista a entrevistar ofalecido Jonas Savimbi, líder da Unita.Inocência Mata e Conceição Lima são oriundas de S. Tomé e Príncipe,pequeno estado insular, situado no Atlântico, o oceano que Gilroyenegreceu. Os são­tomenses são atores e protagonistas dos modernosfenômenos da globalização. Nas rotas da ignóbil saga do tráfico negreiro edo trabalho forçado, a comercialização do sangue, da religião e da cultura,desenvolveram um processo de interação, confronto e diálogo entre asculturas africanas e a cultura colonial portuguesa que, atravessadas porrelações desiguais de poder e dominação, potenciaram um processo deabertura a uma outra realidade transatlântica ligada à emigração e aotrabalho da qual Inocência Mata e Conceição Lima hoje fazem parte, adiáspora são­tomense.Tal como o esboço identitário da poesia de Conceição Lima, que o olharpoético projeta nas “linhas inacabadas” da Casa, fragmentos contraditóriosdão conta de identidades culturais constantemente em renegociação noespaço são­tomense construindo­se a partir daquilo que para Inocência Mataé o exemplum de um encontro reiterado de várias diásporas e fluxosmigratórios recentes (Mata 2005:148), um dos lugares da pós­modernidade ede muitos outros pós, nas quais se cruzam a original voz poética deConceição Lima e o trabalho crítico de Inocência Mata, como já foi dito, numencontro afetivo, intelectual e político.

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