Informativo CHICO DA BOTICA- Ano 4 Edição 0<strong>27</strong>- <strong>15</strong> Set. <strong>2008</strong>oja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas MaçônicasContinuação: NICOLA ASLAN - UMA VIDA DEDICADA ....Página 4Recebeu vários títulos, medalhas e diplomas de M<strong>em</strong>broHonorário de várias Lojas ao longo de sua vida maçônica.Participou, <strong>em</strong> 1973, da fundação <strong>do</strong> Grande OrienteIndependente <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> de Janeiro (GOIRJ), jurisdiciona<strong>do</strong> àConfederação Maçônica <strong>do</strong> Brasil (COMAB), Potênciasurgida de uma cisão no GOB <strong>em</strong> conseqüência de desentendimentosna eleição para o Grão-Mestra<strong>do</strong> naqueleano.Em 1974, mu<strong>do</strong>u-se para a cidade de Cabo Frio (RJ),onde continuou a trabalhar intensamente <strong>em</strong> suas obrasmaçônicas, concluin<strong>do</strong> várias delas.Em 1977, fun<strong>do</strong>u nessa mesma cidade a Loja“REGENERAÇÃO E ORDEM” jurisdicionada ao GOIRJ(COMAB).Constituiu <strong>em</strong> sua casa uma biblioteca maçônica damais respeitáveis e importantes <strong>do</strong> Brasil, com livros raros,<strong>em</strong> outros idiomas como o inglês, o francês, o italianoe o espanhol, onde estu<strong>do</strong>u, pesquisou e escreveunum trabalho intelectual <strong>do</strong>s mais vigorosos.Em 21 de março de 1972 aju<strong>do</strong>u a fundar a Acad<strong>em</strong>iaBrasileira Maçônica de Letras, onde ocupou a cadeira nº6, que t<strong>em</strong> como patrono Joaquim Gonçalves Le<strong>do</strong>, o paida Independência Brasileira, e de qu<strong>em</strong> escreveu umaextensa e notável biografia, editada <strong>em</strong> <strong>do</strong>is volumes pelaEditora Maçônica. Também pela Editora Maçônica publicou“Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros,onde apresenta os da<strong>do</strong>s biográficos de 66 grandespersonalidades da Maçonaria Brasileira. A sua culturamaçônica é, para os padrões brasileiros, extraordinária,sobressain<strong>do</strong> no terreno da história, da filosofia, simbologia,da ritualística, da jurisprudência e da ética maçônica.Em set<strong>em</strong>bro de 1973 teve publica<strong>do</strong> na Revista EclesiásticaBrasileira o seu trabalho intitula<strong>do</strong> “O Enigma daGênese da Maçonaria Especulativa”, trabalho este republica<strong>do</strong>nas paginas 24 à 53 <strong>do</strong> Primeiro Volume <strong>do</strong>s “Anais <strong>do</strong> 1º Congresso Internacional de História e Geografia”com o titulo de “Formação Histórica da Maçonaria”,onde Nicola Aslan nos r<strong>em</strong>ete às nebulosas origensda Grande Loja de Londres, analisan<strong>do</strong> o papel socialdas tabernas na época e a importância <strong>do</strong>s clubes navida <strong>do</strong>s ingleses, descreven<strong>do</strong> a organização especulativa<strong>do</strong>s Maçons Aceitos e a fundação da primeira GrandeLoja <strong>em</strong> 1717. Na Convenção Nacional <strong>do</strong> GOB, <strong>em</strong>1965, apresentou a tese: “Nossa posição <strong>em</strong> face <strong>do</strong>Concílio Vaticano II”. No S<strong>em</strong>inário de Mestres Maçons<strong>do</strong> GOB, <strong>em</strong> 1971, apresentou a tese “Evolução Históricae Missão da Maçonaria”, publicada no Relatório da AMLde 1972-1973. Publicou numerosos trabalhos inéditos <strong>em</strong>revistas e jornais maçônicos de to<strong>do</strong> o país.Através de pro<strong>em</strong>inentes amigos da Igreja CatólicaRomana, promoveu pessoalmente um maior esclarecimentosobre os fundamentos e a orig<strong>em</strong> da Maçonaria,visan<strong>do</strong> a suspensão <strong>do</strong> interdito que pesa sobre esta,assunto que conhecia como ninguém.Brasileiro por afeição, pela constituição familiar e pelosserviços presta<strong>do</strong>s à nossa Maçonaria e às letras pátriasdurante <strong>do</strong>is terços de sua existência, Nicola Aslan tevesobre nós a vantag<strong>em</strong> da perspectiva, da pessoa que veiode fora e enxerga muito mais <strong>do</strong> que o comum <strong>do</strong>s brasileiros,priva<strong>do</strong>s de uma observação imparcial pelas tradiçõese os hábitos <strong>em</strong> relação aos fatos <strong>do</strong>mésticos. Sen<strong>do</strong> umcidadão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> t<strong>em</strong> a superioridade de perceber tu<strong>do</strong>dentro de um contexto universal e não particular, quer not<strong>em</strong>po, quer no espaço. A vida lhe deu corag<strong>em</strong>, seriedadee tenacidade; a educação lhe deu a espiritualidade e a universalidade;a profissão lhe deu a honestidade e a meticulosidadee a vocação literária maçônica lhe deu o amor àsexcelsitudes espirituais próprias da maçonaria. Seu feitiopessoal leva-o tanto a ser sereno na meditação assim comoarrebata<strong>do</strong> na defesa <strong>do</strong>s seus pontos de vista. T<strong>em</strong>pera<strong>do</strong>com a luta e os contrat<strong>em</strong>pos próprios de sua vida naTurquia, adquiriu uma forte personalidade. Foi um pensa<strong>do</strong>rque deu sua mensag<strong>em</strong>, fruto de seus estu<strong>do</strong>s, pesquisase convicções pessoais, das quais nós pod<strong>em</strong>os discordar,<strong>em</strong>bora fique s<strong>em</strong>pre conosco o dil<strong>em</strong>a irr<strong>em</strong>ediávelde que isto acontece <strong>em</strong> função de um melhor discernimentonosso, ou quiçá maior ignorância. É um filósofo, ouseja, amante da sabe<strong>do</strong>ria, título no melhor senti<strong>do</strong> da palavra,que só os grandes pensa<strong>do</strong>res gregos receberam daposteridade.Faleceu <strong>em</strong> 2 de maio de 1980, aos 74 anos incompletos,no exercício <strong>do</strong> veneralato dessa Loja que fun<strong>do</strong>u.Por solicitação <strong>do</strong>s maçons <strong>do</strong> Oriente de Cabo Frio, aCâmara Municipal da Cidade aprovou a consignação <strong>do</strong>seu nome a uma importante rua <strong>em</strong> um <strong>do</strong>s bairros maisvaloriza<strong>do</strong>s da cidade, rua esta situada ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> prédioda Prefeitura local.A revista maçônica “A Trolha” estampou sua efígie nacapa de sua edição de set<strong>em</strong>bro de 2006, com<strong>em</strong>oran<strong>do</strong> oCentenário de seu Nascimento, e publicou na mesma revista,às páginas 22 e 23, artigo sobre Nicola Aslan, de autoriade seu filho, o Irmão Ítalo Aslan, ilustra<strong>do</strong> com fotografias.Também, para que não passasse desapercebi<strong>do</strong> o registrodesse centenário, alguns admira<strong>do</strong>res da obra <strong>do</strong>autor resolveram fazer uso de um serviço disponível nosCorreios que permite a impressão, sob encomenda, de seloscom<strong>em</strong>orativos, os quais poderão ser utiliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong>postagens normais ou simplesmente guarda<strong>do</strong>s como l<strong>em</strong>brança.Neste caso, uma l<strong>em</strong>brança <strong>do</strong> centenário de nascimentode um importante escritor, pesquisa<strong>do</strong>r e estudiosoda Arte Real e que muito contribuiu, juntamente com outrosmaçonólogos brasileiros, para o desenvolvimento <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>e <strong>do</strong> conhecimento da Maçonaria <strong>em</strong> nossa Pátria.Obras PublicadasSegue-se abaixo a relação de suas obrasque vieram a público, <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> cronológicade edição:
Informativo CHICO DA BOTICA- Ano 4 Edição 0<strong>27</strong> - <strong>15</strong> Set. <strong>2008</strong>Continuação: NICOLA ASLAN - UMA VIDA DEDICADA ....oja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas MaçônicasA QUINTESSÊNCIAIr ∴ Luis Reinal<strong>do</strong> Sciena*Página 5História da Maçonaria, Cronologia, Documentos (Ensaio)(1959); Editora Espiritualista Ltda. Rua Frei Caneca,19 – <strong>Rio</strong>1959Estu<strong>do</strong>s Maçônicos sobre Simbolismo (1969); Edições NicolaAslan Ltda. Cabo Frio, RJPequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros (1973);Editora Maçônica – <strong>Rio</strong> de Janeiro – GB.O Enigma da Gênese da Maçonaria Especulativa (estu<strong>do</strong> publica<strong>do</strong>pela Revista Eclesiástica Brasileira) (1973); e republica<strong>do</strong><strong>em</strong> “Formação Histórica da Maçonaria” 1º Volume – págs. 24 à53. (Anais <strong>do</strong> 1º Congresso Internacional de História e Geografia)<strong>Rio</strong> de Janeiro – 19 a 21 de março de 1981.Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia (4vol.) (1974/1976); Editora Artenova S. A. – <strong>Rio</strong> de Janeiro – GB.Biografia de Joaquim Gonçalves Le<strong>do</strong> (Subsídios) (2 vol.)(1973); Editora Maçônica – <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ.Comentários ao Ritual <strong>do</strong> Aprendiz-Maçom (1977); Editora Maçônica– <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ - 1977O Livro <strong>do</strong> Cavaleiro Rosa-Cruz (1977) Editora Artenova S.A. –São Cristóvão- <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ.Instruções para Loja de Perfeição (o Grau 4º); Editora Maçonica– <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ – 1979.Instruções para Loja de Perfeição (Graus 5º ao 14º); EditoraMaçônica – <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ – 1980.Instruções para Capítulos (Graus <strong>15</strong>º ao 18º); Editora Maçônica– <strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ - 1984.Instruções para Conselhos de Ka<strong>do</strong>sh (Graus 19º ao 30º); EditoraMaçônica – <strong>Rio</strong> de Janeiro – R J – 1984 .Uma Radioscopia da Maçonaria (1979);Edições Nicola Aslan Ltda. Cabo Frio – Est. Do <strong>Rio</strong> – 1979.A Maçonaria Operativa (1979); Gráfica Editora Aurora Ltda. –<strong>Rio</strong> de Janeiro – RJ -História Geral da Maçonaria – Perío<strong>do</strong> Operativo (1979);Gráfica Editora Aurora Ltda. – <strong>Rio</strong> de Janeiro – R J.História Geral da Maçonaria (Fastos da Maçonaria Brasileira)(1979); Gráfica Editora Aurora Ltda. <strong>Rio</strong> de Janeiro – R J .Landmarques e outros probl<strong>em</strong>as Maçônicos; Gráfica EditoraAurora Limitada – <strong>Rio</strong> de Janeiro, R J – 1979.Nicola Aslan escreveu e publicou ainda vários artigos <strong>em</strong> revistase boletins maçônicos, entre os quais destacam-se:Boletim <strong>do</strong>s Corpos Filosóficos da Maçonaria Escocesa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>do</strong> <strong>Rio</strong> de Janeiro;Boletim da Águia Branca e Negra;Boletim <strong>do</strong> Supr<strong>em</strong>o Conselho para o Rito Escocês Antigo eAceito <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> de Janeiro.BIBLIOGRAFIA CONSULTADA-Da<strong>do</strong>s sobre Nicola Aslan envia<strong>do</strong>s pelo Irmão Ítalo Aslan, filho <strong>do</strong>biografa<strong>do</strong>.-Os Maçons: Vida e Obra – Morivalde Calvet Fagundes – EditoraAurora – 1991. páginas 117 à 124.- Revista “ A Trolha” Nº 239, de set<strong>em</strong>bro de 2006 – págs. 22 e 23.- Da<strong>do</strong>s esparsos ao longo de to<strong>do</strong>s seus livros publica<strong>do</strong>s.- Atlas Geográfico Melhoramentos – Pe. Geral<strong>do</strong> José Pauwels-- Edições Melhoramentos- 36ª Edição.* João Fernan<strong>do</strong> Moreira - M<strong>em</strong>bro Correspondente da"Chico da Botica" - M<strong>em</strong>bro Efetivo da Acad<strong>em</strong>ia Maçônicade Letras <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Grande <strong>do</strong> Sul, Cadeira Nº. 16.As idéias originais atribuídas aos grandes filósofos gregos(Sócrates, Platão, Aristóteles e principalmente Pitágoras), de queto<strong>do</strong>s os corpos, vivos ou não, são compostos por terra, fogo ar eágua (os quatro átomos), parece aos olhos <strong>do</strong> Sec. XXI algo muitoprimitivo e desprovi<strong>do</strong> de caráter científico. Por sinal, é muitofácil associar idéias místicas a essa concepção e justificá-la pormeio de argumentos pouco prováveis e de impossível verificação.Porém não pod<strong>em</strong>os desconsiderar a racionalidade científica<strong>do</strong>s gregos que, para dizer pouco, mol<strong>do</strong>u o pensamento ocidentalmoderno. E num exercício de raciocínio, vamos voltar paraépoca de Pitágoras (570/71 – 496/97 AC), e fazer uma pesquisacientífica imaginária: <strong>do</strong> que é feito um ser humano?Durante a vida, precisamos de alimentos. Esses alimentos, dealguma forma, se transformam <strong>em</strong> corpo humano e nos sustentam.Consideran<strong>do</strong> a cadeia alimentar, tu<strong>do</strong> o que consumimos éde orig<strong>em</strong> vegetal, o que conduz à pergunta: vegetais são feitos<strong>do</strong> que? A mais óbvia resposta é terra.S<strong>em</strong> a água os vegetais não se desenvolv<strong>em</strong>. Além disso, nossoconsumo de água é notável. A água é muito diferente da terrae juntos formam lama que, grosso mo<strong>do</strong>, é comparável <strong>em</strong> viscosidadee densidade a certos flui<strong>do</strong>s corporais.O ar é essencial para as plantas e para nós. O consumo diretode ar pela respiração também o coloca na condição de el<strong>em</strong>entoconstituinte.O Sol é essencial para a vida. Ele é a força transforma<strong>do</strong>ra deterra, água e ar <strong>em</strong> plantas. As plantas com água e ar <strong>em</strong> seres<strong>do</strong> reino animal, incluin<strong>do</strong> nós. O melhor representante terrenodesse poder transforma<strong>do</strong>r é o fogo.Logo, não é difícil concluir que nós somos feitos de terra, água,ar e fogo, assim como to<strong>do</strong>s os d<strong>em</strong>ais corpos anima<strong>do</strong>s e inanima<strong>do</strong>s,<strong>em</strong> diferentes concentrações <strong>do</strong>s quatro el<strong>em</strong>entos.Parece uma hipótese razoável consideran<strong>do</strong> que o principalinstrumento de investigação <strong>do</strong>s gregos era a lógica.Mas nós, diferent<strong>em</strong>ente de corpos inanima<strong>do</strong>s, t<strong>em</strong>os consciênciade nossa própria existência, somos movi<strong>do</strong>s por idéias e<strong>em</strong>preend<strong>em</strong>os ações transforma<strong>do</strong>ras. Isso conduziu à idéia daexistência de um quinto el<strong>em</strong>ento superior aos quatro primeiros, aquintessência, que nos fez passar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> quaternário (da matériainanimada) ao mun<strong>do</strong> quinário. Do mun<strong>do</strong> da matéria para omun<strong>do</strong> da vida e da inteligência.Para representar o ser humano e a inteligência, a escola Pitagóricaapropriou-se <strong>do</strong> pentagrama como seu símbolo e estu<strong>do</strong>usuas propriedades mat<strong>em</strong>áticas. Interpreta-se sua forma como ade um ser humano com 5 prolongamentos (braços, pernas e cabeça),e a inteligência é representada pelo centro <strong>do</strong> pentagrama.Uma vez inseri<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> da inteligência, anima<strong>do</strong> pela quintessência,o ser humano inicia seu aprendiza<strong>do</strong> e a construção desua representação <strong>do</strong> universo. T<strong>em</strong>os ferramentas para esseaprendiza<strong>do</strong> e construção: nossos senti<strong>do</strong>s e nossa inteligência.Atualmente, sab<strong>em</strong>os que obt<strong>em</strong>os informações <strong>do</strong> meio ambientepor meio <strong>do</strong>s 5 senti<strong>do</strong>s que exploram o meio ambiente (visão,audição, gustação, olfato e tato), o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> equilíbrio que écapaz de avaliar a posição de nosso corpo <strong>em</strong> relação ao campogravitacional (o labirinto), o fluxo contínuo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po e o esta<strong>do</strong> denosso organismo (informações processadas, <strong>em</strong> sua maioria,inconscient<strong>em</strong>ente).Interessa-me nessa abordag<strong>em</strong> os 5 senti<strong>do</strong>s que nos dão a-cesso a exploração <strong>do</strong> meio ambiente e às informações veiculadaspelas linguagens humanas (verbal, escrita, gestual etc).