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EDIÇÃO 15 - Março/10 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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de modo a identificar os locais de relevânciabiológica e de prioridade para conservação.Conforme Ayres (2005), os critériosutilizados para a definição dessas áreas são:a) Riqueza de espécies, incluindonúmero absoluto, bem como percentagemtotal desta dentro da riqueza da biotaregional conservada no corredor.b) Diversidade de comunidades eecossistemas, incluindo número decomunidades distintas e percentagem dascomunidades típicas da região.c) Grau de conectividade, ouintegralidade das ligações existentes entrecomunidades terrestres e aquáticas ao longodo corredor em potencial.d) Integridade, ou tamanho mínimodos blocos de paisagem natural, para definira capacidade de suporte de populações deespécies raras e ameaçadas.Numa segunda etapa deverão sermapeadas as UCs existentes e as áreas compotencial para implantação dos possíveisCorredores com o objetivo de identificar asformas de consolidação e interligação de taisUCs. Os dados gerados devem sinalizar paraa viabilidade de implantação de novas UCs,incluir a associação com as terras indígenas,o potencial de criação de unidadesparticulares, como as Reservas Particularesdo Patrimônio Natural (RPPN) e o(re)direcionamento das Reservas Legais (RL)e das Áreas de Proteção Permanente(APP)nas propriedades particulares rurais (Ayres2005).O fortalecimento e o desenvolvimento deUCs no interior dos Corredores, devemconduzir a um projeto que contemple basesconceituais definidas as quais deverão seraplicadas nas próprias UCs, seus entornos eas áreas de influência. Segundo Ayres (2005),essa meta envolve:A) Participação de atores sociais envolvidos no processo, com ênfase nas comunidades locais que são os usuários diretos e imediatosdos recursos naturais.B) Provimento de fiscalização e monitoramento adequados: capacitação técnica desses atores, no uso sustentável dos componentesnaturais e em técnicas de fiscalização e monitoramento, fazendo-se necessário o provimento de uma infra-estrutura ou logística deapoio, para implementar a integração das diferentes agências gestoras das distintas UC.C) Estímulo à pesquisa aplicada sobre os componentes naturais, os respectivos serviços ambientais e os usos nos corredores,comparando-se áreas de uso humano com ambientes ainda intocados, de modo a valorizar as vantagens.D) Provimento de zoneamento e manejo: municípios, Organizações Estaduais de Meio Ambiente, governos dos estados, a iniciativaprivada e planejadores devem elaborar os planos de gestão do uso do solo e dos recursos, inclusive em áreas fora das UCs (dentro dasua zona-tampão e da sua zona de influência).E) Investimento em capacitação de pessoal através de treinamentos de pessoal não somente de instituições como o IBAMA, mastambém das comunidades locais envolvidas no processo de manejo dos recursos naturais.F) Estímulo a acordos institucionais e parcerias apropriadas: há vários níveis de acordos institucionais possíveis, dos quais podemdecorrer ações de cooperação e mesmo de financiamento de algumas atividades; uma estrutura gerencial independente pode articulare coordenar uma série de outras instituições executoras e co-executoras para a implementação daquelas atividades aproveitando oque cada ator envolvido pode oferecer, num custo muito inferior.H) Desenvolvimento de um plano de sustentabilidade em longo prazo: a) buscar parcerias em instituições governamentais, setorprivado, ONGs, municípios e agências regionais; b) encorajar o ecoturismo nestas áreas; c) criar de um fundo fiduciário para asunidades de conservação e para a manutenção das suas operações ao longo do tempo; e mais importante, d) tornar o desenvolvimentosustentável mais rentável que as formas destrutivas de uso do meio ambiente; além de e) investir de maneira profissional em marketinge divulgação.I) Realização de marketing e disseminação: tópico extremamente importante porque estimulará o comprometimento público paracom estas áreas, tanto o nacional como o internacional; jornais e matérias em revistas, programas de rádio e televisão, livros epanfletos, exposições são muito importantes na formação da opinião pública sobre a importância de muitas UC e o programa doscorredores ecológicos. (AYRES, 2005)Desenvolvimento sustentável nosCorredores Ecológicos: é possível?A maioria dos autores defendebasicamente as mesmas práticas econômicassustentáveis com base na conectividadeentre UCs e remanescentes de vegetação. Namaioria, essas práticas são desenvolvidas edirecionadas às comunidades e povostradicionais que vivem diretamente do usodos componentes naturais, nasdenominadas zonas de amortecimento e deinfluência das UCs.Segundo Vio (2004), no entanto, omodelo de desenvolvimento sustentável dosCorredores exigirá superação efetiva dessee de outros importantes estrangulamentos(gargalos) na política, na infra-estrutura e nomodelo de gestão voltado às UCs existentesno país, uma vez que ainda é de difícilcompreensão a forma antagônica de gestãopública do patrimônio natural brasileiro,decorrentes do conflito entre incentivar ocrescimento econômico através de práticaspredatórias de uso do solo e as leis contraos crimes ambientais, que são por demaisbrandas e não impedem os processos dedegradação. Pode-se aqui novamente citaro exemplo do Parque Nacional das Emas,considerado uma das maiores Unidades deRevista Brasileira de Ciências Ambientais - Número <strong>15</strong> - <strong>Março</strong>/20<strong>10</strong> 26 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478

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