Revista Dr Plinio 143
Fevereiro de 2010
Fevereiro de 2010
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
qual fala para um público que o ouve<br />
contrito e devoto.<br />
O orador está — como Moisés no<br />
alto da montanha — vituperando<br />
contra os pecados, censurando os erros,<br />
increpando as doutrinas falsas,<br />
abatendo as heresias. Evidentemente,<br />
se estabelece uma diferença entre<br />
ele e os ouvintes. Ele faz o papel de<br />
homem puro, santo, imaculado como<br />
a hóstia que vai ser oferecida<br />
no altar; ele censura os outros pela<br />
vida má que levam; ele é um homem<br />
que foi separado dos outros,<br />
por Deus, para ser o sal e a luz do<br />
mundo (Mateus 5,13).<br />
Entretanto, este sacerdote cometerá<br />
um erro se julgar que a sabedoria<br />
de suas palavras nasce dele<br />
mesmo, pensando: “Vejam como<br />
eu sou bom: tirei das<br />
profundezas de minha personalidade,<br />
a energia e a lucidez para pensar<br />
acertadamente e trilhar o bom<br />
caminho. Realmente, minha natureza<br />
pessoal foi dotada por Deus de recursos<br />
admiráveis, mas eu sou o dono<br />
das qualidades naturais que Deus<br />
me deu; usei bem delas e as aumentei.<br />
Fui bom o suficiente para valorizar<br />
meus talentos, e por isso Deus<br />
me premiará.”<br />
Qual é o erro deste raciocínio?<br />
É o de esquecer-se que todo homem<br />
é concebido no pecado original<br />
e, por isso, é débil por natureza. E,<br />
assim sendo, sobrenaturalmente falando,<br />
por suas forças próprias não<br />
pode produzir nada de bom.<br />
O fato de sermos herdeiros de<br />
Adão e Eva põe em nós um “fermento”<br />
que nos leva frequentemente ao<br />
mal, criando assim, em nós, uma tendência<br />
estável e permanente para o<br />
pecado.<br />
11