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DR. PLINIO COMENTA...<br />
Prece dos fortes e dos batalhadores<br />
O Rosário é a prece dos fortes, é a súplica dos batalhadores,<br />
porque é um conjunto de orações de tal eficácia que<br />
faz avançar o bem e recuar o mal.<br />
Veja-se, por exemplo, o episódio da conversão dos albigenses.<br />
A heresia promovida por estes — que tiram seu nome<br />
da cidade de Albi, na rança — espalhou-se mais ou<br />
menos por toda a Europa.<br />
Durante três dias, sozinho, São Domingos não faz senão<br />
rezar e jejuar, suplicando a Nossa Senhora que Ela vencesse<br />
a dureza de alma dos albigenses e os incitasse à conversão.<br />
Por fim, sem alcançar nenhuma resposta do Céu, ele<br />
cai desfalecido, elevando à Santíssima Virgem uma última<br />
prece: “Minha Mãe, não tenho mais forças, mas em Vós<br />
continuo a confiar. Vós sabereis o que fazer de minhas pobres<br />
orações”. E continuava a rezar, enquanto seus lábios<br />
pudessem articular alguma palavra.<br />
É nesse momento de extrema angústia que Nossa Senhora<br />
lhe aparece e lhe revela, de uma vez, a grandeza e a<br />
magnificência do Rosário. Em seguida, encoraja São Domingos<br />
à luta contra a heresia. Munido da poderosa arma<br />
que lhe confiou a Mãe de Deus, o Santo corre para a Catedral,<br />
e começa a pregar. O Céu o prestigia: primeiro, os sinos<br />
começam a tocar por mãos de anjo; logo depois, raios e<br />
trovões fizeram estremecer o povo ali presente.<br />
Como o temor prepara para o amor! São duas escadas<br />
que, juntas, conduzem o homem à união com Deus. Uma,<br />
de nobre granito, o temor. Outra, de ouro, o amor.<br />
Desejando a Providência preparar aquelas almas endurecidas<br />
para amarem a Deus na palavra inflamada de São<br />
Domingos, incutiu-lhes antes o terror da ira divina. Depois, à<br />
medida que São Domingos falava, sucedeu o mesmo que<br />
quando Nosso Senhor ordenou que a tempestade amainasse.<br />
A borrasca cessou, e os ouvintes compreenderam que a palavra<br />
daquele homem era poderosa diante de Deus. A Providência<br />
lhe conferira o duplo poder de desencadear e de<br />
suspender as punições, como lhe dera a força de tomar as almas<br />
arrependidas, trêmulas e envergonhadas, e trazê-las para<br />
o perdão, para a contrição, para o amor de Deus.<br />
São Domingos, o que pregou? Ele pregou o Rosário.<br />
Segundo a história da Igreja, a partir do momento em<br />
que o Rosário começou a se difundir, a heresia albigense<br />
foi perdendo terreno, porque sofrera irremediável golpe<br />
no que ela tinha de mais vital.<br />
O Rosário representa, assim, magnífica arma de guerra.<br />
Dessa forma de guerra tão mais importante, na qual o<br />
católico luta pelos interesses da verdadeira Igreja de Deus,<br />
pela causa de Nossa Senhora, combate o demônio e os inimigos<br />
de sua própria salvação.<br />
A prática do Rosário, portanto, deve ser uma característica<br />
do católico de todos os tempos, sobretudo os que vivem<br />
neste paganizado século XX, em que tudo conspira<br />
contra a virtude e a é. Tão eficaz nos dias de São Domingos,<br />
vitorioso contra os albigenses, o Rosário o será ainda<br />
mais contra a impiedade deste fim de milênio. Pois não há<br />
razão alguma para pensar que ele perderá sua força numa<br />
época em que ela se faz mais necessária.<br />
v<br />
“São Domingos convertendo os albigenses”<br />
— Vitorioso contra a heresia no passado, o<br />
santo Rosário continua a ser poderoso<br />
instrumento de santificação e de<br />
apostolado nas mãos dos católicos<br />
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