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Revista Dr Plinio 31

Outubro de 2000

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DENÚNCIA PROÉTICA<br />

O<br />

s primeiros cristãos pensavam que a segunda vinda de Jesus se daria em seu tempo,<br />

e viviam em função dessa expectativa. Segundo ensinam os teólogos, nada<br />

mais normal. As iluminações proféticas a respeito do futuro não precisam datas, e<br />

as pessoas assim inspiradas pelo Espírito Santo a respeito de acontecimentos vindouros os esperam<br />

para seus dias. Não há erro na previsão; há uma pressa por ver a realização.<br />

Isto tem algo de semelhante com as esperanças de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em relação à vocação do<br />

Brasil. Não no século XX — como ele desejava —, porém no XXI, nossa Pátria está destinada a<br />

ser uma nação missionária, ardorosa na expansão do Reinado de Cristo sobre as almas. Mas,<br />

para chegar este grande dia, há uma condição indispensável, e ao mesmo tempo, a mais doce e<br />

suave que se possa imaginar. Vejamos do que se trata.<br />

Na época de laicismo em que vivemos, a missão<br />

histórica de Portugal costuma ser considerada<br />

de um ponto de vista inteiramente agnóstico. O<br />

ciclo das navegações é apreciado, pela maior parte dos<br />

compêndios, apenas em seus resultados econômicos e políticos.<br />

De nada ou quase nada tem valido que historiadores<br />

do melhor quilate hajam demonstrado coisa diversa.<br />

Acumulam-se as provas de que o primeiro móvel da alma<br />

lusa na aventura das navegações foi apostólico; de que os<br />

desbravadores de oceanos que o pequenino Portugal deitou<br />

pela vastidão dos mares tinham alma de cruzado, e<br />

não de mascate: para a história corrente, manipulada e<br />

deformada segundo as conveniências da irreligião, a glória<br />

de Portugal continua privada do esplendor sacral e heróico<br />

dos ideais religiosos, e reduzida ao mérito sem “panache”<br />

das realizações materiais da vida burguesa.<br />

Nada disto, porém, altera a evidente realidade dos fatos.<br />

A Monarquia idelíssima foi essencialmente missionária.<br />

O Brasil deve a Portugal, à ação missionária do luso,<br />

a suprema graça de pertencer à Igreja. E não é só o<br />

Brasil. Nem é só a África. Mais além, bem junto da zona<br />

conflagrada do Extremo Oriente, na Índia e, mais além,<br />

no mundo amarelo, é o esforço missionário português que<br />

deixou fincadas as sentinelas avançadas da Religião, as colônias<br />

lusas de onde se irradia nas gentilidades vizinhas<br />

um proselitismo até hoje vivaz e fecundo.<br />

Era bom que se lembrasse isto no mês das Missões. O<br />

Brasil nasceu como uma realização missionária.<br />

* * *<br />

Essa grande nação missionária que é Portugal não<br />

encerrou o ciclo de seus feitos religiosos, com as navegações.<br />

Muito recentemente, a Providência Divina confiou<br />

ao povo português outra grande obra missionária. Querendo<br />

falar ao mundo, Nossa Senhora escolheu um recanto<br />

do solo português para suas aparições. Escolheu três<br />

pequeninos portugueses como seus arautos, fixou em Portugal<br />

essa fonte perene de milagres que é átima, e com<br />

isto atraiu para Portugal as esperanças de todos os sofredores<br />

da Terra. [...] É impossível não ver que Nossa Se-<br />

nhora concedeu à antiga nação<br />

missionária uma grande tarefa<br />

histórica a realizar. Os que eram<br />

ontem arautos de Cristo são<br />

acrescidos de mais um título:<br />

arautos da Virgem. [...]<br />

* * *<br />

ruto de um esforço missionário,<br />

o Brasil foi sempre ardente<br />

devoto de Maria Santíssima. [...]<br />

Para Portugal, as aparições de<br />

átima significam que a gloriosa<br />

fecundidade da nação missionária<br />

não esgotou suas possibilidades<br />

de ação a serviço da Igreja.<br />

Para o Brasil, lembram de modo<br />

muito especial que estamos no<br />

momento de produzir, para a dilatação<br />

do Reino de Cristo, os<br />

frutos que as inúmeras graças e<br />

dons sobrenaturais e naturais, de<br />

que fomos cumulados, nos obrigam<br />

a dar ao mundo. [...]<br />

O esforço missionário é mais<br />

necessário do que nunca. Não se<br />

trata só de conduzir ao redil de<br />

Jesus Cristo as nações do Oriente.<br />

É no Ocidente, é no próprio<br />

grêmio da Cristandade em ruínas<br />

que se instalou um paganismo<br />

mil vezes pior do que o antigo. O<br />

neo-paganismo contemporâneo<br />

não tem a explicação tantas vezes<br />

cabível quanto aos pagãos orientais:<br />

a ignorância. No paganismo<br />

ocidental fermenta a apostasia, o<br />

pecado contra o Espírito Santo,<br />

o amor deliberado e satânico ao<br />

erro e ao mal. É contra os here-<br />

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