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DATAS NA VIDA DE UM CRUZADO<br />
Inocência primaveril<br />
Maio de 1967. Segundo seu costume,<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong>, após fazer sua última conferência<br />
do dia e atender a algumas<br />
consultas, saiu para fazer uma refeição ligeira no<br />
Giordanno, um dos poucos restaurantes que funcionavam<br />
na noite paulistana. Invariavelmente ele<br />
pedia pizza.<br />
Era uma época em que <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> estava aprofundando<br />
suas reflexões e observações a respeito<br />
de um tema que só considerará explicitado satisfatoriamente<br />
alguns anos depois: a inocência “primaveril”<br />
da criança, tornada ainda mais preciosa<br />
pelas graças do Batismo.<br />
Naquele noite, muitos o haviam acompanhado,<br />
formando uma roda grande de conversa. Entre um<br />
prato e outro, <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> passou a discorrer sobre<br />
o tesouro que é a inocência. “Infelizmente”, dizia<br />
ele, “com exceção de Nossa Senhora, e talvez de São<br />
José, ninguém pode ter certeza de que pelo menos um<br />
pouquinho dessa graça primeiríssima, não se tenha<br />
perdido ao longo do caminho”. E exortava os circuns-<br />
tantes a rezarem, pedindo a restauração dessa inocência.<br />
Tocado pela graça, um dos que o ouviam<br />
pediu-lhe que compusesse uma oração neste sentido.<br />
“Vou ditá-la a vocês” — respondeu <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong>,<br />
sem hesitar. E começou: “Há momentos, minha<br />
Mãe, em que minha alma se sente, no que tem de<br />
mais fundo, tocada por uma saudade indizível...”<br />
As palavras foram brotando do coração de <strong>Dr</strong>.<br />
<strong>Plinio</strong> num só jorro, demonstrando o quanto já meditara<br />
sobre o assunto.<br />
Nascia a mais bela prece que ele nos deixou,<br />
com termos cogentes, que calam no fundo da alma,<br />
constituindo uma verdadeira oração de contemplação.<br />
Alerta-nos para a importância capital da recuperação<br />
da inocência, e nos faz um premente convite<br />
para a implorarmos a Nossa Senhora.<br />
Sendo agora <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> nosso intercessor junto à<br />
Rainha dos Céus, peçamos-lhe que apresente a Maria<br />
esta súplica que ele mesmo nos ensinou: “Lembrai-Vos,<br />
Senhora, deste David e de toda a doçura<br />
que nele púnheis. Assim seja”.<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong>, em março de 1968, poucos meses após compor a sua mais bela prece<br />
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