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NOVIDADE<br />
Sensor de alta precisão<br />
sobrevoa a região<br />
Com imagens de áreas agrícolas, será possível identificar as que precisam de imediata<br />
intervenção, corrigir fatores limitantes e elevar a produtividade DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Desde o início do ano, a<br />
região conta com um sensor<br />
de imagens que pode ser<br />
usado para fazer estimativas<br />
de produção agrícola, de<br />
fertilidade do solo e classificação<br />
deste, análise do estado<br />
nutricional da planta,<br />
avaliação de índice de falha<br />
nas lavouras, acompanhar o<br />
desenvolvimento da cultura<br />
e até mesmo o nível de infestação<br />
de pragas e doenças,<br />
sendo um instrumento<br />
fundamental para a tomada<br />
de decisão dos produtores<br />
rurais e das usinas, segundo<br />
o professor doutor Marcos<br />
Rafael Nanni, do Departamento<br />
de Agronomia da<br />
Universidade Estadual de<br />
Maringá (UEM).<br />
O equipamento é conhecido<br />
como sensor de imageamento<br />
hiperespectral aerotransportado<br />
e foi adquirido<br />
por pesquisadores da UEM<br />
por meio da FINEP - Financiadora<br />
de Estudos e<br />
Projetos - do Governo Federal.<br />
“Para se ter uma ideia<br />
do avanço tecnológico deste<br />
sensor, este é o primeiro da<br />
América Latina e o 16 o no<br />
planeta”, comenta Nanni.<br />
Faz parte do conjunto uma<br />
câmera fotográfica com infravermelho,<br />
um sistema especializado<br />
de navegação e<br />
coleta de dados, um sistema<br />
de controle e coleta das imagens,<br />
dentre outros itens.<br />
Com o equipamento, que<br />
custou cerca de R$ 2 milhões,<br />
será possível aprimorar<br />
o conhecimento dos solos,<br />
vegetação, cursos d´água,<br />
uso e ocupação da terra,<br />
prestar serviços aos produtores<br />
da região e desenvolver<br />
uma série de pesquisas com<br />
Agricultura de Precisão.<br />
O primeiro voo foi realizado<br />
dia 22 de fevereiro<br />
com o objetivo de calibrar o<br />
sistema, adaptando-o para<br />
as condições de clima (umidade,<br />
temperatura, incidência<br />
e ângulo solar, etc) da<br />
região. Também foram coletadas<br />
as características de<br />
diferentes alvos. “Com esse<br />
material vamos construir<br />
modelos matemáticos de<br />
previsão das condições de<br />
fertilidade de solo e do crescimento<br />
das culturas”, afirma<br />
Nanni. Outro voo está<br />
agendado para fim de setembro<br />
ou outubro para<br />
É o primeiro da América Latina e o 16 o no<br />
planeta, o que mostra o avanço tecnológico<br />
Primeiro voo foi em fevereiro e o segundo será em setembro ou outubro<br />
captura de imagens das lavouras<br />
de cana e do início<br />
do plantio da soja.<br />
Segundo o professor doutor da UEM,<br />
Marcos Nanni, com o conjunto de equipamentos,<br />
num futuro próximo, a equipe<br />
de pesquisadores da universidade, vai implantar<br />
experimentos para simulação de<br />
ataque de pragas e doenças e a respectiva<br />
resposta espectral das culturas.<br />
Paralelamente, estudos de<br />
laboratório e de campo foram<br />
implantados para a<br />
aquisição de dados de crescimento<br />
das culturas em diferentes<br />
condições de adubação<br />
e calagem. Esses dados<br />
serão usados para fazer<br />
uma correlação com os obtidos<br />
com o sensor e, desta<br />
forma, construir os modelos<br />
de predição.<br />
Projetos futuros<br />
“Este é um passo muito<br />
importante no auxílio do<br />
processo produtivo. O objetivo<br />
será, por meio do imageamento<br />
de áreas agrícolas,<br />
identificar aquelas com necessidades<br />
de imediata intervenção,<br />
possibilitando a<br />
correção de possíveis fatores<br />
limitantes da produção e,<br />
desta forma, elevar a produtividade”,<br />
ressalta o professor<br />
doutor da UEM.<br />
Com modelos calibrados em laboratório<br />
e no campo será possível, por meio do<br />
sensor, estabelecer nível de dano econômico<br />
das culturas. “Desta forma, o processo<br />
produtivo torna-se mais ágil e com<br />
maior segurança no uso de insumos, auxiliando<br />
na tomada de decisões”, afirma.<br />
O trabalho já está em andamento e depende<br />
de parcerias com empresas interessadas,<br />
para que o processo seja acelerado.<br />
“Contamos com possíveis parcerias<br />
com o setor sucroenergético”, afirma.<br />
Participam do projeto de pesquisa com<br />
Agricultura de Precisão no departamento<br />
de Agronomia da UEM quatro pesquisadores,<br />
três estudantes de doutorado,<br />
três de mestrado e três de graduação.<br />
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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>