Jornal Paraná Julho 2015

Cana do Paraná terá
recomendação específica
ADUBAÇÃO
Pesquisadores da UEM vão publicar manual com
trabalhos desenvolvidos com as várias classes
de solos e ambiente de produção da cultura
no Estado DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Alta tecnologia
Produzido pela empresa
finlandesa Specim, o sensor
Aisa/Fenix permite o
imageamento de diferentes
alvos em 600 bandas
ou faixas espectrais,
abrangendo o espectro
eletromagnético entre
350 – 2.500 nanômetros,
ou seja, a porção do visível
e do infravermelho próximo.
A resolução espectral do
sensor é muito superior a
de qualquer outro existente
atualmente no mercado,
tirando 600 imagens
ao mesmo tempo do
mesmo alvo, com cada
uma capturando informações
em um dado comprimento
de onda dentro
do intervalo permitido.
Isto significa alta resolução
espectral, ou seja, o
sensor é capaz de perceber
pequenas variações de
“cores”, o que permite, ao
pesquisador, identificar
variações do alvo.
O sensor ainda apresenta
elevada resolução
espacial. Isso permite que
seja feito uma imagem de
uma faixa de 6 mil metros
com a resolução espacial
de 10 metros.
Tudo o que se tem recomendado
em termos de adubação
em lavouras de cana de
açúcar paranaenses até hoje
tem seguido basicamente um
modelo desenvolvido há
anos, com base em pesquisas
realizadas no estado de São
Paulo, nas condições de clima
e solo local, ambiente de produção
diferente do existente
no Paraná.
“Não há trabalhos específicos
voltados para as diversas
classes de solos paranaenses,
para os ambientes de produção
locais. Este será o primeiro
boletim técnico de
recomendação de adubação
específica para as condições
de solos do Paraná”, afirma o
engenheiro agrônomo Marcos
Rafael Nanni, professor
doutor do Departamento de
Agronomia da UEM - Universidade
Estadual de Maringá.
Para a elaboração do trabalho,
foram avaliadas as características
de mais de 6 mil
amostras de solo das regiões
Norte e Noroeste do Estado,
atualmente utilizados para o
cultivo da cana, levando em
conta os índices de produtividade
esperados, os níveis de
extração pela cultura e outras
particularidades de manejo da
cultura como se é cana planta
ou soca, se foi colhida queimada
ou crua, entre outros fatores
intrínsecos à cultura.
“Com este estudo, pretendemos
desvincular a adubação
das lavouras de cana do Paraná
das recomendações anteriormente
baseadas nas tabelas
de adubação e calagem do
estado de São Paulo, uma vez
que os estudos foram regionalizados”,
ressalta o agrônomo.
Nanni, juntamente com o
professor doutor Antonio Saraiva
Muniz, também do
mesmo departamento, e o
Diretor Executivo Científico
do Instituto de Tecnologia
Agropecuário de Maringá
(ITAM), mestre Anderson
Gualberto do programa de
pós-graduação em Agronomia
da UEM, são os autores
do Manual de Adubação para
a cultura da Cana de Açúcar
para o Estado do Paraná, primeira
publicação do gênero
que será lançada em breve.
O manual integra um boletim
técnico sobre solos e adubação
no Paraná para as diversas
culturas exploradas no
Estado, com trabalhos de
pesquisadores de todas as
universidades estaduais e a
federal do Paraná, publicado
pelo Nepar/SBCS - Núcleo
Estadual Paraná da Sociedade
Brasileira de Ciência de
Solo.
Segundo Nanni, as recomendações
de adubação propostas
no trabalho são bem
diferentes do que se tem
usado atualmente, o que não
significa, necessariamente, aumento
dos volumes de adubo
utilizados, mas adequação dos
percentuais de nutrientes a realidade
existente em cada área,
visando elevar a produtividade
do sistema.
A partir de outubro deste
ano, todas as informações da
publicação estarão disponíveis
para os interessados no site:
http://www.sbcs-nepar.org.
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Julho 2015 - Jornal Paraná 15