Jornal Paraná Julho 2015

Cresce a reforma de cana
com soja na Coopcana
ROTAÇÃO
Os bons resultados obtidos fizeram com que, do total da área, em média
44% fossem reformados com o plantio da leguminosa MARLY AIRES
A importância de reformar a cana
de açúcar com o plantio de soja é indiscutível
e de amplo conhecimento
dos produtores da Coopcana, Cooperativa
Agrícola dos Produtores de
Cana de Açúcar de São Carlos do
Ivaí. E os resultados obtidos com a
tecnologia só comprovam isso. A rotação
já é uma prática antiga entre os
cooperados, que têm tradição na cultura,
segundo o engenheiro agrônomo
Edson Minoru Tsunokava,
responsável pelo setor técnico da
cooperativa.
Nos últimos quatro anos, entretanto,
o engenheiro agrônomo destaca que o
percentual de produtores que utilizam
a tecnologia vem crescendo de forma
expressiva. Do total da área destinada
à reforma de cana de açúcar em 2015,
em média 44%, cerca de 900 alqueires,
foram reformados com o plantio de
soja antecedendo ao da cana. Ao todo
são 27 produtores que já adotam a
prática em 48 propriedades.
Edson explica que os produtores
têm entendido que deixar o solo descoberto,
sujeito à erosão e a infestação
de plantas daninhas, é a pior opção. E
que em vez de deixar as terras desocupadas
de outubro a fevereiro, é possível
integrar as duas atividades melhorando
a qualidade do solo e aumentando
a produtividade da cana de
açúcar, além de otimizar o uso da
terra e a estrutura da propriedade, diluindo
o custo fixo e obtendo uma
renda extra.
Nas regiões de solo mais arenoso,
onde a soja tradicionalmente não
obtém bons resultados, alguns cooperados
da Coopcana têm optado pela
reforma utilizando crotalária, rotação
que também gera benefícios para a lavoura
de cana subsequente. Em outras
regiões, como São Paulo, é comum
também o plantio de amendoim,
que possui sistema radicular
bem desenvolvido e boa adaptação a
solos arenosos.
“Só com a realocação, plantando a
cana num período mais favorável, de
janeiro a maio (cana de ano e meio),
o produtor já tem aumento de produtividade.
Com o plantio da soja em
rotação, esta pode crescer consideravelmente”,
calcula Edson ressaltando
que a monocultura nunca é a melhor
opção, trazendo uma série de consequências
negativas.
O engenheiro agrônomo cita outros
benefícios da reforma com soja como
o aumento da longevidade do canavial,
redução do banco de sementes de
plantas daninhas, quebra do ciclo de
pragas e doenças, maior fixação de nitrogênio
no solo, reciclagem de nutrientes
e incorporação de matéria
orgânica, que fica disponível para a
cana melhorando as condições físicas
do solo. “É outro canavial”, diz.
É possível integrar as duas atividades melhorando a
qualidade do solo e aumentando a produtividade
Julho 2015 - Jornal Paraná
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