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Fugi, corri mas ele agarrou-me<br />

e puxou-me, levou-me com ele.<br />

Maldito vulto que nem se vê mas que se propaga.<br />

Ele é o Vulto irreconhecível de uma experiência de<br />

aparição feérica.<br />

Murmurou o vulto: Estais com medo de um homem<br />

sem face!<br />

Sim - respondi com algum medo.<br />

Não temais porque eu só existo na presença de luz.<br />

Já falei de luz e energia mas nunca de um homem cuja<br />

face desconheço e<br />

voluptuosamente aparece e corre fugindo sem se alcançar<br />

o seu físico.<br />

O vulto é um ser da escuridão que não vive sem luz.<br />

Estranho és uma sombra que te escondes no escuro e<br />

no silêncio.<br />

Mas surges da luz e com esse chapéu que ostentas sem<br />

face, negro.<br />

Subo aos céus, engrandeço com o desvirtuamento do<br />

teu olhar e luz<br />

metamórfica.<br />

Junto aos céus rio como ninguém, rio com ar de sultão<br />

e de acabrunhamento<br />

respondo com a velocidade dos céus negros e densifico-me<br />

até à gota<br />

da chuva cristalina e acutilante. Mas para um homem<br />

sem face a água<br />

trespassa-me o corpo e a minha própria gabardine de<br />

vulto não ensopa.<br />

Pois é feita de sombra.<br />

Esses vultos do imaginário foram recriados por mim<br />

para na noite calada,<br />

O vulto

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