Revista Visão nº 5

Moura, como criador de nelore,
questionou o porquê da compra e
fechamento de vários frigoríficos,
enquanto a matéria-prima pulava
para mais de 13 milhões de cabeças.
Não houve respostas e o encontro
trouxe profunda insatisfação às
federações e associações rurais
obrigando a Assembleia Legislativa
a criar uma Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) – já instalada e
formada – para investigar o cartel
dos frigoríficos.
Estudos realizados pela Federação
da Agricultura e Pecuária do
Estado de Rondônia (Faperon), com
apoio da Associação de Produtores
Rurais de Rondônia (APRRO) e Associação
dos Criadores de Gado Nelore,
apontam que ao longo de 2015 o
mercado de carne no estado sofreu
modificações significativas, comparando
as planilhas de números dos
últimos cinco anos. Nesse período, o
boi gordo teve aumento de custos e
os frigoríficos mantiveram os preços
praticados em 2014, no valor de R$
119,00 a arroba. Comparado com
os preços dos últimos três anos dos
estados do Acre, Pará, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, o
boi gordo de Rondônia sempre fica
na lanterna e com uma diferença de
R$ 27,00 em relação a praça paulista.
No estado vizinho do Mato Grosso a
arroba registrou 15,65% de valorização
a mais do que Rondônia.
Para as entidades envolvidas
no Grito da Pecuária, basta uma
simples conta aplicando as perdas
da inflação dos últimos 15 meses
para se chegar ao número real da
arroba que deveria estar sendo
praticado no estado. O valor, hoje
em torno de R$ 120,00 (preço médio
praticado em todas as 15 plantas em
atividade encabeçadas pela gigante
JBS Friboi), deveria estar sendo
praticado com valor de R$ 137,00.
A conta fica cada vez mais perversa
FEVEREIRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 21