Revista Visão nº 5
A Solução da Lavoura, Pecuária e Piscicultura
A Solução da Lavoura, Pecuária e Piscicultura
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SAFRA 2014/2015<br />
PESCA LIBERADA<br />
no período do defeso<br />
Sob o pretexto de recadastrar pescadores artesanais e revisar períodos de defeso por<br />
meio de Comitês Permanentes de Gestão e Uso Sustentável de Recursos Pesqueiros,<br />
o governo federal suspendeu o pagamento do chamado seguro-defeso – uma<br />
espécie de indenização paga aos pescadores no período de proibição da pesca – e,<br />
consequentemente, liberou a extração de pescado no período de reprodução e desova.<br />
A<br />
portaria do Ministério<br />
da Agricultura, Pecuária<br />
e Abastecimento suspendeu<br />
10 instruções normativas e<br />
outras portarias, através da Portaria<br />
Interministerial Nº 192/2015, que<br />
garantiam a preservação do pescado,<br />
principalmente, aqueles em extinção<br />
como tambaqui e pirarucu.<br />
Em tese, a pesca dessas exóticas<br />
e cobiçadas espécies permanece<br />
proibida por legislação específica,<br />
mas na prática, a nova portaria<br />
acaba entrando em conflito com<br />
a realidade, já que uma das condições<br />
para a proibição da pesca é o<br />
pagamento do seguro-defeso e não<br />
há como impedir que o tambaqui<br />
e o pirarucu caiam nas redes dos<br />
profissionais.<br />
A norma, que acaba por colocar<br />
em risco de total extinção os<br />
mais saborosos peixes nativos da<br />
Amazônia, é reflexo da grave crise<br />
econômica do Brasil. Sem levar<br />
em consideração os benefícios<br />
do seguro-defeso para a fauna, o<br />
ex-ministro da Fazenda do gover-<br />
no Dilma chegou a demonstrar<br />
ignorante perplexidade ao dizer<br />
que “em poucos anos, chegou-se a<br />
gastar R$ 3 bilhões com o seguro-<br />
-defeso. Eu não sei exatamente<br />
qual é a contribuição da pesca<br />
para o PIB, mas R$ 3 bilhões apenas<br />
para proteger o estoque de peixe<br />
é um numero significativo, e não<br />
é evidente que isso esteja alcançando<br />
esta proteção efetiva dos<br />
estoques de peixes através desse<br />
mecanismo”.<br />
Em Rondônia, a Câmara Técnica<br />
de Ordenamento Pesqueiro,<br />
composta pelo Instituto Brasileiro<br />
de Meio Ambiente e Recursos<br />
Renováveis (Ibama), Secretaria de<br />
Estado do Desenvolvimento Am-<br />
30 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I FEVEREIRO 2016