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Outubro/2015 - Referência Industrial 168

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

COLUNA<br />

Flavio C. Geraldo<br />

Arch Proteção de Madeiras - Grupo Lonza<br />

Contato: flavio.geraldo@lonza.com<br />

XÔ CRISE!<br />

Diante de tantas notícias indesejáveis em função de alguns descaminhos da nossa economia, independentemente<br />

das crenças, lendas ou mitos, a madeira surge como mais um recurso para reduzir preocupações com os negócios<br />

Foto: divulgação<br />

U<br />

ma cena muito comum em uma roda de amigos,<br />

quando surge uma notícia desagradável, é ver que<br />

alguns deles procuram desesperadamente por<br />

uma peça qualquer de madeira para bater três vezes, como<br />

forma de se proteger de qualquer mau agouro. Este costume<br />

é explicado, muitas vezes, pela mitologia. Os gregos acreditavam<br />

que Gaia, a deusa mãe da terra, conectava todas as<br />

plantas em seu corpo. Quando uma pessoa batia três vezes<br />

em uma árvore, eles esperavam que o som das pancadas<br />

se reproduzisse de tronco em tronco até atingir o topo do<br />

Monte Olimpo, morada dos deuses, onde as divindades<br />

escutariam o chamado de socorro e intercederiam a favor<br />

do desesperado. Outras lendas são mais seletivas. A súplica<br />

somente seria atendida se as três batidas fossem dadas em<br />

um tronco de carvalho, considerada a árvore de Zeus, senhor<br />

de todos os deuses gregos. Isto despertaria sua atenção para<br />

o suplicante e o grande mestre do Olimpo poderia escutá-lo<br />

ou castigá-lo pela pequena agressão em sua árvore. O desespero<br />

tinha que ser dos grandes para correr esse risco. Os<br />

cristãos fazem menção à cruz de Cristo. O sofrimento pelo<br />

qual passou durante o seu martírio estaria relacionado com<br />

a força de vontade de seguir adiante e vencer obstáculos e<br />

as batidas na madeira significariam um pedido de proteção.<br />

Outras crenças, lendas ou mitos tentam dar alguma explicação<br />

à existência desse costume.<br />

De qualquer maneira, diante de tantas notícias indesejáveis<br />

em função de alguns descaminhos da nossa economia,<br />

independentemente das crenças, lendas ou mitos, a madeira<br />

surge como mais um recurso para reduzir preocupações com<br />

os negócios, pelo menos no imaginário de cada um. Mas não<br />

serão as três batidinhas na madeira que irão resolver todos<br />

os problemas. Os programas governamentais que poderiam<br />

dar fôlego extra para o mercado da madeira tratada estão<br />

fazendo água. O Minha Casa Minha Vida, que significou<br />

certa demanda para estruturas de madeiras industrializadas<br />

arrefeceu, outros programas, em especial os relacionados à<br />

eletrificação, perderam energia e mesmo com as perspectivas<br />

de bons ventos no setor do agronegócio, em especial<br />

na pecuária, reconhecidamente um setor que dinamiza o<br />

consumo de madeira tratada, parece que o apetite pelos<br />

churrasquinhos no mercado interno já não são mais os<br />

mesmos. Diante de tudo isso, vale dedicar muita atenção<br />

aos mercados de exportação de carnes, graças aos países<br />

cujas panelas e churrasqueiras estão a pleno vapor ou em<br />

brasa. Afinal, na nossa coluna de julho passado mencionávamos<br />

o ímpeto de países como a África do Sul, China, Coreia<br />

do Sul, Japão, Rússia, EUA (Estados Unidos da América) e<br />

outros da União Europeia, todos com muito apetite pelas<br />

nossas carnes. Nunca é demais repetir, segundo informações<br />

divulgadas pela Abiec (Associação Brasileira da Indústria<br />

Exportadora de Carne), que nossas exportações com carne<br />

deverão crescer 11% em relação ao ano passado e segundo<br />

o Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nosso<br />

rebanho bovino comercial é o maior do mundo, ocupando<br />

170 milhões de ha (hectares) de pastagens a céu aberto.<br />

Temos que tirar proveito dessa enorme oportunidade. Das<br />

nossas mais de 400 usinas de tratamento de madeiras, responsáveis<br />

pelo tratamento de um volume estimado de 2,0 a<br />

2,5 milhões de metros cúbicos anuais, pelo menos 65% são<br />

destinados a mourões para cercas. Não é para menos, são<br />

320 mourões para cada quilômetro de cerca. O setor tem,<br />

portanto, talento e experiência para atuar de forma bastante<br />

incisiva sobre esse mercado, além disso, a norma brasileira<br />

NBR 9480 - Peças roliças preservadas de eucalipto para<br />

construções rurais, oferecem retaguarda para a produção<br />

de mourões que possam atender aos requisitos mínimos da<br />

qualidade. Mesmo tratando-se de um produto que, sabemos,<br />

não é de valor agregado dos mais atrativos, é o momento<br />

estratégico para garantir a passagem pelos tempos difíceis<br />

que a economia nos impõe.<br />

Neste caso, não precisamos recorrer aos deuses do Olimpo<br />

batendo na madeira três vezes para podermos alcançar<br />

bons resultados, basta um trabalho sério de mercado, com<br />

olhos na qualidade. Mas, como bons brasileiros que somos<br />

não nos custa nada dar umas batidinhas na madeira, neste<br />

caso, devidamente tratada.<br />

Os programas governamentais que poderiam dar fôlego<br />

extra para o mercado da madeira tratada estão fazendo<br />

água<br />

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