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OPINIÃO<br />

Política Global para os<br />

Solos<br />

Conscientes de que o<br />

desenvolvimento social<br />

e económico não é sustentável<br />

nos atuais padrões de produção<br />

e consumo, pois estamos a<br />

extrair mais recursos do que aqueles<br />

que o Planeta consegue repor,<br />

o Programas das Nações Unidas<br />

para o Ambiente desenvolveu um<br />

subprograma para o uso eficiente<br />

dos recursos no qual dá destaque<br />

a um uso mais sustentável do<br />

solo e do território. Por outro lado,<br />

a Convenção das Nações Unidas<br />

para o Combate à Desertificação,<br />

adotada em 2005, tem por objetivo<br />

a promoção de ações efetivas<br />

através de programas locais inovadores<br />

e parcerias internacionais<br />

de suporte. Este Tratado reconhece<br />

que o esforço para proteger os territórios<br />

mais secos será longo dado<br />

que as causas da desertificação são<br />

muitas e complexas, variando desde<br />

os atuais modelos de comércio<br />

internacional até às práticas insustentáveis<br />

de gestão do território. A<br />

Convenção pretende que os países<br />

afetados pela desertificação desenvolvam<br />

e implementem programas<br />

de ação nacionais e regionais,<br />

os quais devem adotar uma abordagem<br />

democrática de baixo para<br />

cima, possibilitando que as populações<br />

locais revertam a degradação<br />

dos solos de forma autónoma.<br />

Para apoiar a implementação<br />

da Convenção, as Nações Unidas<br />

desenvolveram um plano estratégico<br />

a 10 anos (2008-2018) com<br />

o propósito de estabelecer parcerias<br />

globais que revertam e previnam<br />

a desertificação/degradação<br />

Para apoiar a<br />

implementação da<br />

Convenção, as Nações<br />

Unidas desenvolveram<br />

um plano estratégico<br />

a 10 anos (2008-2018)<br />

com o propósito<br />

de estabelecer<br />

parcerias globais que<br />

revertam e previnam<br />

a desertificação/<br />

degradação de<br />

território e mitiguem<br />

os efeitos das secas,<br />

combatendo a pobreza<br />

e promovendo a<br />

sustentabilidade<br />

ambiental.<br />

de território e mitiguem os efeitos<br />

das secas, combatendo a pobreza<br />

e promovendo a sustentabilidade<br />

ambiental. Um importante contributo<br />

para definição de políticas<br />

internacionais para o solo e o território<br />

foi a Conferência das Nações<br />

Unidas para o Desenvolvimento<br />

Sustentável que decorreu em 2012<br />

no Rio de Janeiro, Brasil, na qual<br />

foi adotada a Declaração “O Futuro<br />

que Queremos”. Esta Declaração<br />

das Nações Unidas inclui diversos<br />

aspetos importantes do uso eficiente<br />

dos solos e do território: Reconhece<br />

a importância social e económica<br />

de uma boa gestão do território,<br />

incluindo do próprio solo, particularmente<br />

o seu contributo para a<br />

economia, biodiversidade, agricultura<br />

e segurança alimentar; Enfatiza<br />

que a desertificação, degradação<br />

do território e secas são desafios<br />

de dimensão global que continuam<br />

a colocar sérios entraves ao desenvolvimento<br />

sustentável em todos os<br />

países, em particular os que estão<br />

em desenvolvimento; Reconhece a<br />

necessidade de uma ação urgente<br />

para reverter a degradação do território<br />

e compromete-se em alcançar<br />

um nível neutro de degradação<br />

dos solos a nível mundial; Reafirma<br />

a resolução das Nações Unidas<br />

em implementar ações coordenadas<br />

a nível nacional, regional<br />

e internacional, para monitorizar<br />

globalmente a degradação dos<br />

solos e para restaurar solos degradados;<br />

Sublinha a necessidade de<br />

mitigar os efeitos da desertificação<br />

e das secas, incluindo a preservação<br />

e o desenvolvimento de oásis, o<br />

restauro de terrenos degradados e<br />

a melhoria da qualidade do solo e<br />

da gestão da água; E, entre outros,<br />

encoraja a capacitação, os programas<br />

de formação e os estudos científicos<br />

que promovam o conhecimento<br />

e a sensibilização para os<br />

benefícios económicos, sociais e<br />

ambientais das práticas e políticas<br />

de gestão sustentável do território.<br />

Outro importante instrumento para<br />

a definição das políticas internacionais<br />

para o uso eficiente do solo<br />

e do território é o Protocolo para a<br />

Conservação do Solo no âmbito da<br />

Convenção Alpina, o qual procura<br />

preservar as funções ecológicas<br />

do solo, prevenir a degradação do<br />

solo e assegurar um uso racional do<br />

solo. O próprio Protocolo de Quioto<br />

enfatiza que o solo é um importante<br />

reservatório de carbono que deve<br />

ser protegido e aumentado sempre<br />

que possível. Também a Convenção<br />

para a Diversidade Biológica, que<br />

identifica a biodiversidade do solo<br />

como um importante recurso natural,<br />

exige atenção particular à proteção<br />

do solo, tendo levado mesmo<br />

ao desenvolvimento de uma iniciativa<br />

internacional para a conservação<br />

e uso sustentável da biodiversidade<br />

do solo. Por outro lado, inúmeros<br />

países, incluindo os Estados<br />

Unidos da América, Japão, Canadá,<br />

Austrália e, entre outros, o Brasil<br />

estabeleceram políticas de proteção<br />

do solo através de legislação,<br />

documentos orientadores, sistemas<br />

de monitorização, identificação de<br />

zonas de risco, inventários, programadas<br />

de remediação e mecanismos<br />

de financiamento.<br />

Hélder Spínola<br />

Biólogo<br />

22 saber | Fevereiro | 2017

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