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Relação de Lisboa, cumprível ao<br />

fim de semana, num processo<br />

interposto pelo advogado António<br />

Garcia Pereira).<br />

- Não fiquei surpreendida, embora<br />

fico aterrorizada com a escalada<br />

fascista da justiça portuguesa.<br />

Quando se criminaliza o debate<br />

ideológico desta forma, algo muito<br />

tenebroso vem pelo caminho. Não<br />

esquecer que as declarações feitas<br />

em relação ao Garcia Pereira,<br />

foram feitas num âmbito da campanha<br />

eleitoral das presidenciais,<br />

num debate político. E em abono da<br />

verdade tudo aquilo que foi dito não<br />

era novidade nenhuma para aqueles<br />

que acompanham a história política<br />

do nosso país. Há livros editados<br />

com aquele conteúdo. Definitivamente,<br />

a justiça portuguesa, ao dar<br />

cobertura e a prosseguir com este<br />

tipo de intimidações aos cidadãos<br />

é a prova viva que as estruturas do<br />

poder judicial não se democratizaram<br />

com o 25 de Abril. Temos um<br />

Código Penal em vigor elaborado<br />

no tempo do Estado Novo. E isso<br />

reflete-se em diversos campos da<br />

nossa sociedade, não é só na política.<br />

Vejamos o processo por difamação<br />

colocado aos familiares dos<br />

jovens que morreram no Meco, que<br />

agora arriscam-se a pagar uma<br />

indeminização milionária ao procurador<br />

que investigou a morte dos<br />

jovens, apenas por terem criticado<br />

a forma como foi conduzido e<br />

arquivado o processo. Isto depois,<br />

no fim, acaba por chegar a todos.<br />

Depois à uma gritante dualidade de<br />

critérios na aplicação da lei, existe<br />

sentenças em que o direito à honra<br />

é mais importante que o direito<br />

à liberdade de expressão como também<br />

existe acórdãos de outras sentenças<br />

a dizer precisamente o contrário.<br />

Isto ao fim ao cabo as sentenças<br />

são dadas consoante a cara<br />

do freguês e conforme a boa vontade<br />

do juiz. O juízes têm praticamente<br />

livre arbítrio sobre os cidadãos,<br />

são uma espécie de deuses intocáveis<br />

que julguem bem ou julguem<br />

mal nada lhes acontece. E notoriamente<br />

querem fazer do seu senhor<br />

meu pai um exemplo, por ser dos<br />

poucos políticos que teve a coragem<br />

de enfrentar de frente os vícios do<br />

poder judicial.<br />

Já se tornou um lugar comum<br />

falar de jovens e política, no<br />

entanto, não poderia passar ao<br />

lado desta dialética tendo em<br />

conta que a Raquel é uma jovem<br />

e deputada. Na sua opinião, os<br />

jovens interessam-se pela política<br />

ou estão afastados da política<br />

partidária?<br />

- Os jovens creio que são a faixa<br />

etária da população mais afastada<br />

da política. Existe um repúdio<br />

muito grande em relação aos partidos<br />

e aos políticos. E é preciso contrariar<br />

isso. Para garantirmos um<br />

sistema democrático e a sua evolução,<br />

há que combater ideias preconcebidas<br />

e a própria diabolização<br />

da política... Porque ao fim ao<br />

cabo é tão mais fácil dizer que é<br />

tudo igual, dizer que ninguém presta<br />

e não fazer nada, do que deitar<br />

mãos à obra para a construção de<br />

uma sociedade melhor.<br />

Como é que olha para o panorama<br />

político madeirense?<br />

- O panorama político é bastante<br />

apreensivo, porque as condições<br />

de vida das pessoas teima em não<br />

melhorar e isso é fruto de politicas<br />

que foram e continuam a ser aplicadas<br />

à margem dos interesses da<br />

população. Muitas vezes governa-<br />

-se para minorias e isso naturalmente<br />

reflete-se negativamente na<br />

nossa sociedade. Se fôssemos fazer<br />

um estudo para apurar o número de<br />

pessoas que emigraram à procura<br />

de emprego, ficaríamos aterrados.<br />

A pouca capacidade da Região em<br />

gerar riqueza e oportunidades de<br />

trabalho para os nossos cidadãos<br />

é a nossa grande preocupação e é<br />

um problema que o atual Governo<br />

não consegue dar resposta. E é sem<br />

sombra de dúvida o grande desafio,<br />

de qualquer político que aspire<br />

Governar a Madeira.<br />

{<br />

Fui eleita deputada<br />

numa altura em<br />

que havia muito<br />

descontentamento<br />

da população<br />

em relação ao<br />

poder político<br />

e aos partidos<br />

tradicionais.<br />

Se não tivesse se licenciado em<br />

Gestão de Empresas, teria optado<br />

por qual outro curso?<br />

- Gostaria de ter ingressado no jornalismo<br />

ou no direito.<br />

É uma mulher ainda jovem e<br />

como tal, pergunto-lhe se gosta<br />

de cuidar da sua imagem e que<br />

aspetos valoriza na sua imagem.<br />

- Sim, gosto e tenho cuidados com<br />

a minha imagem. Procuro cuidar a<br />

minha alimentação e fazer exercício<br />

físico pelo menos duas vezes por<br />

semana. Hidratar e proteger bem a<br />

pele do sol com o uso de hidratante<br />

e protetor solar é para mim um<br />

hábito diário.<br />

Se abrissemos agora o seu guarda-roupa,<br />

que peças iríamos lá<br />

encontrar?<br />

- Gosto de peças práticas, confortáveis<br />

e intemporais. Uma boa calça<br />

jean, uma tshirt e uns tennis<br />

para mim é modelito ideal. Estamos<br />

sempre bem. Claro que para<br />

trabalhar é preciso algo mais formal<br />

e um bom fato e uma camisa<br />

é uma aposta segura. Um vestido<br />

e um stiletto preto são duas peças<br />

que não podem faltar no vestuário<br />

de qualquer senhora. Com o passar<br />

dos anos, aprendi que mais vale<br />

ter menos peças no guarda-roupa e<br />

estas terem mais qualidade, do que<br />

ter muita coisa que facilmente se<br />

estraga e passa de moda.<br />

Quando não está a trabalhar, o<br />

que gosta de fazer?<br />

- Gosto de ler, ver um bom filme<br />

ou uma série, adoro viajar, dormir,<br />

passear com os meus cães, gosto<br />

também de cozinhar.<br />

O que é que ainda não fez mas<br />

gostaria de vir a concretizar?<br />

- Muita coisa. São diversas as<br />

minhas aspirações profissionais,<br />

políticas e familiares. A ver vamos<br />

{o que o futuro me reserva. ✪<br />

saber | Fevereiro | 2017 7

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