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Políticas para a educação profissional : a trajetória histórica da Escola Técnica Estadual Agrícola Antonio Sarlo (Prévia)

Este trabalho tem como tema as políticas públicas voltadas para a educação profissional agrícola em Campos dos Goytacazes (RJ). A instituição escolar lócus desta iniciativa de pesquisa é a Escola Técnica Estadual Agrícola Antonio Sarlo, criada nos anos de 1955-56 com o intuito de estimular a melhoria da produtividade agropecuária na região, especialmente da cana-de-açúcar. A pesquisa apresenta parte da história da escola, tentando compreender as forças políticas mobilizadas durante a sua trajetória, especialmente na atualidade, bem como a influência dos aspectos econômicos regionais nesse percurso. Por décadas, a instituição desfrutou de uma posição singular por ser a única escola voltada para a formação de técnicos em agropecuária da região. Apesar disso, atualmente se constata que essa instituição tem passado por um processo de declínio no cenário educacional devido à redução acentuada do número de matrículas para o curso técnico. Finalmente, este livro busca diminuir entre professores e pesquisadores a carência de materiais disponíveis sobre a educação profissional agrícola, que na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica se coloca como uma das primeiras entre as mais procuradas pelos jovens brasileiros. AUTORA: DAYANE DA SILVA SANTOS ALTOÉ PÁGINAS: 156 ESSENTIA EDITORA ISBN 978-85-99968-51-2 ANO DE EDIÇÃO: 2017

Este trabalho tem como tema as políticas públicas voltadas para a educação profissional agrícola em Campos dos Goytacazes (RJ). A instituição escolar lócus desta iniciativa de pesquisa é a Escola Técnica Estadual Agrícola Antonio Sarlo, criada nos anos de 1955-56 com o intuito de estimular a melhoria da produtividade agropecuária na região, especialmente da cana-de-açúcar. A pesquisa apresenta parte da história da escola, tentando compreender as forças políticas mobilizadas durante a sua trajetória, especialmente na atualidade, bem como a influência dos aspectos econômicos regionais nesse percurso. Por décadas, a instituição desfrutou de uma posição singular por ser a única escola voltada para a formação de técnicos em agropecuária da região. Apesar disso, atualmente se constata que essa instituição tem passado por um processo de declínio no cenário educacional devido à redução acentuada do número de matrículas para o curso técnico. Finalmente, este livro busca diminuir entre professores e pesquisadores a carência de materiais disponíveis sobre a educação profissional agrícola, que na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica se coloca como uma das primeiras entre as mais procuradas pelos jovens brasileiros. AUTORA: DAYANE DA SILVA SANTOS ALTOÉ PÁGINAS: 156 ESSENTIA EDITORA ISBN 978-85-99968-51-2 ANO DE EDIÇÃO: 2017

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Introdução<br />

documentos, as quais contemplam os pensamentos dos pioneiros de uma História Nova 8 .<br />

A história faz-se com documentos escritos, sem dúvi<strong>da</strong>. Quando estes<br />

existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos,<br />

quando não existem. [...] Não há história sem documentos, com esta<br />

precisão: Há que tomar a palavra documento no sentido mais amplo,<br />

documento escrito, ilustrado, transmitido pelo som, a imagem, ou de<br />

qualquer outra maneira. (LE GOFF, 1990, p. 468)<br />

Diante do alargamento do conteúdo do termo documento, a pesquisa amplificou<br />

seu foco de análise <strong>para</strong> outras fontes, produzi<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> interlocução dos sujeitos<br />

a respeito do tema <strong>da</strong> pesquisa. Trabalhou-se então com a perspectiva <strong>da</strong>s entrevistas,<br />

na medi<strong>da</strong> em que elas permitiram perceber as visões e diferentes interpretações<br />

produzi<strong>da</strong>s pelos sujeitos que atuam na referi<strong>da</strong> escola.<br />

De igual modo, as entrevistas também permitiram a produção de fontes de<br />

análise sobre a situação atual <strong>da</strong> instituição que serve de lócus de observação empírica.<br />

As entrevistas foram fun<strong>da</strong>mentais na medi<strong>da</strong> em que se desejou compreender as<br />

visões e significados <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças por parte dos sujeitos. Além disso, os relatos orais<br />

são capazes de revelar sensibili<strong>da</strong>des, <strong>trajetória</strong>s, histórias pessoais e referentes à<br />

instituição, o que muitas vezes não é permitido abor<strong>da</strong>r em fonte documental escrita.<br />

A pesquisadora, atenta aos problemas mais comuns ao realizar essa técnica<br />

de pesquisa, procurou seguir as sugestões de Duarte (2003) <strong>para</strong> realização de uma<br />

entrevista apropria<strong>da</strong>, que requer:<br />

a) que o pesquisador tenha bastante bem definidos os objetivos de sua<br />

pesquisa (e introjetados — não é suficiente que eles estejam bem definidos<br />

apenas no ‘papel’); b) que ele conheça, com alguma profundi<strong>da</strong>de, o contexto<br />

onde pretende realizar sua investigação (as experiências pessoais, conversas<br />

com pessoas que participam <strong>da</strong>quele universo — egos focais / informantes<br />

privilegiados —, leitura de estudos precedentes e uma cui<strong>da</strong>dosa revisão<br />

bibliográfica são requisitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>para</strong> a entra<strong>da</strong> do pesquisador em<br />

campo); c) a introjeção, pelo entrevistador, do roteiro <strong>da</strong> entrevista fazer uma<br />

entrevista ‘não váli<strong>da</strong>’ com o roteiro é fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> evitar “engasgos” no<br />

momento <strong>da</strong> realização <strong>da</strong>s entrevistas váli<strong>da</strong>s; d) segurança e autoconfiança;<br />

e) algum nível de informali<strong>da</strong>de, sem jamais perder de vista os objetivos que<br />

levaram a buscar aquele sujeito específico como fonte de material empírico<br />

<strong>para</strong> sua investigação. (DUARTE apud TEPPETINO, 2007, p. 45)<br />

Dessa forma, antes que as entrevistas fossem realiza<strong>da</strong>s, a pesquisadora<br />

buscou frequentar os espaços <strong>da</strong> escola e ter ao menos um contato inicial com os<br />

8<br />

A História Nova refere-se à <strong>Escola</strong> dos Annales, e os pioneiros dessa história são também os fun<strong>da</strong>dores de revista Annales d’historie<br />

économique et sociale (1929).<br />

29

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