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MOÇAMBIQUE

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ALEX SANTANA FRANÇA<br />

em Lisboa, trabalhou no lançamento da Europa tv e da rtp Internacional, atuando<br />

na área de direção de programas e de cooperação. É autor de várias obras sobre<br />

história do cinema e realização cinematográfica e televisiva (Piçarra, 2015: 229-231).<br />

9. O Ministério do Ultramar (1951-1974) foi o departamento do governo de Portugal<br />

responsável pela administração civil dos territórios ultramarinos sob domínio colonial<br />

português. Até 1951, era chamado Ministério das Colônias e, em 1974, passou a<br />

ser designado Ministério da Coordenação Interterritorial.<br />

10. A capital de Moçambique, Lourenço Marques (em homenagem ao explorador e<br />

comerciante português de mesmo nome, que realizou explorações na região, no século<br />

xvi), passou a ser designada Maputo depois da independência nacional, em<br />

1975. A pesquisadora Jeanne Marie Penvenne (2012, p. 174), ao investigar coleções<br />

de fotografias da cidade publicadas durante o período colonial, observou que essas<br />

imagens, apesar de oferecerem um importante panorama da cidade em transformação<br />

no período, excluíam faces, famílias e movimentos da população do país, majoritariamente<br />

negra. Na grande maioria das fotografias desse período, os moçambicanos<br />

negros da capital estavam ausentes ou marginalizados. Apenas o trabalho de<br />

um pequeno grupo de fotógrafos, como Sebastião Langa e Ricardo Rangel, publicado<br />

principalmente depois da independência, apresenta uma contrastante abordagem<br />

dos moçambicanos negros como sujeitos.<br />

11. Após 25 de abril de 1974, data que marcou o fim da ditadura em Portugal, Catembe<br />

chegou a ser exibido novamente, duas vezes, na Cinemateca Portuguesa.<br />

12. A análise descritiva do filme baseia-se na sua segunda versão, disponível na internet,<br />

através do site YouTube. Foram acrescentados, ao final, 11 minutos censurados e<br />

posteriormente recuperados.<br />

13. Para uma análise mais específica, atendendo aos propósitos deste capítulo, a descrição<br />

e interpretação da terceira e quarta partes do filme não serão levadas em consideração.<br />

Na terceira parte, intitulada “Terça-feira: as bifas” (termo que pode ser entendido<br />

como “mulher bonita, gostosa”), predomina uma discussão entre um casal<br />

sobre a situação das mulheres na capital moçambicana; de um lado, as que apresentam<br />

educação mais conservadora e, de outro, as de formação mais liberal, chamadas<br />

de “bifas”. Na quarta parte, intitulada “Quarta-feira: intelectuais e não intelectuais”,<br />

destacam-se uma discussão sobre o que é ser intelectual na cidade de Lourenço<br />

Marques, através da opinião do jornalista Fernando Carneiro, e uma situação de<br />

assédio à mulher, através da personagem Catembe.<br />

14. Alguns dos principais filmes anticolonialistas produzidos em Moçambique foram:<br />

Km 72, dirigido pelos cineastas portugueses João Ferreira e Fernando Carneiro; In<br />

our country the bullets begin to flower (1971), dirigido pelos suíços Lennart Malmer<br />

e Ingela Romare; A luta continua (1971) e O povo organizado (1976), ambos dirigidos<br />

pelo cineasta norte-americano Robert F. Van Lierop; Ventigiorno com i guerriglieri<br />

del Frelimo (1972), dirigido pelo cineasta italiano Franco Cigarini; Deixem-me<br />

ao menos subir às palmeiras (1972), dirigido pelo cineasta português Joaquim Lopes<br />

Barbosa; 25 (1975), dirigido pelo cineasta brasileiro José Celso Martinez; Do Rovuma<br />

ao Maputo (1975), dirigido pelo iugoslavo Dragutin Popovic; Maputo: meridiano<br />

novo (1976), dirigido pelo cineasta da República Centro-Africana, Pedro Pimenta;<br />

Maputo, novo meridiano (1976), dirigido pelo cineasta cubano Santiago Álvarez;<br />

Estas são as armas (1978), dirigido pelo brasileiro Murilo Salles; Nova sinfonia<br />

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