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MOÇAMBIQUE

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ENCONTROS COM <strong>MOÇAMBIQUE</strong><br />

de Novaes Santos, no qual analisa como a poesia de Noémia de<br />

Sousa, publicada pelo jornal O Brado Africano entre os anos de<br />

1948 e 1951, contribuiu como instrumento de crítica ao sistema<br />

colonial na imprensa de Moçambique, no contexto de repressão e<br />

censura do Estado Novo português.<br />

O tema pode também ser observado no artigo de Fatime Samb,<br />

que aborda as práticas relacionadas ao que a autora chama de<br />

“tradições culturais” encontradas no romance Niketche, de Paulina<br />

Chiziane, tais como o lobolo, a poligamia e as manipulações corporais.<br />

Eles são interpretados como representativos da opressão e<br />

da exclusão das mulheres pelo sistema patriarcal moçambicano.<br />

A terceira parte do livro – Agendas de um Moçambique contemporâneo<br />

– é reservada às temáticas contemporâneas que envolvem<br />

as ações de cooperação internacional em Moçambique e novas<br />

epistemologias para os estudos de gênero. Elga Lessa de Almeida<br />

e Elsa Sousa Kraychete analisam a trajetória da cooperação internacional<br />

para o desenvolvimento no país, buscando compreender<br />

os motivos e consequências que o levaram a ser considerado um<br />

“laboratório” para diversas modalidades de auxílio, desde a forte<br />

atuação de organizações não governamentais na prestação de ajuda<br />

alimentar emergencial ao atual subsídio orçamentário. As autoras<br />

também destacam que a descoberta e a exploração de importantes<br />

recursos minerais neste início de século permitiram ao governo<br />

moçambicano traçar outras estratégias de atração de investimentos<br />

e celebração de acordos de cooperação com novos parceiros, sobressaindo-se<br />

nesse processo países como China, Índia e Brasil.<br />

Igualmente no seu instigante trabalho, Fernanda Gallo problematiza<br />

a recente aproximação do Brasil com Moçambique ao analisar<br />

o caso da mineradora Vale na exploração da bacia carbonífera<br />

de Moatize. Sua abordagem etnográfica sugere possíveis conexões<br />

entre a presença dos megaprojetos e a retomada dos conflitos armados<br />

entre os históricos opositores Renamo e Frelimo.<br />

Por fim, Vera Fátima Gasparetto reflete sobre os desafios contemporâneos<br />

epistemológicos que se colocam no desenvolvimento<br />

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