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MOÇAMBIQUE

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8. <strong>MOÇAMBIQUE</strong> E A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO<br />

Moçambique com a instalação dos megaprojetos 3 a partir do final<br />

da década de 1990. O primeiro megaprojeto autorizado pelo<br />

governo moçambicano foi a Mozal, empreendimento integralizado<br />

pela empresa bhp Billiton (capital australiano e inglês), Mitsubishi<br />

(capital japonês), Industrial Development Coorporation<br />

(capital sul-africano) e um pequeno percentual de recursos do<br />

governo moçambicano. O projeto, que consiste na importação<br />

de matéria-prima da Austrália e sua transformação em lingotes<br />

de alumínio para exportação para a Europa, exemplifica as estratégias<br />

de globalização do capital internacional assentadas em<br />

vantagens comparativas que hierarquizam as economias, aprofundam<br />

a divisão desigual do trabalho e criam mais dependência<br />

(Mosca, 2005). Nesse sentido, João Mosca caracteriza os megaprojetos<br />

como sendo:<br />

[...] implantações de unidades produtivas com tecnologia intensiva<br />

em capital não assumidas localmente, produzem quase que exclusivamente<br />

para exportação, geram bolsas de pobreza devido aos<br />

níveis de salário, provocam externalidades ambientais negativas<br />

não controladas pelo Estado, o valor da produção reflete-se ficticiamente<br />

nos agregados macroeconômicos e podem relocalizar-se<br />

em qualquer momento criando desemprego. (Mosca, 2005: 377)<br />

A primeira década do século xxi tem sido, portanto, marcada<br />

pela instalação de megaprojetos, principalmente os relacionados à<br />

indústria extrativa, como o projeto da Sasol (capital sul-africano<br />

com participação do Estado moçambicano) para exploração de<br />

gás natural, o projeto da brasileira Vale para exploração do carvão<br />

da mina de Moatize e o projeto da australiana Riversdale Mining<br />

(posteriormente comprada pela empresa portuguesa Rio Tinto)<br />

para exploração de carvão das minas de Benga e Zambeze. Ressalte-se<br />

que esses investimentos foram favorecidos por uma série de<br />

benefícios fiscais, como a isenção de direitos aduaneiros e do imposto<br />

sobre valor acrescentado (iva) na importação de materiais<br />

de construção, máquinas, equipamentos, acessórios, peças sobressalentes<br />

acompanhantes e outros bens destinados às atividades,<br />

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