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– Ela me parou agora, quando retornava de… Bem, não importa onde estive – disse o duque. – Ela<br />
estava na rua esperando a que chegasse a carruagem.<br />
– E o que é o que quer? –insistiu Hugo.<br />
Clermont soltou uma gargalha<strong>da</strong> pouco convincente.<br />
– Na<strong>da</strong>! Não é grande coisa. No Salão de Wolverton vi que se <strong>da</strong>va muito bem com os meninos<br />
pequenos e lhe ofereci uma posição para cui<strong>da</strong>r de meu filho.<br />
– Seu filho ain<strong>da</strong> não nascido.<br />
– Sim – murmurou Clermont. – Exatamente. E ela deixou seu posto no Wolverton e eu já não tinha<br />
nenhum emprego que lhe oferecer porque a duquesa partiu. Agora ela também está zanga<strong>da</strong>.<br />
A história não resultava plausível absolutamente. Hugo duvidou um momento se chamava de<br />
embusteiro a Sua Excelência. Mas não serviria de na<strong>da</strong>, pois a experiência lhe tinha ensinado que,<br />
quando o duque inventava uma história, aferrava-se a ela tenazmente por muitos buracos que tivesse.<br />
– Diz que permanecerá aí senta<strong>da</strong> até que receba compensação – explicou Clermont. – E acredito que<br />
fala a sério. Entenderá meu dilema. Se tudo sair bem, trarei de volta à duquesa em umas semanas. Isto<br />
resulta muito irritante neste momento. Minha esposa pensará…<br />
– Que seduziu e desonrou a uma cria<strong>da</strong>? –perguntou com secura Hugo, que estava disposto a apostar<br />
por isso.<br />
Clermont nem sequer se ruborizou.<br />
– Exato –disse. – Como poderá ver, a mera ideia é absur<strong>da</strong>. E, é obvio, eu não fiz na<strong>da</strong> semelhante,<br />
você sabe, Marshall. Mas tal e como estão as coisas, essa mulher tem que ir-se antes que eu volte.<br />
– Forçou-a? –perguntou Hugo.<br />
Clermont sim se ruborizou então.<br />
– Diabos, Marshall! Sou um duque. Não tenho necessi<strong>da</strong>de de forçar às mulheres – franziu o cenho. –<br />
E, além disso, a ti o que te importa? Não lhe chamam o Lobo de Clermont por sua consciência.<br />
Não. Aquilo era ver<strong>da</strong>de. Mas Hugo tinha consciência; simplesmente procurava esquecê-lo.<br />
Olhou pela janela.<br />
– É fácil. Farei que os agentes <strong>da</strong> polícia a levem por vadiagem ou por perturbar a paz.<br />
– Ah… não – Clermont tossiu levemente.<br />
– Não?<br />
– Não me parece boa ideia levá-la ante um tribunal. Já sabe que ali há repórteres esperando<br />
conseguir umas linhas para a imprensa. Alguém poderia fazer perguntas. Ela poderia inventar histórias. E<br />
embora eu certamente pudesse sufocar qualquer investigação legal, o que aconteceria se a história<br />
chegasse aos ouvidos de Helen? Já sabe o suscetível que se mostra com o tema de outras mulheres.<br />
Hugo suspirou. Não poderia tirar na<strong>da</strong> útil do duque.<br />
– Você falou com ela. Que tipo de compensação pede?<br />
– Cinquenta libras esterlinas.<br />
– Isso é tudo? Podemos…<br />
Mas Clermont negou com a cabeça.