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BEACH SHOW - PERFIL<br />
SAULO BARROS<br />
SURFISTA, CAMPEÃO E EMPRESÁRIO<br />
Por Mardônio Paz Filho<br />
Em uma conversa descontraída com o cearense, Saulo Barros, 22<br />
anos, falamos sobre o atual cenário do surf nacional e mundial.<br />
O atleta que possui oito importantes títulos (campeão cearense<br />
iniciantes, mirim e junior, top 4 nordestino junior e open 2012,<br />
campeão brasileiro open 2013, vice campeão cearense profisional<br />
2014 e top 5 brasileiro pro junior 2015) também é empresário e<br />
nos falou um pouco sobre como foi a sua principal conquista,<br />
patrocínios e ainda desabafou sobre a atualidade das competições<br />
em nosso país.<br />
Foto: Mardônio Paz Filho<br />
Quem é o Saulo Barros como pessoa?<br />
Eu sou um cara muito brincalhão, amigo e<br />
companheiro, gosto muito de desfrutar cada<br />
momento, até os mais simples, pois são eles que<br />
fazem a diferença. Para mim a família é a base de<br />
tudo, adoro estar com eles e faço tudo para vê-los<br />
bem, sou muito feliz com a vida que tenho.<br />
Como foi se tornar Campeão Brasileiro Open<br />
2013 e qual a sensação após essa importante<br />
conquista?<br />
Foi um título muito importante pra mim, pois foi um<br />
ano bem difícil. Eu estava voltando de uma lesão<br />
no joelho direito e mesmo com toda dificuldade<br />
para treinar por conta de dores, não desanimei,<br />
tive acompanhamento de fisioterapeuta, em<br />
seguida fiz treinos de fortalecimento muscular.<br />
Confesso que a recuperação foi mais rápida do que<br />
eu imaginava, treinei muito dentro e fora d’água<br />
porque sabia do nível dos meus adversários, tudo<br />
foi se encaixando no decorrer dos meses e no final<br />
de tudo consegui meu objetivo, me consagrar<br />
Campeão Brasileiro Open, um título que muitos<br />
atletas gostariam de ter em sua carreira como<br />
amador.<br />
Todo mérito também vai à minha família que<br />
estava comigo apesar de todos os contratempos,<br />
foi demais esse título!<br />
Como você enxerga a atual situação do surf<br />
competição, no Nordeste e no Brasil ?<br />
É um fato que nós atletas competimos muito,<br />
até porque sobrevivemos disso, se não tem<br />
campeonatos como vamos sobreviver? Não dá!<br />
Temos que achar formas para sobreviver e ter mais<br />
qualidade de vida.<br />
78 / BS<br />
Por exemplo, os tops brasileiros do WSL batendo<br />
frente a frente com os gringos do mesmo nível ou<br />
até melhores, sendo também campeões mundiais,<br />
como o Gabriel Medina que foi o primeiro, no ano<br />
seguinte o Adriano de Souza, e aí como ficam os<br />
eventos no Brasil? Na mesma.<br />
No ano que o Medina foi campeão mundial<br />
pensamos que tudo iria melhorar, o mundo iria<br />
olhar para o Brasil de uma forma diferente, com<br />
mais eventos profissionais, investimentos em<br />
nossas categorias de base, campeonatos PRO<br />
Juniors, mas não, o ano que pensei que fosse<br />
melhorar, ficou até pior do que estava. Isso vem<br />
prejudicando bastante o desenvolvimento e a<br />
continuidade da minha carreira e de vários outros<br />
atletas, pois precisamos das competições para<br />
construirmos nossas histórias.<br />
Quais seus principais objetivos como<br />
competidor?<br />
Inicialmente, meu objetivo era competir os<br />
eventos profissionais nacionais, como o Super Surf,<br />
Circuito Paulista, Carioca, Catarinense e Cearense.<br />
No ano que passou aconteceram apenas 3 eventos<br />
profissionais, 2 Paulistas e 1 Cearense, assim fica<br />
difícil ter um objetivo.<br />
Queria muito poder estar nas etapas do WSL<br />
e WQS (divisão de acesso à elite mundial), é o<br />
único circuito que está atualmente em plena<br />
atividade, porém o custo é muito alto, me esforcei<br />
bastante para ir mesmo sem patrocínio, mas não<br />
dá, é um investimento muito acima das minhas<br />
condições hoje. Vamos aguardar o calendário de<br />
competições de 2017 e só então podemos traçar<br />
novos objetivos.<br />
Existe algum projeto seu paralelo ao surf<br />
competição?<br />
Eu, juntamente com meu pai, Carlos Barros, temos<br />
a loja, Wind Zone, no Cumbuco, lugar onde moro,<br />
e que hoje é um dos mais belos e visitados do<br />
Ceará. Também sou Produtor de eventos, no<br />
período de maior atividade confesso que é meio<br />
puxado, pois ocupa muito meu tempo, mas<br />
nunca deixo de treinar, esses são os meios para<br />
conseguir sobreviver hoje em dia e me manter nas<br />
competições.<br />
Em relação à apoio e patrocínios, quais<br />
empresas estão com você?<br />
Patrocínios hoje em dia tá muito difícil, e não só<br />
pra mim, também para muitos outros atletas de<br />
grande talento e dedicação. Em abril de 2015<br />
fiquei sem patrocinador principal, finalizei uma<br />
parceria de 7 anos com a Zangs, uma empresa<br />
cearense, onde obtive a maioria dos meus títulos,<br />
sempre vestindo a camisa com amor, e sei que foi<br />
uma finalização de parceria com um sentido de<br />
“missão cumprida!”.<br />
Quem me acompanhou sabe o quanto eu fiz para<br />
somar no crescimento dessa empresa. Hoje tenho<br />
um co-patrocínio da loja Wind Zone - Cumbuco,<br />
apoio da principal academia do nosso estado a<br />
AYO Fitness Club onde tenho um suporte master<br />
nos treinos e na orientação para a alimentação<br />
como um atleta realmente merece, e também o<br />
apoio da marca de pranchas Airguns. Sou muito<br />
grato à todos eles!