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Revista Dr. Plinio 231

Junho de 2017

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tuguesa bastante pujante para iniciar<br />

o povoamento deste mundo que estava<br />

diante deles.<br />

Há uma discussão sobre esse assunto<br />

na História do Brasil. Um professor<br />

tem o direito de sustentar uma<br />

dessas duas teses, que se apoiam em<br />

argumentos prováveis; tem o direito<br />

de dizer que não aceita nenhuma delas<br />

como demonstradas ainda, porque<br />

não as acha suficientemente elucidadas.<br />

O que ele não tem é o direito<br />

de, numa aula de História tratando<br />

da questão, tirar o corpo da solução<br />

e não dar a posição dele. Se, por<br />

uma razão política qualquer, ele evita<br />

tomar posição, não é honesto porque<br />

tem a obrigação de dizer a verdade<br />

a respeito das coisas.<br />

Pode-se até compreender – não<br />

chego a dizer que se possa escusar –<br />

que um ou outro faça silêncio a respeito<br />

de um determinado ponto de História.<br />

Contudo, segundo pensaram<br />

aqueles grandes teólogos e doutores,<br />

se a Igreja fizesse o silêncio a respeito<br />

da Eucaristia, ela estaria fraudando<br />

os fiéis que receberiam dela um ensinamento<br />

confuso sobre uma verdade<br />

indispensável à salvação. E ela, assim,<br />

faltaria com a sua missão.<br />

Necessidade de levar<br />

os princípios até suas<br />

últimas consequências<br />

Ademais, se a Igreja silenciasse<br />

a respeito da Eucaristia faria com<br />

que os fiéis comungassem mal, porque<br />

eles, não tendo o ensinamento<br />

claro sobre o que estão recebendo,<br />

não podiam recebê-lo bem. Como<br />

fazer um ato de adoração ao Santíssimo<br />

Sacramento se não se tem certeza<br />

que ali está Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo? Não é possível. Quer dizer,<br />

para manter uma unidade pútrida, a<br />

Igreja sacrificaria a vida espiritual de<br />

seus fiéis.<br />

Por fim, viria um princípio que,<br />

embora não seja o mais forte, é o<br />

menos realçado, e por isso desejo<br />

salientá-lo: A força de toda instituição<br />

consiste em levar às últimas consequências<br />

seus próprios princípios.<br />

A partir do momento no qual ela julga<br />

que, para sobreviver, deve adoçar<br />

os seus princípios, reconhece que já<br />

morreu.<br />

Tomem, por exemplo, o estado<br />

militar. As forças armadas constituem<br />

uma instituição do país. O próprio<br />

delas, na sua pujança, é deduzir<br />

da condição militar o estilo de vida<br />

militar levado tão longe quanto possível.<br />

A partir do momento em que,<br />

por exemplo, um ministro da guerra<br />

dissesse que o Brasil é um país<br />

ao qual repugna tanto o estado militar<br />

que, ou o militar toma ares de civil,<br />

ou não haverá mais militares, as<br />

forças armadas morreram no Brasil.<br />

Porque se a coerência do estado militar<br />

é inaceitável pelo país, afugenta<br />

as vocações; então é preciso reconhecer<br />

que o estado militar morreu.<br />

Vocações clericais: um padre deve<br />

ser, pensar, vestir-se e viver como<br />

padre. Se alguém diz que em determinado<br />

país é preciso trajar os padres<br />

de macacão para atrair vocações,<br />

então esse país não quer ter<br />

mais padres, ficou pagão.<br />

Aplico o mesmo princípio à instituição<br />

da família. Alguém dirá: “<strong>Dr</strong>.<br />

<strong>Plinio</strong>, se não for aprovado o divórcio,<br />

muita gente começa a não se casar<br />

mais e a viver no amor livre.” A<br />

resposta é: “Então diga que morreu<br />

a instituição da família. Não va-<br />

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