Luzes da Civilização Cristã Nobreza, Gabriel K. distinção, boas maneiras: frutos do preciosíssimo Sangue de Cristo A distinção católica, contrarrevolucionária, evidencia a superioridade do Ocidente sobre o Oriente, embora este seja tão mais rico em pedras preciosas, tecidos e outros ornamentos. 32
Folheando uma coleção de fotografias de pretendentes a tronos em diversas nações, constatei haver pelo meio uns marajás, um sultão do Afeganistão e outros personagens assim. Então, chamei a atenção dos circunstantes para a diferença entre a atitude, o porte e a posição dos monarcas ou dos pretendentes a trono ocidentais – descendentes, portanto, das antigas dinastias históricas do Ocidente –, e os do Oriente. Um preconceito revolucionário: ter medo de parecer por demais maravilhoso Nicolás Aquino (CC3.0) No Oriente as pedras preciosas são muito maiores, mais bonitas, de melhor quilate, o subsolo é muito mais rico desse gênero de esplendores. Também as pérolas que se pescam em alguns lugares do Oriente são de uma beleza incomparável. De maneira que eles podem constituir para si ornatos muito mais ricos do que os príncipes do Ocidente. Além disso, dispõem de tecelões que trabalham com tecidos a mão, e podem encomendar tecidos manufaturados de uma qualidade muito superior à dos industrializados, comuns no Ocidente. Por isso, sob o ponto de vista de indumentária, os dignatários orientais se apresentam muito melhor do que os do Ocidente. Tanto mais quanto eles têm uma certa fantasia e não são inibidos por preconceitos revolucionários, pela ideia de ter medo de parecer por demais maravilhosos. Um ocidental tem receio de parecer por demais maravilhoso. Examinem, por exemplo, os uniformes oficiais dos diplomatas e dos militares de alto grau – generais, marechais, etc. – do século XIX e os do século XX. É uma degringolada medonha. No século XIX, havia aquele chapéu de dois bicos, com abas que se reuniam em cima, e dentro tinham Divulgação (CC3.0) Vicente López y Portaña (CC3.0) aigrettes brancas; as roupas eram bordadas com alamares e outros adornos muito bonitos, com condecorações, uma coisa que tende ao lindo. Mas o homem de hoje tem vergonha de se apresentar nesses trajes porque o espírito da Revolução achatou todas as tendências para o belo. Pelo contrário, no Oriente isso não era assim; havia uma classe que sonhava com o maravilhoso. Então, marajás, rajás, xás, sultões, etc., que aparecem com essas roupas lindas. Mas se analisamos os homens, vemos serem eles muito inferiores, como porte, maneiras, posturas, do que os do Ocidente. Por quê? Porque durante séculos, desde que a Igreja Católica penetrou no Ocidente, começou a germinar a Moral católica. E quando consideramos alguém que observa em todos os seus pormenores essa Moral católica, essa pessoa – se não ela, seu filho ou seu neto – acaba sendo de uma educação e de um porte perfeitos. A Moral católica gera a educação, a distinção e a correção perfeitas Para uma pessoa que pratica a Moral católica perfeitamente, é instintivo, mesmo não tendo recebido uma educação de salão, praticar, por exemplo, atos como o seguinte: está à mesa tomando refeição com um convidado que merece uma especial honra e atenção, serve o convidado antes de se servir a si própria. Ora, isso que é ensinado como uma regra de educação – “Você, na sua casa, seja o último a se servir; quando estiver na presença de mais velhos, faça com que eles se sirvam antes; diante de pessoas mais graduadas do que você, reconheça de boa vontade essa maior graduação, preste-lhes honras, faça com que se sirvam antes” – são aplicações de princípios de Moral a questões de bom procedimento. Se numa primeira geração de católicos muito bons não houve tempo de modelar todos esses costumes de acordo 33