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Revista Penha | junho 2017

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

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Alfaiataria J Leal<br />

AVENIDA GENERAL ROÇADAS 117-A<br />

T: 21 814 66 55<br />

Há 46 anos que Mariana Silva costura<br />

na Alfaiataria J Leal, no número 117A<br />

da Avenida General Roçadas. E quando<br />

já podia “meter os papéis para a<br />

reforma”, esta mulher de forças tornou-se<br />

empresária e assumiu o negócio.<br />

‘Faço este<br />

trabalho com<br />

amor’<br />

Chegou à alfaiataria em 1971, para não<br />

mais sair. Milhares e milhares de fatos<br />

passaram-lhe pelas mãos, nos quais<br />

aplicou toda a arte do ofício que aprendeu<br />

quando deixou a escola.<br />

Mariana não nasceu em Lisboa, mas só<br />

viveu fora da capital até aos 4 anos de<br />

idade, altura em que chegou com os pais,<br />

vindos de Figueira de Castelo Rodrigo. Por<br />

isso, considera-se uma alfacinha de gema!<br />

Quando o patrão faleceu e os herdeiros<br />

entregaram a casa à senhoria, confessa<br />

que entrou em pânico perante a ideia<br />

de deixar de trabalhar: “Apesar de ter 64<br />

anos, como é que podia reformar-me? Não<br />

podia simplesmente ir para casa e deixar<br />

de fazer aquilo que mais gosto na vida!”.<br />

Mariana descreve a costura com um<br />

carinho particular: “É algo que gosto<br />

muito, é como que a minha especialidade.<br />

Trabalho em costura desde os meus 14<br />

anos, por isso é o que eu sei fazer melhor,<br />

onde faço as coisas com amor”.<br />

Hoje, e porque já não se fazem muitos<br />

fatos por medida, o trabalho é bem<br />

diferente do que era há 40 anos: composto<br />

sobretudo por emendas e arranjos, além<br />

da venda de calças.<br />

“Antigamente comprava-se um fato para<br />

a vida. Hoje em dia é tudo muito mais<br />

descartável”, nota Mariana. “Depende<br />

daquilo que as pessoas querem, um<br />

pronto-a-vestir está muito bom para<br />

aqueles fatos que a maioria procura.<br />

Depois o que é preciso é ir fazendo os<br />

arranjos. Alguns podem sair mais caros<br />

que outros, mas se o trabalho for bem<br />

feito vale bem a pena. Tenho aqui uma<br />

encomenda de um senhor que quer<br />

transformar um jaquetão em paletó. Não<br />

fica por menos de 80€ e não é toda a<br />

gente que sabe fazer. Fiz isto a vida toda,<br />

sei bem do que estou a falar”, explica com<br />

uma energia contagiante.<br />

E não nos deixa ir embora sem se<br />

desfazer em elogios à zona que escolheu<br />

para trabalhar e, desse modo, fazer uma<br />

segunda casa: “A <strong>Penha</strong> para mim é tudo!<br />

Sinto-me em casa... Passa uma pessoa,<br />

fala, entra ou diz ‘bom dia’ a partir da<br />

porta. Parece um bairro, uma aldeia.<br />

Mantém-se um ambiente dos tempos<br />

antigos que é muito bom”.<br />

A Alfaiataria J Leal está de portas abertas<br />

das 9h às 13h e das 14h30 às 19h nos<br />

dias de semana e aos sábados fecha às<br />

18h.<br />

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