Comunicação, moda e memória

constitui como um personagem de uma determinada subcultura, na
qual a valorização do passado se dá a partir do resgate de peças
antigas. Geralmente, esse consumidor possui certo envolvimento com
a moda e sua história, de forma que esse consumo não seja aleatório
e que seja esteja de acordo com um conceito estético. Logo, esse fator
[...] demonstra que o usuário possui um elevado
capital intelectual já que, se não souber mesclar
de maneira agradável o passado da roupa com o
tempo presente, corre o risco de parecer fantasiado.
Nesse sentido, o vintage estimula uma busca de
conhecimento, não só de moda, mas sobre a cultura
em geral, que permita ao ator jogar, ousar, fazer
do seu estilo um estilo único, sem cometer erros
crassos. (HELLMANN, 2009: 104).
Dessa forma, o brechó, desde sua essência, assume o papel
de interseção temporal, na qual diversas décadas se encontram e
compartilham do mesmo ambiente. Nesses espaços, vestidos do
anos 1950 dividem prateleiras com jaquetas dos anos 1990 e assim
assumem um novo papel diante da sociedade contemporânea.
“Essa busca de características de outros momentos
históricos de moda fez com que os brechós se
tornassem verdadeiros focos de referência, tanto
de pesquisa para criação em série como para o
consumo pessoal” (BRAGA, 2004: 99).
Assim, conclui-se que os brechós possibilitem que os
consumidores insatisfeitos com as limitações do mercado de moda atual,
se desprendam de uma temporalidade fixa e imerjam em um acervo de
peças exclusivas e com características históricas e estéticas singulares.
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