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Do SHABBATH para o Dia Do Senhor - D. A. Carson

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De que maneira, então, os autores bíblicos relacionam o sétimo dia com<br />

a atividade de Deus na criação? Gênesis 2.2,3 encerra o relato da criação, e o<br />

faz dizendo que Deus descansou no sétimo dia, abençoando e santificando esse<br />

dia. Em outras partes de Gênesis 1 e 2, pode-se encontrar injunções explícitas a<br />

serem seguidas pelo primeiro casal. Além de ser impossível encontrar qualquer<br />

mandamento explícito ou mesmo o uso do termo Shabbath, também não se faz<br />

menção alguma da humanidade. O sétimo dia é retratado dentro da estrutura<br />

do relato apenas com referência a Deus. O ápice da atividade criadora de Deus<br />

não é a criação do homem e da mulher, mas o descanso triunfal do Criador. Por<br />

certo, sua bênção e santificação do sétimo dia não devem ser considerados fora<br />

de qualquer contexto, uma vez que têm alguma relação com o mundo criado.<br />

O mais crucial, porém, é a natureza dessa relação. O sétimo dia deve ser considerado<br />

uma representação da conclusão de toda a criação e, portanto, ao ser<br />

abençoado, toda a criação é igualmente abençoada. Desse modo, o sétimo dia<br />

é relacionado aos outros seis e, no entanto, também é diferente deles, pois não<br />

tem limites. O objetivo dos seis dias se encontra num dia diferente deles, o que<br />

explica a santificação ou se<strong>para</strong>ção do sétimo dia. Portanto, a criação é abençoada<br />

com referência específica ao seu objetivo, o descanso de Deus - que de certo<br />

modo é se<strong>para</strong>do <strong>para</strong> toda a sua criação incluindo os seres humanos - mas cujo<br />

significado pleno ainda está por se revelar. Essa é a relação entre o sétimo dia<br />

de Deus e os seres humanos; qualquer outro conceito deve ser inferido a partir<br />

do texto e, por vezes, é inserido nele em função de Êxodo 20.I I .8 N o entanto,<br />

em seu comentário sobre Gênesis, Claus Westerman comenta de modo bastante<br />

ponderado que não é possível encontrar nessa passagem nem a instituição e nem<br />

a pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> o Shabbath, mas que se pode identificar um reflexo de seu<br />

estabelecimento posterior.9<br />

A presença de tal reflexo nesses versículos não causa surpresa, uma vez que<br />

Êxodo 20.11 lança mão especificamente da analogia do padrão de Deus na criação<br />

e retoma a linguagem desses versículos e, também, porque a própria estrutura<br />

literária dos sete dias depende do ciclo sabático semanal <strong>para</strong> retratar a atividade<br />

criadora de Deus. O reconhecimento desse reflexo, porém, é inteiramente distinto<br />

de se admitir qualquer instituição efetiva do Shabbath implícita nas palavras<br />

de Gênesis 2.2,3.10 Antes, o padrão de sete dias em Gênesis 1 e 2 determina uma<br />

estrutura sabática <strong>para</strong> a história da criação, estrutura esta que serve de base <strong>para</strong><br />

0 conceito da semana universal que aparece com tanta proeminência na literatura<br />

judaica e nos escritos da igreja apostólica do século 2e. A estrutura de Gênesis<br />

1 e 2 indica, sem dúvida alguma, que existe uma ordem divina dentro da história<br />

e, portanto, à medida que a história se move em direção à consumação, também<br />

se desloca em direção ao objetivo do descanso de Deus.

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