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Do SHABBATH para o Dia Do Senhor - D. A. Carson

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lhante de “antes e depois” em Romanos 4, onde ilustra sua argumentação com<br />

a circuncisão de Abraão, realizada depois de ele haver recebido a promessa pela<br />

fé (vs. 10,11). Nessa discussão, a circuncisão representa a lei, como o versículo<br />

anterior (3.31) e a argumentação subseqüente (4.13-15) deixam claro. A promessa<br />

volta a ser mostrada como anterior à lei, cuja autoridade é negativa, pois<br />

suscita a transgressão e a ira (4.15). Essa autoridade negativa da lei é expressada<br />

em 2 Coríntios 3 como “ministério da morte” (3.7) e “ministério da condenação”<br />

(3.9). Romanos 7 também mostra a escravidão trazida pela lei e a incapacidade<br />

dos judeus que ainda se encontram na carne, uma incapacidade intensificada<br />

pela lei, apesar do desejo do judeu de ser obediente a ela.67 O lugar de Cristo na<br />

visão de Paulo acerca da lei fica claro em Gálatas 3, onde Cristo é retratado como<br />

a conclusão e o cumprimento tanto da promessa (cf. G1 3.16 —como descendente<br />

ele é o cumprimento da promessa a Abraão) quanto da lei (cf. G1 3.13 - uma<br />

vez que ele toma sobre si a maldição da lei e redime o povo da mesma). Assim,<br />

Cristo dá início ao novo período da promessa (cf. G13.14, “<strong>para</strong> que a bênção de<br />

Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé,<br />

o Espírito prometido”).<br />

Nesse novo período, os cristãos “não [estão] debaixo da lei, e sim da graça”<br />

(Rm 6.14); fomos “libertados da lei, estamos mortos <strong>para</strong> aquilo a que estávamos<br />

sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da<br />

letra” (Rm 7.6). Para Paulo, Cristo se tomou o TÉXoç (“fim”) da lei (Rm 10.4).<br />

Existe, sem dúvida, uma certa controvérsia quanto ao significado exato desse<br />

termo, que pode ser “objetivo” ou “término”. Nesse caso, a acepção principal é<br />

“término”, sendo “objetivo”, no máximo, uma conotação secundária. Cristo é o<br />

término da lei em sua relação com a justiça, pois, por meio dele, a fé passa a<br />

ser o novo meio de justificação. Uma vez que a lei era uma medida temporária,<br />

Cristo também encerra seu período de validade e, assim, aquele que crê em Cristo<br />

não está sujeito à lei como regra de vida. Antes, o cristão caminha pelo Espírito e,<br />

apesar de não estar mais debaixo da lei, observa que os requisitos da lei são cumpridos<br />

em sua vida por intermédio do Espírito (Rm 8.4). O Espírito produz amor<br />

que, por sua vez, é o cumprimento da lei (cf. G15.14). Assim, <strong>para</strong> Paulo, a tônica<br />

principal da lei se realiza no cristão pelo Espírito em amor. Apesar de os cristãos<br />

não estarem sujeitos à lei de Moisés, que era a lei de Deus, isso não significa que<br />

ficaram sem a lei de Deus, mas que a recebem somente à medida que esta é mediada<br />

por Cristo e seu Espírito. Paulo resume as concordâncias e discordâncias<br />

dessa questão em 1 Coríntios 9.20,21, onde diz: “<strong>para</strong> os que vivem sob o regime<br />

da lei, como se eu mesmo assim vivesse, <strong>para</strong> ganhar os que vivem debaixo da lei,<br />

embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não<br />

estando sem lei <strong>para</strong> com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, <strong>para</strong> ganhar os que

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