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Do SHABBATH para o Dia Do Senhor - D. A. Carson

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legislações rabínicas como formas de contornar a Torá. No entanto, uma avaliação<br />

desse tipo não leva em consideração os fatores que tornaram tal abordagem<br />

necessária. A reação dos não-judeus ao conceito de ‘êrub pode ser negativa, mas<br />

esse dispositivo tinha por finalidade tornar a vontade de Deus relevante <strong>para</strong> as<br />

pessoas comuns com dificuldades de cumprir as regras bíblicas. A tentativa das<br />

escolas rabínicas de suprir as necessidades dessas pessoas se baseava na convicção<br />

de que, de uma forma ou de outra, a Torá era dirigida a todos os seres humanos,<br />

quaisquer que fossem suas situações.<br />

A preocupação dos rabinos era tornar a vontade de Deus viável <strong>para</strong> a sua<br />

própria geração e não apresentava as mesmas tendências a um obscurantismo<br />

ou literalismo que apresentavam as normas do Shabbath de alguns grupos conservadores<br />

com suas abordagens impraticáveis. O fato de muitos desses grupos<br />

conservadores viverem isolados dos gentios e até mesmo da vida em comunidade<br />

significava que podiam adotar uma abordagem mais literal das leis bíblicas.<br />

Porém, as condições em que as pessoas mais comuns viviam impediam-nas de<br />

praticar esse tipo de observância. Para essas pessoas, as pressões de se sustentar e<br />

até mesmo sobreviver exigiam uma abordagem mais humana da observância do<br />

Shabbath na qual se guardasse, senão a letra da lei, então pelos menos o espírito<br />

da lei. No entanto, fica evidente que, por mais hipotéticos que fossem alguns dos<br />

seus exemplos, a Halaká reconhecia o desejo do indivíduo de obedecer a Deus;<br />

ao mesmo tempo, levava em consideração as suas dificuldades ao considerar a<br />

vida de obediência apenas como uma repetição exata das leis bíblicas. A complexidade<br />

das práticas do Shabbath judaico deve ser vista como uma tentativa<br />

sincera de traduzir a vontade revelada de Deus <strong>para</strong> o contexto social intricado<br />

do mundo helenístico.<br />

Nota* Finai*<br />

1. Com respeito a essa questão, ver L. Finkelstein, The Pharisees (Filadélfia: Jewish Publication Society of<br />

Am erica, 1962).<br />

2. Para um resum o conciso, ver J. W. <strong>Do</strong>eve, Jewish Hermeneutics in the Synoptic Gospels and Acts (A ssen: Van<br />

Gorcum , 1954), pág. 52ss. Ver tam bém W. Bacher, Die exegetische Terminologie der jüdischen Traditionslite-<br />

ratur (Leipzig: J. C. Hinrichs, 1905).<br />

3. D e acordo com o rabino, o m andam ento do Shabbath é análogo a todos os m andam entos da Torá (j.Ber.<br />

3c); ver ainda E. E. Urbach, The Sages: Their Concepts and Beliefs (Jerusalém: M agnes Press, 1976),<br />

pág. 348; e G. E M oore, Judaism in the First Centuries of the Christian Era (Cam bridge, M ass.: Harvard<br />

University Press, 1927), 2.16. Ver tam bém R. Goldenberg “T h e Jewish Sabbath in the Rom an World U p<br />

to the Tim e o f C onstantine the G reat” , ed. W. H aase Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt 11.19:1<br />

(Berlin/N ova York, 1979), pág. 4 14ss.<br />

4. Com referência ao contexto dessas obras, ver L. Rost, Judaism Outside the Hebrew Canon: An Introduction<br />

to the <strong>Do</strong>cuments (Nashville: Abingdon, 1976), págs. 129ss, 169ss. Q uan to ao Shabbath em Q um ran, ver<br />

L. H. Schiffm an. The Haíakhüh at Qumran (Leideir. E. J. Brill, 1975); S. T. Kimbrough, “T h e C on cept of

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