JB_2424

Jornal da Bairrada
7 | setembro | 2017
VAGOS | AVEIRO | REGIÃO
17
CALVÃO
Colégio corta turmas
e despede colaboradores
A listagem é definitiva e foi
publicada na página da Direção-Geral
da Administração
Escolar (DGAE): o Colégio
Diocesano Nossa Senhora
da Apresentação (Calvão)
viu aceite a sua candidatura,
que previa a abertura de novas
turmas, três do 3.º ciclo e uma
do secundário. Porém, face às
alterações introduzidas, pela
tutela, aos colégios com contratos
de associação, acaba por
ter menos turmas financiadas
pelo Estado.
Um “rombo” para as finanças
da instituição, que se vê
obrigada a dispensar cerca de
duas dezenas de colaboradores,
entre docentes e funcionários,
anunciou o diretor. Rescisões
que, segundo o professor
Luís Oliveira, acarretam
indemnizações, previstas por
lei, da ordem dos 600 mil euros
– verba que o colégio não tem
no imediato.
A solução poderá passar
por negociar com os visados,
arrastando o pagamento “por
prazo mais alargado” (15 a 20
anos), quando se sabe que há
funcionários com vários anos
de serviço. Segundo apurámos,
alguns terão entrado em
1985, quando a escola, que então
tinha, para além da oferta
formativa regular, cursos
profissionais, cursos de educação
formação, especialização
tecnológica e complementos
de formação para acesso ao
ensino universitário”, firmou
contrato de associação com o
Ministério da Educação.
O novo ano letivo arranca
no dia 13, com cerca de 700
alunos, menos 100 do que no
ano passado, e terá apenas 27
turmas. Cortes que também
chegam aos funcionários, que
acordaram reduzir, mais uma
vez, o vencimento mensal –
facto que a direção destaca,
elogiando o “altruísmo” manifestado
por todos.
Eduardo Jaques/Colaborador
Pe. Ivanil Portela nomeado
para Ouca e Vagos
Nomeado por decreto do
bispo diocesano, o padre Ivanil
José Portela chega, dentro
de dias, ao arciprestado de Vagos,
para assumir funções nas
paróquias de Ouca (administrador
paroquial) e Vagos (vigário
paroquial).
Natural de São Paulo (Brasil),
foi ordenado sacerdote a
29 de junho de 1999, pelo seminário
diocesano Redemptoris
Mater y Juan Pablo II Callao
Peru, onde ainda está incardinado.
Há cinco anos em Portugal,
é o atual pároco de Cedrim
do Vouga, Paradela e Couto de
Esteves.
De referir que a nomeação
para Ouca, acontece numa altura
em que o Pe. António Correia
Martins, 90 anos de idade,
que se mantém à frente da paróquia
desde 29 de junho de
1956, se encontra fisicamente
debilitado. No caso de Vagos,
Pe. Ivanil vem colaborar com
o Pe. Manuel Carvalhais, pároco
residente desde outubro
de 1993, que em julho passado
sofreu um AVC.
EJ
AVEIRO
Casa do Professor
“é como uma família”
É pela mão de Ana
Paula Costa que somos
guiados até à Casa do
Professor, em Aveiro. Voluntária
nesta associação
há cerca de um ano, a oliveirense
já domina os cantos
à casa mas, mais do que
isso, conhece todos e cada
um dos utentes que, diariamente,
aqui convivem, em
Centro de Dia ou Lar.
A Casa do Professor, Delegação
de Aveiro da Associação
de Solidariedade
Social dos Professores
(ASSP), foi criada há oito
anos. “Começámos com
quatro residentes e sete ou
oito funcionários… Felizmente,
fomos conseguindo
equilibrar as coisas. Mesmo
assim, tem sido difícil
manter a casa cheia”, revela
o presidente da direção,
José Luís Malaquias. Hoje,
a associação tem lotação de
30 camas, em Lar (quartos
individuais e duplos), mas
não está no limite, acolhendo
28 utentes.
A ASSP foi fundada há 36
anos, por um grupo de professores,
com o intuito de
prestar apoio económico e
social a esta classe profissional.
Tem sede em Lisboa
e 15 delegações pelo país
(incluindo Madeira e Açores),
entre elas a de Aveiro.
Juntamente com outros
dois elementos da direção,
Ivone Lopes e Manuel
Augusto Reis, o presidente
da delegação de Aveiro explica
que esta IPSS sem fins
lucrativos, de reconhecida
utilidade pública, foi criada
com vista a “acolher professores
e seus familiares,
bem como outras pessoas
de alguma forma ligadas à
Educação e ao Ministério”.
Todavia, em Aveiro foi já
lançada e iniciada a ideia
de alargar o leque. “Vamos
incluir pessoas ligadas à
Ordem dos Engenheiros e
muito em breve, alargaremos
a outras classes profissionais”,
frisa.
Utentes felizes. Encontrámos,
na Casa do Professor,
três bairradinos: Dorinda
Vieira, Alice Martins e
Mário Martins. Este último,
um utente especialmente
querido ao Jornal da
Bairrada, viúvo da saudosa
Professora Rosinda de Oliveira
que, desde o início da
fundação deste semanário
e até à sua morte, em 2015,
foi sua colaboradora assídua.
Mário Martins, que fez
no dia 1 de setembro 89
anos, recorda que começou
a vir à Casa do Professor
“quando a minha esposa
aqui esteve”. Entretanto,
após o seu falecimento,
vem durante o dia, mas,
ressalva, “vou dormir a minha
casa”.
Na instituição, assume,
é tratado “como família”.
“Sinto-me bem, sou muito
acarinhado, sou tratado de
uma maneira extraordinária.
Dou-me bem com toda
a gente e participo em todas
as atividades que aqui
promovem”, afirma, entusiasmado.
Dorinda Vieira, natural
de Soza (Vagos), está na
Casa do Professor desde
que esta abriu portas. Viúva,
78 anos, aqui está desde
a morte do marido. “Tenho
os meus filhos próximo,
um em Verdemilho,
outro na Barra. Senti, ao
princípio, muitas saudades
da minha gente e ainda
sinto, mas as coisas vão
melhorando, com auxílio
das minhas orações e pelas
muitas visitas que faço aos
meus filhos”.
A maioria das famílias
dos utentes é, aliás, “muito
presente e fazem questão de
acompanhar o seu dia a dia
e mesmo nós, procuramos
integrá-los nas nossas atividades”,
esclarece a diretora
técnica Inês Mouro. Mestre
em Gerontologia, assumiu
em 2013 a direção técnica
da instituição e, como
a própria diz, faz “um pouco
de tudo”. No desempenho
das suas funções, Inês Mouro
estimula a relação entre
utentes, entre si e os utentes
e também com os funcionários.
“Atendo aos pedidos
e reclamações, giro as
sessões com a psicóloga Liliana
Pinheiro, faço a gestão
das atividades de animação,
desenvolvemos a gerontomotricidade,
temos debates,
escrita criativa, poesia, atividades
manuais…” E nesta
área contam então também
com a ajuda da voluntária
Ana Paula Costa, “que
tem trazido uma dinâmica
que complementa muito o
que queremos fazer com os
utentes, com a supervisão
da nossa animadora Joana
Soares.”
Hoje não há atividades,
apenas se tornou um dia diferente
com a visita da jornalista.
Antes da despedida,
no cantinho dedicado
ao “Livro do Mês”, Mário
Martins mostra, com orgulho,
os recortes do Jornal
da Bairrada sobre a sua
– a nossa - “Rosinda”.
Oriana Pataco
Oriana.b.pataco@jb.pt
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